COWBOYS DO WESTERN B

outubro 16, 2019

Este post é uma homenagem a todos os fãs do “cinema americano por excelência”, representados por Darci Fonseca e seu Westerncinemania, pelos componentes do Clube Amigos do Western de São Paulo, por Paulo Tardin e seu Fã Clube Cine-TV Nostalgia, e por outros incansáveis divulgadores do cinema antigo como Paulo Telles e Antonio Nahud Junior. Serve também como um complemento do meu livro “Publique-se a Lenda: A História do Western” (Editora Rocco, 2004) e como lembrança dos saudosos Antonio Cardoso, João Lepiane e Gil Araujo, que puderam ver os westerns B nos cinemas no auge de sua popularidade.

Durante os anos 30 e 40, houve um aumento espantoso de westerns B, que eram produzidos em grupos de seis ou mais filmes e comercializados de acordo com o aluguel por pacote, isto é, os exibidores alugavam não somente um filme de  determinado cowboy, mas todos os seus filmes produzidos em uma temporada.

A partir de 1930, tornou-se uma prática comum identificar um ator com um personagem e construir uma série em torno dele. Assim, William Boyd começou aparecendo como Hopalong Cassidy em 1935 e nunca mais interpretou outro papel. Semelhantemente a série de Charles Starrett como Durango Kid, iniciada em 1945, continuou com seis ou mais filmes por ano até 1952 e houve ainda outros atores identificados com seus personagens como, para dar mais um exemplo, Bill Elliott e depois Allan Lane e Jim Bannon como Red Ryder.

De 1936 em diante, o Motion Picture Herald relacionava os atores de westerns B separadamente nas suas listas anuais de Campeões de Bilheteria, nas quais os exibidores apontavam os cowboys cujos filmes proporcionavam as maiores arrecadações: Buck Jones encabeçava a primeira lista, mas de 1937 em diante foi Gene Autry que a liderou em todos os anos, até ser sucedido por Roy Rogers em 1943.

Algumas vezes dois ou três cowboys eram reunidos em uma série como, por exemplo, Os Três Mosqueteiros ou Os Três Sertanejos / The Three Mesquiteers (Bob Livingston, Ray Corrigan, Max Terhune), The Rough Riders (Buck Jones, Tim McCoy, Raymond Hatton), Defensores indomáveis ou The Trail Blazers (Ken Maynard, Hoot Gibson, Bob Steele), Os Três Valentes ou Os Três Destemidos / The Range Busters (Ray Corrigan, John “Dusty” King, Max Terhune), The Border Rangers (Johnny MacBrown, Tex Ritter, Fuzzy Knight), The Frontier Marshals (Bill Boyd, Art Davis, Lee Powell) etc.

Desde 1920, as fórmulas do western B já estavam codificadas. As intrigas geralmente adotavam um destes três esquemas: a reabilitação do nome do herói, o resgate da mocinhas em perigo ou a vingança de um pai ou irmão assassinado. Estes enredos simples, que podiam ser combinados entre si, eram apenas um pretexto para dar continuidade às sequências de perseguição.

Curiosamente, não havia muito tiroteio com mortes, porque os filmes eram feitos para um público infanto-juvenil. E também por uma questão de consciência cinematográfica: uma tomada na qual o herói pula do seu cavalo para uma diligência desgovernada ou um vilão fugitivo é muito mais excitante visualmente do que uma mera troca de tiros. O cavalo fazia parte da vida do cowboy. Os fãs adoravam Tony, Silver ou Trigger com a mesma intensidade que adoravam Tom Mix, Buck Jones ou Roy Rogers.

A diferença entre um bom western de programa duplo e um ruim não estava tanto na qualidade de sua história – as tramas eram quase sempre as mesmas – mas sim no cuidado e veemência com as quais as cenas arriscadas de ação eram filmadas. Estas, nos primeiros westerns falados, eram quase sempre filmadas sem som e na velocidade dos filmes mudos, para que tivessem um aspecto acelerado, quando entremeadas com as sequências de diálogo. A grande deficiência dos primeiros westerns B sonoros era a ausência de uma trilha musical, já que os temas musicais agitados eram absolutamente essenciais ao gênero. Enquanto as grandes companhias possuíam os próprios cenários e ruas construídos nos seus palcos de filmagem, as independentes que não possuíam estúdios tinham de alugar estes cenários e ruas ou filmar em locações onde existissem restos do velho oeste.

As características básicas do western B eram a ação e a simplicidade. Eles continham uma série contínua de persequições, resgates, tiroteios e brigas para agradar ao seu público não sofisticado. Seus valores morais eram os da sociedade judaico-cristã e, no conflito ente o Bem e o Mal, o Bem era apresentado como sendo o certo. Aqueles que lutavam do lado do Bem eram honestos, leais, simpatizantes dos oprimidos e respeitvam a lei justa. Os que estavam do lado do Mal, eram traiçoeiros, cruéis, e desprezavam as vítimas da injustiça social. Ficava sempre implícito, sem sutileza, que a justiça e a moralidade eram merecedoras de grande risco e aqueles que lutassem para atingir um fim digno seriam honrados e respeitados.

Outro segmento importante do público dos westerns B era os quase dois terços que consistiam em adultos com uma origem rural. Este grupo também era gratificado pelos temas, personagens e formato geral do western. O público rural, na época em que os westerns B eram mais populares, frequentemente se ressentia da superioridade urbana. Quando o herói do western, com sua forte sugestão de origens rurais, derrotava os vilões, que quase sempre tinham origem “citadina”, o público rural manifestava seu sentimento de orgulho, identificando-se com a causa da “justiça”.

A produção dos westerns de série começou a diminuir entre 1951 e 1952 e, em 1955, eles desapareceram para sempre. Foram substituídos por westerns de George Montgomery, Rory Calhoun, William Elliott, Sterling Hayden, John Payne além dos dos três “grandes”, Randolph Scott, Joel McCrea e Audie Murphy. Esses westerns, de orçamento médio, eram chamados de co-features, porque tinham o mesmo status de um filme A.

Quando o programa duplo desapareceu, o western B transferiu-se para a televisão. Esta primeiramente absorveu os filmes e os programas de rádio (que tinham também aderido ao western). Assim, os primeiros cowboys na TV foram Hopalong Cassidy, Gene Autry, Roy Rogers e o Lone Ranger; depois surgiram novos personagens, já criados especificamente para a tela pequena em seriados como Cheyenne, Gunsmoke, Maverick etc.

Bob Allen

ALLEN, BOB (1906-1998). Nasceu em Nova York. Nome verdadeiro: Irvine Theodore Baehr. Allen começou sua carreira na tela, com o nome de Robert Allen, como coadjuvante em filmes classe A (v. g.  Crime e Castigo / Crime and Punishment / 1935; Mulher Sem Alma / Craig’s Wife / 1936; Cupido é Moleque Teimoso / The Awful Truth / 1937). Em 1935, esteve em primeiro plano ao lado de Grace Moore e Leo Carrillo em Ama-se Sempre / Love Me Forever. No mesmo ano, participou de três westerns de Tim McCoy na Columbia – A Lei do Terror / Law Beyond the Range, Vingança de Sangue / The Revenge Rider e Sangue na Neve / Fighting Shadows. Em 1936, estrelou aSérie Bob Allen Rangers, produzida por Larry Darmour para a Columbia: O Agente Desconhecido / The Unknown Ranger; A Terra Inimiga / Rio Grande Ranger; O Disfarce da Quadrilha / Ranger Courage; O Terror da Vila / Law of the Ranger; O Guarda Destemido / Reckless Ranger; Astúcia de Cavaleiro / The Rangers Step In.

Rex Allen

ALLEN, REX (1920-1999). Nasceu em Willcox, Arizona. Nome verdadeiro: Rex Elvie Allen. Nome do seu cavalo: Koko, “The Miracle Horse of the Movies”. Foi o último cowboy-cantor, apelidado de “The Arizona Cowboy”, por causa do título do primeiro dos 19 filmes que fez na Republic. 1950 – O Cowboy do Arizona / The Arizona Cowboy; Caminho na Montanha / Hills of Oklahoma; Emboscada na Floresta / Redwood Forest Trail; A Conquista do Ouro / Under Mexicali Stars. 1951 – O Veio Misterioso / Silver City Bonanza; Ardil de Jogador  / Thunder in God’s Country; O Rei do Rodeio / Rodeo King & the Senorita; Bandeirantes do Oeste / Utah Wagon Train. 1952 – Cavaleiro do Colorado / Colorado Sundown; O Último Mosqueteiro / The Last Musketeeer; Raposa da Fronteira / Border Saddlemates; Golpe Traiçoeiro / Old Oklahoma Plains; Emboscada Sangrenta / South Pacific Trail. 1953 – Flecha Ligeira / Old Overland Trail; Caminhos do Terror / Iron Mountain Trail; O Salto da Morte / Down Laredo Way; O Vale do Medo / Shadows of Tombstone; Ligeiro no Gatilho / Red River Shore. 1954 – O Fantasma dos Prados / Phantom Stallion.

Gene Austin

AUSTIN, GENE (1900-1972). Nasceu em Gainsville, Texas. Nome verdadeiro: Lemeul Eugene Lucas. Cantor e compositor, conhecido no rádio como “The Voice of Southland”, fez apenas um western, Songs and Saddles / 1938, dirigido por Harry Fraser para a Colony Pictures.

Gene Autry

AUTRY, GENE (1907-1998). Nasceu em Tioga. Texas. Nome verdadeiro: Orvon Grover Autry. Nome do seu cavalo: Champion, Champion Jr. Iniciou sua carreira artística como cantor de música foclórica no rádio e se tornou famoso ao gravar um disco “That Silver Haired Daddy of Me”. O produtor Nat Levine levou-o para a Mascot, colocando-o no longa-metragem Santa Fé / In Old Santa Fe e em um seriado, A Montanha Misteriosa / Mystery Mountain, ambos de 1934, e estrelados por Ken Maynard. No ano seguinte, Autry foi o ator principal em outro seriado, O Império dos Fantasmas / The Phantom Empire, com enredo bem estranho misturando um cowboy-cantor com ficção científica. Satisfeito com a atuação do jovem cantor, Levine promoveu-o a astro e com Boiadeiro Trovador / Tumbling Tumbleweeds / 1935, Autry inaugurou a série de 58 westerns na recém-fundada Republic, tendo como companheiro Smiley Burnette, seu antigo colega no programa radiofônico National Barn Dance. De 1937 até se alistar na Fôrça Aérea em 1942, os exibidores elegeram Autry “Campeão de Popularidade no Filme de Faroeste”. Ao voltar da guerra, Autry verificou que a Republic o substituira por Roy Rogers e, em 1946, fundou sua própria companhia, Gene Autry Productions, cujos 32 filmes foram distribuídos pela Columbia. Filmes na Republic: 1935 – Boiadeiro Trovador / Tumbling Tumbleweeds; Melodia Sertaneja / Melody Trail; Os Trovadores / The Sagesbrush Troubador; Cantor dos Prados / The Singing Vagabond. 1936 – O Vale do Paraíso / Red River Valley; Montanha Tentadora / Comin’ Round the Mountain; O Cowboy Cantor / The Singing Cowboy; Violões e Pistolões / Guns and Guitars; O Seresteiro / Oh, Susannah; Os Invencíveis / Ride, Ranger Ride; Astro por Aclamação / The Big Show; No Velho Rancho / The Old Corral. 1937 – Cowboy na África / Round Up Time in Texas; Dinheiro a Jorro / Git Along Little Dogies; Ritmo Serrano / Rootin’ Tootin’ Rhythm; O Canário da Serra / Yodelin’ Kid from Pine Ridge; O Rei dos Cowboys / Public Cowboy #1; Centauros Modernos / Boots and Saddles; Artistas em Folia/ Manhattan Merry Go Round; Springtime in the Rockies. 1938 – The Old Barn Dance; Gold Mine in the Sky; Man From Music Mountain; Prarie Moon; Rhythm of the Saddle; Western Jamboree. 1939 – Home on the Prairie; Mexicali Rose; Blue Montana Skies; Mountain Rhythm; Colorado Sunset; Na Zona do Perigo / In Old Monterey; Rovin’ Tumbleweeds; South of the Border. 1940 – Rancho Grande; Chutando Alto / Shooting High; Gaucho Serenade; Carolina Moon; Ride Tenderfoot Ride; ValentiaAdquirida ou Rancho Melodia / Melody Ranch. 1941 – Ridin’ on a Rainbow; Back in the Saddle; The Singing Hill; Sunset in Wyoming; Under Fiesta Stars; Serenata Mexicana / Down Mexico Way; Sierra Sue. 1942 – Cowboy Serenade; Heart of the Rio Grande; Home in Wyomin’; Stardust on the Sage; O Túnel Fatal / Call of the Canyon; Chamas de Vingança / Bells of Capistrano. 1946 – Um Cowboy em Hollywood / Sioux City Sue. 1947- A Corrida do Diabo / Trail to San Antone; Conflito na Fronteira / Twilight on the Rio Grande; Desmascarando Criminosos / Saddle Pals; Robin Hood no Texas / Robin Hood of Texas. Filmes na Gene Autry Productions / Columbia: O Último Rodeio / The Last Roundup. 1948 – Almas Indomáveis / The Strawberry Roan. 1949 – O Revólver de Prata / Loaded Pistols; Aconteceu na Fronteira / The Big Sombrero; Alma Intrépida / Riders of the Whistling Pines; Cidade Fantasma / Rim of the Canyon; O Vaqueiro e os Peles Vermelhas / The Cowboy and the Indians; Cavaleiros do Céu / Riders in the Sky. 1950 – Sons of New Mexico; Mule Train; Cowtown; Beyond the Purple Hills; Indian Territory; The Blazing Hills. 1951 – Gene Autry and the Mounties; Texas Never Cry; Whirlwind; Silver Canyon; Hills of Utah; Valley of Fire. 1952 – The Old West; Night Stage to Galveston; Apache Country; Barbed Wire; Wagon Team; Blue Canadian Skies. 1953 – Winning of the West; On Top of Old Smokey; Goldtown Ghost Riders; Pack Train; Saginaw Trail; Last of the Pony Riders Obs. Ver mais informações sobre Gene Autry no meu post de  23 de novembro de 2012).

Bob Baker

BAKER, BOB (1910-1975). Nasceu em Forest City, Iwoa. Nome verdadeiro: Stanley Leland Weed. Nome de seu cavalo: Apache. Ator e cantor de rádio, foi contratado pela Universal: 1937 – Coragem Cativante / Courage of the West; O Cavaleiro Cantor / The Singing Outlaw. 1938 – 0 Bandido Confiante / The Black Bandit; Vingança Tentadora / Ghost Town Riders; Tiros Traiçoeiros / Guilty Trails; A Última Desforra / The Last Stand; Lobos da Fronteira / Border Wolves; O Correio do Oeste /The Outlaw Express; Justiça dos Prados / Prairie Justice; Prisioneiro Voluntário / Western Trails. 1939 – Xerife Trovador / Honor of the West; Mala Postal Fantasma / The Phantom Stage. Em 1939-1940, ainda na Universal, fez 6 filmes com Johnny Mack Brown e Fuzzy Knight: 1939 – Fronteira Sinistra / Oklahoma Frontier; A Trilha do Terror / Desperate Trails; O Audacioso / Chip of the Flying U. 1940 – Cidade Maldita / West of Carson City; Cavaleiros Vingadores / Riders of Pasco Basin; O Vilão da Aldeia / Bad Man From Red Butte. A partir de 1941, Baker fez apenas pequenos papéis papéis em westerns de Tim Holt (Vingador da Fronteira / Along the Rio Grande / 1941); Buck Jones / TimMc Coy na série Rough Riders (O Vaqueiro do Arizona / Arizona Bound / 1941); Abott e Costello (Cavaleiros da Galhofa / Ride’ em Cowboy / 1942); Hoot Gibson / Ken Maynard na série Trail Blazers  (O Mistério do Desfiladeiro / Wild Horse Stampede / 1943; Tex Ritter (Vingança Vencedora / Oklahoma Raiders / 1944); William Boyd (Bandoleiro Misterioso / Mystery Man / 1944); e no seriado Diligência Misteriosa / Overland Mail, estrelado por Lon Chaney Jr.

Smith Ballew

BALLEW, SMITH (1902-1984). Nasceu em Palestine, Texas.  Nome verdadeiro:  Sykes Ballew. Um dos primeiros cowboys-cantores do cinema. Cantor de rádio e líder de uma orquestra  de jazz, estreou no cinema em números musicais do filme Balneário de Luxo / Palm Springs / 19 (Paramount), estrelado por Frances Langford, foi o galã de Ann Dvorak em Rainha do Turf / 1937 (RKO-Radio), e depois foi contratado por Sol Lesser, para estrelar alguns westerns da 20thCentury-Fox: 1937 – Roll Along Cowboy; Lutando pelo Ouro / Western Gold. 1938 – Policial entre Bandidos / Panamint’s Bad Man; Combatendo Criminosos / Hawaiian Buckaroo; Trovador do Oeste / Rawhide. Nos anos seguintes, ele dez poucas e breves aparições em filmes baratos, encerrando sua carreira como um capitão do exército da União (sem ser creditado) em A Glória de um Covarde / The Red Badge of Courage / 1951.

Jim Bannon

BANNON, JIM (1911-1984). Nasceu em Kansas City, Missouri, Nome verdadeiro: James Shorttel Bannon. Distinguiu-se primeiramente na tela como o Detetive Jack Packard nos 3 filmes da serie da Columbia baseada no programa radiofônico I Love a Mystery: Mistério do Oriente / I Love a Mystery / 1945; A Máscara Diabólica / Devil’s Mask / 1946 e The Unknown / 1946.  Foi visto também em filmes noires  importantes (v. g. Moeda Falsa / T-Men /  1947; Dama , Valete e ReiJohnny O’Clock / 1947). Transferindo-se para a Republic, atuou comostuntman antes de obter o papel principal no seriado da Republic, Perigos da Real Polícia Montada / Dangers of the Canadian Mounted / 1948 como o Capitão Christopher Royal. Bannon foi um dos quatro atores que retrataram o personagem Red Ryder. A vez dele ocorreu em 4 westerns da Eagle Lion: 1949 – Ride, Ryder, Ride!;Roll Thunder Roll!; The Fighting Redhead; Cowboy and the Prizefigther.

Don “Red” Barry

BARRY, DON “RED” (1912-1980). Nasceu em Houston, Texas, Nome verdadeiro: Donald Barry de Acosta. Nome de seu cavalo: Cyclone. Em 1939, iniciou sua carreira no western na Republic, onde apareceu no filme de Roy Rogers Dias de Jesse James / Day of Jesse James e em O Bandoleiro Inocente / Wyoming Outlaw da série The Three Mesquiteeers. Em 1940, distinguiu-se no seriado Aventuras de Red Ryder / The Adventures of Red Ryder, interpretando o popular herói dos quadrinhos, ganhando o apelido de “Red” que ele usaria pelo restante de sua trajetória fílmica. Seguiram-se 29 westerns para a Republic: 1940 – One Man’s Law; The Tulsa Kid; Frontier Vengeance; Texas Terrors; Bandoleiros do Vale dos Fantasmas / Ghost Valley Raiders.  1941 – Wyoming Wildcat; O Vaqueiro Mascarado / The Phantom Cowboy; Two Gun Sherriff; Desert Bandit; O Ciclone de Kansas / Kansas Cyclone; Os Ladrões Roubados / The Apache Kid; Death Valley Outlaws; A Missouri Outlaw. 1942 – Justiceiros Ocultos / Arizona Terror; Stagecoach Express; Jesse James Jr.; Furacão do Oeste / The Cyclone Kid; Herança de Ódio/ The Sombrero Kid; O Seis de Paus / Outlaws of Pine Ridge; Tatuagem Misteriosa / Sundown Kid. 1943 – O Precipício da Morte / Dead Man’s Gulch; Carson City Cyclone; Days of Old Cheyenne; Irmão Infame / Fugitive from Sonora; Bandoleiros Contra Bandoleiros / Black Hills Express; Sedentos de Ouro / The Man from Rio Grande; Brincando com Dinamite / Canyon City; Império do Pacífico / California Joe. 1944 – Outlaws of Santa Fe.

Noah Beery Jr.

BEERY JR., NOAH (1913-1994). Filho de Noah Beery e sobrinho de Wallace Beery. Nasceu em Nova York. Ainda menino, apareceu ao lado de seu pai em A Marca do Zorro / The Mark of Zorro / 1920 e foi quase sempre ator coadjuvante, trabalhando em filmes A e B de vários gêneros. No âmbito dos seriados esteve em: Trilhos do Oeste /Heroes of the West / 1932 (como ator principal); O Mistério das Selvas / The Jungle Mystery / 1932; Os Três Mosqueteiros / The Three Musketeers / 1933; Os Cavaleiros Mascarados ou Sacrifício Glorioso / Fighting with Kit Carson / 1933; O Rei das Nuvens / Tailspin Tommy / 1934; O Grande Mistério Aéreo / Tailspin Tommy and the Great Air Mystery / 1935; O Selvagem do País Maravilhoso / The Call of the Savage / 1935; Az Drummond / Ace Drummond / 1936; Os Cavaleiros da Morte / Riders of Death Valley / 1941 e A Diligência Vitoriosa / Overland Mail/ 1942. Estrelou somente 2 westerns B da pouco conhecida Sunset Films: 1935 – Devil’s Canyon; Five Bad Men.

Rex Bell

BELL, REX (1903-1962). Nasceu em Chicago, Illinois. Nome verdadeiro: George Francis Beldam. Ficou provavelmente mais conhecido como o marido de Clara Bow. Foi sempre um cowboy da Poverty Row. 1932 – Arm of the Law; From Broadway to Cheyenne; The Man from Arizona; Bandidos Mascarados / Lucky Larrigan; The Diamond Trail; 1933 – Crashing Broadway; Rainbow Ranch; The Fighting Texans; The Fugitive (todos da Monogram). 1935 – Pioneiros do Faroeste / Fighting Pioneers; Gun Fire; Saddle Aces; The Tonto Kid. (todos da Resolute). 1936 – Na Pista  dos Bandidos / Too Much Beef; Sede de Ouro / West of Nevada, Ódio de Sangue / The Idaho Kid; Terra de Valentes / Men of the Plains; Law and Lead; Sede de Vingança / Stormy Trails (todos da Colony). Bell teve um papel de destaque, como Dave Archer, no seriado Aventuras de Buffalo Bill / Battling with Buffalo Bil / 1931, estrelado por Tom Tyler.

Bill “Cowboy Rambler”Boyd

BOYD, BILL “COWBOY RAMBLER” (1910-1977). Nasceu em Fannin County, Texas, Ficou mais conhecido pela sua carreira no rádio e seus discos do que pela meia dúzia de westerns que fez na PRC, que o contratou em 1942 como cowboy-cantor para atuar ao lado de Art Davis e Lee Powell em 6 westerns da série The Frontier Marshals: Texas Manhunt; Raiders of the West; Rolling Down the Great Divide; Tumbleweed Trail; Prairie Pals; Along the Sundown Trail.

William “Hopalong Cassidy” Boyd

BOYD, WILLIAM “HOPALONG CASSIDY” (1895-1972). Nasceu em Hendrysburg, Ohio. Nome verdadeiro: William Lawrence Boyd. Nome de seu cavalo: Topper. Seus filmes mais importantes no cinema mudo foram O Barqueiro do Volga / The Volga Boatman / 1926 de Cecil B. DeMille e A Melodia do Amor / Lady of Pavements / 1929 de D.W. Griffith. O ano de 1931 foi desastroso para Boyd. Um caso de identidade trocada em um escândalo quase arruinou sua carreira. Um ator de teatro homônimo foi preso, mas os jornais estamparam a fotografia de Boyd na reportagem sobre o acontecimento. Apesar de suas explicações, o dano estava feito, e ele ficou desempregado durante dois anos. Ao retornar para o mundo do cinema em 1933, Boyd foi escolhido pelo produtor Harry Sherman para encarnar o cowboy Hopalong Cassidy em uma série de 66 filmes com o qual ficou indelevelmente associado. Os primeiros 41 westerns foram produzidos por Harry Sherman para a Paramount; os 13 seguintes produzidos por Harry Sherman e distribuídos pela United Artists; e os 12 restantes, produzidos por William Boyd e também distribuidos pela UA. 1935 – Vida e Aventura / Hop-Along Cassidy; Olhos de Águia / The Eagle’s Brood; Sinal de Fogo / Bar 20 Rides Again. 1936 – A Última Testemunha / Call of the Prairie; Três Sobre a Pista / Three on the Trail; Corações Errantes / Heart of the West; O Herói de Sempre / Hopalong Cassidy Returns; Missão Bem Cumprida / Trail Dust. 1937 – O Herói da Fronteira / Borderland; A Sombra da Lei / Hills of Old Wyoming; Vingança de Irmão / North of the Rio Grande; O Fim da Quadrilha / Rustler’s Valley; O Estouro da Boiada / Hopalong Rides Again; Laçada do Destino / Texas Trail. 1938 – O Herói do Rancho / Partners of the Plains; A Única Testemunha / Cassidy of the Bar 20; Sob o Céu do Oeste / Pride of the West; Coração do Arizona / Heart of Arizona; Mina Misteriosa / Bar 20 Justice; Felicidade em Brumas / In Old Mexico; A Mestre Rural / The Frontiersman. 1939 – O Tolo Esperto / Sunset Trail; Uma Cartada Afoita / Silver on the Sage; A Sombra do Passado / Renegade Trail; O Homem Prático / Range War; A Lei dos Pampas / Law of the Pampas. 1940 – Os Caminhos de Santa Fé / Santa Fe Marshall; O Trunfo é Paus / The Showdown; Piratas da Estrada / Hidden Gold; Ferradura Fatal / Stagecoach War;Three Men from Texas. 1941 – A Caravana Emboscada / Doomed Caravan; O Cartucho Acusador / In Old Colorado; Fronteiras Perigosas / Border Vigilantes; Piratas a Cavalo / Pirates on Horseback; Cidade Sem Justiça / Wide Open Town; Lenhadores de Improviso / Riders of the Timberline; Vaqueiro Detetive  / Stick to Your Guns; Três Vaqueiros da Arábia / Outlaws of the Desert; Secrets of the Wasteland; Fogo Cruzado / Twilight on the Trail. 1942 – O Protetor/ Undercover Man. 1943 – Mantenho a Ordem / Hoppy Serves a Writ; Patrulha Fronteiriça / Border Patrol; O Mineiro Misterioso / The Leather Burners; Revólveres e Laços / Colt Comrades; Fazenda 20 / Bar 20; O Enganador / False Colors; O Desfiladeiro Perdido / Lost Canyon; Cavaleiros da Fronteira / Riders of the Deadline. 1944 – O Impostor do Texas / Texas Masquerade; Justiça a Muque / Lumber Jack; Bandoleiro Misterioso ou Bandoleiro do Mistério / Mystery Man; Quarenta Ladrões / Forty Thieves. 1946 – Dedo no Gatilho / The Devil’s Playground; Rastilho de Pólvora / Fool’s Gold. 1947 – À Bala e a Galope / Unexpected Guest; Justiça do Gatilho / Dangerous Venture; A Bala Vingadora / The Marauders; Meu Revóver é Lei / Hoppy’s Holiday. 1948 – A Voz das Sete Balas / Silent Conflict; Bandoleiro do Arizona / The Dead Don’t Dream; Quem Manda é o Revólver / Sinister Journey; O Vingador do Texas / False Paradise; A Lei do Faroeste / Borrowed Trouble; Galope Selvagem / Strange Gamble. Em 1950, Boyd começou a produzir 105 episódios para o Hopalong Cassidy TV Show.

Johnny Mac Brown

BROWN, JOHNNY MACK (1904-1974). Nasceu em Dothan, Alabama. Nome do seu cavalo: Rebel. Por causa de sua beleza física, foi contratado pela Metro-Goldwyn-Mayer e teve sua grande chance ao ser escolhido para estrelar (com o nome de John Mac Brown) o western classe A, O Vingador / Billy the Kid / 1930, dirigido por King Vidor. Ele estava sendo preparado para ser um leading man da MGM, quando foi abruptamente substituido de uma filmagem e, posteriormente, seu contrato não foi renovado. Rebatizado “Johnny Mack Brown”, passou a fazer westerns B ou seriados, e nunca mais recobrou seus status anterior. Em 1933, estrelou o seriado Os Cavaleiros Mascarados ou Sacrifício Glorioso / Fighting With Kit Carson na Mascot e, a partir de 1935, 8 westerns na Supreme Pictures (1935 – Entre Homens / Between Men; Vingador Corajoso / The Courageous Avenger; O Estigma / Branded a Coward. 1936 – Valley of the Lawless; Desert Phantom; Rogue of the Range; Everyman’s Law; The Crooked Trail) e mais 8 na Republic (1936 – Undercover Man; The Gambling Terror; Trail of Vengeance; Lawless Land; Bar Z Men; Guns in the DarkA Lawman Is Born; Boot Hill Brigade). Mack Brown tornou-se eventualmente um dos cowboys mais populares da época na Universal (ao todo 28 filmes sendo 6 com Bob Baker, 15 como único herói e 7 com Tex Ritter (Série The Border Rangers), estrelando também 4 seriados para esse estúdio: Os Bandoleiros do Vale do Fogo / Rustlers of Red Dog / 1935, Perturbadores dos Prados / Wild West Days / 1937, Fronteiras em Chamas / Flaming Frontiers / 1938; Perigos do Sertão / The Oregon Trail / 1939. Em 1943, foi contratado pela Monogram, a fim de substituir Buck Jones, que havia falecido alguns meses antes. Sua prolífica série de 67 westens também foi um sucesso. Filmes na Universal: 1939 – A Trilha do Terror / Desperate Trails; Fronteira Sinistra/ Oklahoma Frontier; Chip, o Audacioso / Chip of the Flying U. 1940 – Cavaleiros Vingadores / Riders of Pasco Basin; O Vilão da Aldeia / Badman from Red Butte; O Filho do Mandão / Son of Roaring Dawn; O Cowboy Dançarino / Ragtime Cowboy Joe; A Lei Manda / Law and Order; O Cavalo Relâmpago / Pony Post. 1941 – Castigo Merecido / Boss of Bullion City; Não Quero Morrer no Deserto / Bury Me Not on the Lone Prairie; Terror deVingança / Law of the Range; Coragem e Castigo / Rawhide Rangers; O Cavaleiro de Montana / Man from Montana;O Cavaleiro Mascarado / The Masked Rider; O Furacão do Arizona / Arizona Cyclone; Entre Dois Fogos / Fighting Bill Fargo. 1942 – Mensageiro de Espingarda / Stagecoach Buckaroo; O Fuzil de Prata / The Silver Bullett; Bandido Arrogante / Boss of Hangtown Mesa; Homens Heróicos / Deep in the Heart of Texas; Corações Palpitantes; Vingança Sangrenta / The Old Chisholm Trail. 1943 – A Senda da Morte / Tenting Tonight on the Old Campground; O Preço da Perfídia / Cheyenne Roundup; Cavaleiros Foragidos / Raiders of San Joaquin. Filmes na Monogram: 1943 – O Justiceiro Solitário / The Ghost Rider; O Forasteiro Misterioso / The Stranger from Pecos; Trilha Solitária / The Lone Star Trail; Um Sermão a Tiros / Six Gun Gospel; Ganância Desenfreada / Outlaws of Stampede Pass; O Código do Texano / The Texas Kid. 1944 – Terroristas da Fronteira / Raiders of the Border; Companheiros do Caminho / Partners of the Trail; O Ouro Substituído / O Ouro Substituído / Law Men; Pirata da Planíce / Range Land; Embusteiros Enganados / West of Rio Grande; Terra Maldita / Land of the Outlaws; A Lei do Vale / Law of theValley; Vingança dos Cangaceiros / Ghost Guns. 1945 – A Senda dos Covardes / The Navajo Trail; Fumaça de Pistola/ Gunsmoke; O Forasteiro de Santa Fé / Stranger from Santa Fe; A Chama do Oeste / Flame of the West; Sendas Mortíferas / The Lost Trail; Cilada na Fronteira / Frontier Feud. 1946 – Bandidos da Fronteira / Border Bandits; Cangaceiros Ocultos / Drifting Along; A Mina Assombrada / The Haunted Mine; Mina de Gado / Under Arizona Skies; Trapaceiros do Texas / The Gentleman from Texas; Balas Redentoras / Trigger Fingers; Sombras na Planície / Shadows on the Range; Mineiros Contrabandistas / Silver Range. 1947 – O Último Reduto / Raiders of the South; O Vale do Terror / Valley of Fear; Em Busca do Perigo / Trailing Danger; Terra dos Desordeiros / Land of the Lawless; Lei a Tiros / The Law Comes to Gunsight; Lutando como Bravo / Prairie Express; A Voz das Pistolas / Gun Talk. 1948 – A Trilha do Tesouro / Overland Trails; Revelação Salvadora / Crossed Trails; O Terror dos Telégrafos / Frontier Agent; O Cofre Enterrado / Trigger Man; O Terror da Fronteira / Back Trail; O Ás da Pistola / Range Justice; Rancheiro Destemido / The Fighting Ranger; O Delegado Astuto / The Sheriff of Medicine Bow; Justiça a Balaços / Gunning for Justice; Perigo Oculto / Hidden Danger. 1949 – Açambarcadores de Terras / Law of the West; A Última Pista / Trail’s End; Fé Destemida / West of El Dorado; Justiça a Balas / Western Renegades; Stampede. 1950 – Assassinos Mascarados / West of Wyoming; Crime na Fronteira / Over the Border; Pistolas da Noite / Six Gun Mesa; O Rancho do Vale / Law of the Panhandle; Ouro Delator / Outlaw Gold. 1951 – De Tocaia / Colorado Ambush; Salteadores Encobertos / Man from Sonora; A Bala de Ouro / Blazing Bullets; O Vale dos Massacres / Montana Desperado; O Falso Fiscal / Oklahoma Justice; O Fantasma Assobiador / Whistling Hills; O Trio do Crime / Texas Lawmen. 1952 – Povoado Fantasma / Texas City; O Cego das Montanhas / Man from the Black Hills; O Rastro doMorto / Dead Man’s Trail; Pistolas Vingadoras / Canyon Ambush.

Buffalo Bill Jr.

BUFFALO BILL, JR (1896-1961). Nasceu em Clark County, Missouri. Nome verdadeiro: Wilbert Jay Wilsey. No início dos anos vinte participava de wild west shows e começou a fazer, como Buffalo Bill Jr., filmes para a Action Pictures.  Quando veio o cinema falado, Wilsey continuou relegado a fazer westerns para companhias independentes da Poverty Row: 1930 – Bar L. Ranch; O Braço da Lei / South of Sonora; The Cheyenne Kid. 1931- Entre Dois Mundos / Westward Bound; Trails of the Golden West; O Terror do Povo / The Pueblo Terror. 1932 – Riders of Golden Gulch; O Bamba do Texas / The Texan. 1933 – Aventureiro Audaz / The Fighting Cowboy; Trails ofAdventure; The Whirlwind Rider. 1934 – Lightning Bill; O Guarda da Fronteira  / Riding Speed; Combatendo Malfeitores / Rawhide Romance; Pals of the Prairie.

Rod Cameron

CAMERON, ROD  (1910-1983). Nasceu em Calgary, Canadá. Nome verdadeiro:  Nathan Roderick Cox. Nome do seu cavalo: Knight. Iniciou sua carreira no cinema como stuntman e interpretando pequenos papéis na Paramount (entre eles o de Jesse James em Sonho Amigo / The Remarkable Andrew / 1942) bem como servindo de stand in para Fred MacMurray. Em 1943, estrelou 2 seriados da Republic: A Adaga de Salomão / The Secret Service in Darkest Africa e O Dragão Negro / G-Men Vs. The Black Dragon. Quando Johnny MacBrown deixou a Universal, Cameron o substituiu nos westerns B e depois passou para os filmes classe A do estúdio (v. g. A Irresistível Salomé / Salome Where She Danced / 1945; Era Seu Destino / Frontier Gal / 1945; Os Piratas de Monterey / Pirates of Monterey /1947; Expiação / Panhandle / 1948; Debandada / Stampede / 1948, O Cavaleiro Negro / Brimstone / 1949).  Os westerns B foram: 1944  – Duelo Sangrento / Boss of Boomtown; Rivais em Fúria / Trigger Trail; A Seita dos Mascarados / Riders of the Santa Fe; A Última Fronteira / The Old Texas Trail. 1945 – A Ültima Luta / Beyond the Pecos; Os Desprezados / Renegades of the Rio Grande.

Harry Carey

CAREY, HARRY (1878-1947. Nasceu em Nova York. Nome verdadeiro: Henry DeWitt Carey. Foi um dos primeiros astros do western na cena muda, popularizando-se como Cheyenne Harry, personagem que interpretou em vários filmes de 1916 a 1936, inclusive em O Último Cartucho / Straight  Shooting / 1916 o primeiro western de longa–metragem de John Ford. Na área do filme classe A destacou-se nos westerns Lei e Ordem / Law and Order / 1932 da Universal e O Homem da Floresta / Man of the Forest e Maldade / The Thundering Herd / 1933 da Paramount. Carey fez 3 seriados para a Mascot: A Legião dos Centauros / The Vanishing Legion / 1931; O Cavalo Infernal / The Devil Horse / 1932; O Último dos Mohicanos / The Last of the Mohicans /1932. Seus westerns Bforam: 1932 – Desonra e Justiça / Without Honor; Diabos da Fronteira / Border Devils; Bandoleiros da Noite / The Night Riders; Lei é Lei / Wagon Trail; Paraíso dos Ladrões / Rustler’s Paradise; Duelo de Valentes / Powdersmoke Range; Desafiando a Lei / The Last of the Clintons. 1936 – Na Pista do Criminoso / Aces Wild; Ghost Town; O Último Bandoleiro / The Last Outlaw; A Marca Sinistra / Wild Mustang. 1938 – A Lei na Terra dos Bandoleiros / The Law West of Tombstone. Nos filmes classe A de vários gêneros, Carey destacou-se como coadjuvante, chegando a receber uma indicação ao Oscar pela sua atuação como o presidente do Senado em A Mulher faz o Homem / Mr. Smith Goes to Washington / 1939 de Frank Capra.

CARPENTER, JOHNNY (1914-2003). Nasceu em Dardanelle, Arkansas. Nome verdadeiro: Jasper Carpenter. Começou a trabalhar em Hollywood nos meados dos anos 40, quase sempre em pequenos papéis de produções B de várias companhias. Em 1951, assumiu um papel principal em Badman’s Gold, produzido pela Jack Schwarz Productions. Entre 1953 a 1956, produziu e estrelou 4 filmes independentemente: 1953 – Son of the Renegade. 1954 – The Lawless Rider.  1955 –Outlaw Treasure / 1955. 1956 – I Killed Wild Bill Hickock /1956. Nos dois últimos filmes sob o nome de John Forbes.

Sunset Carson

CARSON, SUNSET (1922-1990). Nasceu em Gracemont, Oklahoma, mas foi criado em Plainview, Texas. Nome verdadeiro: Michael Harrison. Nome do seu cavalo: Cactus.  Ele foi cowboy antes de ser ator e, em 1944, acabou sendo contratado pela Republic Pictures para atuar em Call of the Rockies e mais 3 filmes estrelados por Smiley Burnette: Bordertown Trail; Firebrands of Arizona e Code of the Prairie. Quando Burnette deixou o estúdio para ser o sidekick de Charles Starrett na série Durango Kid da Columbia, Sunset foi promovido ao status de astro e fez 11 westerns: 1945 – Sheriff of Cimarron; Santa Fe Saddlemates; O Cachimbo da Paz / Oregon Trail; Bandits of theBadlands; Rough Riders of Cheyenne; The Cherokee Flash. 1946 – Days of Buffalo Bill; Red River Renegades; Rio Grande Raiders; Alias Billy the Kid; The El Paso Kid. Em 1946, ele aparece, juntamente com outros astros-cowboys, no filme de Roy Rogers, Os Sinos de Rosarita / The Bells of Rosarita. Em 1948, Carson foi despedido pelo próprio presidente da Republic, Herbert G. Yates, por ter aparecido em uma festa no estúdio embriagado e na companhia de uma menor de idade. Ele ainda fez 5 filmes distribuídos pela Astor: 1948 – Fighting Mustang; Deadline; Sunset Carson Rides Again. 1949 – Rio Grande. 1950 – Battling Marshall.

Lane Chandler

CHANDLER, LANE (1899-1972). Nasceu em South Dakota e depois se mudou para Culbertson, Montana. Nome verdadeiro: Robert Chandler Oakes. Nome do seu cavalo: Raven. Por ter crescido em um rancho de criação de cavalos, foi contratado para fazer figuração ou pequenos papéis em westerns silenciosos da Paramount, passando a ser chamado de Lane Chandler. Em 1927, ganhou seu único papel principal em A Deusa do Espaço / Open Rangecom Betty Bronson e, no ano seguinte, obteve bons papéis ao lado de atrizes como Esther Ralston e Clara Bow e astros como Gary Cooper. Fez também um filme na MGM com Greta Garbo, Mulher Singular / The Single Standard,no qual também estava Johnny Mack Brown; mas a Paramount acabou dispensando-o e ele então se tornou free lancer, protagonizando ou atuando como coadjuvante em westerns para companhias como Big 4 (FirebrandJordan) Round-Up Pictures (Riders of the Rio) e Syndicate Pictures. (Beyond the Law e Under Texas Skies). Em 1931, assinou contrato com o produtor independente Willis Kent, para o qual fez 9 westerns: Ginete Furacão / The Hurricane Horseman, Cheyenne Cyclone, Lutador Invencível / Battling Buckarroo, Guns for Hire, A Quadrilha do Lobo / Lawless Valley, Delegado Furacão / Reckless Rider, Texas Tornado e Wyoming Whirlwind.  Em 1934, Lane foi selecionado para estrelar a série The Phantom Rider, pacote de 6 filmes com distribuição pela Empire Pictures; mas sómente foram feitos The Lone Bandit / 1935 e The Outlaw Tamer / 1935.  Paralelamente, ele iniciou uma longa carreira como bit player ou coadjuvante em westerns B, seriados e filmes classe A de variados gêneros; estrelou um seriado, O Expresso do Oeste / Lightning Express / 1930; e interpretou o papel de Davy Crockett em Heroes of the Alamo da Sunset Productions.

Edmund Cobb

COBB, EDMUND (1892-1974). Nasceu em Albuquerque, New Mexico. Nome verdadeiro: Edmund Fessenden Cobb. Sua carreira cinematográfica estendeu-se por mais de cinquenta anos, de 1912 a 1966. Começou por volta de 1912 em filmes da Biograph e Lubin rodados no Novo México. Em 1915, estava em Hollywood fazendo pequenos papéis, atuando como coadjuvante ou como ator principal em vários filmes principalmente da Essanay. Nos anos 20, fez filmes como coadjuvante ou ator principal em várias companhias, a maioria na Universal. Nos anos 30, foi o astro em Racketeeer Round-Up / 1934 produzido pela Aywon e relançado um ano depois como Gunners and Guns pela Beaumont – mas o primeiro nome nos créditos era o de Black King, “o cavalo com cérebro humano”. No seu longo percurso fílmico, Cobb apareceu em westerns de Charles Starret, Bill Elliott, Johnny Mack Brown. Tim McCoy, Ken Maynard, Buck Jones, Tom Mix, Dick Foran, Roy Rogers, Gene Autry, Sunset Carson, Allan Lane e em seriados estrelados por cowboys: fez 4 com Tom Tyler, 2 com Buck Jones e 1 com Ken Maynard, William Elliott, Johnny MacBrown, Allan Lane, Bob Custer, Tom Keene e Tom Mix.  Foi visto também em filmes classe A de outros gêneros (v. g. Rua Sem Nome. Street With No Name / 1948; Winchester 73 / Winchester 73 / 1950) e B (Série Charlie Chan, Falcon, Ma and Pa Kettle; comédias curtas dos Três Patetas na Columbia). Por curiosidade, era um dos repórteres do Inquirer em Cidadão Kane / Citizen Kane / 1941.

Bill Cody

CODY, BILL (1891-1948). Nasceu em St. Paul, Minnesota. Nome verdadeiro: William Joseph Cody, Sr. Nome de seu cavalo: Chico. Em 1922, iniciou sua carreira no cinema como stuntman até que Jesse Goldburg contratou-o como astro de 9 (menos um) westerns na sua Independent Pictures: Desavenças Perigosas / Dangerous Odds; The Fighting Sheriff; Blood and Steel (neste os astros eram Helen Holmes e William Desmond e Cody teve apenas um pequeno papel); Riders of Mystery; Moccasins; Cold Nerve; Border Justice; Love on the Rio Grande; The Fighting Smile.  Em 1926, ele fez, como ator principal, The Galloping Cowboy e King of The Saddle, produzidos pela Western Star Productions e distribuídos pela Associated Exhibitors. Em 1927, estava em Arizona Whirlwind e TheRidin’ Streak, ambos estrelados por Bob Custer e, como astro, em Born to Battle e Gold from Weepah, produzidos pela Bill Cody Productions.  Cody encerrou sua carreira na cena muda, estrelando 5 filmes para a Universal, que o afastaram temporariamente do gênero western e 1 filme canadense, The Wilderness Patrol. Seu primeiro filme falado foi Under Texas Skies / 1930, estrelado por Bob Custer. No ano seguinte, a Monogram contratou-o para uma série de 8 westerns com o ator infantil Andy Shuford, que era chamada de Bill’ Andy Series: 1931 – Dugan of the Badlands; The Montana Kid; Oklahoma Jim; O Defensor da Justiça / Land of Wanted Men. 1932 – Ghost City, Mason of the Mounted; Law of the North; Pioneiros do Texas / Texas Pioneers. Em 1934, Cody estrelou 3 westernsde orçamento muito baixo para a Aywon Pictures: Border Guns, The Border Menace e Western Racketeeers e, no mesmo ano, O Espião da Fronteira / Frontier Days, produzido por Ray Kirkwood, seguindo-se mais 8 westerns: 1935 – Justiça a Bala / Six Gun Justice; The Reckless Buckaroo: The Cyclone Ranger; O Cavaleiro dos Pampas / The Texas Rambler; Cavaleiro Invisível / The Vanishing Rider; A Roda da Fortuna / Lawless Border. 1936 – Blazing Justice; Emboscada do Terror / Outlaws of the Range. A partir de 1938, Cody foi apenas um bit player em filmes classe A, entre eles No Tempo da Diligência / Stagecoach / 1939 de John Ford. Ele se retirou da tela em 1948.

Spade Cooley

COOLEY, SPADE (1910-1969). Nasceu em Oklahoma. Nome verdadeiro: Donnell Clyde Cooley. Surgiu no mundo artístico durante a Segunda Guerra Mundial com uma banda de western swing.  Anunciando-se como “King of the Western Swing”, Cooley, que tinha sangue Cherokee nas veias, teve uma carreira breve na tela: os 3 westerns B que estrelou em 1950, The Kid From Gower Gulch; Border Outlaws; The Silver Bandit) eram de orçamento muito barato. Antes disso, foi visto como músico em westerns de Roy Rogers e outros cowboys e em Atire a Primeira Pedra / Destry Rides Again / 1949. Infelizmente, Cooley é lembrado como o assassino de sua segunda esposa, Ella Mae Evans, na frente de sua filha de 14 anos, em julho de 1961, crime pelo qual foi condenado à prisão perpétua.

Ray “Crash”  Corrigan

CORRIGAN, RAY “CRASH” (1902-1976). Nasceu em Milwaukee, Wisconsin. Nome verdadeiro: Raymond Bernard. Iniciou sua carreira em Hollywood como preparador físico de astros e stuntman. Muitos de seus primeiros papéis foram com roupas de gorila, como por exemplo em Tarzan, o Filho das Selvas / Tarzan, the Ape Man / 1932 e A Companheira de Tarzan / Tarzan and His Mate / 1934 ou como um “orangopoid” no primeiro seriado de Flash Gordon. Em 1936, ganhou o papel principal nos seriados da Republic, Os Vigilantes da Lei / The Vigilantes Are Coming / 1936 (juntamente com Robert Livingston) e O Império Submarino / The Undersea Kingdom, no qual seu personagem chamava-se Ray “Crash” Corrigan, nome que ele passou a adotar na sua vida artística. Ainda na Republic, Corrigan fez o seriado O Aliado Misterioso / The Painted Stalllion / 1937 e integrou por algum tempo, como Tucson Smith, o trio da série The Three Mesquiteeers. Na Monogram, foi um dos Range Busters da série do mesmo nome. Depois disso, voltou a aparecer com roupas de gorila em A Mulher Fera / Captive Wild Woman / 1943, Nabonga, o Gorila / Nabonga / 1944, Pongo, o Gorila Branco / White Pongo / 1945 etc. ou como uma preguiça prehistórica em A Ilha Desconhecida / Unknown Island / 1948. Série The Three Mesquiteers: 1936 – Pé de Guerra / The Three Mesquiteeers; Ouro Escondido / Ghost Town Gold; Roarin’ Lead; 1937- A Caveira que Assobia/ Riders of the Whistling Skull; Soberanos da Sela / Hit the Saddle; Galopando para a Justiça / Gunsmoke Ranch; Avante, Boiadeiro / Come On Cowboys; Sentinelas do Vale / Range Defenders; Heart of the Rockies; The Trigger Trio; O Grande Rodeio / Wild Horse Rodeo. 1938 – The Purple Vigilantes; Call the Mesquiteers; Outlaws of Sonora; Riders of the Black Hills; Heroes of the Hills; Traição no Deserto / Pals of the Saddle; Bandido Encobertos / Overland Stage Raiders; Forcas e Facas / Santa Fe Stampede; Red River Range; 1939 – The Night Riders; Three Texas Steers; O Bandoleiro Inocente / Wyoming Outlaw; New Frontier. Série The Range Busters: 1940 – The Range Busters;Trailing Double Trouble; West of Pinto Basin; 1941- Trail of the Silver Spurs; The Kid’s Last Ride; Tumbledown Ranch in Arizona; Wrangler’s Roost; Fugitive Valley; Saddle Mountain Roundup; Tonto Basin Outlaws; Underground Rustler. 1942 – Thunder River Feud; Rocky River Renegades; Boot Hill Bandits; Texas Trouble Shooters; A Diligência do Arizona / Arizona Stagecoach. 1943 – Terra dos Perseguidos / Land of Hunted Men; Três Rapazes Destemidos / Cowboy Commandos; Black Market Rustlers; Bullets and Saddles.

Buster Crabbe

CRABBE, BUSTER (1908-1983). Nasceu em Oakland, Califórnia. Nome verdadeiro: Clarence Linden Crabbe. Nome de seu cavalo: Falcon. Duas vezes campeão de natação, ele desempenhou o papel título nos seriados Tarzan, o Destemido / Tarzan, the Fearless (Sol Lesser), Flash Gordon, Red Barry e Buck Rogers (Universal), e seus fãs o apelidaram de “King of the Serials”. Fez muitos filmes de selvas (v. g. como Kaspa em O Homem Leão / King of the Jungle / 1933; Junga em Mistérios da África / Jungle Man / 1941; Thunda no seriado King of the Congo / 1951), mas também estrelou filmes de outros gêneros (v. g. A Conquista da Beleza / The Search for Beauty /1934, fazendo par com Ida Lupino) e participou de 2 westerns Zane Grey estrelados por Randolph Scott, Rixa Antiga / To The Last Man / 1933 e O Homem da Floresta / Man of the Forest / 1933. Em 1935-36, ele fez Nevada / Nevada, A Cerca Inimiga / Drift Fence; Roubada a Tempo / Desert Gold e Paladinos do Arizona / The Arizona Raiders na Paramount. Na PRC, assumiu o papel primeiramente interpretado por Bob Steele em 13 westerns da série Billy the Kid e depois o de Billy Carson em 23 filmes da série do mesmo nome. Trabalhou também ao lado de Johnny Weissmuller em Ferocidade / Swamp Fire / 1946 e Lagoa dos Mortos / Captive Girl / 1950 (série Jungle Jim da Columbia). Crabbe interpretou o papel de Magua em O Filho do Sol / Last of the Redmen / 1947, uma das várias adaptações de “O Útimo dos Mohicanos”, famoso romance de James Fenimore Cooper. No mesmo ano, fez o seriado O Terror dos Mares / The Sea Hound e, em 1950, Pirata dos Setes Mares / Pirates of the Seven Seas, ambos para a Columbia. Billy the Kid: 1942 – O Foragido / Billy the Kid Wanted; Billy the Kid’s Roundup; Billy the Kid Trapped; Billy the Kid’s Smoking Guns; Law and Order; Sheriff of Sage Valley; The Mysterious Rider. 1943 – The Kid Rides Again; Fugitive of the Plains; Western Cyclone; Cattle Stampede; The Renegade; Barreiras de Fogo / Blazing Frontier. Billy Carson: 1943 – Devil Riders. 1944 – Criminosos sem Quartel / Frontier Outlaws; Pistoleiros Profissionais / Thundering Gunslingers; O Vale da Vingança / Valley Of Vengeance; Companheiros de Luta / Fuzzy Settles Down; Toca de Ladrões / Rustlers Hideout; Wild Horse Phantom; Oath of Vengeance; Justiça Implacável / The Drifter. 1945 – O Espírito do Irmão / His Brother’s Ghost; Shadows of Death; Gangsters Den; Dinheiro Roubado/ Stagecoach Outlaws; Bandoleiros / Border Badmen; Fighting Bill Carson; Bandoleiros do Prado / Prairie Rustlers. 1946 – Lightning Raiders; Gentlemen with Guns; Terrors on Horseback; O Fantasma do Vale / Ghost of Hidden Valley; Bandido Esperto / Prarie Badmen; Cavaleiro Destemido / Overland Riders; Outlaws of the Plains.

Ken Curtis

CURTIS, KEN (1916-1991). Nasceu em Lamar, Colorado. Nome verdadeiro: Curtis Wain Gages. Ele é mais conhecido como Festus Hagen, o auxiliar do Delegado Matthew Dillon no seriado de televisão Gunsmoke, mas antes de ser ator, era um cantor com uma bela voz, que veio a ser aproveitada, entre 1945 e 1947, em uma série de 8 westerns musicais da Columbia: Harmonias Rústicas / Rhythm Roundup; Melodias Camponesas / Song of the Prairie / 1945; Luar da Minha Terra / Throw a Saddle on a Star / 1946; A Caipirada se Diverte / That Texas Jamboree / 1946; Nostalgia  Vaqueira / Cowboy Blues / 1946; Ritmo Sertanejo / Singing on the  Trail / 1946; Lone Star Moonlight / 1946 e Over the Santa Fe Trail / 1947. Em 1949, Curtis fez 2 westerns em cores, Riders of the Pony Express (Dist. Screen Craft); Stalllion Canyo (Dist. Astor, e substituiu Tim Spencer no conjunto Sons of the Pioneeers. Como genro de John Ford, trabalhou em vários filmes do diretor (v. g. Rio Bravo / Rio Grande /1950, Depois do Vendaval / The Quiet Man / 1952, Rastros de Ódio / The Searchers), aparecendo também em O Álamo / The Alamo e outros filmes de John Wayne. Em 1951, estrelou o seriado O Rastro do Terror / Don Daredevil Rides Again para a Republic.

Bob Custer

CUSTER, BOB (1898-1972). Nasceu em Frankfort, Kentucky. Nome verdadeiro: Raymond Anthony Glenn. No cinema mudo, usando o nome de Bob Custer, ele foi um dos cowboys da Independent Pictures, distribuídos pela Film Booking Office (FBO). Em 1927, creditado como Raymond Glenn, fez alguns filmes de outros gêneros na Chadwick Pictures, inclusive A Vitória do Bem / The Return of Boston Blackie, no qual fazia o personagem título ao lado do cão Strongheart. Posteriormente, ganhou o papel principal em 8 filmes da Syndicate: O Raio Maldito / The Last Roundup / 1929, Riders of the Rio Grande / 1929, O Treme Treme / Covered Wagon Trail / 1930, O Trem Fantasma / Parting of the Trails / 1903, Under Texas Skies / 1930, Riders of the North / 1931, Son of the Plains / 1931, Law of the Rio Grande / 1931. Seguiram-se 4 filmes da Big 4: 1931 – Headin’ For Trouble; Quick Trigger Lee. 1932 – Mark of the Spur; Scarlet Brand e 3 filmes da Reliable: 1936 – Vingança do Lobo / Vengeance of Rannah; O Vale das Sombras / Ambush Valley. 1937 – Vaqueiros da Fuzarca / Santa Fe Rides. Em 1934, Custer estrelou – ao lado do cavalo Rex e de Rin-Tin-Tin -, O Dominador das Selvas / The Law of the Wild, seriado da Mascot dirigido por B. Reeves Eason e Armand Schaefer. Em 1936, fez na Reliable: O Vale das Sombras / Ambush Valley; Vingança do Lobo / Vengeance of Rannah; Vaqueiro da Fuzarca / Santa Fe Rides.

Eddie Dean

DEAN, EDDIE (1907-1999). Nasceu em Posey, Texas. Nome verdadeiro: Edgar Dean Glosup. Cantor e compositor de música country, surgiu pela primeira vez na tela em Western Jamboree / 1938, estrelado por Gene Autry e, até 1945, apareceu como bit player em muitos westerns principalmente de Autry, Hopalong Cassidy, Tex Ritter, The Three Mesquiteers, Range Busters, Red Barry e no seriado Don Winslow na Marinha / Don Winslow of the Navy / 1942. Em 1945-1948, a PRC introduziu uma novidade, filmes de uma hora de duração em Cinecolor, e escolheu Eddie para ser o astro da série que incluia: 1945 – Song of Old Wyoming. 1946 – Romance of the West; The Caravan Trail; Colorado Serenade; Tumbleweed Trail; Driftin’ River; Stars over Texas; Wild West. 1947 – Wild Country; Range Beyond the Blue; West to Glory; Black Hills; Shadow Valley. 1948 – Check Your Guns; Tornado Range; The Westward Trail; The Hawk of Powder River; Prairie Outlaws; The Tioga Kid.

Eddie Dew

DEW, EDDIE (1909-1972). Nasceu em Sumner, Washington. Nome de seus cavalos: Flash, Copper, White Cloud. Apareceu na tela primeiramente como bit player em filmes classe A (v. g.  Aventuras de Robin Hood / The Adventures of Robin Hood / 1938, O Corcunda de Notre Dame / The Hunchback of Notre Dame / 1939, Cidadão Kane / Citizen Kane / 1941, como um dos repórteres na cabine de projecão); seriados (v. g. O Misterioso Dr. Satan/ Mysterious Dr. Satan / 1940) e séries (v. g. Nas Garras do Falcão / The Falcon Takes Over / 1942) até que a Republic decidiu transformá-lo em astro em uma série no qual interpretaria um novo herói, John Paul Revere. Os primeiros dois filmes da série, A Última Fronteira / Beyond the Last Frontier e Raiders of Sunset Pass, foram um fracasso. Convocado para substituí-lo, Bob Livingstone só fez um filme e a série foi arquivada. Dew foi para a Universal e atuou como amigo do mocinho Rod Cameron em 5 filmes em 1944 e 1945. A Universal lhe deu nova chance de se tornar um astro-cowboy em Sentença que Mata / Trail to Gunsight / 1944, porém, mais uma vez, ele não foi bem recebido pelo público.

Wild Bill Elliott

ELLIOTT, WILD BILL (1904-1965). Nasceu em Pattonsburgh, Missouri. Nome Verdadeiro: Gordon Nance. Nome de seus cavalos: Thunder, Sonny. Ele foi, juntamente com Roy Rogers, Gene Autry e Hopalong Cassidy, um dos cowboys mais famosos do western B. Antes de fazer seu primeiro papel principal no seriado A Invasão dos Peles Vermelhas / The Great Adventures of Wild Bill Hickcock da Columbia, Elliott (usando o nome de Gordon Elliott) passou treze anos, de 1925 a 1938, trabalhando como figurante (v. g. era um dos espectadores da corrida de bigas no Ben-Hur de Ramon Novarro), bit player ou coadjuvante em filmes de longa-metragem, shorts ou seriados de várias companhias. Em seguida, Elliott estrelou 4 westerns na Columbia, dirigidos por Joseph Levering: 1938 – No Velho Arizona / In Early Arizona. 1939 – Fronteiras de Sangue / Frontiers of ’49, Guerrilheiros do Texas Lone Star Pioneers e O Primeiro Rural / The Law Comes to Texas; fez outro seriado, Lutas sem Tréguas / Overland with Kit Carson; e 4 westerns tendo como personagem principal Wild Bill Saunders: 1939 – Ao Amparo do Terror / Taming of the West. 1940 – O Tirano da Fronteira / Pioneers of the Frontier, Justiça Sertaneja / The Man from Tumbleweeds e O Regresso de Wild Bill / The Return of Wild Bill. Em 1941, a Columbia colocou Elliott formando dupla com Tex Ritter em 8 westerns: 1941 – O Bamba do Kansas / King of Dodge City; Justiça da Fronteira / Roaring Frontiers.  1942 – Vigilante do Texas / Lone Star Vigilantes; Balas para Bandidos / Bullets for Bandits; AoNorte das Rochosas / North of the Rockies; O Caminho de Satanás / The Devil’s Trail; Forasteiro Vingador / Prairie Gunsmoke; Vingança do Oeste / Vengeance of the West. No final de 1942, Elliott fez o seriado O Vale dosDesaparecidos / The Valley of Vanishing Men e, em 1943, foi para a Republic: 1943 – Tirania Sertaneja / Calling Wild Bill Elliott; A Caminho do Patíbulo / The Man from Thunder River; O Vale do Caçador / Death Valley Manhunt; O Médico Índio / Wagon Tracks West; Crime Inútil / Overland Mail Robbery. 1944 – O Vale dos Bandidos / Hidden Valley Outlaws; série Red Ryder: Bandoleiros Encobertos / Tucson Raiders; A Faca Traiçoeira / Marshal of Reno; O Valentão de Santo Antonio / The San Antonio Kid; O Gato Selvagem / Cheyenne Wildcat; Vigilantes de Dodge City / Vigilantes of Dodge City; Sheriff of Las Vegas.  1945 – O Roubo da Diligência / The Great Stagecoach Robbery; Prova Fatal / Lone Texas Ranger; O Barba Azul do Oeste / Phantom of the Plains; Acusado Inocente / Marshal of Laredo; Pioneiros do Colorado / Colorado Pioneeers; Povoação Vazia / Wagon Wheels Westward. 1946 – Ouro da Califórnia / California Gold Rush; Demônio Negro / Sun Valley Cyclone; Sacramento, Cidade da Desordem / In Old Sacramento; Luta pelo Ouro / Conquest of Cheyenne; Bandidos do Vale / Sheriff of Redwood Valley  (último Red Ryder). 1947 – Uma Nova Aurora Surgirá / Wyoming; Paixão Sangrenta / The Fabulous Texan. 1948 – Fogo de Emoções / In Old Los Angeles; Legião de Bravos / The Gallant Legion. 1949 – Último Bandido / The Last Bandit; Fogo no InfernoHellfire. 1950 – Ódio Satânico / The Savage Horde; Retribuição a um Bandido / The Showdown. A partir de 1951 Elliott fez westerns na Monogram / Allied Artists: A Luta pela Glória / The Longhorn; A Trilha da Vingança / Kansas Territory; Guerra no Sertão / Fargo; The Maverick. 1953 – O Sabor do Ódio / The Homesteaders; Cidade Rebelde / Rebel City; O Preço da Redenção / Topeka (todos em Sepiatone); A Ronda do Terror / Vigilante Terror. 1954  – Vingança Inexorável / Bitter Creek; Oportunistas em Ação / The Forty Niners e assumiu o papel do Detetive Andy Doyle em 5 dramas de mistério: Fuga Fatal / Dial Red 0 / 1955; Perigo às Cegas / Sudden Danger / 1955; Nas Garras da Morte / Calling Homicide / 1956; Provas Acusadoras / Chain of Evidence / 1957 e Estrangulado / Footsteps in the Night / 1957. Sua marca registrada era o par de pistolas guardadas ao contrário nas suas cartucheiras.

Hopalong Cassidy e Jimmy Ellison

ELLISON, JIMMY “SHAMROCK” (1910- 1993). Nasceu em Guthrie Center, Iwoa, Nome verdadeiro: James Ellison Smith. Após ter atuado no palco, estreou na tela em Play Girl / 1934 da Warner, fez pequenos papéis em outras companhias e, no ano seguinte, iniciou sua carreira no western como Johnny Nelson, o jovem companheiro de Hopalong Cassidy em 8 filmes produzidos pela Paramount:  1935 – Vida e Aventura / Hop- Along Cassidy; Olhos de Águia / The Eagle’s Brood; Sinal de Fogo / Bar 20 Rides Again. 1936 – A Última Testemunha / Call of the Prairie; Três Sobre a Pista / Three on the Trail; Corações Errantes / Heart of the West; Missão Bem Cumprida / Trail Dust.1937 – Herói da Fronteira / Border Land. Em 1936, ele foi Buffalo Bill Cody em Jornadas Heróicas / The Plainsmande Cecil B. DeMille ao lado de Gary Cooper (Wild Bill Hickock) e Jean Arthur (Calamity Jane). Nos anos seguintes, Ellison apareceu em comédias românticas (v. g. Que Papai Não SaibaVivacious Lady / 1938), dramas de horror (v. g. A Morta-Viva / I Walked With a Zombie / 1943) e musicais (v. g. Entre a Loura e a Morena / The Gang’s All Here / 1943) de prestígio na RKO e 20thCentury-Fox, mas nunca conseguiu atingir o status de astro. Em 1948, Ellison fez O Desfiladeiro da Morte / Last of the Wild Horses na Lippert. Em 1950, retornou aos westerns B em uma série de 6 filmes distribuídos pela Lippert Pictures e co-estrelados por Russel Hayden, outro ex-companheiro de Hopalong Cassidy: Hostile Country, Marshall of Heldorado, Colorado Ranger; A Turma de Sempre / West of the Brazos, Crooked River e Fast on the Draw. No mesmo ano, Ellison estrelou I Killed Geronimo, distribuído pela Eagle Lion, com Chief Thundercloud como Geronimo. Na Monogram, foi o parceiro de Johnny MacBrown em 6 westerns: O Falso Fiscal / Oklahoma Justice / 1951; O Fantasma Assobiador / Whistling Hills / 1951; O Trio do Crime / Texas Lawmen / 1951; Povoado Fantasma /1952; O Cego das Montanhas / Man from the Black Hills /1952; O Rastro do Morto/ Dead Man’s Trail / 1952.

Tex Fletcher

FLETCHER, TEX (1910-1987). Nasceu em Nova York. Nome verdadeiro: Geremino Bisceglia. Oriundo do rádio, onde ganhou o apelido de “The Lonely Cowboy” por causa das suas canções “de coração-partido”. Em 1938, participou de vários shorts e a recém-fundada Arcadia Pictures contratou-o para fazer uma série de westernsmusicais, que seriam distribuídos pela Grand National. O primeiro deles, Six-Gun Rhythm / 1939, dirigido por Sam Newfield, foi bem recebido mas, antes que outro filme de Fletcher fosse feito, a Grand National faliu.

Dick Foran

FORAN, DICK (1910-1975). Nasceu em Flemington, New Jersey. Mome verdadeiro:  John Nicholas Foran. Nome de seu cavalo Smoke. Dotado de uma bela voz, iniciou sua carreira em em Hollywood, trabalhando com o nome de Nick Foran em filmes como Alegria de Viver / Stand Up and Cheer / 1934 da Fox, estrelado por Shirley Temple. Contratado pela Warner Bros., desempenhou alguns papéis importantes como coadjuvante (v. g. A Floresta Petrificada / The Petrified Forest / 1936, A Legião Negra / The Black Legion / 1936; Quatro Filhas / Four Daughters / 1928) e, entre um e outro filme classe A, foi selecionado pelo estúdio para ser o seu novo cowboy-cantor, encabeçando o elenco de 12 westerns B: 1935 – Luar dos Campos / Moonlight on the Prairie. 1936 – Destino Vingador / Song of the Saddle; Entre Índios e Piratas / Treachery Rides the Range; Missão Secreta / Trailin’ West; A Mala da Califórnia / California Mail. 1937 – Terras de Alvoroço / Guns of the Pecos; Longe da Lei / Land Beyond the Law; Terras Usurpadas / The Cherokee Strip; Blazing Sixes; Empty Holsters; The Devil’s Saddle Legion e Prairie Thunder. Em 1938, a Warner lhe deu o papel principal em um northwestern sobre a Polícia Montada em Technicolor, Coração do Norte / Heart of the North. No início dos anos 40, Foran foi para a Universal, onde trabalhou em filmes de horror (v. g. A Mão da Múmia / The Mummy’s Hand / 1940), musicais (v. g. Private Buckaroo / 1942) e comédias de Abott e Costello  (v. g. Cavaleiros da Galhofa / Ride’Em Cowboy / 1942 na qual, como “Bronco Bob Mitchell”, ele parodiava um herói de western hollywoodiano, que …  tinha medo de cavalos). No mesmo estúdio, estrelou 2 seriados: Os Conquistadores do Oeste / Winners of the West / 1940 e Os Cavaleiros da Morte / Riders of Death Valley / 1941, ambos dirigidos por Ford Beebe e Ray Taylor. Nos anos 40, 50 e 60, Foran ainda obteve alguns papéis de certo relêvo em filmes classe A (v. g. Sargento Quincannon em Sangue de Heróis / Forte Apache / 1948; Frank Jennings em Entre o Crime e a Lei / Al Jennings of Oklahoma / 1951; Jim McGinnis em The Fearmakers / 1958; Adam Stark em Império da Vingança / Taggart / 1964.

Hoot Gibson

GIBSON, HOOT (1892-1960). Nasceu em Tekamah, Nebraska. Nome verdadeiro: Edmund Richard Gibson. Nome de seu cavalo: Goldie. Ele foi um dos grandes cowboys da tela na época do cinema mudo. Fez muitos filmes curtos em 1911 e 1912. Sua carreira foi interrompida em 1917, ao ser convocado para servir o exército na Primeira Guerra Mundial. Em 1919, após seu desligamento, voltou aos filmes e começou fazendo westerns com o então jovem diretor, John Ford na Universal. Em 1921, Ford lhe deu seu primeiro papel principal em Ação Enérgica / Action. Gibson tornou-se imensamente popular durante os anos 20 e um dos astros mais preciosos do estúdio. Ele fez seus primeiros filmes falados na Universal: 1929 – Vaqueiro Errante / The Long Long Trail; Domador de Mulheres / Courtin’ Wildcats. 1930 – O Cavaleiro Ianque / The Mounted Stranger; Uma Noite na Cidade / TrailingTrouble; O Sítio da Morte / Roaring Ranch; Logrando Lobos / Trigger Tricks; Esporas de Ouro / Spurs; Vaqueiro Apaixonado / The Concentratin’ Kid. A Universal cancelou seu contrato abruptamente e ele se comprometeu com a Allied, onde fêz: 1931 – O Capitão Espalha Brasa / Clearing the Range; O Cavalo Selvagem / Wild Horse(relançado como Silver Devil); O Bamba do Rio Verde / Hard Hombre. 1932 – The Local Bad Man; The Gay Buckaroo; Spirit of the West; Comprando Barulho / A Man’s Land; The Cowboy Counselllor; Cavalgada Heróica  / The Boiling Point. 1933 – The Dude Bandit; The Fighting Parson. Seus filmes seguintes foram: 1935 – O Preço doResgate / Sunset Range; Um Capataz de Mão Cheia / Rainbow’s End (First Division); Duelo de Valentes / Powdersmoke Range (ao lado de Harry Carey na RKO); Swifty. 1936 – Lucky Terror; Feud of the West; Frontier Justice; The Riding Avenger, Cavalcade of the West (todos da Diversion); O Último Bandoleiro / The Last Outlaw (ao lado de Harry Carey na RKO); o seriado O Aliado Misterioso / The Painted Stallion / 1937 na Republic. Em 1943, Gibson retornou para a frente das câmeras na Monogram, estrelando primeiramente com Ken Maynard e depois com Bob Steele, 7 westerns da série Trail Blazers: O Mistério do Desfiladeiro / Wild Horse Stampede; Nas Malhas da Lei / The Law Rides Again; Pistolas Chamejantes / Blazing Guns; O Vale da Morte / Death Valley Rangers; Rumo ao Oeste / Westward Bound; Falsários do Oeste / Arizona Whirlwind; Malfeitores / Outlaw Trail; Diligência de Sonora / Sonora Stagecoach. Em seguida, ele fez mais 3 westerns com Bob Steele fora da série Trail Blazers: O Valentão de Utah / The Utah Kid; Paragens Inóspitas / Marked Trails; A Lei da Pistola / Trigger Law. Em 1953, voltou outra vez para a tela em Marshall’s Daughter e, em 1959, apareceu no western classe A, Marcha de Heróis / The Horse Soldiers, dirigido pelo seu velho amigo John Ford (Obs. Ver mais informações sobre Hoot Gibson no meu post de 28 de abril de 2011).

Kirby Grant

GRANT, KIRBY (1911-1985). Nasceu em Butte, Montana. Nome verdadeiro: Kirby Grant Hoon Jr. Ele foi um prodígio no violino quando era criança, mas deixou o estudo da música clássica e formou sua própria banda. Trabalhou como cantor de rádio e fez breves aparições – não creditado ou usando as vêzes o nome de Robert Stanton, em filmes de variados estúdios e gêneros. Seus primeiros westerns foram: 1938 – Ronda de Sangue / Red River Range da série The Three Mesquiteers, estrelada por John Wayne, Ray Corrigan. 1939 – O Vale dos Renegados / Lawless Valley; 1940 – Código de Bala / Bullet Code, ambos tendo como figura principal George O’Brien. Em 1944, foi contratado pela Universal onde fez musicais e comédias e, a partir de 1945, 7 westerns com Fuzzy Knight como companheiro: 1945 – Bad Men of the Border; Code of the Lawless; Trail to Vengeance. 1946 – Tiroteio no Deserto / Gun Town; Bandoleiro do Oeste / Rustlers Roundup; Lawless Breed; Homens sem Lei / Gunman’s Code. Em 1949. Kirby iniciou uma série para a Monogram, na qual interpretava um polícia montada acompanhando sempre por Chinook, the Wonder Dog. Foram 10 filmes ao todo: 1949 – Trail of the Yukon; Caçadores de Lobos / The Wolf Hunters. 1950 – O Lobo Fantasma / Snow Dog; Trágica Advertência / Call of theKlondike. 1951 – Caçadores de Homens / Yukon Manhunt; Northwest Territory. 1952 – Yukon Gold. 1953 – Floresta Misteriosa / Fangs of the Arctic; A Pista do Enforcado / Northern Patrol. 1954 – Garras Assassinas / Yukon Vengeance.

Monte Hale

MONTE HALE (1919 – 2009). Nasceu em Ada, Oklahoma. Nome verdadeiro; Samuel Buren Ely. Nome de seu cavalo: Pardner. Ele cantava no rádio e, contratado pela Republic, atuou como bit player em vários filmes do estúdio, tornando-se finalmente o novo cowboy-cantor do estúdio, onde fez 19 westerns: 1946 – Home on the Range; Man from Rainbow Valley; Out California Way. 1947 – Last Frontier Uprising; Along the Oregon Trail; Under Colorado Skies. 1948 – California Firebrand; The Timber Trail; Son of God’s Country. 1949 – Príncipe das Planícies / Prince of the Plains; Law of the Golden West; Atirar para Matar / Outcasts of the Trail; South of Rio; Sede deVingança / San Antone Ambush; Ranger of the Cherokee Strip; Pioneer Marshall. 1950 – Aviso Denunciador / The Vanishing Westerner; The Old Frontier; Bandoleiros do Missouri / The Missourians.

Russel Hayden

HAYDEN, RUSSELL (1912-1981). Nasceu em Chico, Califórnia. Nome verdadeiro: Hayden Michael Lucid. Trabalhou na Paramount como técnico de laboratório, assistente de câmera e montador e, em meados dos anos 30, foi promovido a gerente na produtora de “Pop”Sherman. Este recrutou Hayden como substituto de James Ellison e ele interpretou Lucky Jenkins em 27 westerns de Hopalong Cassidy: 1937 – À Sombra da Lei / Hills of Old Wyoming; Vingança de Irmão / North of the Rio Grande; O Fim da Quadrilha / Rustlers Valley; O Estouro da Boiada/ Hopalong Rides Again; Laçada do Destino / Texas Trail. 1938 – O Herói do Rancho / Partners of the Plains; A Única Testemunha / Cassidy of the Bar 20; Sob o Céu do Oeste / Pride of the West; Coração do Arizona / Heart of Arizona; Mina Misteriosa / Bar 20 Justice; Felicidade em Brumas / In Old Mexico; A Mestre Rural / The Frontiersman. 1939 – O Tolo Esperto / Sunset Trail; Uma Cartada Afoita / Silver on the Sage; A Sombra do Passado/ Renegade Trail; O Homem Prático / Range War; A Lei dos Pampas / Law of the Pampas. 1940 – Os Caminhos de Santa Fé / Santa Fe Marshall; O Trunfo é Paus / The Showdown; Piratas da Estrada / Hidden Gold; Ferradura Fatal / Stagecoach War; Three Man from Texas; A Caravana Emboscada / Doomed Caravan; O Cartucho Acusador / In Old Colorado; Fronteiras Perigosas / Border Vigilantes; Piratas a Cavalo / Pirates on Horseback; Cidade Sem Justiça / Wide Open Town. Sherman usou Hayden também em filmes da série Zane Grey da Paramount: 1938 – O Cavaleiro Misterioso / The Mysterious Ride. 1939 – Herança do Deserto / Heritage of the Desert.  1940 – Batismo de Fogo / Knights of the Range; Estrela do Ocidente / The Light of the Western Star. Em 1941-1942, Hayden fez 8westerns na Columbia, estrelados por Charles Starrett: 1941 – Real Patrulha Montada / The Royal Mounted Patrol. 1942 – Bandoleiros do Faroeste / Riders of the Badlands; Redenção de um Bandido / West of Tombstone; Bandoleiros das Planícies / Lawless Plaisnmen; Lá no Texas / Down Rio Grande Way; O Rancho Misterioso / Riders of the Northland; A Lei das Colinas / Bad Men of the Hills; Diligência de Deadwood / Overland to Deadwood. Em seguida, a Columbia deu a Hayden a sua própria série, tendo como companheiro Dub Taylor: 1942 – O Prado Solitário / The Lone Prairie; Um Xerife Turuna / A Tornado in the Saddle. 1943 – Cavaleiros da Polícia Montada / Riders of the Nortwest Mounted; A Maldição dos Rancheiros / Saddles and Sagebrush; Espoliadores / Silver City Raiders. O Rural Foragido / The Vigilantes Ride; No Rastro do Asssassino / Wyoming Hurricane; O Último Cavaleiro/ The Last Horseman. Hayden fez ainda 2 westerns na Universal: 1943 – Frontier Law. 1944 – Marshall of Gunsmoke (estrelado por Tex Ritter) e um seriado, A Cidade Perdida / The Lost City of the Jungle / 1946; 2 westerns para a Golden Gate Pictures (Dist. Screen Guild): 1946 – Neath Canadian Skies; North of the Border; 2 westerns para a Bali Pictures (Dist: Screen Guild): 1947 – Where the North Begins; Trail of the Mounties; 1 westernna Republic: 1948 – Amigos da Aventura / Sons of Adventure; 6 westerns distribuídos pela Lippert, tendo como companheiro James Ellison: 1950 – Hostile Country; Marshall of Heldorado, Crooked River, Colorado Ranger, A Turma de Sempre/ West of the Brazos, Fast on the Draw; 2 westerns estrelados por Gene Autry: 1951 – Texas Never Cry; Valley of Fire. Também como coadjuvante fez: 1948 – O Romântico Defensor / Albuquerque da Pine Thomas (Dist. Paramount), estrelado por Randolph Scott; 1949 – Deputy Marshall; Apache Chief da Lippert, estrelados respectivamente por Jon Hall e Alan Curtis.

Tim Holt

HOLT, TIM (1919- 1973). Nasceu em Beverly Hills, Califórnia. Nome verdadeiro: Charles John Holt Jr.  Nome de seu cavalo: Lightning. Nascido e criado em Hollywood, ele era filho de Jack Holt e irmão de Jennifer Holt, uma das principais atrizes dos westerns B. Além dos seus 47 westerns B da RKO, Tim teve papéis importantes em grandes clássicos do cinema: 1939 – como oficial de cavalaria em No Tempo das Diligências / Stagecoach   1943 – como Georgie Minifer em Soberba / The Magnificent Ambersons; 1946 – como Virgil Earp em Paixão dos Fortes / My Darling Clementine; 1948 – como um dos três garimpeiros em O Tesouro de Sierra Madre / The Treasure of Sierra Madre. Seu primeiro filme foi ao lado do pai – aos sete anos de idade – em Fibra de Herói / The Vanishing Pioneeer/ 1928. Na RKO: 1940 – A Jornada da Morte / Wagon Train; Punhos Contra Revólveres / The Fargo Kid. 1941 – Vingança na Fronteira / Along the Rio Grande; Ladrões de Terras / Robbers ofthe Range; Ciclone a Cavalo / Cyclone on Horseback; Ladrões de Ouro / Six Gun Gold; A Senda do Crime / The Bandit Trail; Mina de Dinheiro / Dude Cowboy. 1942 – Galopando ao Vento / Riding the Wind; Paraíso dos Bandoleiros / Land of the Open Range; Afrontando o Perigo / Come on Danger; Cascos Trovejantes / Thundering Hoofs; O Falso Delegado / Bandit Ranger; Piratas do Prados / Pirates of the Prairie. 1943 – Traidores da Lei / Fighting Frontier; Justiça Vingadora / Sagebrush Law; Cavaleiro VIngador / The Avenging Rider; Vingador Mascarado / Red River Robin Hood. 1947 – Morros Trovejantes / Thunder Mountain; Montanhas Perigosas / Under the Tonto Rim; O Cavalo Selvagem / Wild Horse Mesa. 1948 – Herança Fatal / Western Heritage; Armas do Ódio / Guns of Hate; O Valente do Arizona / The Arizona Ranger; O Agente da Morte / Indian Agent; Revólveres Fumegantes / Gun Smugglers. 1949 – Irmãos na Sela / Brothers of the Saddle; Os Salteadores / Rustlers; Diligência Fatídica / Stagecoach Kid; Bandidos Mascarados / Masked Raiders; Renegados do Oeste / The Mysterious Desperado. 1950 – Cavaleiros da Audácia / Riders of the Range; Desfiladeiro Fatal / Dynamite Pass; Aventuras Ciclônicas / Storm OverWyoming; Bandoleiro da Vingança / Rider from Tucson; Tesouro da Fronteira / Border Treasure; A Patrulha do Rio Grande / Rio Grande Patrol; 1951 – A Lei dos Maus / Law of the Badlands; Ginete Audacioso / Saddle Legion; Valentes Destemidos / Gun Play; Roubo no Rancho / Pistol Harvest; Balas da Vingança / Hot Lead; Sabotagem noPrado / Overland Telegraph. 1952 – Guia Rural / Trail Guide; O Agente da Morte / Road Agent; Violência de Bandido / Target; Desert Passage.

George Houston

HOUSTON, GEORGE (1896-1944). Nasceu em Hampton, New Jersey. Nome verdadiro: George Fleming Houston. Após ter trabalhado em algums musicais na Broadway,  foi contratado pela Grand National em 1938, para interpretar o papel de Wild Bill Hickock em Frontier Scout. Huston apareceu (com o nome de George Byron) como um cantor de cabaré em Bloqueio / Blockade / 1938 da Warner e em mais alguns filmes classe A (v. g. como o Grande Marechal George Duroc em O Romance de Madame Walewska / Conquest / 1937; como Schiller em A Grande Valsa / The Great Waltz / 1938; como George Washington em A Flama da Liberdade / The Howards of Virginia / 1940) e, no início de 1941, foi escolhido pela PRC para ser Tom Cameron, “The Lone Rider”, em 11 westerns B: 1941 – Cavaleiro Solitário / The Lone Rider Rides On; O Solitário da Fronteira / The Lone Rider Crosses the Rio; Os Fantasmas do Deserto / The Lone Rider in Ghost Town; The Lone Rider in Frontier Fury; The Lone Rider Ambushed; The Lone Rider Fights Back. 1942 – The Lone Rider and the Bandit; The Lone Rider in Cheyenne; The Lone Rider in Texas Justice; Border Roundup; Outlaws of Boulder Pass.

Jack Hoxie

HOXIE, JACK (1885-1965). Nasceu em Kingfisher, Oklahoma. Nome verdadeiro: John Hartford Hoxie. De 1913 até ganhar seu primeiro papel principal no seriado O Fio do Destino / Lightning Bryce da National Film Corp. ele fez (usando o nome de Hartford Hoxie, depois abreviado para Hart) muitos westerns de dois rolos, alguns com Helen Holmes e a maioria com Marin Sais (com quem se casou), quase todos para a Kalem. Nos anos 1921-22, Hoxie foi se firmando como astro cowboy em westerns produzidos por Ben Wilson e distribuídos pela Arrow Pictures. Posteriormente, comprometeu-se com a Sunset Productions e, em 1923, na Universal ele se tornou o cowboy de prestígio do estúdio depois de Hoot Gibson: 1924 – O Cavaleiro Fantasma / The Phantom Horseman; O Direito Sempre Vence / The Galloping Ace; Bendita Neve / Ridgeway of Montana; O Desconhecido / The Man from Wyoming; Na Trilha do Perigo ou De Volta à Pátria / The Back Trail; Herança de Sangue / Fighting Fury; Pela Honra da Palavra / The Sign of the Cactus. 1925 – Cascos Voadores ou Dever de Consciência / Flying Hoofs; O Laçodo Amor / A Roaring Adventure; Entre a Vida e a Morte / Ridin’ Thunder; Um Rasgo de Valor / Don Daredevil; O Cavaleiro Vermelho / The Red Rider; O Foragido / Western Wallop; Na Pista do Amor / Daring Chances; Vingando o Passado / The White Outlaw; Aparando o Golpe / Bustin’ Tru; Um Romance no Deserto / Hidden Loot; Eu Sou Ele / Two-Fisted Jones. 1926 – O Demônio / The Demon; No Rastro da Vingança / A Six-Shooting Romance; O Delegado da Fronteira / The Border Sheriff; Comprando Barulho / Looking for Trouble; O Paladino da Paz / The Fighting Peacemaker; A Cavalhada Selvagem / The Wild Horse Stampede; Pela Vida de Seu Pai / Red Hot Leather. 1927 – Uma Questão de Opinião / Rough and Ready; The Western Whirlwind; Devoção e Amor / The Rambling Ranger; Pela Lei e Pela Ordem / Grinning Guns / Homens de Ânimo / Men of Daring; Os Três Lutadores / The Fighting Three. Em 1926, interpretou o papel de Buffalo Bill no filme da Metropolitan estrelado por William Boyd, A Última Testemunha / The Last Frontier. Durante os anos 30, Hoxie assinou contrato com a Majestic Pictures e retomou brevemente sua carreira na tela em 6 westerns B, produzidos por Larry Darmour: 1932 – Ouro Maldito / Gold; Justiça de Criminoso / Outlaw Justice; Cavaleiros da Noite / The Law and the Lawless. 1933 – Correio Expresso do Arizona / Via Pony Express; Salteador do Arizona / Gun Law; Ajuste Final / Trouble Busters.

Art Jarrett

JARRETT, ART (1907-1987). Nasceu em Nova York. Nome verdadeiro: Arthur L. Jarrett Jr. Cantor e músico de orquestra de dança, fez somente um western B para a Grand National em 1939: Trigger Pals. A companhia faliu, e ele retornou à sua carreira musical.

Herb Jeffries

JEFFRIES, HERB (1913-2014). Nasceu em Detroit, Michigan. Nome verdadeiro: Umberto Alexander Valentino. Cantor e músico de jazz, ele estrelou alguns filmes étnicos destinados às platéias negras. 1937 – Harlem on the Prairie. 1938 – Two-Gun Man from Harlem; O Vaqueiro de Bronze / The Bronze Buckaroo. 1939 – Harlem Rides the Range.

Buck Jones

JONES, BUCK (1891-1942). Nasceu em Vincennes, Indiana. Nome verdadeiro: Charles Frederick Gebhart. Nome de seu cavalo: Silver. Juntamente com Tom Mix e Ken Maynard formou o trio máximo de cowboys da cena muda. Foi com o Ringling Brothers Circus que ele chegou a Hollywood, começando em 1918 como stuntman em westerns de dois rolos da Universal, transferindo-se depois para uma companhia independente, Canyon Pictures, na qual atuou em uma série de filmes de Franklin Farnum. A Fox contratou Buck como dublê e figurante e nessa ocasião ele apareceu em filmes de William Farnum e Tom Mix. O primeiro filme de Buck Jones no papel principal foi Quem Não Arrisca / The Last Straw e, nos próximos anos, fez mais de 60 filmes para a Fox, disputando com Tom Mix o aplauso dos fãs. Buck trabalhou nesta companhia até 1927, quando formou produtora própria, a Buck Jones Productions e fez O Grande Salto / The Big Hop, que resultou em um fracasso de bilheteria. Ele então fundou o Buck Jones Wild West Show and Roundup Days, apresentando-se como grande atração; porém, infelizmente, o espetáculo não se firmou e Buck perdeu muito dinheiro nessa aventura. Em 1930, ele estava com dificuldades financeiras e assinou contrato com a Beverly Productions de Sol Lesser, para fazer filmes que seriam distribuídos pela Columbia. Após uma série de 8 filmes, a Columbia assumiu diretamente a produção. Em 1934, Buck atingiu uma popularidade que suplantava a dos melhores dias do período silencioso e foi para a Universal onde fez 22 filmes e quatro seriados. Ele saiu da Universal em 1937 e se uniu a Coronet Productions, participando de uma série de westerns, distribuídos pela Columbia e produzidos pelos irmãos Maurice e Frank King. Finalmente, Buck formou, com Tim McCoy e Raymond Hatton, o trio de veteranos em 8 westerns da série Rough Riders, produzida por Scott R. Dunlap para a Monogram. Buck Jones morreu em um incêndio, ocorrido em 28 de novembro de 1942, no Melody Lounge no andar térreo do Cocoanut Grove (Obs. Ver mais informações sobre Buck Jones no meu post de 4 de setembro de 2010).1928 – O Grande Salto / The Big Hop. 1930 – A Estância Sinistra / Shadow Ranch; O Cavaleiro Solitário / The Lone Rider; Homens sem Lei / Men Without Law; Senda Sangrenta / The Dawn Trail. 1931 – Vingança do Deserto / Desert Vengeance; O Vingador / The Avenger; O Guardião do Texas / The Texas Ranger; A Fôrça do Dever / The Fighting Sheriff; O Estigma do Acaso / Branded; A Lei da Fronteira / Border Law; Estância em Guerra / Range Feud; No Limite da Justiça / The Deadline. 1932 – O Cavaleiro da Justiça / Ridin’ for Justice; O Guardião da Lei / One Man Law; O Terror dos Bandidos / South of the Rio Grande; O Amigo do Perigo / Hello Trouble; O Filho da Tribo / White Eagle; Honra Pelo Dever / McKenna of the Mounted. 1933 – A Trilha Proibida / Forbidden Trail; Crime de Traição / Treason; O Cavaleiro do Poente / Sundown River; Audácia de Tirano / California Trail; O Vale da Morte / Unknown Valley; O Caçador de Emoções / Thrill Hunter; A Vila dos Fantasmas / Gordon of Ghost City (seriado). 1934 – O Código e um Herói / The Fighting Code; Músculos de Aço / The Fighting Ranger; Farejando a Caça / Man Trailer; Um Roceiro de Sorte / Rocky Rhodes; Quando um Homem Vê Perigo / When a Man Sees Red; O Cavaleiro Vermelho / The Red Rider (seriado). 1935 – Prêmio de Consolação / The Crimson Trail; Esperança que Renasce / Stone of Silver Creek; Dívida de Jogo / Outlawed Guns; Audácia Recompensada / Border Brigands; Lembrança Querida / The Throwback; A Pistola de Punho de Marfim / The Ivory-Handled Gun; Aventureiros Heróicos / Roaring West (seriado). 1936 – O Ocaso do Poder / Sunset of Power; Entrevista Interrompida / Silver Spurs; Luta Inglória / For the Service; O Boiadeiro e o Órfão / The Cowboy and the Kid; Devorador de Quilômetros / Ride’em Cowboy; Semelhança Enganadora / Boss Rider of Gun Creek; O Rancho das Feitiçarias / Empty Saddles; O Cavaleiro Fantasma / The Phantom Rider (seriado). 1937 – Tumultos da Vida / Sand Flow; À Esquerda da Lei / Left Handed Law; Vencendo a Razão / Smoke Tree Range; Ases Negros / Black Aces; Aqui Mando Eu / Law for Tombstone; Castigo Imprevisto / Boss of Lonely Valley; Última Etapa / Sudden Bill Dorn; Abutres dos Negócios / Headin’ East; Ídolos de Barro / Hollywood Roundup. 1938 – Fronteiras Heróicas / California Frontier; O Expresso Postal / The Overland Express; Esperteza de Texano / Law of the Texan; Zombando do Perigo / Stranger from Arizona. 1940 – A Caravana do Oeste / Wagons Westward. 1941 – Série Rough Riders: O Vaqueiro do Arizona / Arizona Bound; O Agente Encoberto / The Gunman from Bodie; Ouro Fatal / Forbidden Trails; Águia Branca / White Eagle (seriado); Os Cavaleiros da Morte / Riders of Death Valley (seriado). 1942 – Além da Fronteira / Below the Border; O Mistério da Cidade Fantasma / Ghost Town Law; Rumo ao Texas / Down Texas Way; Centauros Vingadores / Riders of the West; À Margem da Lei / West of the Law; Amanhecer na Fronteira / Dawn on the Great Divide.

Tom Keene

KEENE, TOM (1896 – 1963). Nasceu em Rochester, Nova York. Nome verdadeiro: George Duryea.  Nome do seu cavalo: Rusty, the Wonder Horse. Oriundo dos palcos, estreou na tela (como George Duryea) em 1928 no filme de Cecil B. DeMille Mulher Sem Deus / The Godless Girl 1929, trabalhou para várias companhias em filmes classe A (v. g. Ouro Redentor / Tide of Empire / 1929 de Allan Dwan) e, logo após ter feito The Dude Wrangler para a World Wide, foi (com o nome de Tom Keene) contratado pela RKO: 1930 – Pardon my Gun. 1931: A Trilha do Sol Nascente / Sundown Trail; Freighters of Destiny. 1932 – Partners; Arrebentando Selas / Saddle Buster; O Vale dos Fantasmas / Ghost Valley; Entre Ladrões de Gado / Beyond the Rockies; O Terror das Planícies  / Come on Danger; Renegados do Oeste / Renegades of the West. 1933 – O Rio Escarlate / Scarlet River; O Filho da Fronteira / Son of the Border; The Cheyenne Kid; Cross Fire. Paralelamente aos seus westerns B, Keene fez filmes classe A (v. g. Na Pista do Criminoso / Sunset Pass / 1933, de Henry Hathaway, para a Paramount; O Pão Nosso / Our Daily Bread / 1934, de King Vidor, para a Viking Productions (Dist. United Artists). Após comparecer ao lado de Buster Crabbe em dois westerns da Paramount, Roubada a Tempo / Desert Gold e A Cerca Inimiga / Drift Fence, Keene assinou contrato com a Crescent: 1936 – The Glory Trail; A Tentadora / Rebellion; 1937 – Battle of Greed; Rainha da Louisiana / Old Louisiana; Under Strange Flags; The Law Commands; Drums of Destiny; Raw Timber. No final de 1937, Keene foi para a Monogram: 1937 – Os Destemidos / God’s Country and the Man; Na Encruzilhada / Where Trails Divide; Romance na Serra / Romance of the Rockies. 1938 – Riscos da Fronteira / The Painted Trail.  1941- Wanderers of the West; Dynamite Canyon; The Driftin’ Kid; Riding the Sunset; Lone Star Law Men. 1942 – Western Mail; Arizona Roundup; No Fim da Picada / Where Trails End. Depois disso, Keene mudou seu nome para Richard Powers e se tornou um ator para pequenos papéis, aparecendo à vezes em bons filmes como Rancor / Crossfire / 1947 ou Expresso para Berlin / Berlin Express / 1948. Em 1950, estrelou um seriado: A Quadrilha do Diabo / Desperadoes of the West na Republic.

Paul Kelly

KELLY, PAUL (1899 – 1956). Nasceu em Nova York. Nome verdadeiro: Paul Michael Kelly.Começou sua carreira em 1911 como ator infantil no teatro e em filmes mudos da Vitagraph. Como adulto, alternou seu trabalho no palco e na tela, onde atuou quase sempre como coadjuvante em filmes classe A para várias companhias. Sua contribuição para os westerns B ocorreu quando a Fox o colocou como astro de dois filmes: 1936 – O Dever Acima de Tudo  / The Country Beyond e Falso Vaqueiro / It Happened Out West. Kelly estrelou também um seriado, Código Secreto / The Secret Code em 1942, no qual interpetava o papel do mocinho, O Comando Negro.

John Kimbrough

KIMBROUGH, JOHN (1918-2006).  Nasceu em Haskell, Texas. Nome verdadeiro: John Alec Kimbrough. Depois que a Republic promoveu como astro o atleta Sammy Baugh no seu seriado Contra a Quinta Coluna / King of Texas Rangers / 1941, a 20thCentury-Fox decidiu promover este outro atleta, colocando-o em dois westerns B: 1942 – Vaqueiro Solitário / Lone Star Ranger e Sundown Jim.

John ” Dusty “King

KING, JOHN “DUSTY” (1909-1987). Nasceu em Cincinnati, Ohio. Nome verdadeiro:  Miller McLeod Everson. Começou no rádio como locutor e cantor. Era vocalista da orquestra de Ben Barnie, quando foi contratado pela Universal, onde esteve quase sempre como coadjuvante em filmes de vários gêneros e dois seriados: Aventuras de Frank, o Gladiador / The Adventures of Frank Merriwell / e Az Drummond / Ace Drummond  / 1936. Em 1940, assinou contrato com a Monogram, para atuar como o cowboy cantor na série Range Busters. 1940 – The Range Busters; Trailing Double Trouble; West of Pinto Basin. 1941 –Trail of the Silver Spur; The Kid’s Last Ride; Tumbledown Ranch in Arizona; Wranglers Roost; Fugitive Valley; Saddle Mountain Roundup; Tonto Basin Outlaws; Underground Rustlers. 1942 – Thunder River Feud Rocky River Renegades; Boot Hill Bandits; Texas Trouble Shooters; Arizona Stage Coach; Cavaleiros da Pátria / Texas to Bataan; Trail Riders. 1943 – A Voz da Cova / Two Fisted Justice; O Mistério do Rancho / Haunted Ranch.

Fred Kohler Jr.

KOHLER JR., FRED (1911-1993). Nasceu em Los Angeles, Califórnia. FIlho de Fred Kohler, ator conhecido dos anos 20 / 30, fez quase sempre pequenos papéis ou atuou como coadjuvante em filmes de vários gêneros e estrelou dois westerns B para Commodore Pictures: 1935 – Ambição de Ouro / The Pecos Kid; O Filho do Deserto / Toll of the Desert. Kohler pai e Kohler filho apareceram juntos em Em O Vale dos Renegados / Lawless Valley / 1938, produzido pela RKO Radio e estrelado por George O’Brien, Jr .

Allan Rocky Lane

LANE, ALLAN ROCKY (1909-1973). Nasceu em Mishakawa, Indiana. Nome verdadeiro; Harry Leonard Albershardt. Nome de seu cavalo: Black Jack.  Grande atleta na Universidade, foi “descoberto”por um caçador de talentos e assinou contrato com a Fox, onde estreou no cinema em Braços Vazios / Not Quite Decent / 1929, e fez mais alguns filmes. No início dos anos 30, transferiu-se para a Warner Bros. e, após alguns papéis pequenos, resolveu voltar para a Fox (agora chamada 20thCentury-Fox), assumindo funções de coadjuvante (v.g. Pequena Clandestina / Stowaway / 1936 com Shirley Temple; Charlie Chan nos Jogos Olímpicos / Charlie Chan at the Olympics / 1936). Ele obteve seu primeiro papel principal na Republic em The Duke Comes Back / 1937 e depois, na RKO, ganhou outros  (v. g. Penhor de Honra / Panama Lady / 1939 com Lucille Ball) e participou de umwestern ao lado de Harry Carey e Tim Holt: A Lei na Terra dos Bandoleiros / The Law West of Tombstone. Na Republic fez 4 seriados: 1940 – O Rei da Polícia Montada / King of the Royal Mounted. 1942 – Polícia Montadacontra a Sabotagem / King of the Mounties; A Tribo Misteriosa / Dare Devils of the West.  1944 – A Mulher Tigre /Tiger Woman. Trabalhou também em alguns filmes de outros gêneros e iniciou sua própria série de westerns, sendo 7 deles como Red Ryder: 1944 – À Procura do Assassino / Silver City Kid; Vaqueiro Solitário / Stagecoach to Monterey; Sheriff of Sundow. 1945 – The Topeka Terror; Salteadores do Texas / Corpus Christi Bandits; Trail of KitCarson; Série Red Ryder: 1946 – Rota de Criminosos / Santa Fe Uprising; Diligência de Bandidos / Stagecoach toDenver. 1947 – Motim em Nevada / Vigilantes of Boomtown; Várzeas em Chamas / Homesteaders of Paradise Valley; Cachimbo da Paz / Oregon Trail Scouts; Quadrilha do Vale / Rustlers of Devil’s Canyon; Cartas Marcadas / Marshall of Cripple Creek (fim da série Red Ryder); Fronteira Indômita / The Wild Frontier; O Fantasma doDesfiladeiro / Bandits of Dark Canyon. 1948 – Terra do Terror / Oklahoma Badlands; Fronteiras sem Lei / The Bold Frontiersman; Vingança Tenebrosa / Carson City Raiders; Estalagem Misteriosa / Marshall of Amarillo; Armadilha de Morte / Desperadoes of Dodge City; Cilada Fatal / The Denver Kid; Delegado Sagaz / Sundown in Santa Fe; Vingança de Índio / Renegades of Sonora. 1949 – Intrépido Xerife / Sheriff of Wichita; O Vale do Terror / Death Valley Gunfighter; Traição na Fronteira / Frontier Investigator; Bandido do Wyoming / The Wyoming Bandit; Piratas da Estrada / Bandit King of Texas; Nas Malhas da Justiça / Navajo Trail Raiders; Misterioso Desaparecido / Powder River Rustlers. 1950 – A Cobiça do Ouro / Gunmen of Abilene; O Terror do Arizona / Code of the Silver Sage;Os Três Mascarados / Salt Lake Raiders; O Segredo das Cartas / Covered Wagon Raid; Vigilante Justiceiro / Vigilante Hideout; O Protetor da Diligência / Frisco Tornado; O Rancho da Discórdia / Rustlers on Horseback. 1951 – Caminhante Solitário / Rough Riders of Durango; Quatreiros Noturnos / Night Riders of Montana; O FalsoBandoleiro / Wells Fargo Gunmaster; Covil de Ladrões / Fort Dodge Stampede; Abutres Noturnos / Desert of Lost Men. 1952 – Tesouro Fatal / Captive of Billy the Kid; Homens do Mal / Leadville Gunslinger; Golpe de Audácia / Black Hills Ambush; Povoado Assombrado / Thundering Caravans; Vingança Implacável / Desperadoes Outpost. 1953 – Caçada Sinistra / Marshall of Cedar Rock; Terra de Malfeitores / Savage Frontier; Aventuras no Oeste / Bandits of the West; Na Pista dos Criminosos / El Paso Stampede. Lane apareceu ainda  – com outros astros-cowboys – em Os Sinos de Rosarita / The Bells of Rosarita / 1945, western estrelado por Roy Rogers.

Lash La Rue

LA RUE, LASH (1917–1996). Nasceu em Gretna, Louisiana. Nome verdadeiro: Alfred LaRue. Começou a atuar em filmes em 1945, como Alfred LaRue, em um seriado da Universal, A Chave Mestra / The Master Key. A PRC selecionou-o para fazer o papel de um fora-da-lei, The Cheyenne Kid, em um western Eddie Dean, Song of OldWyoming, ele aprovou e, no ano seguinte, apareceu em mais dois filmes de Dean: The Caravan Trail e Wild West, este, tal como os dois primeiros, filmados em Cinecolor. Em 1947, ganhou sua própria série, contituída por 8 westerns: 1947 – Law of the Lash; Border Feud; Pioneer Justice; Ghost Town Renegades; Stage to Mesa City; Return of the Lash; The Fighting Vigilantes; Cheyenne Takes Over. Em 1948, a série continuou, agora sob o auspício da Western Adventure Productions de Ron Ormand com distribuição pela Screen Cuild: 1948 – Dead Man’s Gold; Mark of the Lash; Frontier Revenge. 1949 – Outlaw Country; Son of Billy the Kid; Son of a Badman. 1950 – King of the Bullwhip; The Dalton’s Women. 1951 – The Thundering Trail; The Vanishing Outpost. 1952 – The Black Lash; The Frontier Phantom.

Rex Lease (com as duas pistolas)

LEASE, REX (1903- 1968).  Nasceu em Central City, West Virginia. Nome verdadeiro: Rex Lloyd Lease. No cinema mudo e sonoro ele trabalhou para várias companhias modestas, interpretando pequenos papéis e às vezes liderando o elenco (v. g. do seriado O Piloto Misterioso / The Mystery Pilot / 1926). Entre 1930 e 1936, estrelou 8 westerns para os estúdios Tiffany, World Wide e, principalmente, Superior: 1930 – The Utah Kid. 1931 – In Old Cheyenne. 1935 – Rodeio Infernal / The Cowboy and the Bandit; Cyclone of the Saddle; Companheiros de Luta / Pals of the Range; O Crime da Mina / Fighting Caballero; The Ghost Rider; Lutador do Oeste / Rough Riding Ranger bem como dois seriados: 1931 – The Sign of the Wolf da Metropolitan. 1936 – A Flecha Sagrada / Custer’s Last Stand da Stage and Screen. Rex destacou-se -ainda em Law of the Range e Cavaleiros das Trevas / Riders of the Dark(westerns de Tim McCoy, ambos de 1928, para a MGM); Justiça a Tiros / Fast Bullets e Tiroteio Infernal / Ridin’ On(westerns de Tom Tyler, ambos de 1936, para a Reliable); Cavalcade of the West (western de Hoot Gibson de 1936 para a Diversion Picture); A Mina de Prata / The Silver Tray (western com Rin-Tin-Tin de 1937 para a Reliable); e como Pecos Kid em Lightnin’ Bill Carson (western de Tim Mc Coy de 1936 para a Puritan).

Bob Livingstone

LIVINGSTON, BOB (1904-1988). Irmão de Jack Randall, também cowboy do western B. Nasceu em Quincey, Illinois. Nome verdadeiro: Robert Edward Randall. Entrou para o cinema ainda no período silencioso, trabalhando como bit player para vários estúdios. Em 1933, foi contratado pela MGM, onde continuou atuando em pequenos papéis.  Em 1936, a Republic o colocou como o mascarado The Eagle no seriado Os Vigilantes da Lei  / The Vigilantes Are Coming e como o Zorro em A Marca do ZorroThe Bold Caballero. Ainda na Republic, ele foi o Stony Broke original em 29 westerns da série The Three Mesquiteeers (papel depois interpretado por John Wayne em 8 filmes) e o Lone Ranger no seriado A Volta do Cavaleiro Fantasma / The Lone Ranger Rides Again, tendo a seu lado o Chief Thundercloud como Tonto. Em 1941, Livingston deixou a Republic para assumir (em substituição a George Houston) o papel principal em 6 westerns da série The Lone Rider.  Em 1944, ele retornou à Republic, onde interpretou o papel de John Paul Revere na série de Eddie Dew, que só teve dois filmes; no mesmo ano, ele fez ainda dois westerns nesse estúdio. Série The Three Mesquiteers: Pé de Guerra / The Three Mesquiteers; Ouro Escondido / Ghost Town Gold; Roarin ‘ Lead. 1937 – A Caveira Que Assobia / Riders of the Whistling Skull; Soberanos da Sela / Hit de Saddle; Galopando para a Justiça / Gunsmoke Ranch; Avante, Boiadeiro/ Come On Cowboys; Sentinelas do Vale / Range Defenders; Heart of the Rockies; O Grande Rodeio / Wild Horse Rodeo. 1938 – The Purple Vigilantes; Call the Mesquiteers; Outlaws of Sonora; Riders of the Black Hills; Heroes of the Hills. 1939 – The Kansas Terrors; Cowboys from Texas. 1940 – Heroes of the Saddle; Pioneeers of the West; Covered Wagon Days; Rocky Mountain Rangers; Oklahoma Renegades; O Filho do Delegado / Under Texas Skies; Defensores Indomáveis / The Trail Blazers; O Cavalo Justiceiro / Lone Star Raiders. 1941 – Pioneiros das Planícies / Prairie Pioneers; Amigos Até a Morte / Pals of the Pecos; O Traidor da Tribo / Saddlemates; Espoliadores de Sonora / Gangs of Sonora. Série Lone Rider: 1942 – Overland Stagecoach. 1943 – Wild Horse Rustlers; Death Rides the Plains;Wolves of the Range; Law of the Saddle; Raiders of Red Gap. Série John Paul Revere: 1944 – Pride of the Plains; Beneath Western Skies; The Laramie Trail; A Grande Bonanza / The Big Bonanza. No restante dos anos 40 e anos 50, ele continuou trabalhando como coadjuvante ou bit player, principalmente nos westerns de Gene Autry, Tim Holt, Roy Rogers.

Jack Luden

LUDEN, JACK (1902-1951). Nasceu em Reading, Pennsylvania. Nome verdadeiro: Jacob Benson Luden.  Sua história é muito triste. Filho de família rica, optou por uma carreira de ator. Em 1925, obteve uma vaga na Paramount Pictures’ School of Acting em Long Island, Nova York que, no ano seguinte, o encaminhou para Hollywood. Ele ganhou um papel importante em Desafio à Mocidade / Fascinating Youth. Emprestado para a FBO, assumiu o papel principal ao lado de Evelyn Brent em A Taça Sinistra / The Jade Cup / 1926 e participou de 12 comédias curtas. De volta à Paramount, atuou com destaque ao lado de Gary Cooper em A Última Prisioneira / The Last Outlaw. Infelizmente, Luden adquiriu o hábito da heroína e, desfeito seu contrato com a Paramount, foi preso várias vêzes por furto em lojas, para sustentar seu vício. Mesmo assim, conseguiu recomeçar sua carreira no cinema na unidade de Larry Darmour na Columbia, onde – interpretando o personagem Breezy – fez 4 westerns B em 1938: A Caravana do Progesso / Rolling Caravans; A Corrida do Triunfo / Stagecoach Days; Salteadores da Fronteira / Pioneer Trail; Phantom Gold. Despedido da Columbia, ele encerrou sua trajetória artística fazendo aparições não creditadas em filmes de várias companhias. Preso por passar cheques sem fundo, foi enviado para a penitenciária de San Quentin, e faleceu nove meses depois, de um ataque do coração, aos 49 anos de idade.

Tim McCoy

MCCOY, TIM (1891-1978). Nasceu em Saginaw, Michigan. Nome verdadeiro:  Timothy John Fitzgerald McCoy. Nome do seu cavalo: Starlight, Midnight. Ele foi um dos astros do western nos anos 20 e 30, compondo como Tom Mix, Buck Jones, Ken Maynard e Hoot Gibson o quinteto de ouro do gênero nessa época. Em 1923, iniciou-se no cinema como consultor técnico do filme Os Bandeirantes / The Covered Wagon. Após ter feito alguns papéis como coadjuvante na Paramount (v. g. Almas Bravias / The Thundering Herd / 1925; Alma Cabocla / The Vanishing American / 1926) obteve seu primeiro papel principal em Surpresas de um Beijo / War Paint / 1926, produzido pela MGM, seguindo-se neste estúdio até o fim da década outros westerns classe A bem como filmes policiais e de aventura. Em 1930, estrelou na Universal o seriado Os Índios do Oeste / The Indians Are Coming e em 1931 o drama de ação O Herói das Chamas / Heroes of the Flame. Neste mesmo ano, ele iniciou uma série de westerns na Columbia e subsequentemente outra série na Puritan. Na Columbia: 1931 – A Trilha da Morte / The One Way Trail; Shotgun Pass; Desforra do Fugitivo / The Fighting Marshal. 1932 – A Lei do Revólver / The Fighting Fool; O Cavaleiro do Texas / Texas Cyclone; O Cavaleiro Ciclone / The Riding Tornado; A Lei da Coragem / Two Fisted Law; Desafiando a Morte / Daring Danger; O Cerco da Morte / Cornered; Código do Oeste / The Western Code; Triunfo Justiceiro / Fighting for Justice; O Fim da Trilha / End of the Trail. 1933 – O Mistério do Banco / Man of Action; Inimigos Leais / Silent Men; Companheiros Errantes / The Whirlwind; Forasteiro Solitário / Rusty Rides Alone. 1934 – Justiça Implacável / Beyond the Law; O Forasteiro / The Prescott Kid; O Cavaleiro do Far-West / The Westerner. 1935 – Atirador Justiceiro / Square Shooter; A Lei do Terror / Law Beyond the Range; Vingança de Sangue / The Revenge Rider; Sangue na Neve / Fighting Shadows; Justiça Soberana / Justice of the Range; Vingança a Galope / Riding Wild. Na Puritan: 1935 – O Falso Delegado / The Outlaw Deputy; Duelo Sangrento / The Man from Guntown; Homem Sem Medo / Bulldog Courage. 1936 – Roarin’ Guns; Border Caballero; Lightnin’ Bill Carson; Aces and Eights; The Lion’s Den; Ghost Patrol; The Traitor. McCoy deixou de fazer filmes por um período para se apresentar no. Ringling Brothers-Barnum and Bailey Circus  e depois organizou seu próprio Wild West Show mas, precisando de dinheiro, retornou à tela em 4 filmes da Monogram, 8 na Victory e 7 na PRC. Na Monogram: 1938 – Visões da Planície / West of Rainbow’s End; Código de Honra / Code of the Rangers; Justiça Aberrante / Two Gun Justice; O Fantasma da Planície / Phantom Ranger. Na Victory: 1938 – Lightnin’ Bill Carson Rides Again; Six Gun Trail. 1939 – Code of the Cactus; Texas Wildcats; Outlaw’s Paradise; The Fighting Renegade; Straight ShooterTrigger Fingers. Na PRC: 1940 – Texas Renegades; Paladinos da Fronteira / Frontier Crusader; Gun Code; A Quadrilha do Arizona / Arizona Gangbusters; Cavaleiros do Perigo / Riders of Black Mountain. Em 1941, juntamente com Buck Jones e Raymond Hatton, TimMcCoy estrelou a série Rough Riders: 1941 – O Vaqueiro do Arizona / Arizona Bound; O Agente Encoberto / The Gunman from Bodie; Ouro Fatal / Forbidden Trails. 1942 – Além da Fronteira / Below the Border; O Mistério da Cidade Fantasma / Ghost Town Law; Rumo ao Texas / Down Texas Way; Centauros Vingadores / Riders of the West; À Margem da Lei / West of the Law (Obs. Ver mais informações sobre Tim Mc Coy no meu post de 17 de novembro de 2011).

Ken Maynard

MAYNARD, KEN (1895- 1973). Nasceu em Vevay, Indiana. Nome verdadeiro: Kenneth Olin Maynard. Nome do seu cavalo: Tarzan. Ele foi um dos cowboys do cinema mais populares dos anos 20 e início dos anos 30, colocando-se logo abaixo de Tom Mix e Buck Jones como um dos três maiores astros do gênero naquela época. Começou diante das câmeras como stuntman em 1923 e, no ano seguinte, teve a sua grande chance na tela, personificando um dos mais célebres cavaleiros da História dos Estados Unidos, Paul Revere, em Janice Meredith / Janice Meredith, superprodução da Cosmopolitan, estrelada por Marion Davies.  Depois disso, foi procurado por um produtor independente, Clifford S. Elfelt, cujos filmes eram distribuídos pela Davis Distributing Division, e fez para ele 5 westerns: 1924 – O Prêmio Tentador / $50.000 Reward. 1925 – O Demônio do Galope / The Demon Rider; Coragem de Lutador / Fighting Courage. 1926 – O Rancho dos Fantasmas / Haunted Range; Sonhando Acordado / The Grey Vulture. Em um intervalo dessa série, Maynard foi contratado pela Associated Exhibitors, para fazer Estrela doNorte / North Star / 1926, co-estrelado pelo cão Strongheart. No mesmo ano, Maynard ingressou na First National onde fez 18 westerns: 1926 – Cavaleiro Incógnito / The Unknown Cavalier; O Destemido / Senor Daredevil. 1927 – Selvas e Conquistas / The Overland Stage; Terrores da Fronteira / Somewhere in Sonora; Terra de Ninguém/ The Land Beyond the Law; A Sela do Diabo / The Devil’s Saddle; A Horda Vermelha / The Red Raiders; O Evangelho de Fogo / Gun Gospel. 1928 – Trato é Trato / The Wagon Show; O Vale da Aventura / The Canyon Adventure; O Cavaleiro da Esperança / The Upland Rider; Tirando a Limpo / Code of the Scarlet; A Gloriosa Jornada/ The Glorious Trail; A Cidade Fantasma / The Phantom City. 1929 – À Rédea Solta / Cheyenne; Legião Suspeita / The Lawless Legion; A Mala da Califórnia / The California Mail; Cavaleiro Real / The Royal Ride. Terminado o compromisso com a First National, Maynard fez 8 westerns para a Universal: 1929 – Os Cargueiros do Deserto / The Wagon Master; O Prêmio do Amor / Senor Americano. 1930 – Parada do Oeste / Parade of the West; A Sela da Sorte / Lucy Larkin; A Legião de Heróis / The Fighting Legion; Missão de Vingança / Mountain Justice; Audaz Cavaleiro / Song of the Caballero; Amizade Redentora / Sons of the Saddle. Quando deixou o estúdio de Carl Laemle, em 1930, Maynard assinou contrato com a Tiffany, cujo gerente de produção era Samuel Bischoff. Em 1932, Bischoff organizou a KBS Productions, que distribuía seus filmes pela World Wide. Na Tiffany – World Wide, Maynard fez 19 filmes: 1929 – Luta de Vingança / Fighting Thru. 1931 – Sombras da Morte / The Two Gun Man; Ódio e Vingança / Alias the Badman; O Terror do Arizona / The Arizona Terror; A Lei das Montanhas / Range Law; Homens Marcados / Branded Men; O Crime do Renegado / The Pocatello Kid. 1932 – Emboscada Fatal / The Sunset Trail; Um Texano Valente / Texas Gunfighter; Corisco do Inferno / Hell Fire Austin; Herói da Fronteira / Whistlin’ Dan; Rancho Dinamite / Dynanite Ranch; Tarzan, o Cavalo Selvagem / Come On Tarzan; Entre Lutadores / Betweeen Fighting Men; O Bandido do Cavalo  Branco / Fargo Express; Fantasma do Desfiladeiro / Tombstone Canyon. 1933 – O Defensor da Lei / Drum Taps; O Terror do Oeste / The Phantom Thunderbolt; Vingador Silencioso/ The Lone Avenger. De volta à Universal, Maynard ganhou sua própria unidade de produção (Ken Maynard Productions) e o controle criativo de seus filmes. Ele fez ao todo 8 filmes: Vencedor Modesto / King of the Arena; OEnvergonhado / The Fiddling Buckarro; Luta de Astúcia / Trail Drive; O Segredo das Selvas / Strawberry Roan; O Passo Fatal / Gun Justice. 1934 – Rodas do Destino / Wheels of Destiny; Dívida de Honra / Honor of the Range; Desafiando o Perigo / Smoking Guns. Desligado da Universal, Maynard foi parar na Mascot Pictures de Nat Levine, onde fez o seriado A Montanha Misteriosa / Mystery Mountain / 1934 e Santa Fé ou Conquistando Corações / In Old Santa Fe / 1934. Nos filmes que fez subsquentemente para a Columbia, Grand National, Colony e Monogram, Maynard não foi mais o mesmo mocinho; muitas das cenas movimentadas desses westerns eram tomadas de arquivo de antigas produções. Na Columbia: 1935 – Em Caminho do Oeste / Western Frontier; Coragem do Sertão / Western Courage; Salteadores do Deserto / Lawlesss Riders; Apuros de Herdeiro / Heir to Trouble. 1936 – Ladrão de Gado / The Cattle Thief; Águas Vingadoras / Avenging Waters; Heróis da Serra / Heroes of the Range; O Xerife Fugitivo / The Fugitive Sheriff. Na Grand National: 1937 – Destino Traçado / Boots of Destiny; Procurando Confusão/ Trailing Trouble. 1938 – Cavaleiro Furacão / Whirlwind Horseman; Xerife Mata Seis / Six Shootin’ Sheriff.  Na Colony: 1939 – Flaming Lead. 1940 – O Relâmpago das Campinas / Death Rides the Range; Fazenda Assombrada / Phantom Rancher; O Relâmpago das Botas / Lightning Strikes West. Na Monogram, Maynard formou um trio com Hoot Gibson e Bob Basker (depois susbtituído por Bob Steele) na Série Trail Blazers: 1943 – O MIstério do Desfiladeiro / Wild Horse Stampede; Nas Malhas da Lei / The Law Rides Again; Pistolas Flamejantes / Blazing Guns; Vale da Morte / Death Valley Rangers. 1944 – Rumo ao Oeste / Westward Bound; Falsários do Oeste / Arizona Whirlwind. Posgteriormente, Maynard integrou outro trio, desta vez com Eddie Dean e Max Terhune em um único filme para a Maddox Production: 1944 (lançado em 1947): Balas e Violões / Harmony Trail (Obs. Ver mais informações sobre Ken Maynard no meu post de 30 de janeiro de 2011).

Kermit Maynard

MAYNARD, KERMIT (1897-1971). Nasceu em Vevay, Indiana. Nome verdadeiro: Kermit Roosevel Maynard. Era muito parecido com seu irmão, Ken Maynard e excelente cavaleiro como ele. Em 1927, estrelou (com o nome de Tex Maynard) 6 westerns, produzidos pela Trem Carr Pictures e distribuídos pela Rayart: Prince of the Plains; Ridin’Luck; Gun-Hand Garrison; A Wanderder of the West; Wild Born; The Drifting Kid. Quando chegou o cinema falado, Kermit trabalhou como stuntman e dublê de astros cowboys no início dos anos 30 (v. g. Tom Tyler, George O’Brien e inclusive seu irmão Ken). Contratado pela Ambassador Pictures, fundada pelo produtor independente Maurice Conn, ele estrelou uma série de 18 westerns , sendo  10 sobre a Polícia Montada do Canadá: 1934 – Herói da Polícia Montada / The Fighting Trooper. 1935 – Fronteiras do Norte / Northern Frontier; Correio da Selva / Wilderness Mail; O Bando Sinistro / Code of the Mounted; O Triunfo da Lei ou A Lei Triunfa / The Red Blood of Courage; Caverna dos Fantasmas / Trails of the Wild; Justiça Sangrenta / His Fighting Blood; Justiça na Floresta / Timber War. 1936 – Audácia de Valentes / Song of the Trail; Wildcat Trooper; 1937 – Valley of Terror; Whistling Bullets; The Fighting Texan; Galloping Dynamite; Assalto Audaz / Rough Ridin’ Rhythm; Roaring Six Guns. Após seu ultimo filme para a Ambassador, Kermit passou a ser apenas stuntman ou fazer pequenos papéis em filmes classe A ou B de vários gêneros para diversas companhias até 1962. Em 1950, apareceu como convidado, juntamente com outros cowboys, no western B no filme de Roy Rogers, Cowboys em Desfile / Trail of Robin Hood.

Tom Mix

MIX, TOM (1880-1940). Nasceu em Mix Run, Pennsylvania. Nome Verdadeiro: Thomas Hezikiah Mix. Nome do seu cavalo: Old Blue, Tony, Tony Jr. (mas na cenas arriscadas usava dublês como Buster, Argie ou Satan. William S. Hart deu certa estatura e realismo ao western. Tom Mix introduziu o senso do espetáculo e, como personalidade, ultrapassou-o. Foi certamente o cowboy mais famoso do cinema. Ele começou a fazer westerns de um ou mais rolos na Selig e, em 1917, transferiu-se para Fox, onde foram produzidos seus melhores filmes mudos: 1917- O Caçador Solitário / The Lone Cowboy; Caipiras e Caiporas / Hearts and Saddles; Um Vaqueiro Romano / A Roman Cowboy; O Moço Bonito / Six Cilinder Love: Astrolábio do Rancho / A Soft Tenderfoot; Justa Retribuição / Durand of te Bad Lands; Os Dois Rivais / Tom and Jerry. 1918 – Caprichos de Cupido / Cupid’s Roundup; Ajustando Contas / SixShooter Andy; Sangue de Gaucho / Western Blood; A Filha da Neve / Ace High; Amor de Gaucho / Mr. Logan; Fama e Fortuna / Fame and Fortune. 1919 – Patrulhando / Treat’ em Rough; Religião à Força / Hell-Roarin Reform; Sangue de Fidalgo / Fighting for Gold; O Império da Lei / The Coming of the Law; Nos Desertos do Gelo / The Wilderness Trail; Romance do Sertão / Rough-Riding Romance; Vertigem da Velocidade / The Speed Maniac; Ódio Feudal / The Feud. 1920 – O Ciclone / The Cyclone; O Destemido ou O Arriscado Diabólico / The Daredevil; Amor e Justiça / Desert Love; O Terror / The Terror; As Três Moedas de Ouro / Three Gold Coins; O Indomado / The Untamed; O Texano / The Texan; Romance das Planícies / Prairie Trail. 1921 – O Demônio da Estrada / The Road Demon; Aventuras do Far-West / Hands Off; Romeu Cavaleiro / A Ridin’ Romeo; Lutador dos Campos / Big Town Roundup; No Seu Elemento / After Your Own Heart; Cavaleiros da Noite / The Night Horsemen; De Vaqueiro a General / The Rough Diamond; A Voz do Sangue / Trailin’. 1922 – Pelas Alturas / Sky High; Viagem à Eternidade ou O Envenenado/ Chasing the Moon; O Aventureiro / Up and Going; Vicissitudes de um Forasteiro / The Fighting Streak; O Repentino / For Big Stakes; Tony / Just Tony; A Prova de Fogo / Do and Dare; O Filho do Sultão / Tom Mix in Arábia; A Volta do Vqueiro / Catch My Smoke. 1923 – Mania Romântica / Romance Land; Descendo Abismos / Three Jumps Ahead; Tesouro Fatal / Stepping Fast; O Sangue Corre nas Veias / Soft-Boiled; Estrela Simbólica / The Lone Star Ranger; Um Romeu a Galope / Mile-a-Minute Romeo; Jornada da Morte / North of Hudson Bay; Sentinela das Matas/ Eyes of the Forest. 1924 – Renegado a Muque / Ladies to Board; Uma Aventura Galante / The Trouble Shooter; Mensagem Que Salva / The Heart Buster; O Filho do Valentão  / The Last of the Duanes; Upa. Upa, Tony! / Oh, You Tony!; Colmilhos / Teeth; O Temido / The Deadwood Coach. 1925 – O Bandido Mascarado / Dick Turpin; O Passo da Morte / Riders of the Purple Sage; A Trilha da Vingança / The Rainbow Trail; Don Juan de Sevilha / The Lucky Horseshoe; Murmúrio Eterno / The Everlasting Whisper; Bandoleiro por Esporte / The Best Bad Man. 1926 – Herdeiro Perdido / The Yankeee Senor ou Conquering Blood; De Peito a Peito / My Own Pal; O Campineiro / Tony Runs Wild; Médico Endiabrado, Professor de Energia ou Oh, Doutor! / Hard-Boiled; Ouro Sem Dono / No Man’s Gold; A Grande Emboscada / The Great K and a Train Robbery; O Herói Desconhecido / The Canyon of Light. 1927 – A Última Trilha / The Last Trail; Sustentando a Nota / The Bronch Twister; A Malta do Rio Vermelho / Outlaws of Red River; O Ás do Circo / The Circus Ace; O Rio das Surpresas / Tumbling River; O Vale da Prata / Silver Valley; O Gato do Arizona / The Arizona Wildcat. 1928 – Dinheiro de Arrelia / Daredevil’s Reward; Cavaleiro das Planícies / A Horseman of the Plains; Alô Cheyenne / Hello Cheyenne; Dinheiro é Sangue / Painted Post. Ao terminar o contrato com a Fox, Mix fez 5 filmes para a FBO, a companhia de Joseph P. Kennedy:  O Filho do Oeste Dourado / Son of the Golden West; O Rei Cowboy / King Cowboy. 1929 – Um  Contra Todos / Outlawed; O Peregrino das Montanhas  / The Drifter; O Roubo do Diamante / The Big Diamond Robbery. Com o advento do cinema sonoro a FBO reorganizou-se como RKO e excluiu os faroestes de sua programação. Em 1929, Mix retirou-se da tela e passou a se apresentar no Sells and Floto Circus.  Em 1932, a Universal ofereceu um alto salário para ele atuar em uma série de westernse ele fez 9 filmes para esta companhia: 1932: A Volta de Tom / Destry Rides Again; Mina do Deserto / The Rider of Death Valley; Meu Amigo, O Rei / My Pal, the King; O Malfeitor do Texas / The Texas Badman. 1933 – O Quarto Cavaleiro / The Fourth Horseman; A Trilha do Terror / Terror Trail; Ouro Oculto / Hidden Gold; Perigo Delicioso / Flaming Guns; Mascarado Magnânimo / Rustlers Roundup.  Em 1934, Mix montou seu próprio circo e, em 1935, fez sua última aparição no cinema no seriado da Mascot: O Cavaleiro Alado / The Miracle Rider (Obs. Ver mais informações sobre Tom Mix no meu post de 30 de junho de 2011).

Denis Moore

MOORE, DENNIS (1908- 1964). Nasceu em Forth Worth, Texas. Nome verdadeiro: Dennis Meadows. Sua carreira no cinema teve início nos anos 30, com este nome em filmes de John Wayne, Gene Autry, Johnny Mac Brown, Jack Perrin e outros cowboys. Por volta de 1936, adotou o nome artístico de Dennis Moore, ao assinar um breve contrato com a Warner. De meados dos anos 30 ao início dos anos 40, interpretou pequenos papéis ou atuou como coadjuvante em grandes e / ou modestos estúdios (v. g. westerns com Tim Holt na RKO e com Buster Crabbe no trio Frontier Marshals na PRC). Mais frequentente empregado pela Monogram, Dennis pôde ser visto em westerns de Jack Randall e dos Rough Riders, nos filmes de aviação de Tailspin Tommy, nas comédias com os East Side Kids e nos filmes de Frankie Darro / Manton Moreland. Em 1939, Dennis teve o papel principal em um western colorido, Man from Tascosa, produzido pela Cinecolor e distribuído pela Monogram e estrelou dois filmes com Rin-Tin-Tin, produzidos pela Metropolitan: Fangs of the Wild e A Lei do Lobo / Law of the Wolf. Outras atuações importantes de Dennis foram nos 6 últimos westerns da série Lone Rider ao lado de George Houston e Al St. John: 1941 – The Lone Rider Fights Back. 1942 – The Lone Rider and the Bandit; The Lone Rider in Cheyenne; Texas Justice; Border Roundup; Outlaws of Boulder Pass e substituindo John “Dusty” King nos últimos 4 westerns B da série Range Busters: 1943 – Terra dos Perseguidos / Land of Hunted Men; Três Rapazes Destemidos / Cowboy Commandos; Black Market Rustlers; Bullets and Saddles. Dennis participou de vários seriados: 1944 – Salteadores do Ouro / Raiders of Ghost City. 1945 – A Chave Mestra / The Master Key; Marte Invade a Terra / The Purple Monster Strikes; 1946 – O Misterioso Mr. M / The Mysterious Mr. M. 1956 – No Tempo dos Pioneiros (TV) / Blazing the Overland Trail; Prisioneiros das Selvas / Perils of the Wilderness.

Wayne Morris

MORRIS, WAYNE (1914-1954). Nasceu em Los Angeles, Califórnia. Nome verdadeiro: Bert De Wayne Morris Jr. Aprovado em um teste na Warner, foi contratado e começou a interpretar pequenos papéis até ser escolhido para o papel título de Talhado para Campeão / Kid Galahad / 1937, seguindo- se outros papéis de menor ou maior relêvo nesse mesmo estúdio. Após seu retorno da Segunda Guerra Mundial, quando serviu como aviador, Morris recebeu alguns bons papéis na Fox (O Vale do Destino / Deep Valley / 1947), Warner (Inferno ou Glória / The Younger Brothers / 1949); Columbia (O Roubo das Diligências / Stage to Tucson / 1950) e finalmente na Monogram, onde estrelou 7 westerns B: 1951 – Vingança Que se Desvanece / Sierra Passage. 1952 – Naufrágos do Deserto / Desert Pursuit. 1953 – Enredo Sinistro / Star of Texas; O Alvo Humano / The Marksman; Missão Cumprida/ The Fighting Lawman; Texano Temerário / Texas Badman. 1954 – Duelo de Assassinos / The Desperado; Pistoleiro por Equívoco / Two Guns and a Badge. Em 1954, ele retornou à Warner, para assumir o segundo papel principal ao lado de Randolph Scott em Alma de Renegado / Riding Shtogun e em 1957 estava com destaque no elenco de Glória feita de Sangue / Paths of Glory de Stanley Kubrick.

James Newill (com a arma)

NEWILL, JAMES (1911-1975). Nasceu em Pittsburgh, Pennsylvania. Nome verdadeiro: James Morris Newill. Cantor de rádio e de várias orquestras estreou no cinema em Domando Hollywood / Something to Sing About, o filme que James Cagney fez na Grand National / 1937. Contratado pela Criterion Pictures, foi escolhido para estrelar a série de 8 northernwesterns sobre a Polícia Real do Canadá, no papel do Sargento Renfrew . Os dois primeiro filmes foram distribuídos pela Grand National e os demais pela Monogram: 1937- Guarda de Honra / Renfrew of the Royal Mounted; 1938 – On the Great White Trail. 1939 – Crashing Thru; Fighting Mad; Yukon Flight. 1940 – Danger Ahead; Murder on the Yukon; Sky Bandits. Quando a série terminou, Newill foi para a PRC, para fazer a série Texas Rangers. Juntamente com Guy Wilkerson e Dave O’Brien ele participou de 14 filmes até que o estúdio o substituiu por Tex Ritter: PRC: 1942 – The Rangers Take Over. 1943 – Bad Men of Thunder Gap; West of Texas ou Shootin’ Irons; Border Buckaroos; Fighting Valley; Trail of Terror; A Volta dos Justiceiros / The Return of the Rangers; Boss of Rawhide. 1944 – Gunsmoke Mesa; Outlaw Roundup; Armas da Lei / Guns of the Law; The Pinto Bandit; Spook Town; A Marca de Satanás / Brand of the Devil.

Dave “Tex” O’ Brien

O’BRIEN, DAVE “TEX”  (1912-1969). Nasceu em Big Spring. Texas. Nome verdadeiro: David Poole Fronabarger. Ficou muito conhecido do público dos anos 40 como o herói  (e à vêzes também diretor e roteirista sob o nome de David Barclay) das Pete Smith Specialties, série de shorts da MGM. Dave estreou no cinema em 1930 como um piloto em A Patrulha da Madrugada / The Dawn Patrol e foi evoluindo de pequenos papéis até obter seu primeiro papel importante no seriado da Weiss Productions, O Tesouro Oculto / Black Coin / 1936 ao lado de Ralph Graves e Ruth Mix. Dave atuou ao lado de James Newill na Série Renfrey: 1937 – Guarda de Honra / Renfrey of the Royal Mounted. 1938 – On the Great White Trail. 1939 – Crashing Thru; Fighting Mad; Yukon Flight. 1940 – Danger Ahead; Murder on the Yukon; Sky Bandits e, nos anos seguintes, formou um trio com Newill (depois substituido por Tex Ritter) e Guy Wilkerson na Série Texas Rangers:  1942 – The Rangers Take Over.  1943 – Bad Men of Thunder Gap; West of Texas ou Shootin’ Irons; Border Buckaroos; Fighting Valley; Trail of Terror; A Volta dos Justiceiros / The Return of the Rangers; Boss of Rawhide. 1944 – Gunsmoke Mesa; Outlaw Roundup; Armas da Lei / Guns of the Law; The Pinto Bandit; Spook Town; A Marca de Satanás / Brand of the Devil; Gangsters of the Frontier; Dead or Alive; The Whispering Skull. 1945 – Marked for Murder; Enemy of the Law; Three in the Saddle; Frontier Fugitives;Flaming Bullets. Ainda nos anos 40, Dave participou de 5 filmes da série Billy the Kid: o primeiro, Billy em Santa Fe / Billy the Kid in Santa Fe / 1941, como coadjuvante, ao lado do trio Bob Steele, Al St. John e Rex Lease e, nos outros 4 – O Foragido / Billy the Kid Wanted / 1941; Billy the Kid Smoking Guns / 1942, Law and Order / 1942 e Sheriff of Sage Valley / 1942 – compondo a trinca com Buster Crabbe e Al St. John. Em 1942, Dave estrelou o seriado da Columbia, O Capitão Meia-Noite / Captain Midnight. Por curiosidade, vale  mencionar dois filmes dele da Cowgirl Series com Dorothy Page e Vince Barnett, produzida pela Coronado Films e distribuída pela Grand National: The Singing Cowgirl / 1938 e Water Rustlers / 1929.

George O’Brien

O’BRIEN, GEORGE (1899-1985). Nasceu em San Francisco, Califórnia. Nome do seu cavalo: Mike. Excelente atleta no âmbito universitário, chegou em Hollywood no início dos anos 20 e trabalhou como assistente de câmera, stuntman e bit player antes de se notabilizar como o principal ator de clássicos da cena muda como O Cavalo de Ferro / The Iron Horse / 1924 de John Ford, Aurora / Moonrise / 1927 de F. W. Murnau e A Arca de Noé / Noah’s Ark / 1928 de Michael Curtiz. Quando chegou o cinema sonoro, O’Brien se tornou um astro do western B primeiramente na Fox e, a partir de Rasgando Horizontes, na RKO: 1930 – Lenda do Vale / The Lone Star Ranger; Romance das Selvas / Rough Romance; Na Ronda do Faroeste / Last of the Duanes. 1931 – A Cilada / Fair Warning;O Temerário / A Holy Terror; O Passo da Morte / Riders of the Purple Sage. 1932 – A Trilha do Arco Íris / Rainbow Trail; Idílio na Fronteira / The Gay Caballero; Pagando com a Vida / Mystery Ranch; Destino Rubro / The Golden West. 1933 – Na Cova dos Ladrões / Robbers Roost; Justa Recompensa / Smoke Lightning; Matar para Viver / Life in the Raw; O Caminho da Fortuna / The Last Trail. 1934 – O Último Favor / Frontier Marshall; O Vaqueiro Milionário/ The Dude Ranger. 1935 – Quando um Homem é um Homem / When a Man’s a Man; O Vaqueiro Almofadinha / The Cowboy Millionaire; A Mina Roubada / Thunder MountainA Lei no País das Neves / 1936 – O’Malley of the Mounted; Patrulhando a Fronteira / The Border Patrolma; Rasgando Horizontes / Daniel Boone. 1937 – Campeão de Luvas Brancas / Park Avenue Logger; O Cowboy de Hollywood / Hollywood Cowboy. 1938 – No Fim Deu Certo / Gun Law; G-Man da Fronteira / Border G-Man; Vingança Fatal / The Painted Desert; No Campo Inimigo / The Renegade Ranger; O Vale dos Renegados / Lawless Valley. 1939 – A Legião do Arizona / Arizona Legion; Cofre do Barulho / Trouble in Sundown; Rancheiros e Piratas / Racketeers of the Range; Sangue Indomável / Timber Stampede; Ordem a Fogo / Marshall of Mesa City; Valentia de Gringo / The Fighting Gringo. 1940 – A Legião dos Renegados / Legion of the Lawless; Código de Bala / Bullet Code; A Lei dos Prados / Prairie Law; Impondo a Lei / Stage to Chino; Tripla Justiça / Triple Justice. O’Brien contracenou com John Wayne em Sangue de Heróis / Fort Apache /1948 e A Legião Invencível / She Wore a Yellow Ribbon/ 1949. Em 1951, apareceu em um western cômico ao lado dos Três Patetas, Gold Raiders. Em 1964, retornou à tela para um pequeno papel em O Crepúsculo de uma Raça / Cheyenne Autumn.

Jack Perrin

PERRIN, JACK (1896-1967). Nasceu em Three Rivers, Michigan. Nome verdadeiro: Lyman Wakefield Perrin. Nome do seu cavalo: Starlight, The Wonder Horse. Começou sua carreira cinematográfica em pequenos papéis nas comédias de Mack Sennett e evoluiu para ser um dos astros do seriado mudo durante os anos 20: O Homem Leão / The Lion Man (Universal, 1919); O Marujo Valente / The Fighting Skippper (Arrow, 1923); O Mistério das Montanhas / Santa Fe Trail (Arrow, 1923); Emoções Sangrentas / Riders of the Plains (Arrow, 1924); O Oeste Bravio ou O Tesouro do Passado / The Vanishing West (Mascot, 1928); A Caixa Sagrada / The Jade Box (Universal, 1930). Nos anos 20, Perrin fez filmes de vários gêneros na Universal, destacando-se os 3 westerns com Hoot Gibson: A Análise da Paixão / The Fighting Heart; Arrojada Aventura / The Four-Bit Man; O Valete de Copa / The Jack of all Trade, todos de 1919; os 10 westerns de dois rolos com Louise Lorraine: The Trigger Trail; The Midnight Riders; The Knockout Man; Double Crossed; The Guilty Trial; The Outlaw; Stand Up and Fight; Fighting Blood; Valley of the Rogues; The Danger Man, todos de 1921. Merece destaque também os 14 westerns produzidos por Harry S. Webb e distribuídos pela Anchor ou pela Rayart: 1924 – Coyotte Fangs; Ridin’ West. 1925 – Desert Madness; Canyon Rustlers; Winning a Woman; Double-Fisted; Border Vengeance; The Knockout Kid; Starlight, the Untamed; Dangerous Fists; Cactus Trails. 1926 – The Thundebolt Strikes; The Man from Oklahoma. 1927 – Thunderbolt Tracks e uma série de 5 westerns curtos com o gorducho Benny Corbett intitulada Bud’n’Ben Westerns, distribuída pela Reliable: 1932 – Forty-Five Caliber Echo. 1933 – Girl Trouble. 1934 – Arizona Nights; Rainbow Riders; Ridin’ Gents. Nos anos 30, ele fez westerns para várias companhias: 1929 – Overland Bound(Rayton) 1930 – Beyond the Rio Grande (Big 4); Ridin’Law (Big 4); Phantom of the Desert (Syndicate); The Apache Kid’s Escape (Robert J. Horner). 1931 – Wild West Whoopee (Cosmos; The Kid from Arizona (Cosmos); O Segredo do Xerife / The Sheriff’s Secret (Cosmos); Lariats and Sixshooters (Cosmos). 1934 – O Assalto à Diligência / Rawhide Mail (Reliable); Emboscada Sangrenta / The Cactus Kid (Reliable); Loser’s End (Reliable). 1935 – North ofArizona (Reliable); Texas Jack (Reliable); Patrulhando a Fronteira / Wolf Riders (Reliable). 1936 – Enfrentando aMorte / Gun Grit (Atlantic); Lutando na Fronteira / Hair Trigger Casey (Atlantic); Desert Justice (Atlantic); Segredo do Salteador / Wildcat Saunders (Atlantic). Perrin atuou ainda no papel principal de Jaws of Justice para a Sol Lesser Productions (Dist: Principal, 1933) sob o nome de Richard Terry e, como coadjuvante, sob o nome de Jack Gable, em Estância dos Mistérios / Mystery Ranch / 1934. Seu último papel de destaque foi como Davy Crockett no seriado da Republic, O Aliado Misterioso / The Painted Stallion / 1937 ao lado de Hoot Gibson e Ray Corrigan. Depois desta participação, fez breves aparições em filmes A e B de vários gêneros, até se aposentar em 1960.

Lee Powell

POWELL, LEE (1908-1944). Nasceu em Long Beach, Califórnia.  Nome verdadeiro: Lee Berrian Powell. Aparceu pela primeira vez na tela, sem ser creditado, em Sob Duas Bandeiras / Under Two Flags / 1936 e conquistou a fama interpretando, Allen King, o suspeito que vem a ser o Lone Ranger no seriado da Republic, O GuardaVingador / The Lone Ranger / 1938. No ano seguinte, distinguiu-se em outra fita-em-série da Republic, Demônios em Luta / The Fighting Devil Dogs, formando dupla com Bruce Bennett (usando o nome de Herman Brix), ambos como dois tenentes do Corpo de Fuzileiros Navais em luta contra o vilão mascarado Lightning. Ele participou ainda do seriado da Universal, Flash Gordon Conquista o Universo / Flash Gordon Conquers the Universe / 1940 no papel do Capitão Roka. Na área do western B, Powell fez um western para Grand National, Triggger Pals / 1939, formando um trio com o crooner Art Jarrett e Al St. John e 6 westerns compondo uma trinca com Art Davis e Bill “Cowboy Rambler” Boyd na Série Frontier Marshal da PRC: 1942 – Texas Manhunt; Raiders of the West; Rolling Down the Great Divide; Tumbleweed Trail; Prairie Pals; Along the Sundown Trail.

John Preston

PRESTON, JOHN (1905-1953). Nasceu em San Antonio, Texas. Nome verdadeiro: Andew Jackson Rylee. Em 1935, Robert Emmett Tansey, escreveu, produziu e dirigiu 2 northernwesterns, produzidos pela Empire Pictures e distribuídos pela Stage & Screen, tendo como personagem central, o sargento Bruce Morton da Real Polícia Montada do Canadá, interpretado por um ator pouco conhecido chamado John Preston: 1934 – Courage of the North. 1935 – Timber Terrors. O sargento Morton tinha dois companheiros de quatro patas, Dynamite, The Wonder Horse e Captain, King of the Dogs, anunciados com destaque no cartazes de promoção dos filmes.

Jack Randall

RANDALL, JACK (1906-1945). Nasceu em San Fernando, California. Nome verdadeiro: Addison Byron Owen Randall. Irmão de outro cowboy, Bob Livingston, ele começou no cinema como coadjuvante na RKO e depois  fez 22 filmes para a Monogram entre 1937 e 1940. Era também cantor e seus filmes refletem sua habilidade como stuntman. Em 1942, alistou-se  no Army Air Corps  e chegou ao posto de capitão, antes de ser desligado em 1945. Retornando ao seu trabalho na tela e enquanto estava filmando na Universal o seriado A MIna Secreta / The Royal Mounted Rides Again, sofreu uma queda fatal de um cavalo. 1937 – Ao Romper da Aurora  / Riders of the Dawn; Estrelas do ArizonaStars Over ArizonaO Vale do Perigo / Danger Valley. 1938 –Onde se Encontra o Perigo / Where the West Begins; Terra de ValentesLand of Fighting Men; Pista de FogoGunsmoke Trail; Terra de GigantesMan’s Country; Mexicali Kid; Gun Packer;  Wild Horse Canyon. 1939 – Drifting Westward; Trigger Smith;  Across the Plains; Oklahoma Terror; Overland Mail. 1940 – Pioneer Days; The Cheyenne Kid; Covered Wagon Trails; Land of the Six Guns; The Kid from Santa Fe; Riders from Nowhere; Wild Horse Range.

Duncan Renaldo

RENALDO, DUNCAN (1904-1980). Nasceu em Oancea, Rumênia.  Nome verdadeiro: Vasile Dumitru Cugheanos. Nome de seu valo: Diablo. Não conseguindo ganhar a vida como retratista, resolveu ser ator e conseguiu um contrato com a MGM em 1928, onde atuou em dois filmes de prestígio A Ponte de San Luis Rey / The Bridge of San Luis Rey  / 1929 (Dir: Charles Brabin) e Trader Horn, Mercador das Selvas / Trader Horn / 1931 (Dir: W. S. Van Dyke). Em janeiro de 1933, Renaldo foi condenado a dois anos de prisão por declarar falsa cidadania americana, falsificar passaporte e cometer perjúrio, mas foi enventualmente perdoado pelo Presidente Franklin D. Roosevelt e voltou ao cinema. Ele obteve papéis proeminentes na Republic (v. g. como Zamorro, líder dos bandidos no seriado O Aliado Misterioso / The Painted Stalllion / 1937 ou como Juan Vasquez, o fiel criado do Zorro (John Carrol) em A Volta do Cavaleiro Solitário / The Lone Rider Rides Again / 1939) até que Herbert J . Yates o colocou na série The Three Mesquiteeers: 1939 – Os Terrores de Kansas / The Kansas Terrors; Cowboys do Texas / Cowboysfrom Texas. 1940 – Heróis do Sertão / Heroes of the Saddle; Pioneeers of the West; A Mina de Prata / Covered Wagon Days; Cavaleiros das Montanhas Rochosas / Rocky Mountain Rangers; Os Renegados de Oklahoma / Oklahoma Renegades. Nos anos 40, Renaldo apareceu em papéis de destaque nos seriados Contra a 5a Coluna / King of the Texas Rangers / 1941 ao lado de “Slingin’ Sammy” Baugh e A Adaga de Salomão / Secret Service in Darkest Africa / 1943 ao lado de Rod Cameron e em papéis menores em outros seriados e filmes classe A (v. g. Por Quem os Sinos Dobram / For Whom the Bell Tolls / 1943). Transferindo-se para a Monogram, Renaldo interpretou o o papel de Cisco Kid em 3 filmes antes de ser substituído por Gilbert Roland: 1945 – A Volta de Cisco Kid / The Cisco Kid Returns; The Cisco Kid in Old New Mexico; A Canção da Fronteira / South of the Rio Grande. Três anos depois, a United Artists reavivou a série Cisco Kid e, mais uma vez, Renaldo foi Cisco (com Leo Carillo como Pancho) em 5 filmes: 1949 – The Valiant Hombre; The Gay Amigo; The Daring Caballero; Satan’s Cradle. 1950 – Girl from San Lorenzo.

Tex Ritter

RITTER, TEX  (1905-1974). Nasceu em Murvaul, Texas. Nome verdadeiro: Woodward Maurice Ritter. Nome de seu cavalo: White Flash. Cantor de música country no rádio, trabalhou na Broadway e, em 1936, mudou-se para Los Angeles e, contratado pelo produtor Edward Finney, iniciou sua carreira cinematográfica em 12 westerns B para a Grand National: 1936 – Canto Serrano / Song of the Gringo; Rumo ao Rio Grande / Headin’ for the RioGrande. 1937 – Dias do Arizona / Arizona Days; Barulho no Texas / Trouble in Texas; Acertando o Caminho / Hittin’ the Trail; Canta, Cowboy, Canta / Sing, Cowboy, Sing; Cavaleiros dos Montes / Riders of the Rockies; Cavaleiros do Mistério / The Mystery of the Hooded Horseman. 1938 – Tex Rides with the Boy Scouts; Frontier Town; Rollin’ Plains; Utah Trail. Em 1938, quando Finney deixou a Grand National, Ritter acompanhou-o e os dois fizeram 20 filmes na Monogram: 1938 – Starlight Over Texas; Where the Buffalo Roam. 1939 – Song of the Buckaroo; Sundown on the Prairie; Rollin’ Westward; The Man from Texas; Down the Wyoming Trail; Riders of the Frontier; Westbound Stage. 1940 – Rhythm of the Rio Grande; Pals of the Silver Sage; The Cowboy from Sundown; The Golden Trail; Rainbow Over the Range; Roll, Wagons, Roll; Arizona Frontier; Take Me Back to Oklahoma; Rollin’ Home to Texas. 1941 – Ridin’ the Cherokeee Trail; The Pioneers. Em 1941, Ritter comprometeu-se com a Columbia e formou uma dupla com Wild Bill Elliott em 8 westerns: 1941 – O Bamba do Kansas / King of Dodge City; Roaring Frontiers. 1942 – Vigilantes do Texas / Lone Star Vigilantes; Bullets for Bandits; Ao Norte das Rochosas / North of the Rockies; Caminho de Satanás / The Devil’s Trail; Forasteiro Vingador / Prairie Gunsmoke; Vingança do Oeste / Vengeance of the West. Em seguida, Ritter foi para a Universal onde dividiu o estrelato com Johnny Mack Brown em 7 westerns(Série The Border Rangers) e com Russell Hayden em 1, e estrelou alguns sozinho:  1942 – Homens Heróicos / Deep in the Heart of Texas; Corações Palpitantes / Little Joe the Wrangler; Vingança Sangrenta / The Old Chisholm Trail. 1943 – A Senda da Morte / Tenting Tonight on the Old Camp Ground: O Preço da Perfídia / Cheyenne Roundup; Cavaleiros Foragidos / Raiders of San Joaquin; Trilha Solitária / The Lone Star Trail; Frutos do Mal / Arizona Trail. 1944 – O Rancho Fatídico / Marshall of Gunsmoke; Vingança Vencedora / Oklahoma Raiders.  Em 1944,  tornou-se um um membro do trio de Texas Rangers na PRC, fazendo 8 westerns nesta série: Gangsters of the Frontier; Dead or Alive; The Whispering Skull. 1945 – Marked for   Murder; Enemy of the Law; Three in the Saddle; Frontier Fugitives; Flaming Bullets. Ao concluir sua participação na série The Texas Rangers, Ritter concentrou-se na sua carreira musical. Ninguém se esquece dele cantando a balada “Do not forsake me oh my darling” em Matar ou Morrer / High Noon / 1952 de Fred Zinnemann.

Roy Rogers

ROGERS, ROY (1911-1998). Nasceu em Cincinatti, Ohio. Nome verdadeiro: Leonard Franklin Slye. Nome de seu cavalo: Trigger, “the Smartest Horse in the Movies”. Antes de Gene Autry deixar definitivamente a Republic, o estúdio já havia descoberto e preparado um outro cowboy. Seu nome era Leonard Slye, mas o público o conheceu como Roy Rogers, “The King of Cowboys”. Desde jovem, Slye aprendeu a cantar e tocar guitarra. Em 1934, juntamente com Bob Nolan, Hugh Farr e Tom Spencer, ele formou um grupo de música country chamado The Sons of the Pioneers, depois acrescido por outros cantores e músicos. Como membro do Sons of the Pioneeers ou sozinho (sob o nome de Dick Weston) apareceu em westerns de Gene Autry, Dick Foran, The Three Mesquiteers e outras produções, uma delas O Último Romântico / Rhythm on the Range / 1936, estrelada por Bing Crosby. Em 1938, Herbert J. Yates, deu à Leonard o papel principal em uma série de westerns B, que se estenderia até 1951: 1938 – Sob as Estrelas do Oeste / Under Western Skies; Billy the Kid Returns; Volte para o Rancho / Come on Rangers; Shine on Harvest Moon. 1939 – Cavaleiros Intrépidos / Rough Riders Roundup; Correio da Fronteira / Frontier Pony Express; Bandoleiro de Uniforme / Southward Ho!; Traição Infame / In Old Caliente; O Cowboy de Wall Street / Wall Street Cowboy; O Bamba do Arizona / The Arizona Kid; Legenda do Vale da Morte / Saga of Death Valley; Dias de Jesse James / Days of Jesse James. 1940 – O Jovem Buffalo Bill / Young Buffalo Bill; Cidade Sinistra / The Carson City Kid; O Cowboy e a Dama / The Ranger and the Lady; A Lei da Fuga / Colorado; Sede deOuro / Young Bill Hickock; Legião da Fronteira / The Border Legion. 1941 – Robin Hood do Oeste / Robin Hood of the Pecos; In Old Cheyenne; Sheriff of Tombstone; Nevada City; Bad Man of Deadwood; Jesse James at Bay; Red River Valley. 1942 – Vaqueiro Errante / The Man from Cheyenne; Exploradores do Oeste / South of Santa Fe; Sunset on the Desert; Romance on the Range; The Sons of the Pioneers; Sunset Serenade; Heart of the Golden West; A Marcha dos Bandoleiros / Ridin’ Down the Canyon. 1943 – A Leoa do Oeste / Idaho; Missão Perigosa / King of the Cowboys; Aposta Afortunada / Song of Texas; Caminho Trágico / Silver Spurs; Man from Music Mountain.  1944 – Hands Across the Border; Pulseira Misteriosa / Cowboy and the Senorita; Rosa do Texas / Yellow Rose of Texas; Acidente Afortunado / Song of Nevada; San Fernando Valley; Luzes de Santa Fé / Lights of Old Santa Fe. 1945 – Utah; Os Sinos de Rosarita / Bells of Rosarita; O Homem de Oklahoma / The Man from Oklahoma; A Dama do Eldorado / Sunset in El Dorado; Não me Encerrem / Don’t Fence Me In; Senda Romântica / Along the Navajo Trail. 1946 – A Canção do Arizona / Song of Arizona; Arco Iris do Texas / Rainbow Over Texas; Meu Amigo Trigger / My Pal Trigger; Sob os Céus de Nevada / Under Nevada Skies; Luar do Sertão Texano / Roll on Texas Moon; Terras do Oklahoma / Home in Oklahoma; Delegado de Saias / Heldorado. 1947 – A Barca do Jogo / Apache Rose; Sinos de San Agelo / Bells of San Angelo; Primavera nas Serras / Springtime in the Sierras; Na Velha Senda / On the OldSpanish Trail. 1948 – Aconteceu no Sertão / The Gay Ranchero; Balas Traiçoeiras / Under California Stars; Amigo Fiel / Eyes of Texas; Luar de Nevada / Nighttime in Nevada; Sineta de Prata / Grand Canyon Trail; Fronteira Distante / The Far Frontier. 1949 – Mistério do Lago / Susanna Pass; Trilha do Perigo / Down Dakota Way; Cavalgada de Ouro / The Golden Stallion. 1950 – Médico da Roça / Bells of Coronado; Crepúsculo da Serra / Twilight in the Sierras; Vida de Circo / Trigger Jr.; Comoção na Fronteira / Sunset in the West; Barragem Maldita / North of the Great Divide; Cowboys em Desfile / Trail of the Robin Hood. 1951 – Foguete Misterioso / Spoilers of the Plains; Acusação Injusta / Heart of the Rockies; O Paladino do Oeste / In Old Amarillo; Ao Sul de Caliente / South ofCaliente; Reduto de Assassinos / Pals of the Golden West. Rogers atuou ainda em duas comédias country dos Weaver Brothers (Onde o Ouro não é Lei / Jeepers Creepers / 1940 e O Juiz de Arkansas / Arkansas Judge / 1941), como convidado em musicais estranhos aos gênero faroeste (A Ilha dos Sonhos / Lake Placid Serenade, Brasil / Brazil e Um Sonho em Hollywood / Hollywood Canteen (todos de 1944) e ganhou um papel de codjuvante destacado em Comando Negro / Dark Command / 1940 de Raoul Walsh ao lado de John Wayne, Claire Trevor e Walter Pidgeon. O famoso cowboy apareceu brevemente em duas comédias de Bob Hope: O Filho do TremeTreme / The Son of Paleface em 1952 e Valentão é Apelido / Alias Jesse James em 1959 (Obs. Ver mais informações no meu post de 8 de dezembro de 2012).

Gilbert Roland

ROLAND, GILBERT (1905-1994). Nasceu em Chihuaha, México. Nome verdadeiro: Luis Antonio Damaso de Alonso. Queria ser toureiro, mas quando a família se mudou para os Estados Unidos, ele se interessou por cinema ao participar como figurante de O Corcunda de Notre Dame / The Hunchback of Notre Dame / 1923. Após alguns pequenos papéis, foi Armand Duval em A Dama das Camélias / Camille / 1926 ao lado de Norma Talmadge, com quem manteve um romance. Na fase sonora, até a Segunda Guerra Mundial, Roland estrelou versões em espanhol de filmes americanos e foi coajuvante em produções de prestígio como Uma Loura Para Três / She Done Him Wrong / 1933 com Mae West; Juarez / Juarez / 1939 ao lado de Paul Muni e Bette Davis; O Gavião do Mar / The Sea Hawk / 1940 com Errol Flynn. Após o fim do conflito, chamou a atenção dos críticos por atuações em Resgate de Sangue / We Were Strangers / 1949 de John Huston; Almas em Fúria / The Furies / 1950 de Anthony Mann; Paixão de Toureiro / The Bullfighter and the Lady / 1951 de Budd Boetticher, Assim Estava Escrito / The Bad and the Beautiful  / 1952 de Vincente Minnelli; Borrasca / Thunder Bay / 1953 de Anthony Mann e Crepúsculo de uma Raça / Cheyenne Autumn / 1964 de John Ford. Porém os fãs dos filmes de faroeste lembram-se mais dele como Cisco Kid, personagem que interpretou em 6 westerns da Monogram: 1946 – Justiceiro Romântico / The GayCavalier; O Bandido e a Dama / Beauty and the Bandit. 1947 – O Bandido e o Anjo / Riding the California Trail; Robin Hood de Monterey / Robin Hood of Monterey; O Rei dos Bandidos / King of the Bandits.

Cesar Romero (à direita)

ROMERO, CESAR (1907-1994). Nasceu em Nova York. Nome verdadeiro: Cesar Julio Romero Jr. Iniciou sua carreira no cinema na década de trinta e, no seu decorrer, teve bons papéis como coadjuvante em filmes classe A (Antonio Galvan em Mulher Satânica / Devil is a Woman / 1935 de Josef von Sternberg; o líder rebelde Khoda Khan em A Queridinha do Vovô / We Willie Winkie / 1937 de John Ford; Doc Holiday em A Lei da Fronteira / Frontier Marshall / 1939 de Allan Dawan; Hernán Cortez em O Capitão de Castela / Captain from Castille / 1947 de Henry King) e atuou em comédias musicais ao lado de Carmen Miranda (e Betty Grable) em Aconteceu em Havana / Weekend in Havana / 1941 e de novo com Carmen (e Alice Faye) em Minha Secretária Brasileira / Springtime in the Rockies / 1942. Sua contribuição para o western B foi ter estrelado 6 filmes da série Cisco Kid: 1939 – Coração de Bandido / The Cisco Kid and the Lady. 1940 – Viva Cisco Kid / Viva Cisco Kid; Bandoleiro da Sorte/ Lucky Cisco Kid; Bandoleiro Jovial / The Gay Caballero. 1941 – Um Audaz Aventureiro / Romance on the Rio Grande; Balas e Beijos / Ride on Vaquero.

Buddy Roosevelt

ROOSEVELT, BUDDY (1898-1973). Nasceu em Meeker, Colorado. Nome verdadeiro: Kenneth Stanhope Sanderson. Atleta e cowboy, ele arrumou emprego no cinema como stuntman com o produtor Thomas Ince, dublando William S. Hart em clássicos como As Portas do Inferno / Hell’s Hinges / 1916. Serviu na Primeira Gierra Mundial e, ao retornar após o armistício, dublou Rudolph Valentino em Paixão de Bárbaro / The Sheik / 1921 e William Desmond no seriado Feras do Paraíso / Beasts of Paradise / 1923. Em 1924, assinou contrato com Lester F. Scott Jr. (Dist: Weiss Brothers-Artclass), para o qual fez 25 westerns com o nome artístico de Buddy Roosevelt: 1924 – Rough Riding; Battling Buddy; Biff Band Buddy; Walloping Wallace; Rip Roarin’ Roberts; Cyclone Buddy;1925 – Gold and Grit; Fast Fightin’; Reckless Courage; The Galloping Jinx; Action Galore; Thundering Through; A Fazenda Mal Assombrada / Hoodoo Ranch; Tangled Herds. 1926 – The Twin Triggers; Ridin’ Rivals; Easy Going; The Dangerous Dub; The Ramblin’ Galoot; The Bandit Buster. 1927 – Between Dangers; The Fightin’ Comeback; Code of the Cow Country; The Phantom Buster; Ride’em High; 1928 – The Cowboy Cavalier. Em 1928, Roosevelt transferiu-se para a Trem Carr Pictures (Dist. Rayart), onde fez 5 westerns: Painted Trail; Trailin’Back; Trail Riders; The Devil’s Towers; Mystery Valley. Ele fez ainda uma série de 3 westerns para o produtor-diretor Jack Irwin:  1931 – Lightnin’ Smith Returns; The Ridin’ Kid; Valley of Bad Men e mais 4 westerns para o produtor-diretor Victor Adamson (Dist: Superior Talking Pictures): 1933 – Lightning Range; O Terror do Canyon / Circle Canyon. 1934 – Capataz Abarbado / Boss Cowboy; Terror do Texas / Range Riders. Após esta série, Roosevelt perdeu a condição de astro na companhias da Poverty Row, mas continuou interpretando papéis minúsculos em muitos filmes classe A e B até se aposentar em 1962.

Reb Russell

RUSSELL, REB  (1905-1978). Nasceu em Paola, Kansas. Nome verdadeiro: Lafayette H. Russel. Nome de seu cavalo: Rebel, “The Marvel Horse”. Foi um grande atleta universitário e, em 1932, foi recrutado pela Universal para fazer pequenas intervenções em A Eterna Tentação / The All American. Entre 1932 e 1933, Russell foi jogador profissional de futebol americano nos Giants de Nova York e depois no Philadelphia Eagles. Ele retornou a Hollywood para co-estrelar (com Marion Shilling), a produção de Sol Lesser, Fighting to Live, antes de assinar contrato com o produtor Willis Kent, para ser o astro cowboy de 9 westerns B, distribuídos pela Superior Talking Pictures: 1934 – Fighting Through; Audácia de Bandido / The Man from Hell; O Rebelde / Fighting Thru. 1935 – Outlaw Rule; Range Warfare; Arizona Badman; Atirador Invencível / Blazing Guns; Vingança na Fronteira / Border Vengeance; Cheyenne Tornado; Rápido no Gatilho / Lightning Triggers.

Fred Scott

SCOTT, FRED (1902-1991). Nasceu em Fresno, Califórnia. Nome verdadeiro: Fred Leedom Scott. Nome do seu cavalo: White Knight. Estudou canto quando criança e trabalhou como cowboy em uma fazenda de criação de gado. Mais tarde, atuou no vaudeville e, em 1926, estreou na tela em um pequeno papel no filme Noiva daTempestade / Bride of the Storm, cuja estrela era Dolores Costello. Em seguida, Scott chamou atenção como um Texas Ranger cantor em Rio Rita / Rio Rita da RKO; estrelou dois filmes ao lado de Helen Twelvetrees, Despertar da Vida / The Grand Parade e A Grande Atração / Swing High, produzidos pela Pathé Exchange; apareceu em mais alguns filmes (v. g. cantando em O Último Bandoleiro / The Last Outlaw / 1936, cujo astro era Harry Carey ou simplesmente como um guarda no seriado Flash Gordon / Flash Gordon / 1936); e finalmente, estrelou 5 westerns B da Spectrum (recebendo o apelido de “The Silvery Voice Buckaroo”): 1936 – A Caixa do Tesouro / Romance Rides the Range. 1937 – The Singing Buckaroo; O Xerife Valente / The Fighting Deputy; Luar na Serra / Moonlight on the Range; O Valente da Zona / The Roamig Cowboy; 1 western B produzido pela Callaghan-Buell Productions: 1938 – Lutador Destemido / Melody of the Plains; 3 westerns B produzidos pela Stan Laurel Productions: 1938 – The Rangers’ Roundup; Knight of the Plains; Songs and Bullets; 3 westerns B produzidos pela C. C. Burr Productions: 1939 – Code of the Fearless; In Old Montana; Two Gun Troubador. 1940 – Ridin’ the Trail; 1 western B para a PRC: 1942 – Rodeo Rhythm.

David Sharpe

SHARPE, DAVID (1910-1980). Nasceu em St. Louis, Missouri. Nome verdadeiro: David Hardin Sharpe. Apelidado de “Crown Prince of Daredevils”, foi juntamente com Yakima Canutt, um dos maiores stuntmen de Hollywood de todos os tempos. Iniciou-se no cinema, sem ser creditado, como stuntman em clássicos da cena muda (v. g. RobinHood / Robin Hood / 1922; Scaramouche / Scaramouche / 1923) e depois como ator infantil nas comédias da série The Boy Friends de Hal Roach, seguindo-se pequenos papéis ou trabalhos como stuntmen em inúmeros filmes de vários gêneros até 1978. Nos seriados, teve maior destaque em A Volta de Dick Tracy / Dick Tracy Returns / 1938 como o agente Ron Merton e em Demônios do Círculo Vermelho / Daredevils of the Red Circle / 1939 como Bert Knowles, formando com Bruce Bennett (Herman Brix) e Charles Quigley o trio de mocinhos. Entre 1939 e 1942, Sharpe exerceu a função de “ramrod” (coordenador dos stuntmen) na Republic. Em  1941, a Monogram reuniu Sharpe com Chief Thundercloud e Leroy Mason no western B, The Silver Stalllion e, no ano seguinte, ele substituiu Ray “Crash” Corrigan na série Range Busters: 1942 – Cavaleiros da Pátria / Texas to Bataan; Trail Riders.  1943 – A Voz da Cova / Two-Fisted Justice; Mistério do Rancho / Haunted Ranch. Sharpe interpretou o papel de Ulrich, capanga do vilão, em Os Sinos de Santo Angelo / Bells of San Angelo / 1947 de Roy Rogers.

Carl Shrum

SHRUM, CARL (1910-1996). Nasceu em Mountain Home, Arkansas. Nome verdadeiro: Calvin James. Era membro do grupo musical de seu irmão Walt, The Colorado Hillbillies, quando eles fizeram sua estréia no filme de Gene Autry, The Old Barn Dance / 1938. Shrum apareceu em vários westerns B da Republic  (principalmente nos de Dave O’Brien e Charles Starrett) com o seu próprio grupo (The Rhythm Rangers) e, em 1944, fez dois filmes para a Three Crown Productions: Swing Cowboy Swing (ou Bad Man from Big Ben); Trouble at Melody Mesa, lançados somente em 1949 pela Astor.

Charles Starrett

STARRETT, CHARLES (1903-1986). Nasceu em Athol, Massachusetts. Nome verdadeiro: Charles Robert Starrett. Nome do seu cavalo: Raider. Ele estrelou mais westerns B do que qualquer outro cowboy herói do gênero. Fez 133 westerns entre 1935 e 1952, todos para a Columbia Pictures. Ficou mais conhecido como o vingador mascarado Durango Kid, papel que interpretou em 64 filmes. Excelente jogador de futebol americano quando estudava no Darthmouth College, Starrett apareceu, juntamente com Bob Allen, em O Campeonato do Amor / TheQuaterback / 1926, filme estrelado por Richard Dix e Esther Ralston.  Starrett estudou Arte Dramática e estava se apresentando na Broadway quando um caçador de talentos o levou para o cinema. Ele estreou na tela em Fast and Loose / 1930 ao lado de Miriam Hopkins e Carole Lombard.  Nos próximo quatro anos ele atuou como coajuvante, e às vêzes com ator principal, em filmes de pequenas e grandes companhias, destacando-se suas intervenções em A Máscara de Fu Manchú / Mask of Fu Manchu / 1932 da Cosmopolitan-MGM e em Noivado de Guerra / So Red the Rose / 1935 da Paramount. Em 1935, quando Tim McCoy deixou a Columbia, o estúdio contratou Starrett para substituí-lo. Ele interpretou Durango Kid pela primeira vez no filme do mesmo nome; porém a série só deslanchou cinco anos depois com The Return of the Durango Kid. Westerns B na Columbia: 1935 – O Galante Defensor / Gallant Defender; Undercover Men. 1936 – Vingador Misterioso / The Mysterious Avenger; A Patrulha Secreta / Secret Patrol; Código da Montanha  / Code of the Range; O Astro Cowboy / The Cowboy Star; Cavalos em Disparada / Stampede; Música da Serra / Dodge City Trail. 1937 – Mão Vingadora / Trapped; Justiça a Revólver / Two Gun Law; Xerife às Direitas / Two Fisted Sheriff; A Quadrilha Sinistra / One Man Justice; Desmascarando um Impostor / The Old Wyoming Trail; Sangue de Bandeirante / Outlaws of the Prairie; Crime Frustrado / West Bound Mail. 1938 – Irmão Contra Irmão / Cattle Raiders; Trovadores da Justiça / Call of theRockies; A Lei da Planície / Law of the Plains; Aventuras Rancheiras / West of Cheyenne; Bandoleiros do Arizona / South of Arizona; Aventura no Colorado / The Colorado Trail; A Cova dos Acusados / West of the Santa Fe; O Rancho da Morte / Rio Grande. 1939 – The Thundering West; Vaqueiros VS. Pastores / Texas Stampede; Ao Norte de Yukon / North of the Yukon; Salteadores da Serra / Spoilers of the Range; Caravanas Heróicas / Western Caravans; The Man from Sundown; A Volta do Rural / Riders of Black River; Sentinela Avançada / Outpost of the Mounties; Forasteiro Valente / The Stranger from Texas. 1940 – O Código da Traição / Two Fisted Rangers; Bandoleiros da Serra / Bullets for Rustlers; O Crime do Capataz / Blazing Six Shooters; A Estrada Trágica / Texas Stagecoach; O Cavaleiro de Durango / The Durango Kid; Fazendas Roubadas / West of Abilene; Testamento de Ódio / Thundering Frontier.  1941 – Encontro Fatal / The Pinto Kid; Dinamite e Jogadores / Outlaws of the Panhandle; O Médico da Vila / The Medico of Painted Springs; Trovoada na Campina / Benfeitor Mascarado / Thunder Over the Prairie; O Forasteiro da Planície / Prairie Stranger; Real Patrulha Montada / The Royal Mounted Patrol; Bandoleiros do Faroeste / Riders of the Badlands. 1942 – Redenção de um Bandido / West of Tombstone; Bandoleiros das Planícies / Lawless Plainsmen; Lá no Texas / Down Rio Grande Way; O Rancho Misterioso / Riders of the Northland; A Lei das Colinas / Bad Men of the Hills; Diligência de Deadwood / Overland to Deadwood; Cavaleiro de Nevada / Riding Through Nevada; Pardon My Gun. 1943 – Vaqueiro Intrépido / The Fighting Buckaroo; A Lei do Noroeste / Law of theNorthwest; A Marca do Assassino / Frontier Fury; Malfeitor Mascarado / Robin Hood of the Range; Bandidos Contra Heróis / Hail to the Rangers; Vaqueiros das Nuvens / Cowboy in the Clouds. 1944 – Cantina dos Vaqueiros / Cowboy Canteen; Heróis Sem Nome / Sundown Valley; Oeste Contra Leste / Riding West; Emboscada do Vale / Cowboy from Lonesome River; Em Defesa de Seu Direito / Cyclone Prairie Rangers; A Lei da Sela / Saddle Leather Law. 1945 –Justiça a Murros / Rough Ridin’ Justice. Série Durango Kid: A Volta de Durango Kid / Return of the Durango Kid; Ladrões do Prado / Rustlers of the Badlands; Desbravadores do Oeste / Blazing the Western Trail; Renegados dosMontes / Outlaws of the Rockies; Terra Sem Lei / Lawless Empire; Terra de Ninguém / Texas Panhandle; Armas da Justiça / Both Barrels Blazing. 1946 – Transgressores da Lei / Frontier Gun Law; Valentia Rural / Roaring Rangers; Injusta Acusação / Gunning for Vengeance; Trovão a Cavalo / Galloping Thunder; Valentia de Forasteiro / Two Fisted Stranger; Fantasma do Deserto / The Desert Horseman; Mascarado da Justiça / Heading West; A Cicatriz Acusadora / Land Rush; O Terror da Serra / Terror Trail; Alma de Aventureiro / The Fighting Frontiersman. 1947 – A Via dos Celerados / South of the Chisholm Trail; Texano Solitário / The Lone Hand Texan; Máscara do Terror / West of Dodge City; Justiça Sangrenta / Law of the Canyon; Bandoleiros dos Prados / Prairie Raiders; Forasteiro Intrépido / The Strange from Ponca City; Em Defesa da Lei / Riders of the Lone Star; Vaqueiro Vingador / Buckaroo from Powder River; O Tesouro Escondido / Last Days of Boot Hill. 1948 – A Lei da Força / Six Gun Law; O Vale dos Fantasmas / Phantom Valley; Gancho de Aço / West of Sonora; Cavaleiros da Lei / Whirlwind Raiders; Invasão Sangrenta / Blazing Across the Pecos; Pista Sangrenta / Trail to Laredo; O Desfiladeiro da Morte / El Dorado Pass; Rápido no Gatilho / Quick on the Trigger. 1949 – Desafio da Serra / Challenge of the Range; A Pista do Renegado /Laramie; A Vereda da Morte / South of Death Valley; Bandidos do Eldorado / Bandits of El Dorado; Renegados do Deserto / Renegades of the Sage; Senda de Fogo / The Blazing Trail; Vigilantes do Deserto / Desert Vigilante; Cavaleiro das Serras / Horsemen of the Sierras. 1950 – Rio Perdido / Trail of the Rustlers; O Exilado do Planalto / Outcasts of Black Mesa; O Dínamo do Texas / Texas Dynamo; A Caverna do Diabo / Streets of Ghost Town; Terra dos Bandidos /Across the Badlands; O Anel da Traição / Raiders of Tomahawk Creek; Campeão dos Desamparados / Lightning Guns; Avançada de Fogo / Frontier Outpost. 1951 – O Valente da Montanha / Prairie Roundup; Defensor dos Desamparados / Ridin’ the Outlaw Trail; Avalanche de Sangue / Fort Savage Raiders; Os Tenebrosos / Snake River Desperadoes; Armadilha Sinistra / Bonanza Town; Fúria Ciclônica / Cyclone Fury; Contrabandistas da Fronteira / The Kid from Amarillo; Sinal de Traição / Pecos River. 1952 – O Barranco da Morte / Smoky Canyon; O Gavião do Rio Bravo / The Hawk of Wild River; Ferradura Acusadora / Laramie Mountains; O Protetor dos Fracos / The Rough, Tough West; O Gancho da Morte / Junction City; Depoimento Acusador / The Kid from Broken Gun.

Bob Steele

STEELE, BOB  (1907-1988). Nasceu em Portland, Oregon. Nome verdadeiro: Robert Adrian Bradbury. Nome do seu cavalo: Brownie. Nasceu no âmbito de uma família do vaudeville que, no final dos anos dez, se instalou em Hollywood, onde seu pai, Robert Bradbury, arranjou emprego primeiro como ator e depois como diretor. Em 1920, Robert Bradbury dirigiu Bob e seu irmão gêmeo Bill (William Curtis Bradbury) no seriado com 15 episódios de um rolo. The Adventures of Bob and Bill. Em 1927, Steele estrelou seu primeiro western, São de Corpo e Alma / The Mojave Kid para a FBO e fez mais 12 westerns para esta companhia: 1927 – O Filho do Bandido / The Bandit’s Son. 1928 – No Momento Propício / Driftin’ Sands; O Cavaleiro Renegado / The Riding Renegade; O Dia de Sorte / Breed of the Sunsets; Homem de Sorte / Man in the Rough; A Estrela da Coragem / Trail of Courage; Audaz por Amor / Lightning Speed; O Destemido / Captain Careless; Feito para o Perigo / Headin’ for Danger. 1929 – Cavaleiros da Lei / Come and Get It; Admirável Vagabundo / The Amazing Vagabond; Sorrindo à Morte / Laughing at Death. No final dos anos 20, Steele fez 8 westerns para a Syndicate: 1929 – O Terror dos Pampas / The Invaders; The Cowboy and the Outlaw; A Ferro e Fogo / A Texas Cowboy. 1930 – Breezy Bill; A Quadrilha do Diabo / The Man from Nowhere. A Fera Humana ou Foragido da Justiça / The Hunted Men; Western Honor; Demônio a Cavalo / Oklahoma Sheriff. Seguiram-se 8 westerns para a Tiffany: A Vingança do Pastor / Near the Rainbow’s End; Vaqueiro Ciclone / Oklahoma Cyclone; Homens do Deserto / Land of Missing Men; Carne de Corvo / Headin’ North. 1931 – No Caminho da Morte / Sunrise Trail; Dinheiro Sangrento / The Ridin’ Fool; Vaqueiro Conquistador / The Nevada Buckaroo; Armadilha Fatal / Near the Trail’s End e 6 westerns para a Sono-Art Worldwide e mais 1 para Tiffany-World Wide: 1932 – South of Santa Fe; Law of the West; Riders of the Desert; Audácia de Bandido / Man from Hell’s Edges; Son of Oklahoma; O Vale do Tesouro / Hidden Valley; Texas Buddies. Ainda em 1932, Steele iniciou uma série de 7 westerns para a Monogram: 1932 – Salteador Mascarado / Young Blood; Punhos de Aço /The Fighting Champ. 1933 – Chumbo e Aço / Breed of the Border; Em Busca do Assassino / Trailin’ North; UmRomance de Circo / The Gallant Fool; Romeu Destemido / Galloping Romeo; A Mão da Justiça / The Rangers Code. Em 1933, foi o aviador Fred Cromwell, o mocinho do seriado da Mascot A Flotilha Misteriosa / The MysterySquadron. Em 1934, transferiu-se para a Supreme onde fez 32 westerns que, a partir de 1937, foram distribuídos pela Republic: 1934 – Valentia de Cowboy / A Demon for Trouble; A Marca do Ódio / The Brand of Hate. 1935 – Alias John Law; Coração de Fera / Big Calibre; Sangue de Herói / Kid Courageous; No Man’s Range; Quadrilha Sinistra / The Rider of the Law; Ligeiro no Gatilho / Smokey Smith; O Desfiladeiro do Terror / Tombstone Terror; Justiça do Faroeste / Western Justice. 1936 – The Kid Ranger; Last of the Warrens; A Senda do Terror / Trail of Terror; The Law Rides; O Sinete do Crime / Brand of the Outlaws; Cavalry; Sundown Saunders. 1937 – The Gun Ranger; Lightnin’ Crandall; The Trusted Outlaw; Gun Lords of Stirrup Basin; Border Phantom; Doomed at Sundown; The Red Rope; Arizona Gunfighter; Ridin’ the Lone Trail; The Colorado Kid. 1938 – Paroled to Die; Thunder in the Desert; The Feud Maker; Desert Patrol; Durango Valley Raiders. Em 1939, Steele passou a trabalhar na Metropolitan Pictures, para a qual fez 8 westerns: 1939 – Feud of the Range; Trilha de Fogo / Smoky Trails; Mesquite Buckaroo; Cavaleiros do Oeste / Riders of the Sage; The Pal from Texas; El Diablo Rides. 1940 – Bestas Selvagens / Wild Horse Valley; Pinto Canyon. Seus próximos compromissos foram com a PRC, onde fez 6 westernscom o personagem Billy the Kid: 1940 – Billy, o Foragido / Billy the Kid Outlawed; Billy no Texas / Billy the Kid in Texas; Billy e a Justiça / Billy the Kid’s Gun Justice; O Matador / Billy the Kid’s Range War; Billy Bom Camarada / Billy de the Kid’s Fighting Pals. 1941 – Billy em Santa Fe / Billy the Kid in Santa Fe, com a Republic, onde assumiu o papel de Tucson Smith na série The Three Mesquiteeers: 1940 – Defensores Indomáveis / The Trail Blazers; O Cavaleiro Justiceiro / Lone Star Raiders; Pioneiros das Planícies / Prairie Pioneers; Amigos Até a Morte / Pals of the Pecos; O Traidor da Tribo / Saddlemates; Espoliadores de Sonora / Gangs of Sonora; Rastros de Sangue / Outlaws of the Cherokee Trail; Torpeza Humana / Gauchos of El Dorado; West of Cimarron. 1942 – O Código do Cangaceiro / Code of the Outlaw; Salteadores dos Pampas / Raiders of the Range; Avareza Desenfreada / Westward Ho!; Abutres das Planícies / The Phantom Plainsmen; Um Parecido Fatal / Shadows of the Sage; Vale dos Perseguidos / Valley of Hunted Men. 1943 – A Vereda Solitária / Thundering Trails; O Caminho Bloqueado / The Blocked Trail; Santa Fe Scouts; Riders of the Rio Grande e com a Monogram em 8 westerns da série Trail Blazers: O Vale da Morte / Death Valley Rangers.  1944 – Rumo ao Oeste / Westward Bound; Falsários do Oeste / Arizona Whirlwind; Os Malfeitores / Outlaw Trail; Diligência de Sonora / Sonora Stagecoach; O Valentão de Utah / The Utah Kid; Paragens Inóspitas / Marked Trails; A Lei da Pistola / Trigger Law. Os westerns B restantes de Steele como astro foram: 2 westernscoloridos para a Action Pictures:  1945 – Terra de Sangue / Wildfire; A Senda do Terror / Northwdest Trail e 4 westerns para a PRC: Navajo Kid / The Navajo Kid. 1946 – Alma de Policial / Six Gun Man; Emboscada / Ambush Trail; Cidade do Barulho / Thunder Town. Em 1946, Steele atuou como coadjuvante em um western da série Red Ryder / Bill Elliott: Bandidos do Vale / Sheriff of Redwood Valley. No decorrer de sua carreira, ele fez outros papéis secundários (v. g. Guadalupe Kid em Duelo de Valentes / Powdersmoke Range / 1935; como Curley Jackson em Carícia Fatal / Of Mice and Man / 1939, como Lash Canino em À Beira do Abismo / The Big Sleep / 1946) ou pequenas intervenções até se aposentar em 1974.

Conway Tearle

TEARLE, CONWAY 91878-1935). Nasceu em Nova York. Nome verdadeiro: Frederick Conway Levy. Quase no final de sua longa carreira, primeiramente como um dos galãs de prestígio da cena muda e depois como ator característico  (v. g. como Escalus, o Príncipe de Verona em Romeu e Julieta / Romeo and Juliet /1936), ele estrelou 4 westerns B para a Beaumont Pictures: 1935 – The Judgement BookTrail’s End. 1936 – Desert Guns; Senor Jim.

Tom Tyler

TYLER. TOM (1903-1954). Nasceu em Port Henry, Nova York. Nome verdadeiro: Vincent Markowski. Nome de seu cavalo: Ace, Baron. Entrou para a indústria do cinema em 1924 como aderecista e figurante. Em 1925, foi contratado pela FBO  para a qual fez 29 westerns 1925 – Let’s Go Gallagher; Wyoming Wildcat; The CowboyMusketeeer; Born to Battle. 1926 – The Arizona Streak; Wild to Go; The Masquerade Bandit; The Cowboy Cop; Tom and His Pals; Out of the West; Red Hot Hoofs; Lightning Lariats. 1927 – The Sonora Kid; Cyclone of the Range; Splitting the Breeze; Tom’s Gang; Galanteador e Valente / The Flying U Ranch; Ódio de Muitos Anos / The Cherokee Kid; The Desert Pirate. 1928 – When the Law Rides; Uma Lição nos Tratantes / Phantom of the Range; Astúcia Contra Lei / The Texas Tornado; Cavaleiro da Vingança / The Avenging Rider; O Tirano da Sierra Madre / Tyrant of Red Gulch. 1929 – Trail of the Horse Thieves; Gun Law; Idaho Red; O Braço Protetor / Pride of the Pawnee. Seguiram-se 11 westerns para a Syndicate: 1929 – A Coruja Negra / Law of the Plains; O Gigante da Floresta / The Man from Nevada; O Fantasma da Floresta / The Phantom Rider; Céu de Fogo / ‘Neath Western Skies; O Bandido Misterioso / The Lone Horseman; Desafiando a Morte / Pioneeers of the West. 1930 –A Emboscada Vermelha / The Canyon of Missing Men; Deserto Sangrento / Call of the Desert. 1931 – West of Cheyenne; Rider of the Plains; God’sCountry and the Man. No próximo passo de sua carreira Tyler fez 8 westerns para a Monogram: 1931 – O Caminho da Violência / Partners of the Trail; Honesto Salteador / Man from Death Valley; Two-Fisted Justice; Galloping Thru. 1932 – Single-Handed Sanders; The Man from New Mexico; Vanishing Men; Honor of the Mounted, 4 westerns para a Fueller/ Monarch: 1932 -The Forty-Niners. 1933 – When a Man Rides Alone; Deadwood Pass; War on the Range, 18westerns para a Reliable: 1934 – Estância dos Mistérios / Mystery Ranch; Amor e Dever / Fighting Hero; O Terror das Planícies / Terror of the Plains. 1935 – Bandido Invencível / Unconquered Bandit; O Cavaleiro da Lei / Tracy Rides; A Bala de Prata / The Silver Bullet; Ridin’ Thru; Nascido para a Luta / Born to Battle; Caminhos Perigosos / Coyote Trails; Punhos de Ferro / The Laramie Kid; Emboscada Sinistra / Rio Rattler; O Desfiladeiro Perdido / Silent Valley; A Marca do Crime / Trigger Tom. 1936 – Justiça a Tiros / Fast Bullets; Tiroteio Infernal / Ridin’On; Justiça entre Balas / Roamin’ Wild; A Quadrilha da Morte / Pinto Rustlers; Rumo a Santa Fé / Santa Fe Bound, 8 westerns para a Victory Pictures: 1936 – Valente e Destemido / Rip Roarin’ Buckaroo; O Tesouro Oculto / The Phantom of the Range. 1937 – Pontaria Fatal / Cheyenne Rides Again; Feud of the Trail; Montanha Misteriosa / Mystery Range; Orphan of the Pecos; Brothers of the West; Lost Ranch, 13 westerns da série Three Mesquiteeers para a Republic: 1941 – Rastros de Sangue / Outlaws of the Cherokee Trail; Torpeza Humana / Gauchos of El Dorado; West of Cimarron; O Código do Cangaceiro / Code of the Outlaw; Salteadores dos Pampas / Raiders of the Range; Avareza Desenfreada / Westward Ho; Abutres das Planícies / The Phantom   Plainsmen; Um Parecido Fatal / Shadows of the Sage; Vale dos Perseguidos / Valley of Hunted Men. 1943 – A Vereda Solitária / Thundering Trails; The Blocked Trail; Santa Fe Scouts; Riders of the Rio Grande.  Em 1945, Tyler participou do western musical, Aconteceu no Texas/ Sing Me a Song of Texas. Ele fez também os seguintes seriados: O Fantasma do Oeste / Phantom of the West / 1930 (Mascot); Aventuras de Buffalo Bill / Battling With Buffalo Bill / 1931; O Mistério das Selvas / Jungle Mystery/ 1932, Aventuras do Sargento Clancy / Clancy of the Mounted / 1933 (Universal); O Homem de Aço / Adventures of Captain Marvel / 1941(Republic) e O Fantasma Voador / The Phantom / 1943 (Columbia). Além do deu trabalho como astro cowboy, Tyler foi visto em papéis secundários ou pequenas aparições em muitos filmes classe A (v. g. No Tempo das Diligências / Stagecoach / 1939; … E O Vento Levou / Gone With the Wind / 1939; Ao Rufar dos Tambores / Drums Along the Mohawk / 1939; As Vinhas da Ira / The Grapes of Wrath / 1940; O Galante Aventureiro / The Westerner / 1940; Rio Vermelho / Red River / 1948; Sansão e Dalila / Samson and Delilah / 1949; A Mão da Múmia / The Mummy’s Hand / 1941, no qual ele era a múmia Kharis).

Jimmy Wakely

WAKELY, JIMMY (1914-1982). Nasceu em Mineola, Arkansas. Nome verdadeiro: James Clarence Wakeley. Nome do seu cavalo:  Sunset. Vocalista de música country, atuava no rádio no grupo The Jimmy Wakely Trio, formado por ele, Johnny Bond e Scotty Harell. Wakely estreou no cinema como o seu trio em um filme de Roy Rogers, A Saga do Vale da Morte / The Sage of Death Valley / 1939 e eles continuaram aparecendo em westerns de Gene Autry (Republic), Don “Red” Barry (Republic), Johnny Mack Brown, Tex Ritter (Universal), Charles Starrett (Columbia), William Boyd (Paramount). Wakely apareceu também em alguns filmes fora do âmbito do western (v. g. I’m from Arkansas / 1944 da PRC). Em 1944, a Monogram contratou-o para estrelar 28 westerns: 1944 – A Canção do Rancheiro / Song of the Range. 1945 – Springtime in Texas; Saddle Serenade; Cavaleiros do Amanhecer / Riders of the Dawn; Lonesome Trail. 1946 – Vaqueiro Esperto / Moon Over Montana; O Ladrão Ludibriado / West of the Alamo; Rumo ao México / Trail to Mexico; Song of the Sierras. 1947 – Rainbow Over the Rockies; Six Gun Serenade; Song of the Wasteland; Ridin’ Down the Trail. 1948 – Song of the Drifter; Oklahoma Blues; The Rangers Ride; Range Renegades; Cowboy Cavalier; Partners of the Sunset; Silver Trails; Outlaw Brand; Courtin’ Trouble.1949 – Gun Runner; Coração de Vaqueiro / Gun Law Justice; Across the Rio Grande; Brand of Fear; Almas Indomáveis / Roaring Westward; Lawless Code.

Wally Wales

WALES, WALLY (1895-1980). Nasceu em Sheridan, Wyoming. Nome verdadeiro:  Floyd Taliaferro Alderson. Nome do seu cavalo: Silver King. Criado em um rancho, iniciou sua carreira no cinema como ator em 1921 em dois westerns da Clifford Smith Productions, Western Hearts e Crossing Trails, usando no primeiro filme o nome de Floyd Taliaferro. Em seguida, fez para a Action Pictures (distribuídos principalmente pela Weiss e pela Pathé): 1925 – Tearing Loose; The Hurricane Horseman; Galloping On; The Roaring Rider; The Fighting Cheat; Vanishing Hoofs. 1926 – Ridin’ Rivals; Double Daring; Twisted Triggers; Ace of Action. 1927 – The Cyclone Cowboy; Tearin’ into Trouble, The Meddlin’ Stranger; Skedaddle Gold; White Pebbles; Soda Water Cowboy; The Desert of the Lost; Pals of the West. 1928 – Desperate Courage; Saddle Mates; The Flyin’ Buckaroo. Após 1 western para a Presidio (Dist. Rayart), Overland Bound / 1929 e 1 seriado de ficção científica para a Ben Wilson Productions (Dist. Hollywood Pictures Corporation), The Voice from the Sky / 1930, Wales fez 9 westerns para a Big Four, sendo dois como coadjuvante: 1930 – Bar-L Ranch; Canyon Hawks e 7 como astro: Trails of Danger; Breed of the West. 1931 – Red Fork Range; Hell’s Valley; Riders of the Cactus; Flying Lariats; So This is Arizona. Em 1934, fez 1 western, The Adventures of Texas Jack, para a Security, 1 western, Potluck Pards, para B&B Productions e 8 westerns para a Imperial: Arizona Cyclone; Carrying the Mail; Desert Man; The Lone Rider; Pals of the West; The Sundown Trail; West of the Law, todos dirigidos por Robert Emmett (Tansey). Nos meados dos anos trinta, os dias de cowboy herói de Wally estavam contados. Ele mudou de nome novamente, desta vez para Hal Taliaferro, e se tornou um coadjuvante em inúmeros westerns e seriados, a maioria para a Republic, Universal e Columbia, até se retirar da tela em 1952. Talvez seu papel mais importante nesse período tenha sido o de Jim Bowie no seriado O Aliado MIsterioso / The Painted Stalllion / 1937 ao lado de Ray Corrigan, Hoot Gibson, Davy Crockett (Jack Perrin),  Sammy McKim (o menino Kit Carson), Duncan Renaldo (Zamorro, líder dos bandidos) e Julia Thayer, a índia misteriosa que sempre avisa os americanos do perigo, arremessando flechas sibilantes.

James Warren

WARREN, JAMES (1913-2001). Nasceu em Marietta, Ohio. Nome verdadeiro: James Pringle Witlig. “Descoberto” por um caçador de talentos da MGM, apareceu em vários filmes do estúdio, começando como um técnico do FBI em O Silêncio é de Ouro / Don’t Talk, um short MGM Special de 1940. Quando o contrato com a MGM terminou, Warren se transferiu para a RKO onde, além de interpretar pequenos papéis em filmes de vários gêneros, estrelou um trio de westerns B: 1945 – Terra Perdida / Wanderer of the Wasteland. 1946 – O Passo da Morte / Sunset Pass. 1947 – Terra Sangrenta / Code of the West. Posteriormente, ele apareceu brevemente em filmes da 20thCentury-Fox (v. g. Horas Intermináveis / Fourteen Hours / 1952; Missão Perigosa em Trieste / Diplomatic Courier / 1952) e contracenou com Gloria Swanson em Three for Bedroom C / 1952.

John Wayne

WAYNE, JOHN (1907-1979). Nasceu em Winterset, Iwoa. Nome verdadeiro: Suas primeiras aparições na tela foram como um jogador de futebol americano em Mocidade Esportiva / Brown of Harvard / 1926 e como um guarda em O Cavaleiro dos Amores / Bardelys the Magnificent / 1926. Trabalhou como figurante em outros filmes, inclusive alguns de John Ford, até conquistar seu primeiro papel principal em A Grande Jornada / The Big Trail (Fox, 1930).  Depois disso, coadjuvou Buck Jones em Estância em Guerra / Range Feud / 1931 e TimMcCoy em Cavaleiro do Texas / Texas Cyclone  / 1932 e Lei da Coragem / Two-Fisted Law / 1932, todos produzidos pela Colúmbia; estrelou 3 seriados para Nat Levine / Mascot: 1932 – A Águia de Prata / The Shadow of the Eagle; O Trem Ciclônico / The Hurricane Express. 1933 – Os Três Mosqueteiros / The Three Musketeers; e, finalmente,  estrelou a sua primeira série de westerns B na Warner : 1932 – Pena de Talião / Ride Him Cowboy; A Grande Estirada / The Big Stampede; Ouro Mal Assombrado / Haunted Gold. 1933 – Na Trilha do Telégrafo / The TelegraphTrail; Na Terra de Ninguém / Somewhere in Sonora; No Vale da Aventura / The Man from Monterey. Seu compromissso seguinte foi com o produtor Paul Malvern em 16 Lone Star westerns, distribuídos pela Monogram: Na Pista do Traidor / Riders of Destiny; Justiça Selvagem / Sagebrush Trail. 1934 – Sorte de Verdade / The Lucky Texan; Armando o Laço / West of the Divide; A Lei do Gatilho / Blue Steel; O Torneio da Morte / The Man from Utah; A Ferro e Fogo / Randy Rides Alone; Sombra de Sangue / The Star Packer; Para Lá da Estrada / The Trail Beyond; Fronteiras sem Lei / Lawless Frontier; Sob o Sol do Arizona / ‘Neath Arizona Skies. 1935 – Terror no Texas / Texas Terror; Rainbow Valley; Uma Trilha no Deserto / The Desert Trail; A Difícil Vingança / The Dawn Rider; O Vale do Paraíso / Paradise Canyon.  Subsequentemente, Wayne fez mais 8 westerns para o produtor Paul Malvern, agora trabalhando com a Republic: Da Derrota à Vitória / Westward Ho; Terras Virgens / The New Frontier; País sem Leis / Lawless Range. 1936 – O Regimento Sinistro / The Oregon Trail; Ordem a Bala / The Lawless Nineties; O Rei do Rio Pecos / King of the Pecos; Limpando a Zona / The Lonely Trail; Tenacidade / Winds of the Wasteland. Em 1936-37, Wayne fez também 6 filmes alheios ao gênero western na Universal: 1936 – Sentinelas do Mar / The Sea Spoilers; Conflitos / Conflict. 1937 – Pequeno Inferno / California Straight Ahead; Em Plena Batalha / I Cover theWar; Ídolo da Torcida / Idol of the Crowds; Aventuras Marítimas / Adventure’s End. Após estrelar com Marsha Hunt e Johnny Mack Brown o western Trunfos na Mesa / Born To The West (Paramount, 1937), Wayne assumiu o papel de Stony Brooke em 8 westerns da série The Three Mesquiteers da Republic: Traição no Deserto / Pals of the Saddle; Bandidos Encobertos / Overland Stage Raiders; Forcas e Facas / Santa Fe Stampede; Ronda de Sangue / Red River Range. 1939 – Os Três Mascarados / The Night Riders; Três Cavaleiros do Texas / Three Texas Steers; Bandoleiro Inocente / Wyoming Outlaw; Nova Fronteira / The New Frontier. Com seu sucesso em No Tempo das Diligências / Stagecoach / 1939 de John Ford, Wayne foi promovido para filmes classe A, tornando-se um dos grandes astros de Hollywood, até 1976, quando se retirou da tela.

Ted Wells

WELLS, TED (1899-1945). Nasceu em Justice, Texas. Nome veradeiro: John Oscar Wells. Campeão de rodeio, foi contratado pela Universal em 1921. Seus fimes mais importantes no cinema silencioso foram os que fez sob a direção de William Wyler: 1927 – Reto como o Dever / Straight Shootin’; Pó do Deserto / Desert Dust. 1928 – AProva de Coragem / Thunder Riders; sob a direção de Ray Taylor:  1928 – The Clean-Up Man; Greased Lightning; O Vale Encarnado / The Crimson Canyon. 1929 – Belezas e Balas / Beauty and Bullets, The Border Wildcat; O Demônio da Sela / The Ridin’ Demon; sob a direção de Robert J. Horner: 1928 – Rédeas do Arizona / Arizona Speed;Pelas; Pelas Planícies / Across the Plains; Where the West Begins; The Thrill Chaser; Forbidden Trails (em todos, com exceção de Forbidden Trails, usando o nome de Pawnee Bill Jr.); e sob direção de Josef Levigard: 1929 – Cilada Noturna / Grit Wins; Vaqueiro Improvisado / Born to the Saddle; O Herói Risonho / The Smiling Terror. Quando veio o cinema falado, a carreira de Wells declinou, e ele se afastou da tela. Retornou em 1935, para fazer 2 westerns B bem modestos, um para a Aywon (The Phantom Cowboy) e outro para American (Defying the Law). Desde então, coube-lhe apenas papéis minúsculos em westerns de Johnny Mack, Buck Jones, William Boyd, Gene Autry, Bill Elliott, Allan Lane, Roy Rogers, Charles Starrett e outros cowboys  bem como em seriados (v. g. Volta de Dick Tracy / Dick Tracy Returns / 1938; A Volta do Cavaleiro Fantasma / The Lone Ranger Rides Again / 1939; Os Tambores de Fu Manchu / Drums of Fu Manchu).

Guinn “Big Boy” Williams

WILLIAMS, GUINN “BIG BOY” (1899-1962). Nasceu em Decatur, Texas. Nome verdadeiro: Guinn Terrell Williams Jr. Estreou no cinema em 3 filmes de Will Rogers (Goldwyn Pictures): Quase um Marido / Almost a Husband / 1919; Vagabundo Regenerado / Jubilo / 1919 e Cupid the Cowpuncher / 1920. Em seguida trabalhou principalmente para a Charles R. Seeling Productions / Dist. Aywon: 1921 – The Jack Rider; The Vengeance Trail; Western Firebrands. 1922 – Across the Border; Passando Por Cima da Lei / Rounding Up the Law; The Cowboy King.1923 – Cylone Jones; Riders at Night; End of the Rope; $1000 Reward. 1924 – The Avenger; The Eagle’s Claw. 1925 –A Rosa do Deserto / Rose of the Desert; Série com o cão Wolfheart: Fangs of Wolfheart; A Vingança de Wolfheart / Wolfheart’s Revenge; O Ladrão de Minério / Bad Man from Bodie; Sporting West; A Coragem de Wolfheart / Courage of Wolfheart; The Big Stunt; para a Frederick Herbst Productiosns / Dist: Di Lorenzo: 1922 – The Trail of Hate; Blaze Away; The Freshie; para a Robertson-Cole / Dist. Aywon:  1925 – Red Blood and Blue; Sporting West; Whistling Jim; Riders of the Sand Storm. Fez também alguns shorts para Hal Roach  / Dist. Pathé:  1922 –The Ropin’s Fool. 1923 – Uncensored Movies (ambos com Will Rogers) e, em 1925, dividiu o estrelato com Rex, the Wonder Horse em Tufão Negro / Black Cyclone. Entre 1926 e 1930 atuou como coadjuvante em uma variedade de filmes classe B e A de várias companhias e em 1934, após ter participado do seriado A Flotilha Misteriosa / The Mystery Squadron / 1933, da Mascot, estrelou 5 westerns B para a Beacon: 1934 – Emboscada Perigosa / Cowboy Holiday; Texas em Revolta / Thunder Over Texas. 1935 – A Lei da  Bala / Law of the 45’s; Big Boy Rides Again; Trilhas Perigosas / Danger Trails; Fogo a Fogo / Gun Play.  Depois de integrar o elenco de mais um seriado, Os Vigilantes da Lei / The Vigilantes Are Coming / 1936, continuou sua carreira como coadjuvante, destacando-se como companheiro de Errol Flynn em 3 westerns da Warner: Uma Cidade que Surge / Dodge City / 1939, Caravana do Ouro / Virginia City / 1940, A Estrada de Santa Fe / Santa Fe Trail / 1940.  Em 1941 fez seu último seriado, Os Cavaleiros da Morte / Riders of Death Valley / 1941 e, em 1962, seu derradeiro filme: o western Os Comacheros / The Comancheros.

Whip Wilson

WILSON, WHIP (1911- 1964). Nasceu em Granito City, Illinois, Nome verdadeiro:  Roland Charles Meyers. Nome de seu cavalo: Silver Bullet, depois abreviado para Bullet e mais tarde mudado para Rocket. Ele era cantor antes de ir para Hollywood e, embora cantasse em alguns filmes, nunca foi considerado um “cowboy cantor”. Scott R. Dunlap, executivo da Monogram estava procurando alguém para substituir Buck Jones que havia falecido no incêndio de uma boate em 1942, e parece que viu em Wilson lembrava de Buck, e o contratou para estrelar uma série de westerns. Ao mesmo tempo, Lash LaRue estava fazendo sucesso com o seu chicote em seus westerns da PRC, e assim, Dunlap decidiu por um chicote nas mãos de Wilson e torná-lo uma combinação de Buck Jones com Lash La Rue. Para dar experiência a Wilson, Dunlap colocou-o em um western de Jimmy Wakely, Silver Trail e, no ano seguinte, Wilson ganhou a sua própria série, na qual foi secundado pelo comediante Andy Clyde, depois susbtituído por Fuzzy Knight e posteriormente por Jim Bannon: 1949 – Punho Vingador / Crashing Thru; A Marca do Chicote / Shadows of the West; Vingando o Irmão / Haunted Trails; Cavaleiros do Anoitecer / Riders of the Dusk; Ouro Desaparecido / Range Land. 1950 – Chicote Traiçoeiro / Fence Riders; O Grande Embuste / Gunslingers; Cumplicidade / Arizona Territory; Contrabando de Prata / Silver Raiders; Cherokee Uprising; O Último Cartucho / Outlaws of Texas. 1951 – Pistolas dos Prados / Abilene Trail; Caçadores de Recompensas / Wanted Dead or Alive; O Chicote de Prata / Canyon Raiders; Facínoras de Nevada / Nevada Badmen;  Emboscada do Estafeta / Stagecoach Driver; Jogadores sem Lei / Lawless Cowboys; Stage to Blue River. 1952 – Cavaleiros da Noite / Night Raiders; Pistoleiros da Estrada / The Gunman; Montana Incident; Lutador Audaz / Wyoming Roundup.  Wilson só trabalhou em mais um filme, quando foi contratado para fazer as cenas de chicote em Homem Até o Fim / The Kentuckian / 1955.

VICTOR FLEMING

outubro 2, 2019

Ele era um cineasta de personalidade forte, mas não deixou uma visão pessoal do mundo ou a marca de um estilo inconfundível nos seus filmes. Embora não fôsse um simples técnico e gozasse de certa autonomia criativa, funcionou sempre como um artesão competente e confiável dentro do sistema de estúdio, assinando algumas obras de prestígio para a MGM nos mais variados gêneros. Era conhecido no estúdio como “Mr. Fix-It”, pois tinha uma habilidade incrível para solucionar qualquer problema de produção.

Victor Fleming

Victor Lonzo Fleming (1889-1949), filho de William Richard Lonzo e Eva (cujo sobrenome de nascença era Hartman), nasceu em uma tenda de campanha no Banbury Ranch, onde moravam os operários das instalações de poços de água na região como seu pai. O rancho ficava perto de onde é hoje La Cañada Flintridge, cidade do condado de Los Angeles, situada a noroeste de Pasadena.

O pai de Victor morreu quando ele tinha quatro anos de idade. Sua mãe casou-se de novo, desta vez com um fazendeiro próspero, Victor saiu do colégio aos quatorze anos de idade e se tornou sucessivamente: mecânico de automóveis, motorista de taxi e, finalmente, chofer particular de um milionário. Nesta ocasião, conheceu o diretor de cinema pioneiro Allan Dawn.

Victor Fleming e os Oscars de … E O Vento Levou

Dwan teve um problema no carro que havia comprado e nenhum mecânico de Santa Barbara conseguia consertá-lo. Marshall Neilan (futuro diretor favorito de Mary Pickford), que trabalhava sob as ordens de Dwan na American Film Manufacturing Company (conhecida como Flying A por causa de seu logotipo) lhe disse que conhecia um chofer de uma família rica, que sabia tudo sobre automóveis. Quando encontraram Fleming na mansão onde trabalhava, ele estava atirando com uma pistola em um alvo na garagem. Sem olhar para Dwan e Neilan, ele disse: “Uma de suas válvulas está emperrada”. Enquanto Fleming estava consertando o carro, Dwan circulou pela garagem e viu em um canto um punhado de equipamentos fotográficos e máquinas fotográficas. “Você se interessa por fotografia?, ele disse. Fleming respondeu que sim e mostrou algumas fotos bonitas que havia tirado. Dawn lhe perguntou se gostaria de entrar para a indústria de cinema e ser um fotógrafo. Fleming respondeu “Bem, sua proposta parece boa, mas eu tenho que comer – vocês pagam para isso?” Dwan disse sim e o convite foi aceito.

Porém o primeiro trabalho regular de Fleming na Flying A foi simplesmente o de conduzir o elenco e os técnicos de carro para a locação. Depois, Roy Overbaugh, o diretor de fotografia da companhia, colocou-o no laboratório de revelação de filmes, do qual ele foi promovido para assistente do cameraman. Em 1915, quando Dwan foi para a Fine Arts Film Company  (Prod.) / Triangle Film Corporation  (Dist.) levou Fleming consigo e os dois trabalharam juntos em vários filmes de Douglas Fairbanks. Em fevereiro de 1917, Fairbanks anunciou a formação da Douglas Fairbanks Pictures Corporation (cujos filmes seriam distribuídos pela Famous Players Lasky – Artcraft Film Corporation) e contratou Fleming como cameraman. Após ter terminado mais um filme de Fairbanks, Querendo Agarrar a Lua / Reaching for the Moon /1917 (Dir: John Emerson), Fleming foi convocado pelo Exército e prestou serviço no Serviço Fotográfico do Signal Corps durante a Primeira Guerra Mundial. Após o armistício, ele foi escolhido para acompanhar como cameraman o Presidente Wilson na Conferência da Paz na Europa.

Quando foi dispensado do Signal Corps, Fleming assumiu a direção de fotografia  do primeiro filme de Fairbanks da United Artists, S. M. o Ianque / His Majesty the American / 1919 (Dir: Joseph Henabery). No mesmo ano, estreou como diretor com O Supersticioso / When The Clouds Roll By, mistura de comédia, fantasia e aventura bem divertida e tecnicamente inovadora, sobre a então corrente obsessão pela psicanálise. Na trama, Fairbanks é Daniel Boone Brown, modesto empregado de uma firma de investimentos que sofre de superstições autodestrutivas e vem a ser vítima das experiências psiquiátricas-neurológicas de um charlatão sinistro, Dr. Ulrich Metz (Herbert Grimwood), na verdade um louco foragido do asilo. No percurso da intriga, Daniel liberta-se da superstição, pratica atos de coragem durante uma enchente, desmascara um bandido ex-admirador de uma linda garota (Kathleen Clifford), por quem se apaixona.

Fleming dirigiu também a terceira produção de Fairbanks da United Artists, Ousadia Hereditária / The Mollycoddle / 1920, outra boa mistura de comédia, fantasia e aventura, que apresentava o ator como Richard Marshall V, rapaz nascido no Arizona, mas que usava bengala, monóculo e piteira em contraste marcante com a longa linhagem de seus bravos antepassados pioneiros, um típico “Mollycoddle”  (Sujeito Mimado), como  diziam. Ao retornar de Monte Carlo para sua terra natal, ele é confundido como agente do serviço secreto por contrabandistas, liderados por Henry Van Holkar (Wallace Beery) e, no decorrer dos acontecimentos, demonstra sua valentia, conquistando o coração de Virginia Hale (Ruth Renick), a verdadeira agente, que estava atrás de Val Holkar. Não é preciso lembrar que tanto em O Superticioso quanto em Ousadia Hereditária Fairbanks tem oportunidade de demonstrar sua admirável qualidade atlética.

John Emerson e Anita Loos à esq., Fleming sentado, Basil Sydney e May Collins à direita na filmagem de O Valente Americano

A carreira de Fleming continuou com três filmes para a Emerson-Loos Productions, companhia fundada pelos roteiristas John Emerson e Anita Loos, que também haviam trabalhado para Fairbanks (Emerson inclusive como diretor): 1921 – Medicina Amorosa / Mama’s Affair com Constance Talmadge, Emancipação da Mulher / Woman’s Place com Constance Talmadge. 1922 – O Valente Americano / Red Hot Romance com Basil Sydney, May Collins e 17 filmes para a Paramount: 1922 – The Lane That Had no Turning com Agnes Ayres, Quem Agrada, Triunfa / Anna Ascends com Alice Brady, Robert Ellis 1923 – Escrava e Soberana / Dark Secrets com Dorothy Dalton, Robert Ellis, A Lei dos Livres / The Law of the Lawless com Dorothy Dalton, Richard Dix, Ódios e Afeições / To The Last Man com Lois Wilson e Richard Dix, Cidades e Serras / The Call of the Canyon com Lois Wilson, Richard Dix e Noah Beery (estes dois westerns com Lois Wilson e Richard Dix, adaptações de histórias de Zane Grey, foram um grande sucesso). 1924 – O Código dos Homens do Mar / Code of the Sea com Rod La Rocque, Jacqueline Logan. Mãos Magnânimas / Empty Hands com Norma Shearer, Jack Holt. 1925 – A Carga da Caravela do Mal / The Devil’s Cargo com Wallace Beery, Pauline Starke, A Destemida Diana / Adventure com Pauline Starke, Tom Moore e Wallace Beery, Grande é o Poder do Amor / A Son of His Father com Bessie Love, Warner Baxter, Maldição Gloriosa ou Lord Jim / Lord Jim com Percy Marmont, Shirley Mason e Noah Beery. 1926 – Justiça dos Homens, Justiça de Deus / The Blind Goddess com Jack Holt, Ernest Torrence e Esther Ralston, Provocação de Amor / Mantrap com Clara Bow, Ernest Torrence e Percy Marmont. 1927 – Os Libertadores ou Irmãos na Luta, Irmãos no Amor / The Rough Riders com Noah Beery, Charles Farrell, George Bancroft e Mary Astor, Hula / Hula com Clara Bow, Clive Brook, A Tentação da Carne / The Way of All Flesh com Emil Jannings, Belle Bennett. Por sua interpretação neste filme e em A Última Ordem / The Last Command de Josef von Sternberg, Jannings ganhou o Oscar de Melhor Ator.

Gary Cooper e Lupe Velez em A Canção do Lobo

Gary Cooper e Mary Brian em Agora ou Nunca

 

Antes de fazer seus três filmes derradeiros na Paramount em 1929 – Rosa da Irlanda ou Rosa Irlandesa / Abie’s Irish Rose com Charles “Buddy” Rogers, Nancy Carroll, A Canção do Lobo / Wolf Song com Gary Cooper, Lupe Velez e Louis Wolheim e Agora ou Nunca / The Virginian com Gary Cooper, Walter Huston, Mary Brian e Richard Arlen -, Fleming foi emprestado para Samuel Goldwyn, assumindo a direção de O Despertar do Amor ou O Despertar de uma Mulher / The Awakening com Vilma Banky e Walter Byron. Em A Canção do Lobo e Agora ou Nunca, seu primeiro filme falado, Fleming criou a personalidade cinematográfica de Gary Cooper e o ajudou a se tornar um astro.

David O. Selznick, então produtor da Paramount, queria reunir Fleming e Cooper novamente, mas Fleming preferiu aceitar a oferta da Fox, onde fez em 1930 Argila Humana / Common Clay com Constance Bennett, Lew Ayres e Renegados / Renegades com Warner Baxter, Myrna Loy, Noah Beery e Bela Lugosi. Este ano de trabalho na Fox ajudou Fleming a consolidar seu domínio sobre a tecnologia do som e a restabelecer sua amizade com Douglas Fairbanks, dirigindo com ele um travelogue cômico de longa-metragem intitulado Around the World in Eighty Minutes with Douglas Fairbanks / 1931, que consistia em cenas filmadas no Havaí, Japão, Hong Kong, China, Filipinas, Cambodja, Tailândia e India. Cenas adicionais foram filmadas no estúdio de Fairbanks em West Hollywood, incluindo animação (o camondongo Mickey dançando ao som de uma música tailandesa) e efeitos visuais, (entre eles  Fairbanks no tapete voador de O Ladrão de Bagdad / The Thief  of Bagdad / 1924, que ele utiliza como um deus ex machina da narrativa para transportá-lo de volta a Hollywood no final dos 80 minutos de sua aventura através do mund). Além de Fleming, a equipe contava com o treinador de Fairbanks, Chuck Lewis, com o diretor de fotografia Henry Sharp e com o roteirista Robert E. Sherwood. Os atores Sessue Hayakawa e Sojin (o príncipe mongol de O Ladrão de Bagdad) encontravam-se com os viajantes no Japão.

Em outubro de 1931, Fleming  recebeu proposta para se tornar um diretor da MGM, iniciando-se assim uma aliança diretor-estúdio e uma parceria roteirista-diretor (Fleming-John L. Mahin), que se estenderia para a maioria dos filmes sonoros de Fleming. Entre 1932 e 1943 Fleming fez filmes de qualidade artística variada, assinalados a seguir os melhores em negrito: 1932 – … E O Mundo Marcha / The Wet Parade com Dorothy Jordan, Lewis Stone, Robert Young, Lewis Stone; Terra de Paixão / Red Dust com Clark Gable, Jean Harlow, Mary Astor, Gene Raymond. 1933 – A Irmã Branca / The White Sister com Helen Hayes, Clark Gable, Lewis Stone, Edward Arnold.  Mademoiselle Dinamite / Bombshell com Jean Harlow, Lee Tracy, Franchot Tone, Pat O’Brien. 1934 – A Ilha do Tesouro / Treasure Island com Wallace Beery, Jackie Cooper, Nigel Bruce, Lionel Barrymore, Lewis Stone. 1935 – Tentação dos Outros / Reckless com Jean Harlow, William Powell, Franchot Tone. 1937 – Marujo Intrépido / Captain Courageous com Spencer Tracy, Lionel Barrymore, Freddie Bartholomew, Melvyn Douglas, Mickey Rooney. 1938 – Piloto de Provas / Test Pilot com Clark Gable, Myrna Loy, Spencer Tracy, Lionel Barrymore. 1939 – O Mägico de Oz / The Wizard of Oz com Judy Garland, Frank Morgan, Ray Bolger, Bert Lahr, Jack Haley, Billie Burke, Margaret Hamilton.  . … E O Vento Levou / Gone With the Windcom Clark Gable, Vivien Leigh, Leslie Howard, Olivia de Havilland, Thomas Mitchel, Hattie McDaniell. 1941 – O Médico e o Monstro / Dr. Jekyll and Mr. Hyde. Com Spencer Tracy, Ingrid Bergman, Lana Turner, Donald Crisp, Ian Hunter 1954 – Bôemios Errantes / Tortilla Flat com Spencer Tracy, Hedy Lamarr, John Garfield, Frank Morgan, Akim Tamiroff. 1942 – Dois no Céu / A Guy Named Joe / 1943 com Spencer Tracy, Irene Dunne, Van Johnson, Lionel Barrymore.

Jean Harlow e Clark Cable em Terra de paixão

Fleming dirige Terra de Paixão

Terra de Paixão é um melodrama romântico pre-code, misturado com exotismo colonial e comédia, cuja ação transcorre em uma plantação de borracha na Indochina. Dennis Carson (Clark Gable), dono de um seringal, envolve-se amorosamente com uma prostituta exuberante, Vantine (Jean Harlow) e depois com Barbara Willis, esposa sofisticada de Gary Willis (Gene Raymond), engenheiro que trabalha para ele. Convocado para substituir Jacques Feyder, Fleming explorou muito bem a sexualidade insolente de Harlow e a virilidade de Gable, mas quem transmitiu mais sensualidade foi Mary Astor. O filme consolidou a ascenção de Clark Gable para o estrelato.

Jean Harlow e Lee Tracy em Mademoiselle Dinamite

Mademoiselle Dinamite é uma sátira do sistema hollywoodiano, excessivamente falada, mas muito divertida, com alguns inside jokes memoráveis e um compasso ultra acelerado. O filme focaliza uma estrela de cinema, Lola Burns (Jean Harlow), que sonha em mudar de vida. Explorada por sua família, que dilapida seu patrimônio e por um assessor de imprensa superzeloso E. J. “Space Halon (Lee Tracy), que alimenta os jornais com falsos escândalos, para manter sua cliente sempre em evidência,  Lola deseja ter uma existência normal. Quando pretende se casar com um playboy (Franchot Tone) – que odeia cinema, e portanto não a conhecia -, Halon, secretamente apaixonado por ela, dá um jeito de frustrar seu projeto matrimonial e trazê-la de volta para a Usina de Sonhos.

Jackie Cooper e Wallace Beery e m A Ilha do Tesouro

A Ilha do Tesouro é um clássico do cinema de aventura, sem dúvida a melhor adaptação do romance de Robert Louis Stevenson, por sua fidelidade à trama e ao espírito da obra literária, pelos valores de produção e sobretudo pela interpretação truculenta de Wallace Beery como Long John Silver, um vilão com o qual a gente acaba simpatizando. A câmera procura explorar bastante o personagem e as tomadas em que aparece se alongam demasiadamente prejudicando um pouco a cadência do espetáculo, mas não o impede de ser atraente.

Spencer Tracy e Freddie Bartholomew em Marujo Intrépido

Marujo Intrépido é um esplêndida história de iniciação, baseada no livro de Rudyard Kipling, soberbamente encenada por Fleming. O jovem Harvey Cheyne Jr. (Freddie Bartholomew), filho mimado insuportável de um milionário viúvo (Melvyn Douglas) cai no mar durante um cruzeiro com o pai, é recolhido por um barco de pesca, faz amizade com um pescador português chamado Manuel (Spencer Tracy) e, em contato com este homem humilde e a tripulação, recebe lições de vida, mudando sua  maneira de ser. Spencer Tracy esmerou-se na sua composição do pescador Manuel (chegando até a cantar duas cantigas de marinheiro) e arrebatou o Oscar de Melhor Ator. tendo também havido indicação para Melhor Filme e Melhor Roteiro. Fleming mostra muito bem o cotidiano de um barco de pesca e capta belos e empolgantes instantâneos das cenas marítimas.

Spencer Tracy em O Médico e o Monstro

Ingrid Bergman, Spencer Tracy e Lana Turner posam para uma foto de publicidade de O Médico e o Monstro Monstro

O Médico e o Monstro é uma adaptação do romance de Robert Louis Stevenson menos delirante e criativa do que a realizada por Rouben Mamoulian e focalizando mais o aspecto psicológico do que o físico. A transformação do médico quando ele ingere a droga que o transformará em um monstro é um sonho freudiano. Entre seus méritos merecem destaque a fotografia (Joseph Ruttenberg indicado ao Oscar), principalmente a iluminação das cenas noturnas nas ruas de Londres; a interpretação de Tracy como Dr. Jekyll e das duas atrizes que contracenam com ele (louvando-se a idéia da inversão do duplo papel feminino: Lana Turner como Beatrix, a noiva rica e nobre do Dr. Jekyll e Ingrid Bergman como Ivy, a jovem garçonete); e a força emocional que o diretor dá ao relato.

Fleming dirige O Mágico de Oz

Cena de O Mägico de Oz

Fleming dirige Clark Gable e Vivien Leigh em … E O Vento Levou

Clark Gable e Vivien Leigh em … E O Vento Levou

O Mágico de Oz e … E O Vento Levou, como se sabe, não são totalmente de Fleming, mas foi ele que realizou a maior parte destas duas produções dispendiosas e ultra complicadas, enfrentando todas as dificuldades com sua energia e seu profissionalismo. Fleming  inclusive acumulou  a direção de … E O Vento Levou com a supervisão da montagem de O Mágico de Oz e é preciso lembrar também seu trabalho não creditado no socorro a várias filmagens em 1938: retakes de Fibra de Campeão / The Crowd Roars /1938; substituição de Jack Conway, que caiu doente em A Grande Valsa / The Great Waltz e, em 1940: retakes de Com os Braços Abertos / Boys Town / 1940. Embora seis diretores tivessem trabalhado em  … E O Vento Levou, Fleming foi o único creditado, porque assim constava no seu contrato. Entretanto, muita gente em Holywood achou que foi uma injustiça ele ter recebido o crédito sozinho, assim como o Oscar de Melhor Diretor.

Henry Fonda e  Janet Gaynor  em Amor Singelo

Em 1935, Fleming realizou um filme para a Fox, Amor Singelo / The Farmer Takes a Wife, não por ter sido emprestado pela MGM, mas como free lancer. Tal como fez com Gary Cooper e Clark Gable, ele ajudou o ator Henry Fonda (no início de sua carreira no cinema) a mostrar o seu charme para a câmera. Os outros filmes de Fleming para a MGM nos anos quarenta (Boêmios Errantes / Tortilla Flat / 1942, Dois no Ceú / A Guy Named Joe / 1943, Aventura / Aventura / 1945) são entediantes e Joana D’Arc / Joan of Arc  / 1948, que ele fez para a Sierra Pictures (cujos sócios  principais eram Walter Wanger, Fleming e Ingrid Bergman), nas palavras do próprio diretor, foi um desastre – embora tivesse recebido sete indicações para o Oscar e conquistado duas: Melhor Figurino e Fotografia em cores.

Ingrid Bergman em Joana D’Arc

Logo após a estréia de Joana D’Arc, Fleming morreu a caminho do hospital, vitimado por um ataque cardíaco. Apesar de ter sido um conquistador de belas estrelas (sua lista de amantes é  impressionantel), muitos anos depois de um breve casamento aos vinte anos com uma menina de dezesseis, Clara West Strouse, ele contraiu matrimônio em 1933 com Lucille Rosson. O casal teve duas filhas, e permaneceu em tranquilidade doméstica até o falecimento dele, aos 59 anos, em 1949. Mesmo quando Fleming teve seu caso amoroso com Ingrid Bergman, a única mulher que mereceu sua atenção depois de casado.

CINEMA ALEMÃO NOS ANOS 30 NO BRASIL

setembro 18, 2019

A partir da segunda metade da década de vinte as produções germânicas começaram a aparecer em maior quantidade no mercado exibidor brasileiro, distribuídas inicialmente através do Programa Urania e depois pela Art Films (fundada em 1931 pelo italiano Ugo Sorrentino).

Colyseo Paulista

Inaugurado em 1926, o Colyseo Paulista, um enorme cinema de rua localizado no início da Av. Duque de Caxias, ainda no largo do Arouche, foi o primeiro a ostentar o logotipo da empresa cinematográfica germânica Ufa. Em 1936, o Ufa Palácio, com linhas modernistas e capacidade para 3.139 lugares, foi inaugurado na Av. São João e se tornou o grande exibidor de filmes alemães nas terras paulistanas. O Ufa Palácio foi projetado por Rino Levi (1901-1965), um dos expoentes da arquitetura moderna no Brasil e equipado com a última palavra em matéria de tecnologia de projeção, inclusive um novo sistema de acústica e iluminação. O filme exibido nesta estréia foi Boccacio/ 1936 com Willy Fritsch, Heli Finkenzeller, Paul Kemp e Gina Falckenberg. No final de 1939, poucos mêses depois de ter início a Segunda Guerra Mundial, o Ufa-Palácio foi rebatizado para Art-Palácio.

No Rio de Janeiro, a Ufa exibiu primeiramente seus filmes no Cinema Rialto, situado na antiga rua Chile, hoje Rua da Ajuda. Em 1938, o Automóvel Clube recusou proposta da Ufa de 4.500 contos, para a compra do prédio de sua séde na Rua do Passeio no Rio de Janeiro, a fim de construir naquele local um grande cinema.

Nos anos trinta, o cinema alemão foi o mais exibido em nosso país depois do cinema americano, com grande penetração na colônia alemã e junto ao público brasileiro, que admirava também os seus artistas. Para dar uma idéia dessa impressionante permanência nas telas das produções germânicas (e algumas austríacas) no decênio aludido, relaciono por ordem alfabética os longas-metragens de ficção produzidos entre 1930 – 1939 e exibidos em nosso país neste período, que abrange o final do Cinema de Weimar (1918-1932) e o início do Cinema do Terceiro Reich (1933-1945).

Emil Jannings e Renate Müller em O Favorito dos Deuses

Cena de Guerra! Flagelo de Deus

1930

Das Flötenkonzert von Sansouci / Sansouci (Dir: Gustav Ucicky). Der Blaue Engel / O Anjo Azul (Dir: Josef von Sternberg). Der Tiger / O Tigre (Dir: Johannes Meyer). Des weisse Teufel / O Diabo Branco (Dir: Alexander Wolkoff). Die Drei von der Tankstelle / O Caminho do Paraíso (Dir: Wilhelm Thiele); no Brasil passou também a versão francêsa Le Chemin du Paradis. Die letzte Kompagnie / O Último Batalhão (Dir: Kurt Bernhardt). Dreyfus / Dreyfus (Dir: Richard Oswald). Ein Burschenlied aus Heildelberg / A Canção de Heidelberg (Dir: Karl Hartl). Einbrecher / Flagrante Delito (Dir: Hanns Schwarz). Es gibt eine Frau die dich niemals vergisst / O Processo de Tilly Ferrantes (Dir: Leo Mittler).  Hokuspokus / Tudo por Ti  (Dir: Gustav Ucicky). Liebe und Champagner / Amor e Champagne (Dir: Robert Land). Liebling der Götter / O Favorito dos Deuses (Dir:  Hanns Schwarz). Spielerein einer Kaiserin / Amores de uma Imperatriz (Dir: Vladimir Strizhevski). Westfront  1918 / Guerra! Flagelo de Deus (Dir. G. W. Pabst). Zwei Herzein im Dreiviertel-Takt / Dois Corações ao Compasso de Valsa (Dir: Geza von Bolvary). Zwei Menschen / A Tortura da Fé (Dir: Erich Washneck).

Willy Fritsch e Lilian Harvey em O Congresso Dança

Cena de A Terrível Armada

Cena  A Tragédia da Mina

1931

Berge in Flammen / O Batalhão da Morte (Dir: Luis Trenker). Bomber auf Monte Carlo / Loucuras de Monte Carlo (Dir: Hanns Schwarz). Danton  (Dir: Hans Berend); no Brasil passou a versão francêsa Danton / Danton. Der Krongress tanzt / O Congresso Dança  (Dir: Eric Charrell); no Brasil passou também a versão francêsa Le Congrès S’amuse. Der Mörder Dimitri Karamasoff / Karamazoff (Dir: Fedor Ozep). Der ungetreue Eckehart / Maridos Infiéis (Dir: Carl Boese). Die Dreigroschenopper / 1931 (Dir: G. W. Pabst); no Brasil passou a versão francêsa L’Opéra de Quat’sous / A Ópera dos Pobres. D-Zug 13 hat Verspätung / A Dama Misteriosa (Dir: Alfred Zeisler). Elisabeth von Österreich / Elisabeth da Austria (Dir: Adolf Trotz). Emil und die Detektive / Terrível Armada (Dir: Gerhard Lamprecht). Ihre Hoheit befiehlt (Dir: Hanns Schwarz); no Brasil passou a versão francêsa Princesse a Vos Ordres / Princesa, às Suas Ordens. Ihre Mäjestat die Liebe / Sua Majestade, o Amor (Dir: Joe May). Im Geheimdienst / Serviço Secreto (Dir: Gustav Ucicky). Kameradschaft / A Tragédia da Mina (G. W, Pabst). Mädchen in Uniform / Senhoritas de Uniforme (Dir: Leontine Sagan). Nie wieder Liebe! / Não há mais Amor (Dir: Anatole Litvak). Ronny / Ronny (Dir: Reinhold Schünzel), Yorck / General Yorck (Dir: Gustav Ucicky). Voruntersuchung (Dir: Robert Siodmak); no Brasil passou a versão francêsa Autour d’une enquête / Entre Duas Mulheres.

1932

Acht Mädels im Boot / Oito Garotas num Barco (Dir: Erich Waschneck).  Das Blaue von Himmel / Cinco Minutos de Amor (Dir: Viktor Janson). Das shöne Abenteuer (Dir: Reinhold Schünzel); no Brasil passou a versão francêsa La Belle Aventure / Noite de Núpcias. Der Frechdachs / Hás de Ser Minha Mulher (Dir: Carl Boese, Heinz Hille). Der Rebell  (Dir: Kurt Bernhardt, Edwin K. Knopf, Luis Trenker); no Brasil passou a versão inglesa, The Rebel / O Rebelde. Der schwarze Husar / O Hussardo Negro (Dir: Gerhard Lamprecht). Hotel Atlântic / Der Sieger (Dir: Hans Hinrich, Paul Martin); no Brasil passou a versão francêsa Le Vainqueur / Hotel Atlantic. Der weisse Dämon  / Cocaína (Dir: Kurt Gerron). Die Herrin von Atlantis (Dir: G. W. Pabst); no Brasil passou somente a versão francêsa Atlântida / L ‘Atlantide. Die – oder Keine! / Contigo Quero Sonhar (Dir:  Carl Froelich). Die unsichtbare Front / O Fronte Invisível (Dir: Richard Eichberg). Ein Blonde Traum / 1932 (Dir: Paul Martin); no Brasil passou a versão francêsa Un Rêve Blond / Um Sonho Dourado. Ein toller Einfall / Uma Idéia Louca (Dir: Kurt Gerron). Es war einmal ein Walzer / Beijos Vienenses (Dir: Viktor Janson). F. P. 1 antwortet nicht (Dir: Karl Hartl); no Brasil passou a versão francêsa 1F1 Ne Répond Plus/ 1 F 1 Não Responde. Ich bei Tag und Du bei Nacht / Eu de Dia, Tú de Noite (Dir: Ludwig Berger). Ich Will Nicht Wissen wer Du bist / Tua Só Tua Quero Ser (Dir: Geza von Bolvary). Johann Strauss, K. und K. Hofballmusikdirektor / Ao Som de uma Valsa de Strauss (Dir: Conrad Wiene). Kaiserwalzer / Sinfonia do Amor (Dir: Friedrich Zelnik). Kreuzer Emden / Cruzador Emden (Dir: Louis Ralph). Mensch ohne Namen / Homem sem Nome (Dir: Gustav Uciky). Quick / Adorável Sedução (Dir: Robert Siodmak). Schuss im Morgegrauen / Alvorada Sangrenta (Dir: Alfred Zeisler). Tempestade de Paixões / Stürne des Leidenschaft (Dir: Robert Siodmak); no Basil passou também a versão francêsa  Tumultes / 1935 .Unheimliche Geshichten / Os Mortos Vivos (Dir: Richard Oswald).  Wenn die liebe mode Nacht / Quando o Amor faz a Moda (Dir: Franz Wenzler). Wie sagích’s meonem Mann? / Como Direi a Meu Marido (Dir: Reinhold Schünzel) Zwei Herzen und ein Schlag (Dir: Wilhelm Thiele); no Brasil passou a versão francesa La Fille et le Garçon / Um Casal Alegre.

Cena de Heróis do Mar

Herman Thimig e Renate Müller em George e Georgette

1933

Das Testament des Dr. Mabuse / O Testamento do Dr. Mabuse (Dir: Fritz Lang); no Brasil passou também a versão francêsa Le Testament du Docteur Mabuse. Der Stern von Valencia (Dir: Alfred Zeisler); no Brasil passou a versão francêsa L’Etoile de Valência / A Estrela de Valência. Der Tunnel (Dir: Kurt Bernhardt); no Brasil passou a versão francesa Túnel Submarino / Le Tunnel e a refilmagem Túnel Transatlântico / The Tunnel / 1935. Der Zarwwitch / O Tazarevitch (Dir: Victor Janson). Des jungen Dessauers grosse Liebe / Um Grande Amor (Dir: Arthur Robison; no Brasil passou também a versão francêsa Tambour Battant. O Cinema Rex exibiu as duas versões simultaneamente, a versão francêsa nas sessões diurnas e a versão alemã nas sessões noturnas. Die Blume von Hawai / Flor do Havaí (Dir: Richard Oswald). Die Nacht der grossen Liebe / Luar no Bósforo (Dir: Geza von Bolvary). Die schönen Tage von Aranjuez / A Princesa dos Milhões (Dir: Johannes Meyer). Ein gewisser Herr Gran / O Espião de Veneza (Dir: Gerhard Lamprecht); no Brasil passou também a versão francêsa Un Certain Monsieur Grant. Ein Lied geht um die Welt / Aos Moços Pertence o Mundo (Dir: Richard Oswald). Ein Lied für dicht / Uma Canção para Você (Dir: Joe May). Flüchtlinge  (Dir: Gustav Ucicky; no Brasil passou a versão francêsa Au Bout du Monde / Heróis da Pátria. Ich und die Kaiserin (Dir: Friderich Hollaender; no Brasil passou a versão francêsa Eu e a Imperatriz / Moi et L’Impératrice. Ihre Durchlaucht, Die Verkäuferin / Sua Alteza Quer Casar (Dir: Karl Hartl). Kind, ich frau’mich auf Dein Kommen / Estou Feliz por Voltares (Dir: Kurt Gerron, Erich von Neusse). Liebelei / Uma História de Amor (Dir: Max Ophuls. Leise flehe meine Lieder / A Sinfonia Inacabada (Dir: Willi Forst). Liebe muss verstanden sein / O Amor Deve Ser Compreendido (Dir: Hans Steinhoff). Morgenrot / Heróis do Mar (Dir: Gustav Ucicky). Rackoczi Marsch / Quando Manda o Coração (Dir: Gustav Fröhlich). Versão alemã do filme húngaro Rákóczi infuló dirigido por Székely István (Steve Sekely). Sag’mir, wer Du bist / Noite de Carnaval (Dir: Georg Jacoby). Spione am Werk / Cuidado, Espiões! (Dir: Gerhard Lamprecht). Viktor und Viktoria (Dir: Reinhold Schünzeln; No Brasil passou a versão francêsa George e Georgette / Georges et Georgette e a refilmagem inglesa Mulher Antes de Tudo / First a Girl  / 1935. Curiosamente a versão alemã só passou no Sul do nosso país, recebendo o título em português de George ou Georgette. Walzerkrieg (Dir: Ludwig Berger.; no Brasil passou a versão francêsa La Guerre des Valses / Guerra das Valsas. Was Frauen träumen / O Que Sonham as Mulheres (Dir: Geza von Bolvary).

Adolf Wohlbrück e Paula Wessely em Mascarada

em Assim Acaba um Grande Amor

 

1934

Abschiedswalzer / A Valsa do Adeus (Dir: Geza von Bolvary). Der Herr der Welt / O Devastador do Mundo (Dir: Harry Piel). Der junge Baron Neuhaus / Rosas Vienenses (Dir: Gustav Ucicky). Der verlorene Sohn / O Filho Pródigo (Dir: Luis Trenker). Die Czardasfürstin / A Princesa das Czardas (Dir: Georg Jacoby). Die Freundin eines grossen Mannes / Quero Casar Contigo (Dir: Paul Wegener). Die Insel / Na Voragem da Vida (Dir: Hans Steinhoff). Die Tötcher ihrer Exzellenz (Dir: Reinhold Schünzel); no Brasil passou a versão francêsa La Jeune Fille d’une Nuit / A Filha de sua Excelência. Einmal eine grosse Dame sein (Dir: Gerhard Lamprecht); no Brasil passou a versão francêsa Un Jour Viendra /  Quero Ser uma Grande Dama. Ein Mann will nach Deutschland  (Dir: Paul Wegener). Freut Euch des Lebens / Gozar a Vida (Dir: Hans Steinhoff). Fürst Woronzeff / De Jogador a Príncipe (Dir: Arthur Robinson). Gern hab’ ich die frau’n Geküsst / Paganini (Dir: E. W. Emo). Gold / Ouro (Dir: Karl Hartl). Geschichten aus dem Wienerwald / Vida Eterna (Dir: George Jacoby). Hohe Schule / Honrando a Farda (Dir: Erich Engel). Ich kenn’dich nicht und liebe dich / Noite de Valsa (Dir: Geza von Bolvary). Ihr grösster Erfolg / Seu Maior Triunfo (Dir: Johannes Meyer). Liebe, Tod und Teufel / Amor, Morte e Diabo (Dir: Heinz Hilpert, Reinhardt Steinbicker). Lockvogel / Tentação (Dir: Hans Steinhoff). Maskerade / Mascarada (Dir: Willi Forst). Mein Herz ruft nach Dir (Dir: Carmine Gallone); passou no Brasil a versão francêsa Mon Coeur t’appelle / Meu Coração Te  Chama. Musik im Blut / Episódio Musical (Dir: Erich Waschneck). Die vertauschte Braut / Noiva por Engano (Dir: Carl Lamac). Petersburger Náchte / Uma Valsa na Rússia (Dir: E. W. Emo). Prinzessin Turandot / Turandot (Dir: Gerhard Lamprecht). So endete eine Liebe / Assim Acaba um Grande Amor (Dir: Karl Hartl). Wilhelm Tell / Guilherme Tell (Dir: Heinz Paul).

Willy Fritsch  e Käthe Gold em Anfitrião

Martha Eggerth em A Carmen Loura

1935

Amphitryon / Anfitrião (Dir: Reinhold Schünzel). Barcarolle / Barcarola (Dir: Gerhard Lamprecht). Das Mädchen Johanna / Santa Joana D’Arc (Dir: Gustav Ucicky). Der grüne Domino / O Dominó Verde (Dir: Herbert Selpin); no Brasil passou também a versão francêsa Le Domino Vert / Mulher Mascarada. Die Blonde Carmen / A Carmen Loura (Dir: Victor Janson). Die elf Schill’schen Offiziere / Os Onze Heróis (Dir: Rudolf Meinert). Die ganze Welt sich um Liebe / Cló- Cló (Dir: Viktor Tourjansky). Eine Nacht an der Donau / Uma Noite no Danúbio (Dir: Dir: Carl Boese). Episode / Romance em Viena (Dir: Walter Reisch). Eva / Eva (Dir: Johannes Riemann). Grosreinemachen / Conquistando um Coração (Dir: Carl Lamac). Der Student von Prag / Carpis, o Satânico (Dir: Athur Robinson). Zigeunerbaron / O Barão dos Ciganos (Dir: Karl Hartl). Hundert Tage / Cem Dias ((Dir: Franz Wenzler). Ich war Jack Mortimer / Coração Ardente (Dir: Carl Froelich). Im weissen Röss’l / Hotel dos Namorados ou Ao Cavalinho Branco (Dir: Carl Lamac). Kleine Mütti / A Mãesinha (Dir: Herman Kosterlitz / Henry Koster). Leichte Kavallerie / Cavalaria Ligeira (Dir: Werner Hochbaum). Liebeslied / Madrigal (Dir: Fritz Peter Buch, Herbert B. Fredersdorf). Liebesträume / Rêve D’Amour (Dir: Heinz Hille). Lockspitzel Asew / O Espião Diabólico (Dir: Phil Utzi). Mazurka / Mazurka (Dir: Willi Forst). Schwarze Rosen / Rosas Negras (Dir: Paul Martin). Varieté / Varieté (Dir: Nikolas Farkas). Versão alemã de Varietés / Os Cinco Diabos.

Allotria / Allotria (Dir: Willi Forst). Ave Maria / Ave Maria (Dir: Johannes Riemann). Blumen aus Nizza / Flores de Nice  (Dir: Augusto Genina). Boccacio / Bocácio (Dir: Herbert Maisch). Burgtheater / Intriga e Amor (Dir: Willi Forst). Das Hoffkonzert / A Canção da Lembrança (Dir: Detlef Sierck / Douglas Sirk); no Brasil passou também a versão francêsa La Chanson du Souvenir. Das Mädchen Irene / Segundo Amor  (Dir: Reinhold Schünzel). Das Schloss in Flandern / Um Sonho de Valsa (Dir: Geza von Bolvary). Der Bettelstudent / O Estudante Mendigo (Dir: Georg Jacoby). Der Kaiser von Kalifornien / O Imperador da Califórnia (Dir: Luis Trenker). Der Kurier des Zaren / Miguel Strogoff (Dir: Richard Eichberg). Der Postillon von Lonjumeau / Deliciosa Vingança (Dir: Carl Lamac). Die Julika / Julika (Dir: Geza von Bolvary). Die Leuchter des Kaisers / A Espiã do Tzar (Dir: Karl Hartl). Die Stunde der Versuchung / A Hora da Tentação (Dir: Paul Wegener). Die Unerhörte Frau / A Mulher Impossível (Dir: Johannes Meyer). Drei Mäderl um Schubert / As Três Meninas de Schubert (Dir: E. W. Emo). Du bist mein Glück / És a Minha Felicidade (Dir: Karl Heinz Martin). Heisses Blut / Rapsódia Húngara (Dir: Georg Jacoby). Im Sonnenschein / Oh, as Mulheres!  (Dir: Carmine Gallone). Intermezzo / Intermezzo (Dir: Josef von Baky). Konfetti / Chega, Já é Demais (Dir: Hubert Marischka). Mädchen in Weiss / O Rouxinol Branco (Dir: Victor Janson). Mädchenjahre einer Königin / O Favorito da Rainha (Dir: Erich Engel). Manja Waleska / Manja Waleska (Dir: Josef Rovensky). Moskau-Shanghai / Moscou-Shanghai (Dir: Paul Wegener). Port Arthur / Port Arhur (Dir: Nikolas Farkas). Rit in die Freiheit / Marcha da Liberdade (Dir: Karl Hartl). Savoy Hotel 217 / Aconteceu em Moscou (Dir: Gustav Uciky). Schlussakkord ou Últimos Acordes/ A Nona Sinfonia de Beethoven (Dir Detlef Sierck / Douglas Sirk). Stadt Anatol / Terra em Chamas (Dir: Viktor Tourjansky). Stjenka Rasin ou Wolga Wolga / Stenka Rasin ou Volga Volga (Dir: Alexander Volkoff). Traumulus / Ilusão da Mocidade (Dir: Carl Froelich). Und du mein Schatz fahrst mit / Tango Ardente ou Ritmo Ardente (Dir: Georg Jacoby). Unter heissem Himmel / O Navio Pirata (Dir: Gustav Ucicky). Verräter / Traidores (Dir: Karl Ritter). Weisse Sklaven ou Panzerkreuzer Sewastopol / Couraçado Sebastopol) (Dir: Karl Anton). Fräulein Lilli / A Pequena Endiabrada (Dr: Hans Berendt).  Tagebuch eines Geliebten / O Diário de uma Mulher (Dir: Herman Kosterlitz / Henry Koster). Letzte Liebe / Último Amor (Dir: Fritz Schulz).

Cena de Gasparone

Karl Martel e Zarah Leander em La Habanera

1937

Alarm in Peking / Alarme em Pequim (Dir: Herbert Selpin). CondottierI (Dir: Luis Trenker); no Brasil passou a versão italiana Condottieri / Condottieri ou Os Cavaleiros do Bando Negro. Der Herrscher / Crepúsculo (Dir: Veit Harlan). Der Mann, der Sherlock Holmes war / Sherlock Holmes (Dir: Karl Hartl). Der Unwiderstehliche / A Rainha das Midinetes (Dir: Geza von Bolvary). Die Kreutzersonate / A Sonata de Kreutzer (Dir: Veit Harlan). Die Tocher des Samurai /A Filha de Samurai (Dir: Arnold Fanck). Fanny Elssler / Morrer de Amor (Dir: Paul Martin). Gasparone / Gasparone (Dir: Georg Jacoby). Die Fledermaus / O Morcêgo (Dir: Paul Verhoeven). Frauenliebe, Frauenleid / Sublime Renúncia (Dir: Augusto genina), La Habanera / La Habanera (Dir: Detlef Sierck / Douglas Sirk).  Land der Liebe  / Terra do Amor (Dir: Reinhold Schünzel). Madame Bovary / A Mulher que Amou Demais (Dir: Gerhard Lamprecht). Manege / Os Reis do Circo (Dir: Carmine Gallone). Patrioten / Entre Duas Bandeiras (Dir: Karl Ritter). Sein leztes Modell / Maria (Dir: Erich Washneck). Serenade / Serenata (Dir: Willi Forst). Sieben Ohrfeigen / Sete Bofetadas (Dir: Paul Martin). Streit um den Knaben Jo / Terrível Dúvida (Dir: Erich Washneck). Tango Notturno / Tango Noturno (Dir: Fritz Kirchhoff). Unter Ausschluss der Öffentlichkeit / Absolvida (Dir: Paul Wegener). Urlaub auf Ehrenwort / Licença sob Palavra (Dir: Karl Ritter). Zauber der Boheme / La Bohême (Dir: Geza von Bolvary).

Heinrich George e Zarah Leander em Minha Terra

1938

Capriccio / Capricho (Dir: Karl Ritter). Der Tiger von Eschnapur / Os Mistérios da Índia (Dir: Richard Eichberg). Das Indische Grabmal / O Sepulcro Indiano (Dir: Richard Eichberg). Das Mädchen von gestern Nacht / A Pequena de Outra Noite (Dir: Peter Paul Brauer). Der Blaufuchs / A Raposa Azul (Dir: Viktor Tourjansky). Die Fromme Luge / A Falsária (Dir: Nunzio Malasomma). Die unruhigen Mädchen / As Quatro Turbulentas (Dir: Geza von Bolvary). Es leuchten die Sterne  / Ouvindo Estrelas (Dir: Hans H. Zerlett). Frauen für Golden Hill / Precisam-se 13 Mulheres (Dir: Erich Washneck).  Geheimzeichen LB-17 / Código Secreto LB-17 (Dir: Viktor Tourjansky). Heimat / Minha Terra (Dir: Carl Froelich). Immer, wenn ich glücklich bin / A Grande Estrela (Dir: Carl Lamac). Jugend / Juventude Ardente (Dir: Veit Harlan). Menschen, Tiere, Sensationen / Sensação no Circo (Dir: Harry Piel). Nanon / Nanon (Dir: Herbert Maisch). Olympia, Fest der Völker / Olimpíadas (Dir: Leni Riefenstahl), Olympia, Fest der Schönheit / Mocidade Olímpica (Dir: Leni Riefenstahl). Pour le Merite / Honra ao Mérito (Dir:Karl Rittner). Rote Orchideen / Guerra nas Sombras (Dir: Nunzio Malasomma). Zwischen den Elteen / Entre Dois Amores (Dir: Hans Hinrich).

Heinz Rühman e Herti Kirchner em O Chapéu Florentino

Marika Rokk e Johannes Heesters em Alô, Janine!

 

1939

Bel Ami / Quatro Mulheres é Demais (Dir: Willi Forst). Das Liede der Wüste / A Canção do Deserto (Dir: Paul Martin). Der Florentiner Hut / O Chapéu Florentino (Dir: Wolfgang Liebeneiner). Der Governeur / O Governador (Dir: Viktor Tourjansky). Der Vorhang fällt / Palco da Vida (Dir: George Jacoby). Die barmherzige Lüge / A Sublime Mentira (Dir: Werner Klinger). Es war eine rauschende Ballnacht / Noite de Baile (Dir: Carl Froelich). Hallo Janine / Alô, Janine! (Dir: Car Boese). Hotel Sacher / Hotel Sacher (Dir: Erich Engel). Kongo-Express / O Expresso do Congo (Dir: Eduard von Borsody). Maria Ilona / Maria Ilona (Dir: Geza von Bovary). Männer müssen so sein / Os Homens Devem ser Assim (Dir: Arthur Maria Rabenalt). Opernball / Baile na Ópera (Dir: Geza von Bolvary). Paradies der Junggesellen / O Paraíso dos Solteiros (Dir: Kurt Hoffmann). Sensationsprozess Casilla / O Processo de Sensação Casilla (Dir: Eduard von Borsody).

Nesses filmes desfilaram atores e atrizes muito apreciados pelos espectadores de nosso país. Atores: Emil Jannings, Willy Fritsch, Gustav Fröhlich. Gustaf Gründgens, Willi Forst, Conrad Veidt, Adolf Wohlbrück, Hans Albers, Gustav Diessl, Ivan Petrovich, Luis Trenker, Heinrich George, Rudolf Klein-Rogge, Wolf Albach-Retty, Georg Alexander, Kurt Gerron, Rudolf Forster, Paul Hörbiger, Paul Kemp, Jan Kiepura, Fritz Kortner, Ivan Mosjoukine, Paul Wegener, Viktor de Kowa, Wolfgang Liebeneiner, Fritz Rasp, Hans Adalbert-Schlettow, Theodor Loos, Theo Lingen, Leo Slezak, S. Z. Sakall, Felix Bressart, Jacob Tiedtke, Albert Basserman, Harry Piel, Siegfried Arno, Willy Birgel, Otto Gebühr, Max Hansen, Johannes Heesters, Heinz Rühmann, Hermann Thimig, Hans Söhnker, Eduard von Winterstein, Fritz Imhoff, Walter Janssen, Julius Falkenstein, Otto Wallburg, Karl Ludwig Diehl, Fritz Odemar, Peter Lorre, Alfred Abel, Rudolf Biebrach, Oskar Sima, Hans Stuwe, Bernhard Goetzke, Erich Ponto, Veit Harlan, Francis Lederer, Hans Junkermann, Albert Paulig, Anton, Peter Petersen etc. Atrizes: Lil Dagover, Brigitte Helm, Olga Tschechowa, Martha Eggerth, Lilian Harvey, Pola Negri, Zarah Leander, Käthe von Nagy, Renate Müller, Marika Rókk, Jenny Jugo, Sybille Schmitz, Brigitte Horney, Luise Ullrich, Magda Schneider, Paula Wassely, Lida Baarová, Gitta Alpar, Leni Riefenstahl, Betty Amann, Anny Ondra, Dita Parlo, Liane Haid, Dita Parlo, Hilde Hildebrand, La Jana, Hertha Thiele, Franciska Gaal, Mady Christians, Rose Stradner, Dolly Haas, Heli Finkenzeller, Gina Falkenberg, Maria Paulder, Gerda Maurus, Adele Sandrock, Ida Wüst, Rosy Barsony, Hanna Waag, Erna Morena, Julie Serda, Camilla Horn, Agnes Esterhazy, Trude von Molo, Hilde von Stolz, Irene von Meyendorf, Mariluise Claudius, Ingeborg Theek,  Mady Rahl, Olly Gebauer, Erika Wagner, Hansi Knoteck, Carola Höhn, Herti Kirchner, Hilde Krüger, Gusti Huber etc.

 

 

 

 

 

 

ANTHONY ASQUITH

setembro 4, 2019

Ele mereceu o lugar de destaque que ocupa na cinematografia britânica, pois sobressaiu tanto no cinema mudo (em filmes influenciados pela vanguarda dos anos 1920 como Shooting Stars, A Cottage to Dartmour Underground) como no cinema sonoro (não sómente em adaptações cinematográficas de peças de dramaturgos famosos como George Bernard Shaw, Oscar Wilde, Terence Rattigan como também nos mais variados gêneros – comédia, drama, filmes de guerra, thrillers, melodramas de época, documentários), manifestando sempre seu estilo sóbrio, seu domínio da técnica e sua habilidade na orientação dos atores.

Anthony Asquith

Anthony William Lars Asquith (1902- 1968 ou “Puffyn” Asquith (como era afetuosamente chamado desde criança), nascido em Londres, filho de Lord (Herbert) Asquith, ex-Primeiro Ministro Liberal e de “Margot” (Margaret) Tenant, escritora e figura proeminente da sociedade, teve uma educação de classe alta no Winchester e e no Balliol College, Oxford, tempo em que, já apaixonado pelo cinema, assistia algumas vêzes três filmes por dia. Após sua formatura, ele passou algum tempo em Hollywood com sua irmã Elizabeth e, como convidado de Douglas Fairbanks e Mary Pickford, pôde observar o trabalho de alguns dos grandes diretores de Hollywood, voltando para a Inglaterra disposto a ingressar no mundo da indústria cinematográfica.

Em 1926, Asquith ingressou na British Instructional Films de Harry Bruce Woolfe, uma pequena companhia mais conhecida pelos seus documentários baseados em episódios da Primeira Guerra Mundial ou sobre História Natural. Foi ali que ele teve um aprendizado prático variado sobre a realização de filmes (por exemplo, no filme Boadicea / 1926 de Sinclair Hill, além de contribuir para a elaboração do roteiro,  também atuou como aderecista, assistente do maquilador, assistente do montador e stuntman) e depois dirigiu seus filmes mudos Shooting Stars / 1928, Underground / 1928,  The Runaway Princess / 1929 e A Cottage at Dartmoor / 1929.

Annette Benson e Brian Aherne em  Shooting Stars

Shooting Stars, o primeiro filme de ficção da companhia, foi baseado em uma história de Asquith e é considerado seu primeiro trabalho como diretor, embora tivesse sido creditado juntamente com A. V. Bramble, colega mais experiente, que a British Instructional convocou para supervisioná-lo. Na realização observa-se uma sátira ao ambiente de cinema – com aspectos “meta” (um filme dentro de um filme) e  movimentos de câmera, enquadramentos e montagem virtuosos – , que gira em torno do plano de uma estrela de cinema temperamental (Annette Benson) para matar seu marido (Brian Aherne) e ir para Hollywood com seu amante (Donald Calthrop). Embora o âmago da história seja um melodrama sobre um triângulo amoroso, Shooting Starsé também um documento revelador de como os filmes eram feitos na era silenciosa. A última cena do filme, na qual vemos a atriz chorosa se entranhar na penumbra de um estúdio e sair por uma porta como se estivesse desaparecendo é um belo final trágico e poético.

Brian Aherne e Elissa Landi em Underground

O enredo de Underground, escrito e totalmente realizado por Asquith, tem este resumo: Bill (Brian Aherne), carregador de malas no metrô e Bert (Cyril McLaglen), eletricista na central do mesmo lugar, se apaixonam por uma jovem vendedora de um grande loja (Elissa Landi), a qual tem uma preferência pelo primeiro. O segundo, violentamente enamorado pela moça, vai se servir de uma pobre costureira, Kate (Norah Baring), sua ex-amante, para separar o casal prestes a se formar. Tal como Shooting Stars, o filme é um melodrama envolvendo sentimentalmente dois homens  e uma mulher, exposto com muita inventividade e precisão documentária pelo jovem diretor, demonstrando que assimilou as lições do expressionismo alemão e das vanguardas russa e francêsa, No final ele forjou uma perseguição pelo teto de uma central elétrica às margens do Tâmisa, realmente arrebatadora.

Mary Christians em  The Runaway Princess

The Runaway Princess, co-produção anglo-germânica, rodada principalmente em Berlim, baseada em um romance de Elizabeth Russell, tem como figura central na sua intriga uma princesa européia, Priscilla (Mady Christians) que, para fugir de um matrimônio imposto com o Príncipe de Savona (Paul Cavanagh), dissimula sua verdadeira identidade, tornando-se vendedora de chapéus em Londres. Contrariamente aos dois filmes precedentes de Asquith, este aparece menos como um exercício formal do que como uma comédia romântica clássica frívola e, por isso, foi considerado uma obra menor do cineasta. A versão alemã foi realizada por Frederick Wendhausen sob o título de Priscillas Fahrt ins Glück.

Norah Baring e Uno Henning A Cottage on Dartmoor

Apesar de ser uma co-produção anglo-sueca, o quarto e último filme mudo de Asquith, A Cottage on Dartmour, foi filmado inteiramente no estúdio Welwyn da British Instructional e em locações na conhecida região de charneca no centro do condado de Devon. Tal como muitos filmes em produção em 1929 foi acrescentado um componente musical e algumas sequências dialogadas, reproduzidos pelo sistema de som em disco.

Outra cena de A Cottage on Dartmoor

A história, de autoria de Asquith, também gira em torno de uma relação amorosa entre três pessoas, destacando o drama de Joe (Uno Henning), um barbeiro que trabalha ao lado de uma manicure chamada Sally (Norah Baring). Ele se interessa obsessivamente por ela, mas a jovem é mais receptiva a um cliente regular do salão, o fazendeiro Harry (Hans Adalbert Schletow). O ciúme leva a uma briga, na qual Joe fere Harry com sua navalha. Joe é condenado a uma longa pena na prisão de Dartmoor. Alguns anos depois, ele consegue fugir, com a única motivação se vingar de Harry e Sally que, agora casados, vivem em uma cabana isolada, com um filhinho. Entretanto, ocorre uma reconciliação entre Harry e Joe, e este se deixa abater pelos guardas que o perseguem, morrendo nos braços de Sally, dizendo: “Eu não posso viver sem você”.

Asquith filmando A Cottage at Dartmoor

A estrutura narrativa do filme  foi construída ao redor de um retrospecto – o filme se abre audaciosamente com Joe pulando o muro da prisão, sem nenhuma indicação para o público de que se trata de um flashback– e, na exposição do relato, percebe-se o uso  admirável da profundidade de campo e da câmera subjetiva (notavelmente na cena na barbearia), angulações audaciosas, economia de intertítulos, e um ritmo dinâmico. A passagem mais célebre do filme, passa-se dentro de um cinema. O que é mostrado na tela não aparece: vemos apenas as reações das pessoas. Percebemos, pelo acompanhamento orquestral e pelos planos da platéia rindo ruidosamente que o primeiro filme do programa é uma comédia muda (talvez de Harold Lloyd, como parece insinuar a tomada de um espectador de óculos – representado por um jovem Asquith de 26 anos). Quando começa o filme principal, um “talkie”, os músicos da orquestra descansam e a atitude do público mostra bem o comportamento espectatorial na época de transição da cena muda para a sonora, percebendo-se a condenação do cinema falado. Entre osclosesdos assistentes, intercalam-se os do enciumado Jo, que se sentara atrás de Sally e Harry. Jo não vê o filme que se exibe na tela, só contempla o casal com o seu despeito.

Esses seus primeiros filmes revelaram um senso visual apurado e um desejo de experimentação e, nos derradeiros dias do cinema silencioso, Asquith seria mencionado juntamente com Alfred Hitchcock como um dos dois principais diretores do cinema britânico.

Cena de Tell England

O primeiro filme sonoro de Asquith foi Tell England / 1931, drama de guerra narrando a experiência de dois amigos, Tony (Rupert Ray) e Carl (Edgar Doe), que se alistam no exército ao irromper a Guerra de 1914 e são enviados para Gallipoli. Tal como em Shooting Stars, ele trabalhou em colaboração com outro diretor experiente, Geoffrey Barkas, especialista em filmagens em locação, que foram muito louvadas pelos críticos.

Ann Carson em d Dance Pretty Lady

Asquith fez mais um filme para a British Instructional, Dance Pretty Lady / 1931, história de uma bailarina da época Edwardiana, Jenny (Ann Casson), que se apaixona por um jovem artista rico, Maurice (Carl Harbord), porém ele, em vez de casar com ela, quer se tornar seu amante. Ela recusa. Mais tarde, ele concorda com o matrimônio mas, desta vez, ela fica pensando se deve confiar nele ou não. O espetáculo não obteve bom resultado comercial.

Asquith dirige The Lucky Number

Em 1932, Asquith deixou a British Instructional para ingresssar na Gainsborough Pictures, que havia se fundido com a Gaumont-British no final dos anos 1920 e se tornado uma das mais poderosas empresas integradas verticalmente. Porém ele dirigiu apenas uma comédia dramática (com alguma observação social) na Gainsborough, The Lucky Number / 1933, que dizia respeito a um jogador de futebol, Percy Gibbs (Clifford Mollison). Ele perdeu um bilhete o bilhete depois foi premiado.

A outra atividade de Asquith nesse período foi trabalhar como: co-roteirista (com  Angus MacPhail) de Marry Me, versão inglesa de Mädchen zum Heiraten / 1932 (Dir: William Thiele); autor da história de Letting in the Sunshine / 1933 (Dir: Lupino Lane / Prod: British International ); diretor da versão inglesa de Sinfonia Inacabada Leise flehen meine Lieder / 1934 (Dir: Willi Forst); supervisor da segunda unidade em Forever England / 1935 (Dir: Walter Forde); diretor de um curta de seis minutos, Youth Will Be Served (Prod: National Film Corporation).

Laurence Olivier e Harry Baur em Noites de Moscou

Contratado pela London Film Productions, fundada em 1932 por Alexander Korda, Asquith cuidou da direção de Noites de Moscou / Moscow Nights / 1935, adaptação do romance de Pierre Benoit passado durante a Primeira Guerra Mundial. São duas tramas interligadas: um triângulo amoroso envolvendo o Capitão Ignatoff (Laurence Olivier), ferido em uma batalha, Natasha (Penelope Dudley Ward), a jovem enfermeira que cuida dele, e Peter Briochow (Harry Baur) um mercador de grãos rico de meia-idade e oportunista de guerra, cujo casamento com Natasha foi acertado pela mãe dela. A segunda trama, tem a ver com uma rede de espionagem organizada por Madame Sabline (Athene Seyler), que tenta atrair Ignatoff para as suas atividades. Graham Greene, escrevendo no The Spectator, descreveu a direção de Asquith como pueril: “Ninguém pode deixar cair uma bandeja ou um copo sem que Mr. Asquith faça um corte para o estouro de uma bomba”.

Em 1936, assinou contrato com o produtor húngaro Max Schach que, após um breve reinado na indústria de cinema britânica, veio a falir. Asquith não fez nenhum filme para a sua Capitol Films, trabalhando apenas em alguns scripts para ele (cf. Ernest Betts, The History of the British Cinema 1896-1972, Pitman, 1973). Foi somente no final da década, que Asquith deu novo impulso à sua carreira com filmagens de peças teatrais de grandes autores, os quais se envolveram diretamente no processo de adaptação de suas obras para a tela. Pigmalião Pygmalion / 1938 (Prod: Gabriel Pascal) e Caçadora de Corações / French Without Tears / 1939 (Prod: Two Cities), baseados respectivamente em peças de George Bernard Shaw e Terence Rattigan, restabeleceram Asquith como um cineasta importante, que se tornou conhecido como um especialista em adaptações teatrais.

Cena de Pigmalião com Leslie Howard e Wendy Hiller (o segundo e a quarta na foto)

Ellen Drew e Ray Milland em Caçadora de Corações

Em Pigmalião, Leslie Howard, o ator que interpretou o papel do Professor Higgins, recebeu crédito como co-diretor, Wendy Hiller era Eliza e David Lean foi o montador, fato ao qual a produção deveu muito. Em Caçadora de Corações, trabalharam como atores principais Ray Milland, Ellen Drew, Kenneth Morgan e, desta vez, Graham Greene descreveu o filme como um triunfo. Ellen é uma “garota fatal” que chega na cidade do sul da França, onde seu irmão Kenneth (Kenneth Morgan) estuda em uma escola de idiomas, causando um impacto em todos os rapazes, particularmente em Alan Howard (Ray Milland).

No decênio 1930, Asquith fez ainda quatro curtas-metragens: Youth Will Be Served / 1933 com Gordon Hacker, Martita Hunt; The Story of Popwoth: The Village of Hope / 1935 com Madeleine Carroll, Gordon Hacker, C. Aubrey Smith e Lest We Forget / 1937, com Flora Robson, Derrick de Marney, Charles Laughton, ambos produzidos por Major Lloyd; Guide Dogs for the Blind / 1939 com Leslie Banks, Vivien Leigh e Lee Tracy.

Derek Farr e Margaret Lockwood em Quiet Wedding

Stewart Granger e Phyllis Calvert em Amor nas Sombras

Durante a Segunda Guerra Mundial, Asquith contribuiu tanto para o cinema ficcional como para o cinema documentário, dirigindo seis longas-metragens com tema de guerra e quatro filmes em estilo documentário com alguns elementos de ficção. Além disso, ele dirigiu uma comédia romântica Quiet Wedding / 1941 com Margaret Lockwood e Derek Farr e um melodrama de época, Amor nas Sombras / Fanny by Gaslight / 1944 com Phyllis Calvert, James Mason e Stewart Granger, Os filmes de guerra, todos interessantes, abordaram assuntos como a resistência européia contra a tirania nazista, tanto na própria Alemanha (Uma Voz nas Trevas / Freedom Radio,  com Clive Brook, Diana Wyniard) como na Bélgica ocupada (O Grito de Rebelião / Uncensored / 1942 com Eric Portman) e a ação de combate no mar (Mergulhamos ao Amanhecer / We Dive at Dawn / 1943 com  John Mills). Outros assumiram a forma de uma comédia-thriller (Cottage to Let / 1941) e trataram das relações de tempo de guerra entre a Inglaterra e a União Soviética (O Coração não tem Fronteiras / The Demi-Paradise / 1943 com Laurence Olivier) e entre a Inglaterra e os Estados Unidos (Além das  Nuvens / The Way to the Stars / 1945 com Michael Redgave). Os outros quatro documentários foram: Channel Incident / 1940; Rush Hour / 1941; A Welcome to Britain / 1943 e Two Fathers / 1944.

Laurence Olivier em O Coração Não Tem Fronteiras

MIchael Redgrave, John Mills e outros da equipe conversam com Asquith na filmagem de Além das Nuvens

Michael Redgrave em A Importância de Ser Ernesto

Depois da guerra e nos anos 50 Asquith seguiu a rota da adaptação teatral, que ele iniciara com Pigmalião, realizando While the Sun Shines / 1947 com Ronald Howard; Um Caso de Honra / The Winslow Boy / 1948 com Robert Donat, Margaret Leighton; Nunca te Amei / The Browning Version / 1951 com Michael Redgrave, Jean Kent, Nigel Patrick; A Importância de ser Ernesto / The Importance of Being Earnest / 1952 com Michel Redgrave; O Dilema do Médico / The Doctor’s Dilemma / 1958 com Dirk Bogarde, Leslie Caron, fez mais um filme de guerra atraente, Ordem de Matar / Orders to Kill /  1958 com Paul Massie, Eddie Albert, Lilian Gish e outro filmes de gêneros variados: A Mulher Falada / The Woman in Question / 1950, drama criminal com Dirk Bogarde, Jean Kent; Carrington V.C. / 1954, filme de tribunal com David Niven, Margaret Leighton; Projeto M-7 / The Net / 1952, thriller de aviação com James Donald, Phyllis Calvert; Amantes Secretos / The Young Lovers, drama romântico com Odile Versois, David Knight; A Noite é Minha Inimiga / Libel l 1959, filme de tribunal com Dirk Bogarde, Olivia de Havilland; The Final Test / 1959, comédia dramática relacionada ao esporte com Jack Warner, Robert Morley. Em 1955, Asquith fez On Such a Night, curta-metragem de 37 min. sobre um turista americano que entra inadvertidamente na Glyndebourne Opera House em Sussex e aprende a gostar de ópera. Os melhores dessa fase foram:A Mulher Falada (Prod: Javelin Films – Vic Films), Um Caso de Honra (Prod: London Film – Bristish Lion) e Nunca te Amei (Prod: Javelin Films). Em 1955, Asquith fez um curta-metragem (37 min.), On Such a Night.   

Susan Shaw, Dirk Bogarde e Jean Kent em A Mulher Falada                                                           

A Mulher Falada reconstitui através de uma investigação policial a vida de Madame Astra / Mrs. Houston (Jean Kent), uma cartomante de feira que foi estrangulada. A partir do crime cinco personagens que mantiveram relações com a vitima – sua locadora (Hermione Baddeley); sua irmã Catherine (Susan Shaw); seu noivo, Bob Baker (Dirk Bogarde), seu amante, um misterioso marinheiro irlandês que havia se separado dela na noite do crime após ter obtido a prova de sua infidelidade (John McCallum) e outro vizinho, Mr.Pollard (Charles Victor), viúvo idoso que queria se casar com ela – vão sendo  interrogados pelo Inspetor Lodge (Duncan Macrea) e cada um tem uma visão pessoal acêrca do caráter e da personalidade da morta. Retrospectos breves e alternados mostram a vida dúbia da “mulher em questão” até que a identidade do assassino é revelada. Em cada flashback não é apenas a personalidade de Astra que sofre transformações, mas também a personalidade dos vários depoentes, que procuram lançar uns sobre os outros a responsabilidade pelo crime. Uma tal personagem, dotada de um temperamento tão controverso é recriada admiravelmente por Jean Kent e Asquith conduz a intriga com simplicidade, conseguindo envolvê-la em um clima de expectativa e incerteza, que propicia a atmosfera de enigma requisitada pelo enredo.

Robert Donat em Um Caso de Honra

Um Caso de Honra baseia-se na peça de Terence Rattigan, por sua vez inspirada em um caso verídico, que agitou os tribunais e as duas Casas do Parlamento britânico em 1908. Ronnie Wilson (Neil North), um menino de 13 anos, é expulso sem julgamento da Escola Naval, sob alegação falsa de haver furtado de um colega, um cartão postal de cincoshillings. Seu pai, Arthur Winslow (Cedric Hardwicke), austero empregado de banco aposentado, convencido de sua inocência, empenha todos os recursos penosamente reunidos durante sua carreira de bancário, para reparar judicialmente a injustiça. Interessa-se pelo caso um famoso advogado e par do reino, Sir Robert Morton (Robert Donat) e a questão a esta altura passa a ser um caso eminentemente político, uma vez que se trata de rever, e possivelmente colocar em situação difícil, uma tradicional instituição de Sua Majestade Britânica. Asquith expõe com precisão o ambiente onde se desenrola o drama, mostrando a preponderância do patriarcalismo, o rigor na formação moral, enfim, os sentimentos típicos de uma família do início do século vinte, e contou com uma interpretação esplêndida de Robert Donat como Sir Robert Morton o grande advogado, arrogante mas justo, que consegue para seu cliente o direito de processar o rei, a fim de obter justiça.  Um bom exemplo é a cena de alta dramaticidade em que Robert interroga Ronnie e finalmente o acusa de mentiroso, reduzindo-o a lágrimas, resolvendo  depois, inesperadamente, aceitar a sua defesa, dizendo: “O garôto é obviamente inocente. Eu aceito a causa”.

Michael Redgrave, Jean Kent e Nigel Patrick em Nunca Te Amei

Brian Smith e Michael Redgrave em Nunca Te Amei

Nunca te Amei, baseado também em uma peça de Terence Rattigan é a história comovente de um professor de literatura grega, Andrew Crocker-Harris (Michael Redgrave). Desprezado por sua esposa, Millie (Jean Kent), que o trai com o professor de ciências, (Nigel Patrick), temido por seus alunos – que o apelidaram de “o crock (o velho) e “Himmler do terceiro ano”, zombando de seu rigor excessivo e insensibilidade -, sem amigos, física e moralmente esgotado, ele vai se aposentar prematuramente. Fechado sobre si mesmo, Crocker-Harris só recobra sua personalidade quando um aluno, Taplow (Brian Smith), lhe oferece um presente sincero: uma versão dada pelo poeta Robert Browning da tragédia de Agamemnon de Esquilo, que Harris na mocidade, traduzira apaixonadamente. Esta gentileza desperta seus valores humanos, há anos sufocados no coração. Ele enfrenta o diretor da escola (Wilfrid Hyde-White) que o prejudicou e ganha a afeição dos seus alunos após um comovente discurso de despedida. Quanto à sua mulher, revoltada com a última fraqueza do marido, deixa-o de vez, mas sem contar com o amante, que dela se afastara, não sem antes aconselhar Crocker-Harris contra ela. Asquith tratou o tema com profundidade, marcando cuidadosamente com pequenos detalhes as etapas dessa tragédia psicológica, que se desenvolve em um ritmo sempre  equilibrado e sóbrio. A performance de Michel Redgrave é extraordinária e lhe deu o prêmio de interpretação masculina no Festival de Cannes de 1951, sendo que o filme conquistou a láurea de melhor roteiro.

David Niven e Leslie Caron em Ato de Misericórdia

 

A parte final da carreira de Asquith, foi decepcionante.  Com Milhões e Com Carinho / The Millionairess / 1960 com Sophia Loren, Peter Sellars; Two Living, One Dead / 1961 (exibido apenas na TV inglêsa) com Virginia McKenna, Patrick McGoohan, Bill Travers; Ato de Misericórdia / Guns of Darkness/ 1962 com David Niven, Leslie Caron; Gente Muito Importante / The V.I.P.s / 1963 com Elizabeth Taylor, Richard Burton, Louis Jourdan, Elsa Martinelli, Margaret Rutherford, Maggie Smith, Rod Taylor, Orson Welles, Linda Christian, Dennis Price, Robert Coote e O Rolls-Royce Amarelo / The Yellow Rolls-Royce  / 1964 com Rex Harrison, Jeanne Moreau, Edmund Purdom, Moira Lister, Roland Culver, Shirley MacLaine, George C, Scott, Alain Delon, Ingrid Bergman, Omar Sharif, Art Carney), não satisfizeram plenamente sob o ponto de vista artístico, principalmente os dois últimos, apesar de seus orçamentos populdos proporcionados por fortes produtores (Anatole de Grunwald – Metro-Goldwyn-Mayer, do roteiro de ambos ter sido escrito por Terence Rattigan e da quantidade de astros nos seus elencos. Em 1963, Asquith fez o documentário Balé Real de Londres An Evening with the Royal Ballet, com os bailarinos Margot Fonteyn e Rudolf Nureyev. Em 1967, ele caiu doente durante o trabalho preparatório de uma adaptação do romance best-seller de Morris West, The Shoes of the Fisherman e morreu de câncer em 20 de fevereiro de 1968.

CHARLEY CHASE

agosto 20, 2019

Ele não pode ser comparado a Charles Chaplin, Buster Keaton ou Harold Lloyd, mas merece ser melhor conhecido, por ter atuado como ator e/ou diretor em 190 comédias curtas, primeiramente no Hal Roach Studio (1924-1936) e depois na Columbia Pictures (1937-1940). Seus  pais tiveram um outro filho, James Gibbons Parrott, que também se tornaria ator e diretor. Em 1903, os meninos ficaram orfãos do pai e, para sustentar a família, Charley começou a se apresentar, cantando e dançando nas ruas, depois em nickelodeons (convidando a platéia a acompanhá-lo no estribilho das canções ou hinos patrióticos das illustrated songs) e finalmente no circuito de vaudeville, excursionando pelo país.

Charley Chase

Charles chegou em Hollywood em 1912, inicialmente encontrando emprego na unidade de Al Christie na Universal, passando, em 1914, para o Keystone Studios de Mack Sennett. No primeiro ano com Sennett, ele apareceu em comédias de Charles Chaplin e Roscoe “Fatty” Arbuckle, mas seu trabalho mais importante foi atrás das câmeras, dirigindo (sob o nome de Charles Parrott) alguns astros do estúdio como Ford Sterling, Chester Conklin, Slim Summerville e Mack Swain.

Em 1917, Charles foi contratado pela Fox Film Corporation como argumentista e diretor de comédias de Charles “Heinie” Conklin, Charles Lynn, Mrs. Carter de Haven e Hank Mann. Sua comédia mais conhecida é uma paródia do filme famoso de Theda Bara, Escravo de uma Paixão / Fool There Was Bara, chamada There’s Many a Fool, com Carmen Phillips com a vamp e Hank Man como o Fool. No ano seguinte, Charles deixou o estúdio e dirigiu comédias na King-Bee, L-Ko Kompany, Paramount, Bulls-Eye Film Corporation e na Mermaid Comedies de Jack White, distribuídas pela Educational, nas quais figuravam astros como Lloyd Hamilton, Billy West (o imitador de Chaplin) e um jovem Oliver Hardy.

Charley como Jimmy the Jump ao lado de Beth Darlington em uma comédia de 1924, The Fraidy Cat.

Em 1921, Charles assinou seu primeiro contrato com Hal Roach, para dirigir as comédias de Snub Pollard e, dentro de cinco meses, ele se tornou o diretor supervisor de toda a produção do estúdio com exceção dos filmes de Harold Lloyd. Quando este deixou a empresa em 1923, Roach persuadiu Charles a passar para a frente das câmeras com o nome de Charley Chase, interpretando o personagem Jimmy Jump, jovem incrivelmente ingênuo que sempre se metia em situações estranhas. Essas comédias de um rolo fizeram tanto sucesso que logo passaram a ser de dois rolos, dirigidas por Leo McCarey e também por seu irmão James, que vinha atuando no mesmo estúdio como cômico sob o nome de Paul Parrott. Juntamente com Chase, Mc Carey desenvolveu um estilo para o ator que se concentrava mais na caracterização e situação do que em gags. McCarey lembraria mais tarde: “Eu recebí crédito como diretor, mas foi realmente Chase que fez a maior parte do trabalho de direção … ele me ensinou tudo que sei”. Além de McCarey e J. Parrott outros diretores também funcionaram na série: Fred Guiol, Hal Yates, James W. Horne e Lewis Foster, que cuidou do último filme totalmente mudo de Chase, Movie Night / 1929.

Cena de Movie Night / 1929

Em 1929, emprestado para a Universal, Chase estrelou um longa-metragem parte falado parte silencioso, Modern Love e, no mesmo ano, de volta ao estúdio Roach, fez seu primeiro filme de dois rolos todo-falado, The Big Squawk, dirigido por Warren Doane. O som ampliou as possibilidades de caracterização de Chase e lhe permitiu demonstrar seu considerável talento de cantor. Ele também tocava vários instrumentos e frequentemente se acompanhava com um banjo ou guitarra. Porém não foi somente a música que influiu no successo dos talkies de Chase: outro fator importante foram os coadjuvantes da companhia de repertório de Roach, que trabalharam com ele (e também nas comédias do Gordo e o Magro e dos Peraltas / Our Gang): Thelma Todd; Billy Gilbert, James Finlayson, Edgard Kennedy e, em papéis menores (que podiam ser de guarda ou de garçom) Charlie Hall, Harry Bowen, James C, Morton, Harry Bernard, Rolfe Sedan, Tiny Sandford, Leo Willis e Fred Kelsey.

Thelma Todd e Charley Chase

Chase teve várias leading ladies além de Thelma Todd: Dorothy Granger, Jacqueline Wells (que depois passou a se chamar Julie Bishop), Joyce Compton, Constance Bergen, Dorothy Appleby, June Marlowe, Rosina Lawrence, Antoinette Lees (depois conhecida como Andrea Leeds), mas as suas favoritas, a julgar pelo número de filmes que elas fizeram com ele, foram Betty Mack e Muriel Evans, ambas oriundas dos westerns. Muriel era companheira de Buck Jones, John Wayne e outros cowboys e Betty contracenava com Tom Tyler e Harry Carey.

A partir de 1933, depois de dirigir Thelma Todd e ZaSu Pitts em A Grande Pechincha / The Bargain of a Century, usando seu nome de Charley Chase, ele continuou a dirigir suas comédias (sozinho ou com um co-diretor (v. g. Eddie Dunn, Harold Law) com o nome de Charles Parrott. Na sua última comédia de dois rolos para Roach, Caminho Errado / On the Wrong Trek / 1936 (co-dirigida por Harold Law), Charley, com sua esposa e sogra, está cruzando o país de carro. Sua sogra sugere que ele dê carona para os caras que estão fazendo sinal no meio do caminho.  Charley recusa, dizendo que ele não quer pessoas deste tipo no seu carro. “Oh, Charley”, ela responde, “aqueles dois homens ali não parecem tão ruins”. E lá estão, pedindo carona, Stan Laurel e Oliver Hardy. Charley, mais inflexível do que nunca, resmunga: “Eles parecem um par de ladrões de cavalos para mim!”

Thelma Todd e ZaSu Pitts em A Grande Pechincha

Oliver Hardy e Stan Laurel em Caminho Errado

As comédias de Charley Chase foram sempre bem recebidas pela imprensa e pelo público, mas ele nunca pretendeu ascender para os filmes de longa-metragem. Chase era o rei no seu domínio – a comédia de dois rolos. O problema era que Hal Roach estava pensando em diminuir a produção de comédias curtas e se concentrar nos longas-metragens. Então Roach colocou Chase (como ator e co-diretor com Harold Law) em uma comédia mais longa, para ver quais seriam os resultados. A comédia de 58 minutos, Cinema de Bairro / Neighborhood House / 1936 (refilmagem do filme mudo de Charley, Movie Night), foi apresentada à imprensa especializada, mas era tão fraca, que ele decidiu, editá-la e lançá-la como uma comédia de dois rolos.

Stan, Ollie e Chase em Filhos do Deserto

Por que Roach não conseguiu encontrar um espaço para Chase nos seus planos para o futuro é um mistério, considerando a reconhecida popularidade do cômico e o fato de que ele havia contribuído com desempenhos notáveis no longa-metragem de Laurel e Hardy, Filhos do Deserto / Sons of the Desert / 1933 / Dir: William A. Seiter (tendo sido os três cômicos anunciados no Brasil como O Gordo, o Magro e O Magríssimo) e em Gente do Barulho / Kelly the Second / 1936 / Dir Gus Meins), o teste de Patsy Kelly para um feature-film no qual Chase e Patsy dançavam sob o som de “The Irish Washerwoman”. Talvez porque os filmes de Chase já não estivessem rendendo tanto e também porque, como Chase estava enfrentando problema de doença e uma vida pessoal infeliz, parecia pouco provável que ele evoluisse para ser um astro de longa-metragem.

O fato é que, após quinze anos na empresa, Chase saiu da lista de contratados de Hal Roach. Ele foi contratado pela RKO para integrar o elenco do musical Cativa e Cativante / Damsel in Distress / 1937, dirigido pelo seu antigo colega no estúdio George Stevens e poderia ter se tornado um ator característico na linha de seus contemporâneos Edgar Kennedy e Leon Errol. Porém Chase nunca apareceu em Cativa e Cativante. Fred Astaire foi coadjuvado pela dupla Burns e Allen.  Vestido de chinês e apresentado como o “magnífico mistificador Mr. Charles “Chan” Chase, mágico oriental”, Chase foi um dos mestres de cerimônia (com Elissa Landi) em um curta colorido da MGM, Hollywood Party / 1937, revista musical – dirigida por Roy Rowland e produzida por Louis Lewyn -, mostrando “uma galáxia de astros” (Clark Gable, Joan Bennett, Joe E. Brown, Freddie Bartholomew, Leon Errol, Joe Morrison, Sunny O’Dea, Anna May Wong, Leon Janney, Betty Jane Rhodes, Jack Good), Jones Boys, Ahern Sisters, Marcus Show Girls e Al Lyons Band e sua Cocoanut Grove orchestra).

James Parrott, Stan Laurel, Baby Eltinge Parrot (esposa de Charley Chase), Oliver Hardy,  Blanche Thompson Parrott (mãe de James Parrott e Charley Chase) e Charley Chase na filmagem de Frio Siberiano / Below Zero / 1930, comédia da dupla cômica insuperável

Nos anos 30 e 40 havia muita procura por curtas-metragens e durante essa época  uma das mais maiores produções de comédias curtas vinha do departamento de shortsda Columbia sob a direção de Jules White. Chase estava inativo desde que se desligou de Roach, bebendo muito por causa da separação de sua esposa depois de vinte anos de matrimônio. Então a Columbia lhe ofereceu a possibilidade de integrar o departamento de Jules White, oportunidade de ouro para ele estrelar suas próprias comédias e trabalhar também atrás das câmeras (com o nome de Charley Chase), revezando com um veterano na area, Del Lord, na direção de suas próprias comédias e em comédias de outros cômicos (v. g. Os Três Patetas, Andy Clyde). Chase aceitou e sua primeira comédia de dois rolos para a Columbia foi Lojas dos Corujas The Grand Hoofer, lançada em maio de 1937, na qual Chase canta “Cielito Lindo” acompanhando a si próprio com a guitarra.

Durante toda a sua carreira, Chase teve problema com o alcoolismo. Em numerosas ocasiões seus médicos aconselharam-no a parar de beber, mas o vício da bebida era muito forte e se intensificou após a morte de seu irmão James em 1939 (devido ao alcool e aparentemente à droga) e ele eventualmente morreu de um ataque do coração em 20 junho de 1940 aos 46 anos de idade

FILMOGRAFIA DOS FILMES FALADOS DE CHARLEY CHASE (COMO ATOR):

Thelma Todd e Charley Chase em Looser than Looser

Roach-MGM: 1929 – The Big Squawk. Leaping Love. O Último Espirro / Snappy Sneezer. Maus Passos / Crazy Feet. Stepping Out. Great Gobs. 1930 – The Real McCoy. Whispering Whoopee. O Jogador de Golfe / All Teed Up. Fifty Million Husbands. Fast Work. Girl Shock. Dollar Dizzy. Looser Than Loose. High C’s. 1931 – Thundering Tenors. The Pip from Pittsburgh (v. espanhola: La Senorita de Chicago). Rough Seas (v. espanhola: Momerias). One of the Smiths. A Crise está Aí / The Panic is On. O Duque Chegou / Skip the Maloo!. Rica e Bonita / What a Bozo! Casamento às Pressas / The Hasty Marriage. 1932 – Bandoleiro Melodioso / The Tabasco Kid. The Nickel Nurser. In Walked Charlie. First in War. Young Ironsides. Tenho Medo das Mulheres / Girl Grief. O Cinto Mágico / Now We’ll Tell One. Viagem de Núpcias / Mr. Bride. 1933 – Ao Pé da Letra / Fallen Arches. Cada Macaco no Seu Galho / Nature is Wrong. Arabian Tights. O Cabo do Pau Furado / Sherman Said It. Alerta Escoteiro / Midsummer Mush. Almoço Ao Meio-Dia / Luncheon at Twelve. Os Filhos do Deserto / Sons of the Desert. 1934 – Jardineiro da Infância / The Cracked Iceman. Quatro Partes / Four Parts. Sorveteiro Camarada / I’ll Take Vanilla. Outra Idéia Mãe / Another Wild Idea.  Aconteceu Um Dia / It Happended One Day. Alguma Coisa Simples / Something Simple. Cartola Mágica / You Said a Hateful! Marido de Peso / Fate’s Fathead. A Família Chase / The Chases of Pimple Street. 1935 – Marido Que Virou Mulher / Okay Toots. Pôquer às Oito / Poker at Eight. O Neto do Vovô/ Southern Exposure. Pensionista da Patroa / The Four Star Boarder. Nurse to You. Molecagem no Ritz / Manhattan Monkey Business. Assombram-se Casas / Public Ghost No. 1.  1936 – A Vida Hesita aos 40 / Life Hesitates at 40. Um Seguro Arriscado / The Count Takes the Count. Vampiro Improvisado / Vamp Till Ready. Caminho Errado / On the Wrong Trek. Cinema de Bairro / Neighborhood House. Kelly the Second. Hollywood Party.

Columbia: 1937 – The Grand Hooter. From Bad to Worse. The Wrong Miss Wright. Calling All Doctors. The Big Squirt. Man Bites Love Bug. 1938 – Time Out For Trouble. Tassels in the Air. The Mind Needer. Many Sappy Returns. The Nightshirt Bandit. Pie A La Maid. 1939 – The Sap Takes a Wrap. The Chump Takes a Bump. Rattling Romeo. Skinny The Moocher. Teacher’s Pest. The Awful Goof. 1940 – The Heckler. South of the Boudoir. His Bridal Fright.

MAURICE TOURNEUR

agosto 7, 2019

Ele foi, juntamente com Rex Ingram, Herbert Brenon, Fred Niblo e Clarence Brown,   um dos grandes pictorialistas do cinema mudo americano, cineasta importante e respeitado em Hollywood e um bom realizador de filmes do cinema francês sonoro dos anos 30 e 40, capaz de dominar os mais diferentes gêneros. Como resumiu o New York Times no seu obituário, “seu talento influenciou o desenvolvimento do cinema assim como os filmes e os realizadores contemporâneos, sobretudo no que diz respeito a fotografia, aos cenários, a iluminação e a composição”.

Maurice Tourneur

Maurice Félix Thomas  (1876 – 1961) nasceu em Paris no bairro Épinettes, filho de Marie Dubois e do fabricante de bijuteria Eugène Thomas. Ele estudou no Liceu Condorcet e, por intermédio de seu amigo Francis Jourdain, arrumou emprego como aprendiz do pintor Adrien Karbowsky. Depois trabalhou com outro pintor, Puvis de Chavannes e no ateliê de Auguste Rodin, tornando-se grafista-ilustrador e decorador de interiores, antes de tentar sua chance no Théâtre des Bouffes du Nord sob recomendação do autor-dramático Jean Joseph-Renaud, um de seus antigos colegas do Liceu.

O jovem Maurice deu seus primeiros passos no palco aos vinte e quatro anos em uma adaptação de “La Tour de Nesle” de Alexandre Dumas e permaneceu no Bouffes du Nord por uma temporada, atuando em outros melodramas populares em voga na época como “Les Pirates de la Savanne” de Ferdinand Dugué ou “Marie ou l’inondation” de Francis Cornu. Foi sua primeira escola de teatro. Quando a temporada chegou ao fim, o rapaz conseguiu ingressar na companhia da famosa atriz Gabrielle Réjane, que preparava uma tournée pela América do Sul (Brasil, Montevidéo, Buenos Aires) e estava recrutando atores. Maurice trabalhou como ator e diretor. Na volta a Paris, passou por uns tempos difíceis, apresentando-se nos subúrbios ou na província.

Felizmente, ele conhecia o comediante Georges Grand, que o apresentou a André Antoine, uma das grandes figuras do teatro do seu tempo. O exigente Antoine contratou Maurice como diretor e, em 7 de junho de 1903, toda a trupe embarca para a América do Sul. Entre os vinte e três atores e atrizes que partem, além de Antoine e Tourneur, encontra-se a jovem atriz Fernande Petit (conhecida pelo nome artístico de Mme. Van Doren), futura esposa de Maurice e mãe de Jacques Tourneur, filho único do casal. Este período feliz teve seu fim quando, em 1906, confiaram a Antoine o comando do Théâtre de L’Odeon no Quartier Latin. Após certo tempo, Tourneur teve uma discussão com Antoine, e foi procurar outro emprego, tornando-se diretor geral no Casino de Nice e depois no Théâtre de la Renaissance, então administrado por Abel Tarride. Nesta época, Tourneur conheceu o realizador Émile Chautard, que o convidou para ser seu assistente na firma Éclair, a terceira firma cinematográfica francêsa logo atrás da Gaumont e da Pathé entre 1908 e 1918.

Em 1913, Tourneur já era diretor, mas é difícil identificar formalmente os filmes que ele realizou na Éclair, pois antes de 1914 os diretores não eram identificados. Christine Leteux, na sua magnífica biografia (muito útil na elaboração deste artigo) “Maurice Tourneur Réalisateur sans Frontières” (La tour verte, 2015), calcula que Tourneur dirigiu cerca de uma dezena de filmes e menciona na sua filmografia (por ordem cronológica da data de exibição): 1913 – Le Mystère de la chambre jaune (co-realizado com Émile Chautard); La Bergère d’Ivry; Jean la Poudre; Les Gaités de l’escadron; Mademoiselle cent millions; Le Système du docteur Goudron. 1914 – Le Friquet; Le Puits Mitoyen; Le Camée; Les Ruses de l’amour; Figures de Cire; Monsieur Lecoq; Le Parfum de la dame en noir ou La dernière incarnation de Larsan. 1915 – Souerette.

Cena de Jimmy Valentine

Após dois meses exercendo as funções de diretor, Tourneur recebeu um convite inesperado por parte de Chautard: trabalhar na sucursal americana da Éclair em Fort Lee, New Jersey, chefiada pelo diretor Étienne Arnaud, onde já estavam os fotógrafos Georges Benoît, Lucien Andriot e René Guissart e os cenógrafos Benjamin Carré e Henri Ménassier. Os filmes de Tourneur na Éclair americana (depois absorvida pela World Film Corporation) foram: 1914 – Mother; The Man of the Hour;The Wishing Ring: An Ydill of Old England (comédia sofisticada muito elogiada pelo seu encanto e beleza visual); O Poder do Ouro / The Pit (no novo estúdio Peerless, erguido a dois passos do velho estúdio Éclair) 1915 – Jimmy Valentine / Alias Jimmy Valentine (drama criminal que impressionou os críticos pela sua técnica inovadora); The Cub; The Ivory Snuff Box; Lágrimas e Risos da  Boemia / Trilby; A Butterfly on the Wheel. 1916 – The Pawn of Fate (inaugurando  um novo estúdio, o Paragon); A Mão do Perigo / The Hand of Peril; The Closed Road; The Rail Rider; The Velvet Paw, os quatro últimos estrelados pelo ator House Peters.

Tourneur dirige Mary Pickford em Rica e Pobre

Depois dessas quatro produções com House Peters, Tourneur ganhou tal estatura  que lhe permitiu dirigir dois filmes com a estrela número um do cinema americano, Mary Pickford: Raça de Heróis / The Pride of the Clan e Rica e Pobre ou A Pobre Rica / The Poor Little Rich Girl, ambos produzidos pela Artcraft em 1917. No mesmo ano, Tourneur fez mais dois filmes no Paragon, A Girl’s Folly e  O Chicote / The Whip, antes do estúdio e a World Film Corporation serem comprados pela Famous Players-Lasky, na qual ele permaneceu,  apesar da mudança de proprietários.

Devido ao grande sucesso de Rica e Pobre, Jesse Lasky contratou Tourneur para realizar nove filmes em um ano e assim ele se encarregou de: 1917 – Chama D’Alma / The Undying Flame; The Law of the Land; Exílio / Exile; A Canção do Deserto / Barbary Sheep; Fidelidade / The Rise of Jennie Cushing. 1918 – Cadeias de Amor / The Rose of the World; O Pássaro Azul / The Blue Bird; Prunella Prunella; A Casa de Bonecas / A Doll’s House. Com O Pássaro Azul e Prunella, Tourneur começou a se firmar como um dos grandes estilistas do cinema mudo, devendo ser reconhecida a preciosa colaboração de seu diretor de arte Ben Carrée e de seu fotógrafo John van den Broek (que morreria afogado aos 23 anos de idade em 1918 durante a filmagem de Mulher). Eles souberam combinar uma narrativa encantadoramente ingênua com uma sofisticação pictórica, que explorava a cor, silhuetas, cenários deliberadamente fantasiosos e trajes singulares. Entretanto, os filmes não tiveram bom resultado comercial.

Cena de O Pássaro Azul

Cena de Prunella

Respeitado como um dos melhores na sua profissão, Tourneur decide se tornar seu próprio produtor e, com o apoio financeiro de Jules Brulatour, funda a Maurice Tourneur Productions, onde poderá trabalhar com total liberdade. Para a sua empresa ele fez: 1918 – Vida Esportiva / Sporting Life; Mulher / Woman. 1919 – O Segredo de Silvia / The White Heather; Luta pelo Amor ou A Linha da Vida / The Life Line; The Broken Butterfly; Vitória / Victory. 1920 – My Lady’s Garter; A Ilha do Tesouro / Treasure Island; O Sinal dos Carbonários The White Circle; Águas Perigosa ou Martírio de um Mergulhador / Deep Waters.

Shirley Mason em A Ilha do Tesouro

Em julho de 1920, Tourneur rompe com Brulatour e passa a trabalhar para a Associated Producers uma nova companhia independente  (nos moldes da United Artists), que fôra criada em 1919 e da qual participam vários diretores, além de Tourneur: Thomas H. Ince, Mack Sennett, Marshall Neilan, Allan Dwan, George Loane Tucker e J. Parker Read Jr.   Para a Associated Producers Tourneur fez O Último dos Moicanos / The Last of the Mohicans (co-dirigido por Clarence Brown); Mulheres Levianas / The Foolish Matrons (co-dirigido por C. Brown). 1923 – Enquanto Paris Dorme / While Paris Sleeps, realizando em dois intervalos, 1921 – A Isca Humana / The Bait para a Hope-Hampton Prod. – Paramount e 1922 – O Mais Lindo Amor / Lorna Doone para a Thomas H. Ince Corp. -Associated First National. A Maurice Tourneur Productions realizou ainda The County Fair, rodado simultaneamente com Vitória. Edmund Mortimer foi mencionado como diretor pela imprensa, porém Clarence Brown, em uma entrevista para Kevin Brownlow, afirmou que foi ele quem dirigiu o filme,  afinal lançado sem um nome do diretor nos créditos.

Neste período, creio que os melhores filmes de Tourneur foram O Último dos Moicanos e provavelmente o filme perdido A Ilha do Tesouro, a julgar pelas fotografias de cena magnificas, que podem ser vistas hoje, ambos louvados na época por sua beleza pictórica. Na sua adaptação da história famosa de Robert Louis Stevenson, Tourneur colocou uma atriz, Shirley Mason, no papel de Jim Hawkins e contou com Charles Ogle como Long John Silver e Lon Chaney em dois papéis: o do cego Pew e o de Merry.

Os únicos filmes dessa fase do diretor que pude ver foram Vítória e O Último dos Moicanos e falei sobre este último no meu post sobre Clarence Brown (15 de abril de 2016), acentuando a fidelidade ao romance célebre de James Fenimore Cooper,

a exploração magnífica da paisagem ao ar livre do Big Bear Valley e do Yosemite National Park; os planos de silhuetas e de interiores escuros enquadrados em contraste com a luz e apontando as sequências mais emocionantes: o massacre no Fort Williams e a perseguição de Cora (Barbara Bedford) por Magua (Wallace Beery) e o seu salto para a morte do alto de uma colina. Já Vitória não é tão bom, mas é um filme interessante com personagens que fogem do convencional, detalhes pitorescos, e interpretações marcantes de Seena Owen, Jack Holt, Wallace Beery, Bull Montana e Lon Chaney que, na época, ainda não era o Homem das Mil Caras.

Cena de A Ilha dos Navios Perdidos

Em 1923, Tourneur realizou O Apóstolo / The Christian para a Goldwyn Pictures e depois se ofereceu para trabalhar com Mike C. Levee, que acabara de criar uma unidade de produção no seu United Studios. Com a McLeve e Prod, e distribuição da First National, Tourneur fez: 1923 – A Ilha dos Navios Perdidos / The Isle of Lost Ships; A Garrafa Mágica / The Brass Bottle; Jealous Husbands. 1924 – Amor eTormento / Torment; A Mariposa Branca/ The White Moth. Outro filme do qual não resta mais nenhuma cópia, A Ilha dos Navios Perdidos, a julgar pelas fotos que ví de uma ilha no mar dos Sargaços cujo cenário são destroços de um navio e também pelos comentários nas revistas da época citados por C. Leteux, parece ter sido o melhor dos filmes que Tourner fez para Mike Levee. Em entrevista concedida a Kevin Brownlow em 1969, Jacques Tourneur o considerava como um dos melhores filmes de seu pai.

Em junho de 1924, Jacques deixou a escola secundária e seu progenitor lhe perguntou se ele queria cursar uma faculdade ou começar a trabalhar. Ele respondeu: “Prefiro começar a trabalhar porque no cinema a gente não precisa de formação!”. Assim, Jacques se tornou um script-boy na filmagem deTaméia ou A Filha do Oriente / Never the Twain Shall Meet / 1925, rodado por Tourneur no Tahiti para a Cosmopolitan Pictures de William Randolph Hearst.

Dos derradeiros filmes de Tourneur nos Estados Unidos, 1925 – Vida Esportiva / Sporting Life (refilmagem da produção de 1918) para a Universal, O Pirata / Clothes Make the Pirate e 1926 – Amor Beduíno / Old Loves and New para o produtor Sam E. Rock e A Conquista da Felicidade / Aloma of the South Seas– outro filme presumidamente perdido – produzido pela Paramount, somente este mereceu o aplauso dos resenhistas, uns dizendo que era “um filme, fotograficamente falando, magnífico e que certos planos eram obras de arte por sua composição” (Variety), outros dizendo que era “um filme de uma beleza extraordinária” (Photoplay). De Aloma também só conheço as fotos, entre elas, uma da bela Gilda Gray, que dividiu o estrelato com Percy Marmont, Warner Baxter e William Powell.

Ainda em 1926, Tourneur foi contratado pela MGM para realizar uma adaptação de “L’Île Misterieuse” de Jules Verne e a produção parecia dotada de um orçamento importante, porque ele deveria rodar cenas submarinas em Nassau, nas Bahamas em “cores naturais”, quer dizer, em Technicolor bicolor.  O que ele não sabia era que, segundo a nova política do estúdio, cada diretor deveria ser supervisionado por um produtor. Tourneur não acatou esta nova diretriz e abandonou a filmagem, sendo substituído pelo diretor dinamarquês Benjamin Christensen, tendo sido mais tarde convocado Lucien Hubbard para fazer alguns retoques.

Cenas de A Conquista da Felicidade

Cena de Aloma

Em 11 de agosto de 1926, Tourneur e Fernande partem para a França, mas Jacques prefere ficar em Hollywood, onde recebeu ajuda de Clarence Brown, que lhe arranjou emprego como figurante na MGM. Em dezembro de 1926, Tourneur assina um contrato com a Lutèce Film de Charles Schneider e, depois de se separar de Fernande (sua aventura com Barbara Bedford, a estrela de O Último dos Moicanos certamente contribuiu para a deterioração de suas relações, mas eles nunca se divorciaram), inicia a filmagem de L’Équipage / 1928, drama baseado no romance de Joseph Kessel, que contava a vida dos aviadores da Primeira Guerra Mundial. Entretanto, começam a circular rumores sobre ele no meio cinematográfico a respeito de sua atitude durante aquela guerra, qual seja, a de não ter se alistado para lutar por sua pátria. Em sua defesa, Tourneur mentiu, dizendo que havia se naturalizado americano antes da França entrar na guerra; porém, descoberta sua mentira, foi preso e expulso de seu país natal. Antes disso, para estancar a campanha contra ele na imprensa, havia concordado em permanecer anônimo nos créditos do filme e em qualquer campanha publicitária feita com o seu nome.

Em janeiro de 1929, Tourneur conseguiu assinar um contrato com o produtor Max Glass em Berlim e começou a filmar Homens sem Lei / Das Schiff der verlorenen Menschen, cujo roteiro ele mesmo escreveu, baseado em um romance de F. Keremen. Seu filho Jacques funcionou como seu assistente e participou da montagem do filme. O elenco internacional contou com o francês Gaston Modot, o britânico Robin Irvine, os russos Vladimir Sokoloff e Boris de Fast e os alemães Fritz Kortner e Marlene Dietrich, que não era ainda uma estrela; porém os críticos não gostaram do resultado.

Gaby Morlay em Acusada Levante-se

Gaby Morlay em Acusada, Levante-se!

A esta altura, o cinema falado irrompera nas telas e Tourneur, que estava em negociação com a sociedade de produção Pathé-Natan, conseguiu finalmente permissão para residir na França. Seu primeiro filme para a Pathé-Natan foi  Acusada,Levante-se! /  Accusée, Levez-vous!/ 1930, seguindo-se: 1930 – Maison des Danses; Partir. 1932 – Em Nome da Lei / Au Nom de la Loi; Les Gaîtés de L’Escadron. 1933 – As Duas Órfãs / Les Deux Orphelines; Lidoire(curta-metragem); Obsession(curta-metragem, com a atriz Louise Lagrange, que se tornara companheira de Tourneur). 1934 – Voleur (teatro filmado baseado na peça de Henry Bernstein, feito excepcionalmente para os produtores Marcel Vandal e Charles Delac, com Madeleine Renaud, Victor Francen e Jean-Pierre Aumont). 1935 – Justin de Marseille. Entre estes, distinguem-se Em Nome da Lei e Justin de Marseille.

Charles Vale (no centro) em Em Nome da Lei

No primeiro filme, um inspetor de polícia, que estava atrás de traficantes de drogas, é assassinado. Os inspetores Lancelot (Charles Vanel) e Ludovic (Pierre Labry) seguem a pista do assassino. Eles encontram o criminoso graças a Marcel (Jean Marchat), um jovem policial encarregado de se infiltrar entre os traficantes. Porém ele se apaixona pela bela Sandra (Marcelle Chantall) que faz parte do bando e prefere se suicidar do que ir para a prisão. Com esta trama, Tourneur realizou um filme policial exemplar, quase um documentário, no qual predomina uma descrição minuciosa e realista do meio social, feita em um ritmo fluente e apreciável qualidade pictórica. Uma das cenas mais marcantes é o interrogatório na polícia do chofer de taxi abrutalhado, interpretado por Gabriel Gabrio.

No segundo filme, baseado em um roteiro de Carlo Rim, o mafioso Justin (Antonin Berval) chefia um bando de traficantes de drogas, mas é amado e estimado por todos, porque protege os fracos. Seu maior inimigo é Esposito (Alexandre Rignault), um gangster líder de outro grupo de criminosos, que ele acaba matando. A primeira cena do filme é muito lembrada: um caixão que chegou de Saigon, sendo transportado em um carro fúnebre, acompanhado por vários gangsters de luto pesado. Só que o caixão não contém a pobre Félicie, morta em Saigon, mas oitenta quilos de ópio, cuja posse os dois chefes mafiosos vão disputar avidamente. Esta guerra de gangues nas ruas do Velho Porto marselhês, ao mesmo tempo risonha e cruel, é vista por Tourneur com um olhar de pintor e um senso aguçado do pitoresco.

Justin de Marseille marcou o fim de uma época. Sem conseguir crédito dos bancos a Pathé-Natan entrou em estado de falência, no que foi acompanhada por outra grande firma, Gaumont-Franco-Film-Auber. O cinema francês passou a sobreviver com pequenas  sociedades de produção, que produziam somente um ou  dois filmes por ano, antes de correr o mesmo perigo. Assim, os próximos filmes de Tourneur na década de trinta foram feitos para vários produtores: 1935 – Koegnismark na versão francesa e Cavaleiros da Rainha na versão inglesa Koenigsmark (Films Roger Richebé). 1936 – Samson Samson (Paris Film Production); Com um Sorriso / Avec le Sourire (Films Marquis); 1938 – O Patriota / Le Patriote(F. C. L. Farkas); Katia / Katia (Metropa Films).

Elissa Landi e Pierre Fresnay em Koegnismark

Extraído do romance famoso de Pierre Benoît, Koegnismark começou a ser rodado por Léonce Perret, mas ele faleceu durante a filmagem e Tourneur foi chamado com urgência para substituí-lo. Foi portanto uma simples encomenda, da qual Tourneur se encarregou corretamente, mas sem muita convicção, alternando as cenas pomposas como as da da recepção na côrte de Lautenbourg com as cenas intimistas entre a Princesa Aurora (Elissa Landi) e o professor Raoul Vignerte (Pierre Fresnay), que agradaram o público.

Gaby Morlay, Maurice Tourneur e Harry Baur na filmagem de Samson

Em Samson, baseado na peça de Henri Bernstein, uma jovem, Anne-Marie d’Andeline (Gaby Morlay), se casa sem amor com o banqueiro Jacques Brachart (Harry Baur), para salvar sua família da miséria. Anne-Marie torna-se amante de Jerôme Le Govain (André Luguet), um estroina sem escrúpulos; mas ela voltará, para os braços do marido, depois que ele perdeu toda a sua fortuna, para destruir seu rival. Este drama mundano assumiu um brilho particular nos olhares, nos subentendidos dos dois atores e contou ainda com coadjuvantes de elite como Gabrielle Dorziat, André Lefaur e Suzy Prim.  A revista Cinémonde sentenciou: “Um grande filme humano e sincero, um êxito magistral”.

Tourneur passou do drama para a comédia, oferecendo-nos Com um Sorriso um espetáculo bastante divertido, escrito por Louis Verneuil e Carlo Rim, mostrando um personagem, Victor Larnois (Maurice Chevalier) que, partindo do nada, logra atingir as mais altas posições sociais, mercê de mil e um ardís e de um sorriso irresistível. Na sua ascenção, Larnois cuida da carreira de Gisèle (Marie Glory), corista sem grande talento que ele, fabricando um golpe publicitário, a propulsiona ao status de vedete. Larnois acaba diretor da Ópera ao fim de seu último sortilégio, antes de ajudar seu ex-patrão (André Lefaur), homem íntegro, porém pouco afável, que, com seus princípios demasiadamente rígidos, fôra conduzido para a miséria. Por meio de uma sucessão de cenas curtas e muito engraçadas, Tourneur conduz a ação em um ritmo rápido e Chevalier encarna com muita verve o arrivista sem escrúpulos.

John Poder e Danielle Darrieux em Katia

Em 1938, Tourneur dedicou-se novamente aos filmes de época com dois dramas históricos: O Patriota e Katia. O enredo de O Patriota, que tinha como tema central o conflito entre a lealdade e o dever, já havia sido brilhantemente tratado por Ernst Lubitsch no cinema mudo, extraindo uma soberba interpretação de Emil Jannings. Segundo os que puderam ver esta refilmagem, o trabalho de Harry Baur como o tsar louco Paulo I foi muito bom e a direção de Tourneur não deixou a desejar, ajudado pela fotografia de Armand Thirard, a música de Jacques Ibert, a reconstituição faustosa da côrte russa e presença de coadjuvantes bem escolhidos como Pierre Renoir (herdando o papel de Pahlen entregue a Lewis Stone na primeira versão), Josette Day, Colette Darfeuil, Suzy Prim. Katia, é uma evocação romanceada dos amores e do casamento morganático do tsar Alexandre II (John Loder) e de Catherine Dolgouky (Danielle Darrieux), que termina em uma tragédia: Alexandre é morto em um atentado. Há muito luxo nos cenários e figurinos neste filme de orcamento vultoso dirigido sob contrôle rígido de Tourneur, mas quem brilha mesmo é Dannielle Darrieux que trouxe sua presença delicada para este grande papel dramático.

Harry Baur em Volpone.                      

Nos anos 40, Tourneur fez seus oito filmes derradeiros: 1941 – Volpone / Volpone; Péchés de JeunesseMademoiselle    Bonaparte / Mam’zelle Bonaparte. 1942 – A Mão do Diabo / La Main du Diable. 1943 – Le Val d’enfer; 1944 – (na TV: Crime na Polícia) / Cécile est Morte! 1948 – Après l’amour; Impasse des Deux-Anges. Produzido pela Île-de-France Films de Élisabeth Soutzo, Volponehavia sido iniciado sob a direção de Jacques de Baroncelli mas, após três semanas de filmagem, a produção foi interrompida por falta de dinheiro e de compromissos anteriores dos atores no teatro ou no cinema. Somente no final de março de 1940 a filmagem foi retomada sob a direção de Tourneur. Esta farsa, cujo tema é a ganância, foi adaptada por Stefan Zweig e Jules Romain de uma peça do dramaturgo elizabetano Ben Johnson e valeu sobretudo pela presença de três monstros sagrados do palco e da tela dos anos 30, que foram Louis Jouvet, Harry Baur e Charles Dullin. Outros dois grandes atores, Fernand Ledoux e Jacqueline Delubac, completam o elenco deste teatro filmado, filmado mas plasticamente soberbo.

Durante a Ocupação, Tourneur foi contratado pela Continental Films, a produtora destinada a produzir na França filmes com capital alemão e mão de obra francesa. Imediatamente após a sua criação, a nova companhia selecionou os realizadores e técnicos francêses mais eficazes e rápidos, e Tourneur estava entre os cinco primeiros, juntamente com Marcel Carné, Christian Jaque, Georges Lacombe e Léo Joannon. Nesta firma ele fez os seus quatro filmes seguintes.

Péchés de Jeunesse versa sobre um velho celibatário, rico e solitário, Monsieur Lacalade (Harry Baur), que parte em busca do seus quatro filhos ilegítimos, concebidos durante a sua juventude. Em quatro episódios, o roteirista Charles Spaak traça com causticidade e humor, o retrato de uma classe social, Tourneur fornece algumas belas imagens e Harry Baur encontra um papel perfeitamente à sua altura; Mademoiselle Bonaparte é uma biografia inspirada livremente na vida de Cora Pearl (Edwige Feuillère), cortesã do Segundo Império, amante do príncipe, Jérôme Bonaparte (Guillaume de Sax), que se envolve amorosamente com um conspirador elegante e romântico, o marquês Philipe de Vaudrey (Raymond Rouleau). Foi uma das produções mais custosas da Continental com seus cenários imensos, vestuário luxuoso e uma multidão de figurantes, e Tourneur conduziu o espetáculo com pulso firme.

Pierre Fresnay em A Mão do Diabo

 A Mão do Diabo, é uma obra estranha, transpondo para o mundo moderno o tema da possessão demoníaca e Tourneur criou um clima de angústia permanente. Essa angústia  aumenta quando, durante o carnaval, sete homens mascarados, que são os diversos possuidores da mão encantada desde o século XVIII, constituídos em tribunal, revelam ao pintor sem talento Roland Brissot (Pierre Fresnay) a impostura do diabo (que, por meio de um cozinheiro italiano, Melissa (Nöel Roquevert), lhe vendeu um talismã, (uma certa mão mumificada que deveria lhe trazer glória e  felicidade) e ele tem mais uma chance de se salvar. Tourneur então se esmera em uma série de vinhetas, cada qual mais surpreendente que a outra, fechando com brilhantismo formal – apoiado na oposição expressionista da luz com as trevas e no uso de halos e silhuetas – a inquietante aventura do artista aprisionado em uma armadilha infernal.

Edouard Delmont, Gabrielle Fontan e Ginette Leclerc em Le Val d’enfer

Le Val d’enfer é um melodrama com uma intriga simples e forte, exposta com eficácia dramática e economia de meios por Tourneur, certamente inspirado pela qualidade humana e sincera dos personagens (criados por Carlo Rim). A escolha dos intérpretes foi muito feliz e contribuiu enormemente para que a história capturasse imediatamente a atenção do espectador. Ela pode ser resumida assim: Noel Bienvenu (Gabriel Gabrio) vive com seus pais idosos (Edouard Delmont, Gabrielle Fontan) perto da pedreira, da qual é contramestre. Ele é viúvo e seu filho Bastien (André Reybaz) foi condenado a um ano de prisão e seu pai, indignado por sua má conduta, rompeu com ele. Um dia após o falecimento de seu amigo Romieux, Noel aceita abrigar em sua casa a filha dele, Marthe (Ginette Leclerc) e se apaixona por ela, apesar de seu passado de prostituição. Marthe aceita se casar com Noel mas, diante da solidão e do tédio, cai nos braços de Barthélemy (Lucien Gallas), que também é casado. Os pais de Noel, sentindo que sua presença desagrada a Marthe, retiram-se para um asilo. Grávida de seu amante, ela morre na pedreira após a explosão de uma mina. O que parecia um acidente fôra de fato provocado por um operário, Le Sauvage (Georges Patrix), que quis livrar Noel de sua esposa infiel. Ninguém saberá de nada e Noel reencontra seus pais, se reconcilia com seu filho e  recupera a alegria de viver. Os críticos sempre apontam A Mão do Diabo como o melhor filme falado de Tourneur, mas eu prefiro Le Val d’enfer, destacando o desempenho emocionante de E. Delmont e C. Fontan e também de Gabriel Gabrio, perfeito na composição daquele homem maduro, rude e solitário, que encontra o sorriso com a jovem noiva.

Albert Préjean em Cécile est Morte

Cécile est Morte! é uma adaptação satisfatória do romance de Georges Simenon. No enredo, uma certa Cécile Pardon (Santa Relli), vai regularmente à Polícia Judiciária se queixar de visitas noturnas de alguém no apartamento que ela ocupa com sua velha tia, Juliette Boynet (Germine Kerjean). O comissário Maigret não presta atenção ao que ele acha que é apenas um devaneio da moça. Porém um dia, enquanto investiga a morte de uma mulher encontrada decapitada, Maigret fica espantado ao saber que se trata de Hélène Pardon (France Asselin), a irmã de Cécile. Pior, Juliette e Cécile vêm a ser vítimas de assassinato pouco tempo depois. Albert Préjean é um Inspetor Maigret bem diferente do personagem imaginado pelo escritor, tanto pelo físico como pelo comportamento; mas o ator faz um trabalho digno, dando vigor à figura do famoso comissário.

Em Après l’amour (Prod: Les Films Modernes), traído por sua mulher Nicole (Simone Renant) com seu amigo Robert (Fernand Fabre), François Mézaule (Pierre Blanchar), escritor de sucesso e ganhador do prêmio Nobel, encontra Germaine (Gisèle Pascal), jovem estudante da Sorbonne, e vive um grande amor com ela. A esposa tem um filho de seu amante no mesmo dia em que a estudante dá à luz uma criança, cujo pai é o escritor . François decidira repartir sua vida com Germaine no momento em que sua esposa deveria partir com Robert para a América, mas este havia repudiado Nicole, ao saber de sua gravidez. A estudante morre no parto. Por vingança, o marido injuriado substitui um ao outro os récem-nascidos. Nicole educa sem saber, o filho de sua rival enquanto o seu filho fica aos cuidados de uma criada.  Mais tarde o lar se reconciliará  e os dois meninos serão criados juntos. Um retrospecto nos faz descobrir pouco a pouco a verdade sobre a vida dupla de François. Este melodrama romântico extraído de uma peça de Henri Duvernois e Pierre Wolff, escrita em 1924 e já levado à tela em 1931 pela Pathé-Natan sob direção de Léonce Perret, era um tanto antiquado no pós-guerra, mas Tourneur soube manter o espectador interessado no desenrolar da trama, que compreeende vários retrospectos e mistura crueldade e ternura com equilíbrio.

Paul Meurisse e Simone Signoret em L’ Impasse de Deux Anges

Em L’Impasse des deux Anges (produzido pela B.U.P. – British Unity Pictures Francaise), Marianne (Simone Signoret), vedete do music-hall, vai abandonar o mundo do teatro, para se casar com o riquíssimo marquês Antoine de Fontaine (Marcel Herrand). Na recepção das núpcias, ela se depara com Jean (Paul Meurisse), seu antigo amante, especialista em abrir cofres, encarregado de roubar o valioso colar de diamante que lhe foi oferecido pelo seu futuro esposo. Marianne decide acompanhá-lo em um passeio nostálgico por Paris, inclusive o antigo hotel de sua primeira noite de amor situado no Impasse des Deux-Anges (ruazinha do Quartier Latin próxima da igreja Saint-Germain des Prés) e o café, onde bebem seu último copo de vinho, antes dele partir para a prisão (o que Marianne ignorava). Eles são perseguidos pelos capangas do chefe do bando criminoso, que ordenou o roubo. Finalmente, ele levará Marianne de volta para casa, onde ela reencontrará seu marido aristocrata enquanto que Jean irá conscientemente se deixar matar pelos bandidos. Neste relato, elementos ao mesmo tempo psicológicos e policiais se combinam para formar um filme muito lento, pois Tourneur não soube lidar com essas duas tendências: o filme é vagaroso para um drama policial e pouco profundo para um estudo psicológico. Entretanto, com a ajuda da cenografia de Jean d’Eaubonne e da fotografia de Claude Renoir, o diretor conseguiu criar uma atmosfera melancólica (que é a principal característica do espetáculo), utilizando inclusive um recurso muito sugestivo: nosflashbacksdo passado, ele filmou os protagonistas com sua silhuetas em sobreimpressões, como se fossem fantasmas, fazendo com que as cenas em que podemos vê-los juntos e felizes pareçam etéreas e irreais.

Pouco depois do lançamento do seu último filme, Maurice Tourneur foi vítima de um acidente grave. Ele viajava de automóvel na companhia de Pierre Blanchar, quando uma mala se desprendeu do teto do carro. Tourneur desceu para apanhá-la e foi atropelado por outro veículo. Levado para o hospital, teve uma perna amputada. Sem poder trabalhar, o diretor veterano ficou com dificuldades financeiras e quem o ajudou foi seu antigo assistente, Clarence Brown, que sempre o visitava e lhe mandou um cheque até o fim de sua vida. Desde pouco antes do acidente e depois, até 1954, Tourneur se dedicou à tradução francesa de romances policiais  americanos para a Série Noire de Marcel Duhamel. Faleceu em 4 de agôsto de 1961, aos 85 anos, quase esquecido.

 

 

 

SUCESSOS DE PÚBLICO NO RIO DE JANEIRO NOS ANOS 30-40

julho 24, 2019

Nos anos 1930-40, no Rio de Janeiro, cinco filmes ficaram em cartaz por dez ou mais semanas no seu lançamento. Por incrível que pareça, somente um era de procedência norte-americana e não se tratava de um dos grandes filmes produzidos por Hollywood nas referidas décadas.

1º SANTA ou O DESTINO DE UMA PECADORA / SANTA / 1943.

Baseado no romance de Federico Gamboa. Produção: Minerva. Dir: Norman Foster, Alfredo Gómez de la Vega. Rot: Francisco Cabrera, Alberto B. Crevenna. Foto: Agustin Martinez Solares. Mús: Gonzalo Curiel, Mario Ruiz Armengol. El: Esther Fernández, José Cibrián, Ricardo Montalban, Victor Manuel Mendoza, Stella Inda, Fanny Schiller, Manuel Arvide, Emma Roldán, Elías Jarber, Carolina Barret. 27 semanas em cartaz. Lançado em 29 de janeiro de 1945 nos Cinemas Odeon e Ipanema; depois passou para o Império.

Após ser engravidada por um militar, Marcelino (Victor Manuel Mendoza) e perder seu filho, Santa (Esther Fernández) chega ao bordel de D. Elvira (Fanny Schiller). As mulheres do local então lhe ensinam boas maneiras e lá conhece o pianista cego, Hipólito (José Cibrian), que se apaixona por ela. Convertida em amante de El Jarameño (Ricardo Montalban), famoso toureiro, Santa está prestes a partir com ele para Espanha, quando Marcelino reaparece em sua vida.

Em janeiro de 1946 foi ao ar uma novela da Rádio Nacional, com o título de Santa, O Destino de uma Pecadora, transmitida às 20hs.

2º SEMPRE EM MEU CORAÇÃO/ ALWAYS IN MY HEART / 1942.

Adaptação da peça “Fly Away Home” de Dorothy Bennett e Irving White. Prod: Warner Bros. Dir: Jo Graham. Rot: Adele Comandini. Foto: Sidney Hickox. Mús: Heinz Roemheld. El: Kay Francis, Walter Huston, Gloria Warren, Patti Hale, Frankie Thomas, Una O’Connor, Sidney Blackmer, Armida, Borrah Minevictch e seus Harmonica Rascals. 22 semanas em cartaz. Lançado em 3 de junho de 1943 simultaneamente nos cinemas Rian e Vitória, indo logo para o Capitólio e depois também para São Luis e Carioca.

O músico Mackenzie Scott (Walter Huston) foi condenado à prisão perpétua por um crime que não cometeu. Sua esposa Marjorie (Kay Francis) disse para seus filhos (Gloria Warren, Frankie Thomas) que ele morrera e ela agora tem a chance de se casar com um homem rico, Philip Ames (Sidney Blackder). Pensando na segurança financeira de sua família, Mackenzie, durante uma visita que recebe de sua mulher, aconselha-a a se casar com Philip.  No dia seguinte, McKenzie fica sabendo que foi indultado e decide passar por sua cidade, apenas para rever os filhos e depois, partir. Ele se aproxima de sua filha Victoria (Gloria Warren), sem que a jovem o reconheça, e percebe na jovem um grande talento para a música, incentivando-a a cantar. No final, apesar de seus protestos, sua mulher e filhos insistem que McKenzie deve permanecer com eles e Philip libera Marjorie de seu noivado.

A canção  “Always in my Heart” de Ernesto Lecuona e Kim Gannon, concorreu ao Oscar, mas perdeu para “White Christmas” de Irving Berlin. O sucesso do filme nos cinemas foi reproduzido no Cine-Rádio Teatro da emissora Mayrink Veiga – PRA-9 com a radiofonização de Celestino Silveira e um elenco do qual participaram: Olga Nobre, Edmundo Maia, Jair de Thaumaturgo, Sarah Nobre, Acacia Pais dos Santos, Sagramor de Scuvero, Armando Louzada, Antonio Nobre, Luis Ayala, Simone de Morais, Paulo Moreno. Em uma segunda transmissão, Maria Sampaio, Cesar Ladeira, Souza Filho e Lidia Matos substituiram respectivamente Sagramor de Scuvero, Armando Louzada, Urbano Loes e Olga Nobre. O maestro A. Lazzoli, com a orquestra da emissora, deu também a sua contribuição, registrando-se ainda a participação de Babi Oliveira, que fez acompanhamentos ao piano e de Edú e sua gaita. Gloria Warren veio ao Brasil em agosto de 1945, onde se apresentou no Cassino Atlântico  e no Cassino Palace Hotel de Poços de Caldas.

3º SINFONIA INACABADA / LEISE FLEHEN MEINE LIEDER. / 1933.

Prod: Cine-Allianz.  Dir: Willi Forst. Rot:  W. Forst, Walter Reisch.  Foto: Albert Benitz, Franz Planer. Sup. Mús: Willy Schmidt-Gentner. El: Mártha Eggerth, Luise Ullrich, Hans Jaray, Hans Moser, Otto Tressler, Hans Olden, Os Meninos Cantores de Santo Estevão, Côro da Ópera Nacional de Viena, Orquestra Cigana Gyula Horvath. 20 semanas em cartaz. Lançado em 23 de julho de 1934 no Cinema Alhambra, onde foi exibido por 10 semanas. Depois passou sucessivamente no Glória, Pathé, Ipanema, Parisiense e outros cinemas, ficando em cartaz até janeiro de 1935

Episódio amoroso da vida do célebre compositor austríaco Franz Schubert (Hans Jaray) envolvendo a jovem condessa Esterahzy (Mártha Eggerth). Namorados apaixonados, eles curtem horas de profunda amargura, porque o pai da linda aristocrata não permitiu que seus corações se unissem pelo matrimônio.

Martha Eggerth e Hans Jaray

Em dezembro de 1934 estreou no Teatro Recreio  a revista Voto Secreto com Aracy Côrtes à frente do elenco. Um  dos números mais aplaudidos foi a paródia de Sinfonia Inacabada que os autores intitularam de Samba Inacabado, “onde Aracy pôs  à prova todo o valor de artista inigualável no gênero”.

Em agosto de 1940, Martha Eggerth e seu marido o tenor Jan Kiepura estiveram no Brasil ele, para se apresentar na temporada lírica do Teatro Municipal e ela no Cassino da Urca. Em 1941 a Cia. Dulcina-Odilon encenou a peça de Alejandro Casona “Sinfonia Inacabada”, baseada em um episódio da vida de Franz Schubert.

4º OS FILHOS MANDAM / LOS CHICOS CRECEN / 1942. Baseado na peça de Camilo Darthés e Carlos S. Damel. Prod: Lumiton. Dir: Carlos Hugo Christensen. Rot: C. H. Christensen, Francisco Oyarzábal, Julio Porter. Foto: Alfredo Traversa. Mús: George Andreani. El: Arturo Garcia Burh, Pepita Serrador, Santiago Gómes Cou, Maria Duval, Miguel Gómez Bao, Maruja Gil Quesada, Marina Marti, Quico Moyano, Aurelia Ferrer. 19 semanas em cartaz. Lançado em 28 de novembro de 1945 para inaugurar o novo Cinema São Carlos na rua Alcindo Guanabara (antigo Rio e Cineac OK que depois seria o Rivoli e finalmente Orly).

Arturo Garcia Burt e as crianças em Os Filhos Mandam

Um homem casado, Enrique Zapiola (Santiago Gomes Cou) aproveita da amizade do simplório Casenave (Arturo Garcia Burh), para fazê-lo passar por pai dos filhos que teve fora de seu matrimônio enquanto se faz passar por padrinho das crianças. Cazenave, que era um fracassado na vida e sonhava em ter um lar, se apaixona pelas três lindas criaturas, realizando-se como pai. Ele passa a viver na casa da amante de Enrique, Cristina (Pepita Serrador), que, embora contrariada, aceita sua presença por causa dos filhos. Quando o verdadeiro pai, após a morte da esposa, resolve recuperar os filhos e a amante, esta prefere ficar com Cazenave.

Em outubro de 1943, a peça espanhola de Darthés e Damel, traduzida por Armando Louzada, foi encenada no Teatro Regina do Rio com o título de “Serão Homens Amanhã”, tendo como intérprete principal Procópio Ferreira. Depois de mais de 500 representações no palco, foi transmitida com grande êxito pela Rádio Globo em forma de novela.  Na Rádio Bandeirantes foi ao ar, no programa Cinema para Você, uma radiofonização de Ivani Ribeiro.

5º CASA DE BONECAS / CASA DE MUÑECAS / 1943. Baseado na peça do dramaturgo norueguês Henrik Ibsen. Prod: Estudios San Miguel. Dir: Ernesto Arancibia. Rot: Alejandro Casona. Foto: José Maria Beltrán. Mús: Julián Bautista. El: Delia Garces, Jorge Rigaud, Sebastián Chiola, Orestes Caviglia, Angelina Pagano, Alita Roman, Olga Casares Pearson, Mirtha Reid e as crianças: Jeannette Morel, Federico Iribarren e Emilio Casas Novas. 15 semanas em cartaz. Lançado em 30 de outubro de 1945 no Cinema Pathé.

Desafiando as convenções sociais do século dezenove, uma mulher casada, Nora (Delia Garcés) abandona a casa, os filhos e o marido Oswaldo (Jorge Rigaud), ao perceber que foi sempre reprimida, primeiro pelo pai  e depois pelo marido. Ela se dscobre como pessoa e se recusa a continuar a ser apenas uma boneca. O adaptador, A. Casona, preferiu utilizar um final feliz alternativo com a volta de Nora ao lar.

Os outros dois filmes que ficaram em cartaz por longo tempo nos cinemas lançadores do Rio, nas décadas acima referidas, foram grandes produções norte-americanas.

6º POR QUEM OS SINOS DOBRAM / FOR WHOM THE BELLS TOLL / 1943. Baseado no romance de Ernst Hemingway. Prod: Paramount. Dir: Sam Wood. Rot: Dudley Nichols. Foto: Ray Rennahan, Mús: Victor Young. El: Gary Cooper, Ingrid Bergman, Arturo de Córdova, Akim Tamiroff, Vladimir Sokoloff, Mikhail Rasumny, Fortunio Buonanova, Victor Varconi, Katina Paxinou, Joseph Calleia. 9 semanas em cartaz. Lançado em 6 de setembro de 1944 em pré-estréia no Cinema Pathé.

Durante a Guerra Civil Espanhola, o americano Robert Jordan (Gary Cooper) combate na Brigada Internacional contras as forças do General Franco. Como tem  muita experiência como dinamitador, é desginado para atravessar as linhas inimigas e destruir um ponte com a ajuda de um grupo de guerrilheiros anti-franquistas. Durante a missão, ele se apaixona pela jovem Maria (Ingrid Bergman), cujos pais foram mortos pelos franquistas. No desenlace, Jordan, ferido gravemente na perna, despede-se de Maria, assegura-se de que ela encontre a segurança com os guerrilheiros sobreviventes, e fica sozinho, armado de uma metralhadora, aguardando os soldados franquistas.

O filme foi indicado para o Oscar em nove categorias (Melhor Filme, Melhor Ator e Atriz, Melhor Ator e Atriz Coadjuvantes, Direção de Arte, Montagem, Canção), mas somente Katina Paxinou foi laureada como atriz coadjuvante.

7º … E O VENTO LEVOU / GONE WITH THE WIND / 1939. Baseado no romance de Margaret Mitchell. Prod: Selznick International Pictures – M-G.M. Dir: Victor Fleming. Rot: Sidney Howard. Foto: Ernest Haller, Ray Rennahan. Mús: Max Steiner. El: Vivien Leigh, Clark Gable, Leslie Howard, Olivia De Havilland, Thomas Mitchell, Hattie McDaniell, Butterfly McQueen, Evelyn Keyes, Ann Rutherford, Barbara O’Neil, Ona Munson, Laura Hope Crews, Victor Jory, George Reeves, Eddie “Rochester” Anderson, Jane Darwell, Ward Bond, Oscar Polk. 8 semanas em cartaz. Lançado em pré-estréia em 12 de setembro de 1940 no Cinema Metro (na rua do Passeio). Foi reapresentado comercialmente nos cinemas nos anos cinquenta, sessenta, setenta, oitenta e noventa (em Metroscope e depois em 70mm) sempre com muito sucesso. A ação se passa no período da Guerra da Secessão Americana e da era da Reconstrução dos Estados Unidos, contando a história de Scarlett O’ Hara (Vivien Leigh), jovem de temperamento forte, filha de Gerald O’Hara, proprietário de uma plantação na Georgia (Thomas Mitchell), sua perseguição romântica de Ashley Wilkes (Leslie Howard), que se casa com sua prima Melanie Hamilton (Olivia de Havilland), e seu subsequente casamento com Rhett Butler (Clark Gable).

O filme ganhou o Oscar em oito categorias: Melhor Filme, Diretor (VIctor Fleming), Atriz (Vivien Leigh), Atriz Coadjuvante (Hattie McDaniell), Roteiro (Sidney Howard), Fotografia em Cores (Ernest Haller, Ray Rennahan), Direção de Arte (Lyle Wheeler), Montagem (Hal C. Kern, James E. Newcom). Foram concedidos um Prêmio Especial para William Cameron Menzies pelo emprego da cor na dramatização das cenas  e um Prêmio Técnico para Don Musgrave e Selznick International Pictures “pelo pioneirismo no uso de equipamentos coordenados na produção de … E O Vento Levou”.

Lima Duarte e Maria Fernanda

Em maio de 1942, a Rádio Mayring Veiga levou ao ar, no Programa Romance do Mês, uma radiofonização de … E O Vento Levou feita por Carlos Medina. Em 1956, a TV Tupi São Paulo transmitiu ao vivo no teleteatro TV de Vanguarda, uma versão do mesmo filme com direção de Dionísio de Azevedo e Luiz Gallon e texto de D. Azevedo. No elenco: Maria Fernanda (Scarlet O’Hara); Lima Duarte (Rhett Butler), Lia de Aguiar (Melanie Hamilton), Fábio Cardoso (Ashley Wilkes), Jaime Barcelos (Gerald O’Hara).

Vicente Celestino em O Ébrio

Adendo: Graças a Eustáquio Nardini, que me honra sempre com sua visita, tenho a oportunidade de fazer um esclarecimento. Minha intenção foi abordar somente os filmes estrangeiros, mas devia ter mencionado isto no título do artigo.  Mea culpa. Eustáquio estranhou a ausência do filme brasileiro O Ébrio, lançado em 28 de agosto de 1946 nos cinemas Vitória, América, Madureira, Floriano e Pirajá. Nos cinemas lançadores o filme nã.o ficou mais de 5 semanas, porém continuou sendo exibido por vários anos em outros cinemas por todo o país. Em setembro de 1946, Vicente Celestino e Gilda de Abreu encenaram a peça O Ébrio no Teatro João Caetano.  Em 1996, o filme foi restaurado e relançado pela Riofilme.

JOÃO VILLARET

julho 10, 2019

Ele foi uma das maiores figuras do teatro e do cinema português, apresentando-se também em boates, rádio e televisão (onde costumava ser acompanhado ao piano pelo seu irmão Carlos Villaret). Ator e declamador dotado de uma sensibilidade e intensidade de expressão notáveis, dominou admiravelmente a difícil arte de recitar poesia. “Não digo versos; procuro reproduzir o momento de angústia, de alegria, de revolta que o poeta sentiu ao escrever o seu poema. Recitando, encontro a plena libertação, pois dou-me esse infinito gosto de interpretar aquilo que amo e que me tocou profundamente”.

João Villaret

João Henrique Pereira Villaret (1913 – 1961) nasceu em Lisboa, filho do médico Frederico Villaret e de D. Josefina Gouveia da Silva Pereira. A vocação artística manifestou-se nele em tenra idade, mas não sem se deparar com a incompreensão da família e depois da diretora do Anglo-Portuguese College, que resolveu excluí-lo, na última hora, de uma récita escolar,  alegando total falta de jeito para representar o papel que lhe fôra atribuído.

Concluída a instrução primária, ele ingressou no Liceu Passos Manuel, onde teve, por sorte, uma professora, D. Amália, que reconheceu sua capacidade ao ouví-lo ler Os Lusíadas. Em 1928, ainda antes de completar quinze anos de idade, tomou a decisão de concorrer ao curso de representação dramática do Conservatório Nacional de Lisboa, onde se diplomou em julho de 1931. Em outubro, foi convidado a ingressar na companhia Rey Colaço-Robles Monteiro (Amélia Rey Colaço e seu marido Robles Monteiro), concessionária do Teatro Nacional (então denominado Almeida Garrett) e estreou no palco em 16 de outubro de 1931 na peça Leonor Teles de Marcelino Mesquita, interpretando o papel do cronista Fernão Lopes, contracenando com Palmira Bastos, Raul de Carvalho e Antônio Pinheiro.

João Villaret

Villaret permaneceu nessa companhia até 1944, atuando em uma quantidade enorme de espetáculos dos mais variados autores (v. g. Ciclone de Somerset Maugham; Frei Luis de Souza de Almeida Garrett, Guerras do Alecrim e da Manjerona de Antonio José da Silva, o Judeu; Auto da Barca do Inferno e Todo Mundo e Ninguém de Gil Vicente; A Ceia dos Cardeais de Julio Dantas; A Dama das Camélias de Alexandre Dumas Filho; Maria Stuart de Friedrich Schiller; o Conde Barão de Ernesto Rodrigues; Sonho de Uma Noite de Verão de William Shakespeare; A Madrinha de Charley de Brandon Thomas; Electra e os Fantasmas de Eugene O’Neill; As Sabichonas de Molière).

João Villaret

Em 1939, Villaret partiu com a companhia para o Brasil em uma temporada em São Paulo e Rio de Janeiro, encenando no Rio: São João Subiu ao Trono de Carlos Amaro, O Segredo de Henry Bernstein, Topaze de Marcel Pagnol, Um Judeu de Raimundo Magalhães Junior; A Conspiradora de Vasco de Mendonça Alves. Em 1941, de volta a Portugal, Villaret fez um grande recital de poesia no palco do Teatro Nacional, obtendo enorme sucesso e ganhando fama como declamador. No mesmo ano, iniciou-se como ator de revista, tendo sido co-autor de algumas delas (v. g. A Nossa Revista em parceria com Maria Clementina; Diz-se por Música em co-autoria com Lucien Donnat).   Em 1942, ele acaba o ano no Teatro Avenida com a revista do empresário Rosa Mateus, Belezas de Hortaliça de Fernando Santos, Almeida Amaral e Lourenço Rodrigues. É um novo sucesso especialmente em um número evocativo de velhos êxitos da canção francesa em que Villaret piscava o olho para o público e cantava, em malicioso subentendido, “Aquele a quem dou tudo, tudo a sorrir, c’est mon homme, e a quem dou la chemise, se ele um dia ma pedir, c’est mon homme” (alusão  dissimulada a Salazar).

Em setembro de 1944, Villaret transferiu-se para o Teatro Trindade, seduzido pela companhia Os Comediantes de Lisboa, erguida por Francisco Ribeiro e Antonio Lopes, sem no entanto abandonar as revistas. A mais popular de todas foi Tá Bem Ou Não Tá? (Teatro Avenida, 1947), onde popularizou o Fado Falado, um recitativo sobre melodia de fado onde a letra, em vez de ser cantada, era declamada. Na Comediantes ele fez, entre muitas outras, as peças Miss Ba de Rudolf Besier; Fanny de Marcel Pagnol; A Mensageira dos Deuses de Jean Giraudoux; Pigmaleão de Bernard Shaw; O Urso de Anton Tchecov; Não o Levarás Contigo de Moss Hart e Kaufmann; O Cadáver Vivo de Leon Tolstoi; Casa de Boneca de Henrik Ibsen; Rebeca de Daphne du Maurier.

Em 1948, Villaret voltou ao Brasil integrando (com Irene Isidro, Ribeirinho, Antonio Silva, Saluquia Rentini, Carlos Alves e outros) a Companhia Portuguêsa de Revistas e Operetas do Teatro de Variedades de Lisboa, que apresentou as revistas Alto Lá Com o Charuto, Se Aquilo Que a Gente Sente (na qual Villaret interpretava o número “O Fantasma da Ópera” em que D. Carlos I, o velho rei assassinado, comenta a atualidade), Tiro-Liro-Liro, Tá Bem ou Não Tá e as operetas Nazaré e Ribatejo.

Além de atuar no teatro, Villaret executou vários recitais de poesia e até um programa na Rádio Globo PRE-3 intitulado Teatro do Sonho, revelando-se excelente rádio-ator ao lado de Maria Sampaio na peça Ciúmes de Amaral Gurgel. Nos seus recitais, Villaret declamava poemas em vários idiomas de autores de várias épocas como D. Diniz, Camões, Ovidio, Gonçalves Crespo, Eugenio de Castro, Catulo da Paixão Cearense, Carlos Drummond de Andrade, Manoel Bandeira, Garcia  Lorca, Augusto Gil; Kipling; Antonio Lopes Ribeiro; Antero de Quental; Luis de Gongora; Fernando Pessoa; Miguel Torga, Augusto Gil, Antonio Boto; Mario de Sá Carneiro; Antonio Nobre etc.

A respeito de um de seus recitais, escreveu Bandeira Duarte, crítico do Diário da Noite, o seguinte: “Não foi apenas um artista que tivemos conosco no pequeno tablado da Casa do Estudante . Foi um conjunto de figuras dramáticas, uma para  cada número do programa. Nós o ouvimos de joelhos, porque é de joelhos que se ouvem as vozes como a sua. E aplaudimo-lo de pé porque é assim que se aplaudem os artistas de sua altura”.

Irene Izidro

Apenas para dar uma idéia do conteúdo das revistas e do seu êxito em nosso país, vejamos o que escreveu o comentarista de teatro de A Scena Muda, João José, na época: “A Companhia Portuguêsa de Revistas estreou no Carlos Gomes com grande successo. A revista Alto Lá Com o Charuto nada tem que justifique o título, mas agradou inteiramente a platéia que tem ido ao Carlos Gomes. O público divertiu-se bastante com Ribeirinho e seu tambor, João Villaret cantando “C’est mon homme” e Irene Isidro fazendo com graça muito especial o número Franklin de Oliveira. Os melhores números da revista são, indiscutivelmente, o baile regional “O Corridinho”, verdadeira maravilha de dinamismo, de exatidão, de perfeição coreográfica, bisado ruidosamente pela platéia; o “Fado Falado”, numa interpretação dramática de João Villaret, mestre da boa declamação; A Mulher dos Ruídos” por Irene Isidro; “Margarida vai à fonte”, em esplêndido arranjo orfeônico, também bisado; e “Drama de Amor, um engraçadíssimo “sketch” cine-teatral, cuja idéia é de ser facilmente  ser identificada pelos fãs do velho cinema no filme de Buster Keaton, Sherlock Junior, história de um operador cinematográfico que “entra” na tela para salvar a mocinha em perigo e para descobrir o criminoso, quando a projeção  já vai bastante avançada … Mas também foram engraçados esse dois artistas em outros números, inclusive no “travesti” das criadas. Ribeirinho é um primo-germano de Oscarito, possuindo mais ou menos os mesmos méritos histriônicos e a mesma escola de fazer rir. Carlos Alves, no “compère”, fez um esforço físico e artístico tremendo. Maria Adelina com uma linda cara de boneca; Saluquia Rentini, que se esforça para seguir os passos de Beatriz Costa; Eunice Colbert, muito bonita e elegante, lembrando a nossa Regina Maura de outrora; Virginia de Noronha, uma figura morena e simpática, também se destacaram no espetáculo. A fadista, Marcia Condessa, como as outras, que nos tem visitado. O tenor Domingos Marques, um Vicente Celestino lusitano … No intervalo, entre o primeiro e o segundo ato, Maria Sampaio fez um breve discurso em nome dos seus colegas da Companhia Portuguesa de Revistas, pedindo uma salva de palmas para David Serrador, o empresário que a trouxe ao Rio, para satisfação da colônia portuguêsa e da nossa platéia. Foi também aclamado o diretor da companhia, Sr. Piero e calorosas ovações foram feitas a Irene Isidro, João Villaret, Antonio Silva e Ribeirinho. Uma noite de sucesso. E o início de uma temporada que será sensacional.”

De volta a Portugal, em 1949, Villaret aparece na revista Feira da Avenida, a última a ser produzida por Piero, antes de fugir do país deixando sua empresa na falência.  E o ator-declamador volta a partir: recitais na Madeira, nos Açores e de novo no Brasil, onde expôs seu talento no Teatro Glória em Guitarras e Violões ao lado do cantor italiano Bonino, do imitador Carlos Gil, de Catalano e Jurema Magalhães. Depois, parte para uma tournée por Angola e Moçambique, que dura de julho a novembro de 195O. A poesia é agora o seu modo de vida primordial, com colossal sucesso, onde quer que atue.

Villaret, Samaritana Santos e Fernanda Montenegro em Está Lá Fora um Inspetor

Só regressa ao teatro em abril de 1951 com Está Lá Fora Um Inspetor de J. B. Priestley e logo depois com Andam Ciúmes no Ar de José Lopez Rubio, ambas encenadas no Teatro Avenida. Em novembro ele está no elenco que inaugura o Teatro Monumental com a opereta As Três Valsas de Albert Willemetz e Leopold Marchand. Em 1952, faz também a primeira revista desse novo teatro – Lisboa Nova, de Fernando Santos e Almeida Amaral, onde criará um outro número que se tornou célebre: “A Vida É Um Corridinho”. Ainda nesse ano interpreta, sempre no Teatro Monumental, O Homem Que Veio Para Jantar de Moss Hart e George Kaufman – e volta a partir para o Brasil.

Em 1952, Villaret assinou contrato com a Cia. Comédia Carioca, estreando no Teatro Serrador em Loucuras do Imperador de Paulo de Magalhães, tendo como companheiros de cena Fernanda Montenegro, Lucilia Peres, Samaritana Santos, Osvaldo Louzada, Idala Barros. Seguiram-se duas apresentações inesquecíveis: Le Roi David, no Teatro Municipal, salmo sinfônico de Arthur Honegger no qual Villaret era o narrador e Está Lá Fora Um Inspetor de J. B. Priestley, encenada no Teatro Serrador, na qual Villaret é o Inspetor Goole, acompanhado no elenco por Sadi Cabral, Fernanda Montenegro, Samaritana Santos, Osvaldo Louzada, Antonio Patino e Natalio Cruz. Nessa ocasião, o renomado ator trabalhou também na Boate Casablanca no espetáculo Como É Diferente o Amor em Portugal, produzido por Carlos Machado, tendo a seu lado Silvia Fernanda e Grande Otelo e no Teatro Follies em Carroussell de 1953, no qual participaram Colé, Nelia Paula e Anilza Leoni. Em dezembro de 1953, encanta a platéia do Teatro Municipal juntamente com outros dois grandes atores Sergio Cardoso e Jaime Costa em A Ceia dos Cardeais de Julio Dantas. Vilaret fez o Cardeal Gonzaga de Castro; Sergio Cardoso foi o Cardeal Montmorency e Jaime Costa o Cardeal Rufo.

Cena de A Ceia dos Cardeais

Dessa viagem trouxe o texto de uma peça  – Esta Noite Choveu Prata, de Pedro Bloch uma das representações mais marcantes de sua enorme versatilidade e que mais fascinou o público, interpretando três papéis distintos (um em cada ato): Francisco Rodrigues -comerciante português; Pedro Bonardi – músico italiano; e Camilo – ator brasileiro.

Em 1955 e 1956 continuou a fazer declamações no âmago das revistas como ocorreu em Melodias de Lisboa e Não Faças Onda, dois grandes sucessos. Em 1957, ele parte para uma excursão na Argentina, representando Esta Noite Choveu Prata em castelhano e, na viagem de regresso, passa vários meses no Brasil, fazendo recitais, televisão e também representações dessa mesma peça no Teatro Copacabana. No mesmo ano e no mesmo teatro, fez Ardèle ou le Marguerite de Jean Anouilh (traduzida por Elsie Lessa como É De Amor Que Se Trata) com Morineau, Delorges Caminha e Laura Suarez, repetiu Esta Noite Choveu Prata em uma só récita e participou de um espetáculo na Boite Beguin ao lado de Mimi Gaspar.  Em 16 de outubro de 1957, Villaret recebeu no Itamarati a insígnia da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul.

Villaret em A Ratoeira

Em 1959, mais uma vez na sua pátria natal, ele atua na sua última revista – Champagne Saloio – no Teatro Variedades e interpreta Patate de Marcel Achard no Teatro Avenida. Em 1960, estréia a sua peça derradeira, A Ratoeira de Agatha Christie, no Teatro Monumental. João Villaret faleceu prematuramente no auge da glória  em Lisboa a 21 de janeiro de 1961.

No cinema, Villaret participou de 8 filmes de longa-metragem: Bocage / 1936 de Leitão de Barros no qual coube-lhe o papel do príncipe regente D. João (futuro rei D, João VI); O Pai Tirano / 1941 de Antônio Lopes Ribeiro, em uma breve aparição como um pedinte mudo; O Violino do João / 1944 de José Braz Alves no papel do russo Pedro Derminova; Inês de Castro / 1945 de Leitão de Barros, onde fez o bobo Martim; Camões/ 1946, também de L. de Barros, onde desempenhou o papel de outro rei, D, João III;Três Espelhos / 1947, co-produção luso-espanhola realizada por Ladislao Vajda, surgindo como o inspetor Moisés; Frei Luis de Souza / 1950 de Antônio Lopes Ribeiro, no qual interpretou o aio Telmo Pais; A Garça e a Serpente / 1952 de Arthur Duarte, como Cristovão de Miranda; e O Primo Basílio / 1950 de João Mendes, no papel do bom Sebastião. No documentário Mar Português / 1950 de João Mendes, recitou (em voz-off) poemas de Luís de Camões, Antônio Nobre, Guerra Junqueiro, Fernando Pessoa e Alberto Rebelo de Almeida.

Cena de Frei Luis de Souza

Jorge Leitão Ramos no seu Dicionário do Cinema Português 1895-1961 (Editorial Caminho, 2011), de onde colhí informações sobre as atividades de Villaret em Portugal, disse com toda razão que ele “era um gigante da arte de representar e nada do que fêz no cinema testemunha isso; porém creio que os papéis que lhe deram, salvo o de Telmo Pais em Frei Luis de Souza, não lhe permitiram grandes vôos.

ROBERT FLOREY

junho 20, 2019

Como uma lista de seus filmes demonstra claramente, ele não era um grande cineasta, mas não se pode negar sua contribuição para a História do Cinema Americano. Durante quase meio século de atividade cinematográfica, de 1916 a 1963, dirigiu 65 filmes de longa-metragem e 225 filmes de televisão, sobressaindo na sua carreira a criação de alguns dos primeiros filmes de vanguarda americanos; a contribuição para o primeiro tratamento de Frankenstein / Frankenstein / 1931 de James Whale; co-direção com Joseph Santley do primeiro filme dos Irmãos Marx, No Hotel da Fuzarca / The Cocoanuts / 1929 e de Monsieur Verdoux / Monsieur Verdoux / 1947 com Charles Chaplin; direção de clássicos do horror como Os Assassinatos da Rua Morgue / Murders of the Rue Morgue / 1932, A Máscara de Fogo / Face Behind the Mask / 1941, Os Dedos da Morte / The Beast With Five Fingers / 1946; direção de bons filmes de vários gêneros realizados com poucos recursos (assinalados mais adiante por um asterisco); episódios de Twilight Zone, Alfred Hitchcock Presents, Outer Limits e inúmeras outras séries. Além disso, ele foi o primeiro diretor-historiador de Hollywood (v. g. “Hollywood D’Hier et D’Aujord’Hui”) e trabalhou em vários países – México, Inglaterra, França, e Alemanha – e na maioria dos grandes estúdios de Hollywood.

Robert Florey

Robert Florey (1900-1979) nasceu em Paris. Seu pai faleceu pouco depois de seu nascimento. Sua mãe casou-se de novo, porém morreu dentro de poucos anos, deixando o menino sem parentes, a não ser a família de seu padrasto. Este cuidou de sua educação e, quando Florey teve problemas de saúde, ele o matriculou na École Professionelle de Géneve.  Quando fez dezesseis anos, o padrasto faleceu, e o rapaz teve que deixar a escola.

O cinema ainda estava na sua infância na Suiça, mas Florey logo se envolveu na indústria cinematográfica, primeiramente trabalhando na colocação de intertítulos em filmes estrangeiros da Select Film de Genebra (além de exercer o jornalismo, trabalhar no teatro e ainda encontrar tempo para interpretar um detetive no filme de Alfred Lind, Le Cirque de la Mort /  1916) e depois formando uma companhia produtora com um grupo de amigos e a ajuda do produtor-cameraman-ator Leon Tombet, que tinha muita experiência na filmagem de travelogues sobre a paisagem campestre da Suiça.

Durante a Primeira Guerra Mundial, os filmes de Charles Chaplin faziam successo e a Tombet Films decidiu fazer um filme imitando o estilo de Chaplin. O papel principal foi entregue ao acrobata Walter Gfeller, conhecido como o “Carlitos Suiço”. Tombet dirigiu e Florey forneceu o roteiro deste filme burlesco em dois atos, intitulado Isidore a la Deveine, atuando também como ator e cameraman. Após dois meses de cuidadosa preparação, a Tombet Films realizou Une Heureuse Intervention, provavelmente o primeiro filme de longa-metragem suiço. Apesar de seus cinco rolos de duração, o filme foi completado em apenas oito dias com um orçamento de 350 dólares. Florey escreveu o roteiro deste melodrama sentimental sobre um jovem esportista que, salvando uma jovem de um bando de ladrões, começa a conquistá-la, libertando-a de um noivo covarde. O crédito oficial da direção coube a Tombet, mas Florey, além de atuar mais uma vez também como ator e cameraman, dirigiu algumas cenas. No mês seguinte, foi feito um novo filme chapliniano, Isidore Sur le Lace, desta vez, Florey foi autorizado a dirigir seu próprio roteiro.

Ansioso por aprender mais em uma firma líder na indústria de cinema, Florey deixou Genebra e, em 1921, arranjou emprego no estúdio Gaumont em Nice com Louis Feuillade, que estava dirigindo L’Orphelinee Saturnin ou le Bon Allumeur. Florey foi uma espécie de faz-tudo, percorrendo diversos bairros para despertar os atores, geralmente mal humorados; entrando nos bares para escolher figurantes; correndo para o estúdio a fim de transmitir para os aderecistas as novas ordens do diretor; ou substituindo algum ator ou figurante que estivesse faltando no último minuto antes do início da filmagem.

Enquanto trabalhava no estúdio, Florey continuou sua carreira jornalística, escrevendo na revista Cinemagazine. O conhecimento e o interesse do jovem pelo cinema impressionou aqueles que ele entrevistava, inclusive Max Linder, que o incentivou a tentar a sorte nos Estados Unidos. Prometendo escrever artigos sobre os astros de Hollywood, Florey obteve ajuda financeira de seu editor, Jean Pascal, e partiu para a América.

John Gilbert, Lillian Gish e o diretor King Vidor na filmagem de Monte Cristo

Ao chegar em Hollywood, Florey dirigiu-se ao estúdio da Fox e, como não havia guardas no portão, foi entrando, Quando parou para ver a equipe de Monte Cristo (filme de 1922 com John Gilbert) em ação, ficou tão desapontado pela incorreção da atmosfera francêsa, que se colocou em frente das duas câmeras e interrompeu a filmagem. Por sorte, o fotógrafo era um outro emigrado francês Lucien Andriot. Entendendo o protesto do jovem, Andriot conseguiu convencer o diretor, Emmett J. Flynn, de que Florey não deveria ser expulso do set, mas contratado como consultor técnico.

Quando a filmagem de Monte Cristo terminou, Florey tornou-se um gag writer para as Comédias Sunshine de Al St. John e algumas vêzes era chamado para fazer umas breve aparições como, por exemplo, o xerife em Straight to the Farm / 1922. Ele logo se tornou amigo dos astros que entrevistava para a Cinemagazine e de toda a colônia francêsa. Em novembro de 1922, foi contratado como diretor de publicidade internacional de Mary Pickford e Douglas Fairbanks, encarregando-se das cartas dos fãs, escrevendo os intertítulos francêses de Robin Hood / Robin Hood / 1922 e escrevendo mais tarde o livro “Douglas Fairbanks, sa vie, ses films, ses aventures” (Paris, Ed. Jean Pascal, 1926). Florey ficou íntimo da dupla famosa, do fotógrafo Paul Ivano e de Rudolph Valentino, que o convidou para ser seu assessor de imprensa. Nesta função, Florey viajou pelos Estados Unidos e pela Europa.

Ao retornar para Hollywood, Florey e Paul Ivano, com o auxílio financeiro do empresário Humphrey Birge, fundaram uma produtora independente, Imperial Films, cujo primeiro filme, Fifty-Fifty / 1923, comédia de dois rolos com o ator francês Maurice de Canonge, ficou poucos dias em cartaz em Los Angeles e não encontrou distribuidor. A esta altura, Florey havia escrito mais dois livros sobre Hollywood (“Filmland – Los Angelès et Hollywood les capitales du cinéma” e “Deux ans dans les studios américains”) e iniciou uma série de biografias sobre Pola Negri, Charles Chaplin e Adolphe Menjou, todas escritas em francês e publicadas em Paris. Florey então tornou-se assistente de direção de Louis J. Gasnier no filme Vinho Capitoso / Wine / 1924 da Universal e, em junho do mesmo ano, foi para o Canadá com Charles de Rochefort, para produzir peças curtas e esquetes em francês.

Robert Florey e Charles Chaplin

Voltando ao cinema em outubro, ele foi assistente do diretor Alfred Santell em Noites Parisienses / Parisian Nights na F.B.O., onde conheceu Josef von Sternberg e, pelos próximos anos, continuou trabalhando como assistente de diretor e consultor técnico. Seu cuidado e atenção para o detalhe ao criar atmosferas européias, particularmente na Metro-Goldwyn-Mayer, mereceu muitos elogios. Entrementes, von Sternberg, que havia sido contratado pela MGM, pediu a Florey que fosse seu assistente em Amor, Vício e Virtude / The Masked Bride com Mae Murray; porém o estúdio não gostou do trabalho de Sternberg e Christy Cabanne terminou o filme. De todos os diretores dos quais foi assistente, von Sternberg foi que mais exerceu influência sobre Florey, principalmente no que concerne à iluminação e ao uso de sombras.

Durante os oito meses seguintes, Florey dirigiu testes e serviu como consultor técnico na MGM. Ele prestou assistência a Christy Cabanne em Monte Carlo / Monte Carlo / 1926; Edmund Goulding em Uma Aventura em Paris / Paris / 1926; Robert Z. Leonard em A Vida é uma Comédia / Time the Comedian / 1925 e Vingança da Esposa / Dance Madness / 1926; Phil Rosen em Ele e a Cigana / The Exquisite Sinner / 1926; John M. Stahl em O Adorável Mentiroso / The Gay Deceiver / 1926 e King Vidor em O Grande Desfile / The Big Parade / 1925, La Bohème / La Bohème / 1926 e O Cavalheiro dos Amores  / Bardelys the Magnificent / 1926.

Com sua variada experiência, Florey sentiu-se capaz de se tornar um diretor de longas-metragens e solicitou uma promoção aos executivos da MGM. Estes, no entanto, aconselharam-no a começar com uma produção independente, e lhe arrumaram uma posição na Tiffany. Chegando lá, foi informado de que, o que estavam precisando mais, era de um roteirista. Ele escreveu o roteiro de O Direito de Viver / That Model from Paris / 1926, mas quando o diretor, Louis J. Gasnier, ficou doente, foi chamado para substituí-lo – sem receber crédito por nenhuma de suas duas intervenções. Satisfeito com o seu trabalho, os executivos da companhia lhe entregaram a direção de Conquistado à Força / One Hour to Love / 1927, estrelado por Jacqueline Logan, um dos filmes mais importantes do estúdio.

Como o programa da Tiffany para o ano já estava quase completo, não havia mais trabalho diretorial disponível no estúdio e assim Florey decidiu aceitar um trabalho na Fox, ajudando Frank Borzage a preparar o clima da Paris na Primeira Guerra Mundial para O Sétimo Céu / 7thHeaven / 1927. Depois disso, foi para a Samuel Goldwyn Company, tornando-se primeiro assistente do diretor Henry King em Chama do Amor / The Magic Flame. Em seguida, preparou uma adaptação do romance “The Houseboat on the Styx”, a qual envolvia uma multidão de personagens históricos, que seriam interpretados pelos top stars da companhia: Douglas Fairbanks como D’Artagnan; Mary Pickford como Mary Stuart; Charles Chaplin, Hamlet; John Barrymore, François Villon; Gloria Swanson, Cleopatra; Norma Talmadge, Madame du Barry. Florey ainda sugeriu que Ernest Lubitsch interpretasse Napoleão, porém o projeto não vingou, porque o diretor Emmett Flynn, dono dos direitos de adaptação, pediu um preço muito alto.

A Idade Romântica / The Romantic Age, feito para a Columbia, marcou o retorno de Florey à direção, seguindo-se Face Value na Sterling Pictures, companhia independente chefiada por Joe Rock e baseada na Universal. Florey continuou na Universal, tornando-se gagman e assistente de William Beaudine na comédia Forasteiros em Paris / The Cohens and the Kellys in Paris / 1928 (atuando também como diretor de segunda unidade) e voltou  a ser assistente de direção de Henry King em  Pecadora sem Mácula / The Woman Disputed / 1928.

Life and Death of 9413

Os quatro curtas experimentais que Florey fez entre 1927 e 1929  – The Life and Death of 9413 – a Hollywood Extra e seus três sucessores, The Loves of Zero, Johann the Coffin Maker e Skyscraper Symphony – marcaram o início de sua carreira como diretor com uma evidente influência do expressionismo e da vanguarda. Em The Life and Death of 9413, o melhor dos três, Florey assinou a direção e a montagem com Slavo Vorkapich e ambos cuidaram da fotografia juntamente com Paul Ivano e Gregg Toland.

The Love of Zero

O sucesso de Florey com os filmes de vanguarda despertou a atenção dos executivos da Paramount-Famous Players Lasky, que estavam à procura de novos talentos para realizar seus primeiros filmes falados. Como virtualmente ninguém tinha experiência com o novo meio do cinema sonoro, Florey tornou-se subitamente tão qualificado como diretor  quanto os outros colegas mais antigos na indústria. Assim, foi contratado e enviado para o velho estúdio Astoria em Long Island, que fôra reaberto para facilitar as filmagens com os astros e estrelas dos palcos de Nova York. O supervisor do estúdio, Monta Bell, precisava de um jovem diretor capaz de descobrir rostos fotogênicos com vozes adequadas aos filmes, para substituir os atores que não pudessem mais serem “utilizados”. O próximo passo seria testar alguns dos aprovados em um ou até dois shorts de um ou dois rolos. Florey filmou duas dúzias deles e finalmente recebeu a incumbência de filmar:  Night Club / 1928, musical dramático com mais de vinte astros da Broadway; The Pusher-in-the-Face / 1928, comédia dramática baseada em um conto de F. Scott Fitzgerald; e um travelogue, Bonjour New York / 1928, mostrando Maurice Chevalier e sua esposa Yvonne Vallée, descobrindo as maravilhas de New York City.

Cena de O Grilhão Eterno

Cena de O Hotel da Fuzarca

O primeiro filme falado de Florey, O Grilhão Eterno / The Hole in the Wall, envolvendo gângsteres e espiritualismo, impulsionou as carreiras de Claudette Colbert e Edward G. Robinson. O segundo filme falado dele, Hotel da Fuzarca, trouxe os Irmãos Marx para a tela. Embora este filme seja visto hoje quase que exclusivamente por causa dos Marx, igualmente importante em 1929 eram as sequências musicais acompanhando várias melodias de Irving Berlin, o que obrigou Florey a dividir o crédito diretorial com Joseph Santley, um dos muitos talentos do teatro contratados pelo estúdio para trabalhar no cinema durante a transição para o som. Muitas das inovações na fotografia de sequências musicais, tradicionalmente creditadas a Rouben Mamoulian e Busby Berkeley podem ser encontradas em No Hotel da Fuzarca.

Cena de A Batalha de Paris

Após ter filmado A Batalha de Paris / The Battle of Paris / 1929 sem entusiasmo, porque o script era muito fraco, salvando-se apenas as quatro canções de Cole Porter, interpretadas pela atriz inglêsa Gertrude Lawrence, Florey voltou para a Europa, onde fez três filmes para os produtores Pierre Braunberger e Roger Richebé: A Estrada da Glória / La Route est Belle / 1929 com o barítono francês André Baugé; L’Amour Chante / 1930 com Pierre Bertin da Comédie-Française; Le Blanc et Le Noir / 1931, baseado em uma peça de Sacha Guitry com Raimu e Alerme. Enquanto dirigia A Estrada da Glória, ele supervisionou a versão espanhola, El Professor de mi Mujer e escreveu o roteiro da versão alemã, Komm zu mir zum Rendez-Vous, juntamente com o diretor Carl Boese. Quase no final da filmagem de Le Blanc et le Noir, Florey desentendeu-se com Richebé por questão de salário e foi substituído por Marc Allégret.

Cena de Os Assassinatos na Rua Morgue

Insatisfeito com o tratamento que recebeu por parte de Braumberger-Richebé, Florey voltou para os Estados Unidos e prosseguiu sua carreira americana colaborando (sem ser creditado) no roteiro de Frankenstein / Frankenstein / 1931, filme que ele esperava dirigir, mas a Universal deu preferência para James Whale. Como compensação pela perda da direção de Frankenstein, Florey recebeu a incumbência de dirigir Assassinatos da Rua Morgue / Murders in the Rue Morgue / 1932 * que, em termos de intriga, pouco tinha a ver com a obra de Edgar Allan Poe: foi inventado o personagem do Dr. Mirakle, cientista louco interpretado por Bela Lugosi e o de Pierre Dupin, jovem estudante de medicina. Da narrativa à cenografia e à fotografia nenhum outro longa-metragem de Florey foi tão influenciado pelo estilo expressionista e a colaboração com o fotógrafo Karl Freund também foi significativa, notadamente no que diz respeito à movimentação da câmera.

Florey continuou trabalhando por dois mêses na Universal, colaborando na redação de alguns scriptsde horror com Garrett Fort. No início de 1932, aceitou o convite do produtor Sam Bischoff, o novo chefão da Tiffany (rebatizada de K.B.S. e depois comprada pela World Wide), e dirigiu dois filmes nesta companhia: The Man Called Back, melodrama versando sobre a reabilitação de um médico desacreditado com Conrad Nagel, Doris Kenyon, John Halliday e Those We Love, história sentimental sobre um triângulo amoroso com Mary Astor, Kenneth MacKenna, Lilyan Tashman, sendo que o primeiro recebeu mais o aplauso dos comentaristas pela sua esplêndida atmosfera, fotografia e valores de produção.

Gene Raymond, Florey e Bette Davis na filmagem de Amante de seu Marido

Quando Bischoff comprou os direitos de uso do título do primeiro romance de Conan Doyle sobre Sherlock Holmes, Florey foi encarregado de escrever uma narrativa original que se ajustasse ao título e servisse como um meio de promoção para Anna May Wong e para o personagem Sherlock Holmes, interpretado por Reginald Owen; porém, tal como aconteceu com Frankenstein, o script caiu nas mãos de outro diretor, Edwin L. Marin. Só que, desta vez, foi o próprio Florey o responsável pela mudança, pois já estava se comprometendo com a Warner Bros., onde fez 13 filmes: 1933 – A Esposa Desaparecida / Girl Missing*; Amante de seu Marido / Ex-Lady. 1934 – Presa do Destino / The House on 56thStreet; O Nome é Tudo / BedsideAbnegação Registered Nurse; Smarty; I Sell Anything; Ladrões Internacionais / I Am a Thief. 1935 – A Mulher de Vermelho / The Woman in Red; O Punhal dos Bórgia / The Florentine Dagger*; Going Highbrow; Don’t Bet on Blondes; Liquidando Contas / The Pay-Off.

Em 1935, Florey voltou para a Paramount, assumindo a direção de 17 filmes até 1940: 1935 – Café Concerto / Ship Café. 1936 – Em Pleno Espetáculo / The Preview Murder Mystery *; Amantes Inimigos / Till We Meet Again *; Boulevard de Hollywood / Hollywood Boulevard; Vencida a Calúnia / Outcast *. 1937 – O Amor é como o Jogo / King of Gamblers *; Mountain Music; Amor nos Bastidores / This Way Please; Tráfico Humano / Daughter of Shanghai *; Verdugo de Si Mesmo / Dangerous to Know. 1938 – O Tirano de Alcatraz / King of Alcatraz *; Eva no Tribunal / Disbarred; Hotel Imperial / Hotel Imperial. 1939 – Caviar para Sua Excelência / The Magnificent Fraud *;Quem Matou o Campeão / Death of a Champion. 1940 – Mercadores do Crime / Parole Fixer *; Mulheres sem Nome Women Without Names.

Virginia Dabney, Florey, Anna May Wong e Evelyn Brent na filmagem de  Tráfico Humano

Ensaio de Amantes Inimigos

Ray Milland e Isa Miranda em Hotel Imperial

Cena de O Tirano de Alcatraz

Evelyn Keyes e Peter Lorre em A Máscara de Fogo

Cena de Rastro nas Trevas

Nas décadas de 40 e 50, Florey trabalhou para vários estúdios: Columbia: 1941 – A Máscara de Fogo / The Face Behind the Mask *; Rastro nas Trevas / Meet Boston Blackie *; Two in a Taxi. Warner Bros.: 1941 – Alarme no Atlântico / Dangerously They Live *. 1942 – Mulher Gângster / Lady Gangster (Florey considerava este o seu pior filme e tentou esconder seu envolvimento nele, usando o pseudônimo de Florian Roberts). 1943 – A Canção do Deserto / The Desert Song. 1945 – A Mão que nos Guia / God is My Co-Pilot; Sinal de Perigo / Danger Signal. 1946 – Os Dedos da Morte / The Beast With Five Fingers *. Twentieth Century-Fox: 1944 – O Último Gângster / Roger Touhy-Gangster*. Republic: 1944 –O Homem Fenomenal / Man from Frisco. United Artists: 1949 – Posto Avançado em Marrocos / Outpost in Moroco; Afrontando a Morte / The Crooked Way *; Ladrão com Alma / Johnny One Eye. RKO Radio Pictures: Tarzan e as Sereias / Tarzan and the Mermaids. Universal-International: 1948 – Legião Sinistra / Rogue’s Regiment. Emerald-Film Classics-Monogram: 1950  – The Vicious Years.

Florey e Peter Lorre na filmagem de Os Dedos da Morte

Cena de Afrontando a Morte

Florey dirigiu ainda porções de seis filmes sem receber crédito: O Direito de Viver / That Model from Paris (Tiffany, 1926, Dir: Louis Gasnier); Casino de Paris / Go Into Your Dance (First National-Warner Bros. 1935 Dir: Archie Mayo); Rosa do Rancho / Rose of the Rancho (Paramount, 1936 Dir: Marion Gering); Noites Perigosas / Bomber’s Moon (Twentieth Century-Fox. 1943 Dir: Charles Fuhr); Areias Escaldantes / Escape in the Desert (Warner Bros. / 1945 Dir: Edward A. Blatt); Aventuras do Capitão Fabian / Adventures of Captain Fabian (Republic-Silver Films, 1951 Dir: William Marshall) e foi diretor de segunda unidade de: Forasteiros em Paris / The Cohens and Kellys in Paris (Universal-Super-Jewel, 1928 Dir. William Beaudine; Glorificação da Beleza / Glorifying the American Girl (Paramount-Famous-Lasky, 1929) Dir: Millard Webb; Com Byrd no Polo Sul /  With Bird At the South Pole( Paramount, 1930);  Anna Christie / Anna Christie (Metro-Goldwyn- Mayer, 1930 Dir: Clarence Brown);  Amor por Telefone / I’ve Got Your Number (Warner Bros. , 1934 Dir: Ray Enright;  Óleo para as Lâmpadas da China / Oil for the Lamps of China / (First National-Warner Bros. / 1935 Dir: Mervyn LeRoy). Na sua folha corrida constam também duas contribuições não creditadas no desenvolvimento inicial dos scripts de Good-bye Again/ 1933 (Warner Bros., 1933 Dir: Michael Curtiz) e As Aventuras de Don Juan The Adventures of Don Juan (Warner Bros., 1948 Dir: Vincent Sherman).

Esse currículo fílmico indica que Florey merecia  ter sido ser objeto de mais atenção  do que a que vinha recebendo até pouco tempo quando, finalmente. surgiu um livro magnífico sobre o diretor:  “Robert Florey, The French Expressionist” (publicado originariamente pela Scarecrow Press, 1987 e republicado em 2014 pela Bearmanor Media) de autoria de Brian Taves (Ph.D. University of Southern California e arquivista da Library of Congreess). Foi nele que colhí informações para elaborar este post juntamente com as reminiscências do próprio Florey, em “Hollywood D’Hier et D’Aujourd’hui” (Prisma, 1948), especialmente o capítulo intitulado “Ma carrière a Hollywood”.

FORMAÇÃO DA INDÚSTRIA CINEMATOGRÁFICA AMERICANA II

junho 6, 2019

Os industriais que organizaram o comércio de filmes achavam que estavam fabricando um produto e esperavam que o consumidor os procurassem pelo nome de sua marca. Não reconheciam a presença do ator no cinema. Por volta de 1910, ficou óbvio que os espectadores gostavam mais de certos atores e começaram a expressar suas preferências. Mesmo assim, a identidade dos atores continuou mantida no anonimato, porque os produtores tinham receio de que o reconhecimento e o clamor do público resultasse em um pedido de aumento de salário por parte de seus contratados. Por outro lado, certos atores esperavam que sua participação nos filmes não fosse notada, com medo de que os produtores teatrais lhes pagassem menos ou não lhes dessem mais emprego, ao saberem de sua atuação em um estúdio de cinema. Foi sob a pressão dos espectadores que os produtores começaram a revelar o nome de seus intérpretes.

Florence Lawrence

Centenas de cartas pediam cotidianamente o nome da Biograph Girl (Florence Lawrence), da Vitagraph Girl (Florence Turner), da Little Mary (Mary Pickford) ou do Dimples (Maurice Costello), e outros favoritos. Até que Carl Laemmle atraiu a atriz Florence Lawrence da Biograph para a sua companhia e colocou seu nome verdadeiro nos créditos dos filmes, nascendo assim a primeira estrela de cinema. Laemmle conduziu pessoalmente a campanha de publicidade de outra aquisição sua, Mary Pickford, que se tornaria a atriz mais popular do cinema mudo americano. Essa prática tomou conta de toda a indústria pois, como se constatou, a presença de um astro reduzia os riscos do financiamento, garantindo um certo retorno do capital investido nos filmes.

Mary Pickford

Maurice Costello

Enquanto os estúdios disputavam entre si por astros, os atores e atrizes viram o valor de seus salários elevar-se à razão vertiginosa de 5 a 15 dólares por dia antes de 1910, para 250 mil dólares por semana em 1914. Em seguida, todos os produtores passaram a incorporar o star system, fazendo vastas campanhas publicitárias para seus principais contratados e fornecendo suas fotografias para serem expostas nos saguões dos cinemas. Alguns exibidores vendiam cartões-postais com as fotos dos astros e estrelas para os espectadores; outros promoviam bailes com a presença dos artistas. As revistas de fãs surgiram logo em seguida, criando colunas para responder à correspondência dos leitores, publicando artigos sobre a vida particular dos artistas, ilustrando com fotos o resumo da história de seus próximos filmes etc. As duas primeiras foram fundadas em 1911: a Motion Picture Story e a Photoplay. Em 1915, surgiu a Motion Picuture Classic que, assim como as outras, contém artigos de valor considerável para os historiadores.

Os produtores não foram os únicos a perceber a importância econômica do estrelismo. Mary Pickford, Charles Chaplin e Douglas Fairbanks usaram seu poder de atração como instrumento para ganhar o controle do seu trabalho e compartilhar totalmente os lucros de seus filmes. De artistas contratados eles passaram a produtores independentes. Em 1919, juntaram forças com D. W. Griffith para formar a United Artists Corporation, uma companhia distribuidora e operaram por conta própria em competição com as grandes firmas. A fundação da United Artists marcou o ápice do star system em uma das linhas do seu desenvolvimento.

David Ward Griffith-Mary Pickford-Douglas Fairbanks- Charles Chaplin formam a United Artists

O filme de um rolo (single reel film) tornara-se o produto padrão da indústria por causa da crença de que o público não teria paciência para assistir um filme mais longo do que 10 minutos. Os primeiros filmes de dois, três, quatro e até cinco rolos foram primeiramente exibidos em rolos separados, ou seja, um rolo por semana em sequência. A peculiaridade deste sistema, aliás, preparou o terreno para o advento dos seriados (serials), filmes nos quais a trama continuava em outros episódios, terminando cada qual por um lance de suspense (v. g. As Aventuras de Catarina / The Adventures of Kathlyn / 1913; A Rapariga Misteriosa / Lucille Love / 1914; As Aventuras de Elaine / The Perils of Pauline / 1914).

Quando alguns donos de cinema passaram a exibir todos os rolos de só uma vez, houve resistência. Se um filme curto do programa não agradasse – diziam os opositores -, havia a possibilidade de ser substituído por um outro melhor, mas, se o filme longo fosse ruim, o espetáculo não poderia ser salvo. A falta de dois projetores era outro fator que dificultava a exibição dos longas-metragens. No caso do filme curto, o tempo necessário para a mudança de rolo era preenchido com uma canção ilustrada ou um número de vaudeville; porém, tratando-se de um filme longo, isso significava uma perda de continuidade. Além disso, a mudança diária de filmes no sistema de distribuição-exibição, então vigente, teria de ser alterada, pois os filmes longos custavam muito caro para serem exibidos apenas em um dia. O filme de múltiplos rolos (multireel film), que veio a ser chamado de feature no sentido vaudeviliano de atração principal (e de special quando tinha mais de sete rolos), começou a ganhar aceitação geral quando Adolph Zukor trouxe o filme francês de quatro rolos, Elizabeth, Rainha da Inglaterra / La Reine Elizabeth / 1912 (Dir: Henri Desfontaines, Louis Mercanton) estrelado pela célebre atriz Sarah Bernhardt. O êxito estrondoso desta produção convenceu a indústria da viabilidade comercial desses filmes na América.

Cena de Elizabeth, Rainha da Inglaterra

Ainda mais persuasivo do que o sucesso de Elizabeth, Rainha da Inglaterra, foi o do filme italiano de nove rolos, Quo Vadis? / Quo Vadis? / 1913 (Dir: Enrico Guazzoni). Este filme apresentava cenas tão grandiosas, que deixavam a platéia extasiada durante todo o tempo de projeção de mais de duas horas. Quo Vadis? estabeleceu um outro precedente importante: foi exibido exclusivamente em teatros de primeira classe em vez de nickelodeons, atraindo assim um público mais sofisticado. Finalmente, Cabiria / Cabiria / 1914 (Dir: Giovanni Pastrone) e depois O Nascimento de uma Nação / The Birth of a Nation / 1915 (Dir: D. W. Griffith) provariam, de uma vez por todas, que o futuro do cinema estava, pelo menos em parte, nos filmes de longa-metragem.

Na medida em que a “febre do longa metragem” tomou conta do país, outras distribuidoras nacionais entraram no mercado: World Film Corporation (E. Mandelbaum, Philip Gleichman e alguns banqueiros de Wall Street); Triangle Film Corporation (Harry Aitken, Adam Kessel, Charles Baumann), para distribuir os filmes de D. W. Griffith, Thomas Ince e Mack Sennett; V-L-S-E (que distribuía o produto Vitagraph, Lubin, Selig e Essanay, ex-membros do MPCC que passaram a fazer features); Metro Pictures Corporation (Richard Rowland) etc.

Um longa-metragem era qualquer filme de mais de três rolos, ou cerca de 30 minutos – tempo que foi se expandindo e chegou a 80 ou 90 minutos na década de 20. Em 1913 -1915, foram fundadas as companhias produtoras Bosworth, Inc. (Hobart Bosworth), Fox Film (William Fox); Peerless (Jules Brulatour); Vim Comedy Company (Louis Burstein, Mark Dintenfass); Educational (George A. Skinner, Earl Wooldrige Hammons); Oliver Morosco Photoplay Company (Oliver Morosco, Frank E. Garbutt) e sua associada Pallas Pictures. Em 1916, foi fundada a Goldwyn Pictures Corporation (Samuel Goldfish / Goldwyn), Edgar e Archibald Selwyn), a Lewis J. Selznick Productions (Lewis J. Selznick) e a Christie Film Company (Al Christie).

Em 1917, Adolph Zukor compra 50 % das ações da Lewis J. Selznick Productions e a denominação desta é mudada para Select Pictures Corporation. No mesmo ano foram formadas: Paralta Plays, Inc. (Carl Anderson, Robert T. Kane); Sunshine Comedy Company (presidente William Fox; vice-presidente Harry “Pathé” Lehrman); Comique Film Corporation (Joseph Schenck), para produzir os filmes de Fatty Arbuckle e Buster Keaton; e a Jewel Productions (Harry M. Berman, Leon J. Bamburger). Em 1918, surgiram a Robertson-Cole Company (Harry F. Robertson, Rufus Sidman Cole), a Cosmopolitan Productions (William Randolph Hearst) e a Micheaux Film Corporation (Oscar Micheaux), a mais conhecida das companhias independentes de proprietários negros.

 

Harry e Jack Cohn e Joe Brandt

 

Samuel Goldwyn

Em 1919, foram constituídas a Selznick Pictures Corporation (Myron Selznick), a Louis B. Mayer Pictures (Louis B. Mayer), e o Hal Roach Studios, Inc. (Hal Roach). Em 1920, nasceram a CBC Sales Corporation, que se tornou a Columbia Pictures a partir de 1924 (Harry e Jack Cohn e Joe Brandt) e a Preferred (B.P. Schulberg, J. G. “Jack” Bachmann, Al Litchman). Em 1921, emergiram a Inspiration Pictures (Charles H. Duell, J. Royce Smith Jr.) e a Tiffany Productions, depois conhecida como Tiffany-Stahl Productions, quando o diretor John M. Stahl foi associado à companhia. Em 1922, Samuel Goldwyn, destituido da presidência da Goldwyn Pictures Corporation, deixa a companhia e forma a Samuel Goldwyn, Inc. São formadas: a Buster Keaton Productions (Joseph Schenck) como sucessora da Comique Film Corporation e a Principal Productions (Sol Lesser). Em 1924, formadas a Warner Bros. Pictures, a Metro-Goldwyn-Mayer (MGM), a Producers Distributing Corporation – PDC, a Harold Lloyd Film Corporation (Harold Lloyd) e o Disney Bros. Cartoon Studio (Walt Disney e seu irmão Roy e Ub Iwerks). Em 1925, foi fundada a Astor Pictures, que nos anos 30 operou com três subsidiárias: Vigilant Pictures, B n’ B Film Corporation e Promotional Films, Inc.. O star system e os longas-metragens aumentaram sensivelmente o custo das produções por causa dos altos salários dos astros e também porque a maior duração dos filmes exigia cenários mais elaborados e realizadores mais bem pagos. As produções mais caras provocaram uma especialização intensa e uma diferenciação das organizações técnicas, administrativas e comerciais. As companhias criaram numerosos departamentos.

Jesse L. Lasky

O filme tornou-se uma grande indústria, que começou a caminhar para a integração vertical, ou seja, o envolvimento nos três ramos do seu negócio: fabricação (produção), venda por atacado (distribuição) e venda a varejo (exibição). O primeiro passo deu-se quando Zukor, que estava à frente da produtora Famous Players Film Company, resolveu acumular as funções de produtor e de distribuidor. Seus filmes eram distribuídos pela Paramount Pictures, a primeira distribuidora nacional de filmes de longa-metragem, fundada por W. W. Hodkinson, que também cuidava dos filmes da Feature Play Company, de Jesse L. Lasky e de outras produtoras menores (v. g. Bosworth e Oliver Morosco). A tremenda expansão do negócio cinematográfico convenceu Zukor de que a Paramount e seus produtores deveriam unir-se, porém Hodkinson não aprovou a idéia. Zukor e Lasky então adquiriram secretamente muitas ações da Paramount e depuseram Hodkinson. Depois, em 1916, compraram as ações de Bosworth e Morosco e promoveram a fusão dessas firmas com a Famous Players e a Feature Play, constituindo a Famous Players-Lasky, presidida por Zukor. A Paramount ficou como distribuidora subsidiária da nova companhia. Com sua organização agrupando produção e distribuição, Zukor enfrentou um novo desafio: assegurar um mercado estável para seus filmes. Como o mercado estava representado por milhares de cinemas e não havia como monopolizá-lo, Zukor tentou uma nova manobra, explorando a fundo o star system. Sua companhia contratou 75% dos maiores astros existentes e esse controle de talentos lhe permitiu desenvolver uma prática antiga da indústria do cinema: o aluguel por lote ou pacote de filmes ainda não produzidos (block and blind booking).

Por exemplo: ele obrigava os exibidores que desejassem os filmes de Mary Pickford, agora sua contratada, a alugar um grupo de 13 a 52 e até 104 filmes. Esta prática inquietou os exibidores e, em 1917, 26 dos mais importantes donos de cinema do país criaram a First National Exhibitors Circuit Inc., marcando uma segunda etapa no processo de integração da indústria. Enquanto Zukor partia da produção para se ocupar da distribuição, e depois da exibição, a First National trabalhava na direção oposta. Os exibidores se lançaram na produção e distribuição e fizeram Zukor perder o seu monopólio do talento. A First National contratou grandes artistas – Chaplin (antes da fundação da United Artists), Mary Pickford (“roubada” da Famous Players) etc. – deixando-lhes a possibilidade de serem seus próprios produtores. Em 1921, a First National uniu-se à distribuidora Associated Producers, assumindo o novo nome de Associated First National Pictures. Em 1922, construiu seu primeiro estúdio em Burbank. O controle por parte da First National dos maiores cinemas nas principais áreas metropolitanas constituiu-se uma ameaça para o resto da indústria. Estes cinemas eram de primeiro lançamento (first-run) e tinham uma importância enorme por sua proximidade com grandes concentracões de população e porque os filmes eram exibidos nesses cinemas, e só depois de certo tempo em outros. Além disso, a publicidade conseguida por uma carreira de sucesso em um cinema de primeiro lançamento facilitava sua aceitação pelos donos de cinemas de lançamentos subsequentes.

Em consequência, Zukor entrou no ramo da exibição, motivado não apenas pelo medo da concorrência da First National, mas também porque este setor havia se tornado o mais solidamente lucrativo da indústria cinematográfica. Com a ajuda financeira do banco de investimentos Kuhn, Loeb & Company, Zukor começou a comprar cinemas, obtendo inclusive o controle do poderoso circuito de Balaban e Katz, que operava em Chicago e era uma das forças da First National. Zukor agora possuía ou controlava mais de mil cinemas, que ele reuniu sob a denominação de Publix Theaters Corporation. Acrescentando a exibição às suas atividades de produção e distribuição, a companhia de Zukor ficou completamente integrada. Em 1930, seu nome seria mudado para Paramount Publix Corporation.

Adolph Zukor

Marcus Loew

Louis B, Mayer

William Fox

Outros empresários foram obrigados a fazer o mesmo, surgindo mais três companhias integradas verticalmente. Marcus Loew, que possuía uma cadeia de cinemas, comprou a produtora-distribuidora Metro Pictures Corporation em 1920, a Goldwyn Pictures Corporation em 1924 e, logo em seguida, a Louis B. Mayer Pictures, unificando-as sob a denominação Metro-Goldwyn-Mayer, controlada pela matriz, Loew’s Inc.; quando Marcus Loew faleceu em 1927, o comando passou para seu principal colaborador, Nicolas Schenck. William Fox, que já era produtor (Fox Film Corporation, fundada em 1915), distribuidor (Box Office Attraction Film Rental Company), e exibidor, adquiriu várias cadeias de cinemas, incrementando a sua rede de exibição. Os irmãos Albert, Harry, Sam e Jack Warner, que haviam incorporado a Warner Bros. em 1923, compraram a Vitagraph e assumiram o controle do circuito de cinemas da Stanley Company of America e da First National.

Carl Laemle

Uma quinta grande companhia, a RKO (Radio-Keith-Orpheum), nasceu juntamente com o cinema sonoro. De 1930 aos meados dos anos 50, a Paramount, Loew’s, Fox, Warner Bros. e RKO dominariam a indústria. Porém, no início dos anos 20, as grandes companhias conhecidas coletivamente como The Big Three, eram a Famous Players-Lasky, a Loew’s, e a First National, seguidas pelas Little Five: Fox; Warner Bros.; Producers Distributing Corporation – PDC, fundada em 1924 por Jeremiah Milbank; Film Booking Office – FBO, ex-Robertson-Cole (1922); e Universal Pictures formada em 1921 pela fusão da IMP (Carl Laemmle) com outras companhias menores.

A estupenda recepção aos filmes de longa-metragem pelas classes mais prósperas e intelectualizadas e o consequente aumento do preço dos ingressos, fez com que os exibidores se tornassem mais preocupados com a qualidade dos filmes. Para agradar a esse tipo de público, os estúdios voltaram a recorrer aos clássicos do teatro e da literatura, já utilizados nos filmes curtos, porque os produtores haviam percebido que os espectadores reconheciam as obras com as quais estavam familiarizados. Agora, porém, a filmagem dos clássicos servia para assegurar a respeitabilidade e o nível cultural dos filmes. Os gostos e as expectativas de uma audiência refinada requeriam uma atmosfera de elegância que somente um novo tipo de cinema poderia proporcionar.

Cinema Regent

A era dos grandes cinemas (movie palaces) começou com a inauguração, em 1913, do Cinema Regent, de 2.400 lugares, na Rua 116 com a 7a Avenida em Nova York. Este cinema quase fracassou, porque exibia apenas filmes curtos produzidos pelas companhias do truste. Isso amendrontou os proprietários de um novo cinema ainda em construção, o Strand, de 3.500 lugares, situado na Rua 47 com Broadway. Antes da inauguração, eles pensaram em transformar o futuro cinema em um teatro de vaudeville ou de ópera; porém, no último minuto, desistiram da idéia. Quem os convenceu foi Samuel Lionel “Roxy” Rothapfel, o primeiro grande showman no ramo da exibição. Rothapfel havia sido contratado como gerente do Regent e o salvou da ruína exibindo filmes de longa-metragem, sendo imediatamente chamado para fazer a mesma “mágica” no Strand. O lema de Rothapfel era “Não dar ao público o que ele quer – dar-lhe algo melhor”, e ele fez isso com um faro espetacular. “Roxy” continuaria a providenciar shows cada vez maiores e melhores em uma série de cinemas de Nova York, como o Rialto, de 1.900 lugares (construído em 1916), Rivoli, de 2.100 lugares (1917), Capitol, de 5. 300 lugares (1919) e, finalmente, o Roxy, de 6.200 lugares, verdadeira “catedral do filme”, localizado na Rua 50 com a 7a Avenida, e inaugurado com toda a pompa em 11 de marco de 1927.

Samuel Lionel Rothapfel

Cinema Roxy

O luxo e a magnitude do Roxy eram impressionantes: este cinema tinha seis bilheterias, foyers e lobby imensos, decoração deslumbante com mármores, tapeçarias e candelabros de cristal, grandes escadarias, poltronas muito confortáveis (entre as quais uma pessoa podia passar sem incomodar a que estava sentada) e tapetes de pelúcia, elevadores espaçosos para o balcão, ar-condicionado, banheiros esplêndidos, grupo coral de cem vozes, corpo de balé com cinquenta dançarinos, grande orquestra, 14 pianos Steinway, um colossal órgão Kimball (tocado por três organistas em três consolos separados), mini-hospital pronto para atender a qualquer emergência, pequeno estúdio de estação de rádio, cabines telefônicas, sistema de iluminação perfeito, equipe de lanterninhas bem uniformizados e militarmente disciplinados sob o comando de um coronel reformado do Corpo de Fuzileiros Navais etc.

Sid Grauman

Million Dollar Cinema

Egyptian Theatre (interior)

 

Chinese Theatre

Em Los Angeles, o empresário Sid Grauman seguiu o exemplo de “Roxy”, inaugurando grandes cinemas, cada qual mais luxuoso que o outro. Grauman inventou o “Prólogo”, que era um espetáculo no estilo das revistas da Broadway, tematicamente relacionado com o filme, apresentado antes da projeção. Seu império de cinemas começou com o cinema Million Dollar (2.100 lugares) em 1917, seguindo-se o Egyptian (1.900) em 1922, o Metropolitan (3.458) em 1923 e o famoso Chinese (2.500) em 1927. Como os nomes Egyptian e Chinese sugerem, os movie palaces dos anos 20 adotavam modelos arquitetônicos exóticos para criar um clima romântico, dentro do qual a platéia pudesse consumir as fantasias que passavam nas telas. A história da origem das famosas impressões em frente do cinema é controvertida, mas parece que Grauman teve a idéia quando, em visita à United Artists, pisou em um cimento úmido em frente ao camarim de Mary Pickford.

A primeira atriz a colocar as mãos na “calçada da fama” foi Norma Talmadge (cf. Beth Day em This Was Hollywood – An Affectionate History of filmland’s Golden Years, 1960). Havia duas escolas principais de arquitetura de grandes cinemas ”a standard (ou hard-top), que tinha seu precedente nos teatros de ópera e de vaudeville, mas que foi se tornando cada vez mais exótica no decorrer da década de 1920, e a atmospheric (ou stars and clouds), que se inspirava na natureza e nos paisagistas extravagantes do passsado. Seus representantes máximos foram, respectivamente, os arquitetos Thomas W. Lamb e John Eberson. Os cinemas chamados de “atmosféricos” usavam o Brenograph Junior, um aparelho que produzia efeitos cênicos animados, para completar a ilusão de que os filmes estavam sendo vistos debaixo de um céu noturno. O auditório era um magnífico anfiteatro, um jardim italiano, uma corte persa ou um paço espanhol, aparentemente a céu aberto, onde as estrelas cintilantes sucediam nuvens fofas sob um luar esplêndido.

WurlitzerHope-Jone Unit Orchestra

Mais sensacional ainda era o Wurlitzer Hope-Jones Unit Orchestra, basicamente um órgão cujos sons imitavam todos os instrumentos de uma orquestra e outros sons como, por exemplo, o de rouxinóis, canários, cavalos galopando, apitos de barcas e de trens, sirenes de carros de polícia ou de bombeiros, campainhas de telefone e de porta, ondas na rebentação, louça se quebando etc. – tudo com uma verossimilhança espantosa. Se o filme fosse muito longo, o gerente tinha três opções: reduzir o número de atrações do programa, encurtar o filme ou projetar o filme em uma velocidade mais rápida que a normal. Curiosamente, ele nunca pensava em esticar o tempo de duração de todo o programa, pois o programa padrão de duas horas – que incluía um filme de atualidades e uma comédia curta, além das atrações ao vivo – já entrara no hábito do público. Em 1916, apenas 3% dos cinemas exibiam o mesmo programa durante toda a semana. A média de mudanças por semana era de cinco, um número que foi decrescendo para três em 1922, quando 10% dos cinemas mantinham um filme durante a semana inteira. Com as mudanças freqüentes de programa, a publicidade boca a boca não funcionava. As revistas mensais de fãs podiam ser capazes de criar algum interesse prévio, porém os resenhistas diários tinham pouca influência. A propaganda na época dos filmes mudos dava ênfase aos pôsteres (de uma, três, seis e 24 folhas) e aos cartazes pequenos destinados às salas de espera (lobby cards) e às vitrines das lojas (window cards). Outro expediente usado eram os golpes de publicidade.

Harry Reichenbach

Para promover o filme A Virgem de Istambul / The Virgin of Stamboul / 1920 (Dir: Tod Browning), Harry Reichenbach, considerado o rei dos agentes de imprensa do começo dos anos 20, convenceu vários jornais de Nova York de que um grupo de turcos que ele havia registrado em um hotel de Manhattan estava realmente na cidade para procurar uma virgem desaparecida. Em outra ocasião, para divulgar um filme de Tarzan, Reichenbach teve a audácia de introduzir um leão no Hotel Belleclaire de Nova York, deixando à gerência o problema de retirá-lo de lá. Na promoção de outro filme do Rei das Selvas ele fotografou um macaco de smoking.

Hugo Riesenfeld

Um aspecto curioso foram as experiências de hibridização cinema-rádio, que começaram em 1922. Um projeto chamado Radiophone retransmitia programas de rádio para cinemas, onde os espectadores podiam ouvir música de concerto, antes do início do filme. Havia também o Radio Film, que tornava possível apresentar um filme em centenas de cinemas com uma preleção explicativa vinda de uma única estação transmisssora. Uma experiência em 1925 testou essa idéia em larga escala. O filme de Fritz Lang, Os Nibelungos / Die Nibelungen / 1923, foi exibido no Cinema Century de Nova York com um score de Hugo Riesenfeld. Por um acordo com a Ufa e a estação de rádio WJY da RCA, o score foi transmitido para uma platéia de quinhentas pessoas no Briarcliff Lodge, localizado a mais de cinco quilômetros de distância.

Em 1909, os grandes centros de produção de filmes eram Nova York, Chicago e Filadélfia. Devido à constante demanda de filmes, as companhias tinham de produzí-los regularmente. Os longos meses de inverno naquelas cidades traziam problemas, notadamente para as firmas que não possuiam um estúdio bem equipado e com luz artificial adequada. Para dar conta dos pedidos, os principais produtores enviavam equipes para filmagem em locações por todo o país ou fora dele, procurando cenários ideais e tempo ensolarado. Várias companhias experimentaram lugares como Jacksonville, Flórida; San Antonio, Texas; Santa Fe, Novo Mexico; e até Cuba – porém o local definitivo da indústria de cinema americana foi o sul da Califórnia, mais especificamente o subúrbio de Los Angeles chamado Hollywood. Os atrativos dessa área eram óbvios: dias de sol durante quase todo o ano e topografia variada – montanhas, vales, lagos, ilhas, praias, floresta, deserto, próximos um dos outros e a pouca distância do centro da cidade. Outras vantagens diziam respeito à facilidade de se encontrarem atores de teatro experientes, à existência de baixos impostos, à presença de mão-de-obra e de terras abundantes e baratas. Este último fator permitiu que as companhias produtoras pudessem comprar dezenas de milhares de acres de excelentes imóveis, nos quais instalaram seus estúdios.

Entre 1908 e 1912, muitos independentes transferiram-se para Holywood, assim como algumas firmas associadas à MPPC. As instalações construídas em Hollywood para a produção de filmes durante os anos 10 (a primeira foi o estúdio da Nestor Company, localizado na esquina da Gower and Sunset) eram a forma embrionária do “sistema de estúdio”, institucionalizado nos anos 20. Os primeiros estúdios, que utilizavam geralmente antigos armazéns, foram ficando cada vez mais parecidos com pequenas cidades (com escritórios, palcos, laboratórios, e extensas áreas externas para a filmagem de cenas exteriores), cujos nomes (v. g., Inceville, Universal City, Culver City) enfatizavam ainda mais a sua condição especial. As estruturas de produção e administração foram transformadas, mudando do director unit system (pelo qual os diretores eram individualmente responsáveis pelos seus filmes) para o central producer system (pelo qual um produtor era responsável por toda a produção de um estúdio).

William S. Hart em Inceville

O sistema centralizado de produção, que coincidiu com a emergência do filme de longa-metragem, trouxe um novo nível de eficiência para o processo de produção e permaneceu como o modelo dominante de administração de estúdio até os anos 30. A ascenção de Hollywood foi assegurada pela Primeira Guerra Mundial, que temporariamente eliminou a competição européia (principalmente a francesa e a italiana) e deu aos Estado Unidos o domínio sobre o mercado mundial de filmes. Entre 1914 e 1918, todo o mundo, incluindo Ásia e África (mas com exceção da Alemanha beligerante), só viu filmes americanos ou não viu nenhum. Em 1919, imediatamente após o Tratado de Versalhes, 90% de todos os filmes exibidos na Europa eram americanos, e a percentagem para a América do Sul chegou (e permaneceu durante anos) quase a 100%. No decorrer dos anos 20, os percentuais europeus diminuíram na medida em que a Alemanha e a União Soviética se tornaram grandes forças no cinema mundial e outras nações tentaram proteger suas indústrias. Todavia, a Primeira Grande Guerra colocou a indústria americana em uma posição de incontestável liderança econômica e artística – que ela manteria até o advento do som e, em certos aspectos, para sempre.