Arquivo da categoria: Posts

DIFICULDADES DO PESQUISADOR DE CINEMA

Entre as dificuldades para os pesquisadores de cinema quando desejam estabelecer a filmografia de um ator estão os curtas-metragens, documentários e aparições  não creditadas ou como extras.  Sem a pretensão de esgotar o assunto, relaciono alguns exemplos.

Ethel Barrymore narrou (com Maurice Evans) Dafni (Panagia Hrysodafniotissa) / 1951, documentário de 15 minutos realizado na Grécia sob direção de George Hoyningen Huene e Angelos Prokopiu e adaptado para o idioma inglês por Aldous Huxley com o título de Daphni, the Virgin of the Golden Laurels. O filme focaliza a arquitetura de uma igreja situada no local de um templo de Apolo perto de Atenas.

George Reeves, Lionel Barrymore

Lionel Barrymore apareceu em The Last Will and Testament of Tom Smith / 1943 que a Paramount produziu para o National War Fund. Dirigido por Harold Bucquet baseado em uma peça de Sephen Longstreet e fotografado por Theodor Sparkhul, Nele figuram ainda George Reeves, Walter Brennan, Barbara Britton e Walter Abel. No filme o avião do piloto americano Tom Smith (George Reeves) é abatido e ele é capturado pelos japoneses. Na prisão, aguardando execução, ele se recorda de sua vida em casa nos Estados Unidos. Houve mais de uma versão deste curta-metragem de 11 minutos, uma das quais acrescida de um prólogo, narrado por Fred Mac Murray. Lionel participou como extra em vários filmes mudos entre eles Judith of Bethulia / 1914 de D. W. Griffith.

Hollywood Victory Caravan

Humphrey Bogart e artistas contratados da Paramount (Bing Crosby, Bob Hope, Betty Hutton, Alan Ladd, Barbara Stanwyck, Olga San Juan e outros) aparecem em Hollywood Victory Caravan / 1945, curta-metragem de 20 minutos, produzido pelo Departamento do Tesouro Americano, com a finalidade de estimular a venda de bônus de guerra. Carmen Cavallaro e sua orquestra também participam. Ladd esteve também em Eyes on Hollywood / 1949, curta-metragem de 9 minutos da Paramount  e Barbara Stanwyck apareceu em um dos shorts (o décimo quarto) da série da Tiffany The Voice of Hollywood / 1930, no qual também são vistos George K. Arthur, Marie Dressler, Ruth Roland Frank Fay, Raquel Torres, Buster Keaton, Cliff Edwards, Al St. John e outros artistas. Bogart aparece, sem ser creditado, em I Am an American / 1944, curta-metragem da Warner de 16 minutos sobre um casal polonês que chega em Nova York no início de 1840 e vai para o Ohio, onde se instala e prospera. O homem perde um braço na Guerra Civil e, em cada nova guerra, morrem membros de sua família, que está sempre se expandindo. Dick Haymes, Danny Kaye, Victor Mature, Dennis Morgan, Joan Leslie também são vistos. Em Report from the Front / 1944, curta-metragem de 6 minutos produzido pelo Office of War Information (OWI) e distribuído pela Warner, Bogart e sua esposa na época, Mayo Methot, explicam aos repórteres  como os cidadãos americanos podem ajudar a Cruz Vermelha.

Gary Cooper apareceu em Lest We Forget / 1937, curta-metragem de 10 minutos produzido pela MGM e dirigido por Henry Hathaway e Richard Thorpe, prestando tributo a Will Rogers e promovendo o Will Rogers Memorial Hospital em Saranac Lake, NY. Participam também do filme: Robert Taylor, Harry Carey e Allan Jones. Cooper fez uma aparição como convidado, sem ser creditado, em Hollywood Boulevard / 1936 (cumprimentando John Halliday no bar). Ele emprestou a voz para um comentárista em Verdadeira Glória / The True Glory / 1945, documentário de 1 hora e 27 minutos sobre a invasão aliada na Europa durante a Segunda Guerra Mundial, dirigido por Garson Kanin e Carol Reed e apareceu como figurante em vários filmes (v. g. Ben-Hur / Ben-Hur, a Tale of the Christ / 1925 estrelado por Ramon Novarro e O Bandido Mascarado / Dick Turpin / 1925, estrelado por Tom Mix); como um cossaco mascarado em O Águia / The Eagle / 1925 , estrelado por Rodolfo Valentino e como um repórter em O Não Sei Que das Mulheres / It /1927, estrelado por Clara Bow).

Bing Crosby em um um umbilled gag bit ao lado de Virginia Mayo e Bob Hope em A Princesa e o Pirata

Bing Crosby apareceu em comédias-musicais de curta-metragem para a Mack Sennett  Comedies – Educational (I Surrender Dear / 1931, One More Chance / 1931, Dream House / 1931, Billboard Girl / 1933, Blue of the Night / 1933, Sing Bing Sing / 1933, Please / 1933, Just an Echo / 1934), em outros curtas-metragens citados na filmografia de outros artistas (Angels of Mercy, The Road to Victory, Hollywood Victory Caravan) e em unbilled gag bits , ou seja, aparições não creditadas usadas como piadas visuais em vários filmes: Minha Loura Favorita / My Favorite Blonde / 1942; A Princesa e o Pirata / The Princess and the Pirate / 1944; Minha Morena Linda / My Favorite Brunette / 1947; Anjos e Piratas / Angels in the Outfield / 1951; O Maior Espetáculo da Terra / The Greatest Show on Earth / 1952 (ele é um espectador); O Filho do Treme Treme / Son of Paleface / 1952, Morrendo de Medo / Scared Stiff / 1953   (ele e Bob Hope são dois esqueletos); Valentão é Apelido / Alias Jesse James / 1959. Bing participou de All Star Bond Railly / 1945, documentário de 18 minutos da 20thCentury-Fox para o War Activities Committee e US Treasury Department promovendo a venda de bônus de guerra. Bob |Hope, Frank Sinatra, Betty Grable, Harpo Marx, Jeanne Crain, Linda Darnell, Harry James e sua orquestra,  e a nossa Carmen Miranda também comparecem. Encontrei ainda um curta-metragem da MGM de 10 minutos, Hollywood Handicap / 1938, dirigido por Buster Keaton, mostrando o talento vocal de um grupo musical afro-americano chamado The Original Sing Band, cuja apresentação serve de pretexto para mostrar algumas celebridades de Hollywood (v. g. Mickey Rooney, Al Jolson, Ruby Keeler, Dorothy Lamour, Edmund Lowe, Warner Baxter, Robert Montgomery, Charles Ruggles, Oliver Hardy).

Henry Fonda narrou (juntamente com Donald Crisp, Jane Darwell e Irving Pichel) A Batalha de Midway / The Battle of Midway / 1942 documentário de 18 minutos, filmado em Technicolor, dirigido por John Ford e montado por Ford e Robert Parrish. Fonda narrou também: a) It´s Everybody War / 1942, documentário de 18 minutos escrito e dirigido por Will Price; b) Benjy / 1951, documentário de 40 minutos dirigido por Fred Zinnemann com Lee Aaker (o futuro Cabo Rusty da série de televisão As Aventuras de Rin-Tin-Tin / The Adventures of Rin-Tin-Tin), Neville Brand e Helen Brown sobre um menino deficiente desde o nascimento tratado por um médico ortopedista-pediatra. O filme foi originariamente designado para ser usado como angariador de fundos para o Hospital Ortopédico de Los Angeles e embora usasse sequências dramatizadas para contar a história, concorreu ao Oscar na categoria de Melhor Documentário, conquistando a estatueta; c) segmento de Pictura: An Adventure in Art / 1951 documentário de 1 hora e 20 minutos, Dir: Robert Hessens, Olga Lipska.  Prólogo: Vincent Price falando para os estudantes, dirigido por E. A. Dupont. Parte 6 – Grant Wood. Dir: Marc Sorkin. Narrador: Henry Fonda.

Clark Gable

Clark Gable

Clark Gable atuou como extra em Paraíso Proibido / Forbidden Paradise / 1924, dirigido por Ernst Lubitsch. Ele era um soldado da guarda da czarina. Foi extra também em Ben-Hur / Ben-Hur, a Tale of the Christ /1925 como um guarda romano. Gable narrou e apareceu em Wings Up / 1943, documentário de propaganda de 20 minutos produzido pela Força Aérea Americana, destacando o papel da United States Army Air Forces Officer Candidate School. Robert Preston e Brenda Marshall, William Holden e Gilbert Roland, não creditados, aparecem também no filme. Gable apareceu em Combat America / 1944 documentário de 1 hora e 20 minutos, contando as experiências de um grupo de bombardeio das Forças Armadas Americanas, sediado na Inglaterra durante a Segunda Guerra Mundial.

Cary Grant em Singapore Sue

Cary Grant apareceu com Jack Carson, Bing Crosby, Benny Goodman e orquestra, Harry James e orquestra, Herbert Marshall, Dennis Morgan, Frank Sinatra e outros artistas em The Road to Victory / 1944, curta-metragem da Warner de 10 minutos. Grant foi visto também com Errol Flynn, Virginia Bruce, Lili Damita, Chester Morris, Mickey Rooney, Lynn Bari, Marion Davies, Randolph Scott e outros artistas em Pirate Party on Catalina Island  / 1935, curta-metragem colorido da Louis Lewyn Productions de 20 minutos, distribuído pela MGM. No short musical de 10 minutos,  Singapore Sue / 1932 Grant é um marujo.

Betty Hutton, Alan Ladd, Susan Hayward em Skirmish on the Home Front

Susan Hayward, sem ser creditada, apareceu como uma starlet em Hollywood Hotel / Hollywood Hotel / 1937, dirigido por Busby Berkeley; como uma telefonista em As Irmãs / The Sisters / 1938, dirigido por Anatole Litvak; como uma estudante em Campus Cinderella / 1938, comédia musical da Warner de 19 minutos, dirigida por Noel Smith com Penny Singleton e Johnnie Davis nos papéis principais. Ela apareceu também (com Alan Ladd, Betty Hutton e William Bendix) em Skirmish on the Home Front / 1944, curta-metragem de 13 minutos, produzido pela Paramount para a OWI (Office of War Information) com roteiro escrito por Charles Brackett, exortando as virtudes do Plano de Estabilização do Governo Americano em Tempo de Guerra.

Katharine Hepburn narrou Women in Defense / 1941, documentário de 10 minutos escrito por Eleanor Roosevelt e realizado pela OEM (Office of Emergency Management), exaltando  as virtudes e a necessidade das mulheres participarem da preparação da América para a guerra.

Leslie Howard em Four Corners

Leslie Howard apareceu em From the Four Corners / 1942, um dos curtas-metragens de 18 minutos da série Inside Britain, que Anthony Havelock-Allan produziu para o British Ministry of Information. Nele, membros de três exércitos da Commonwealth, um australiano, um canadense e um neo-zelandês, se encontram em Londres com o ator Leslie Howard, que lhes paga uma cerveja, leva-os para o topo da Catedral de São Paulo e os faz compreender porque estão lutando contra Hitler.

Walter Huston narrou: Our Russian Front / 1941, documentário de 45 minutos, dirigido por Lewis Milestone e Joris Ivens, para promover apoio ao esforço de guerra soviético, utilizando material filmado por cinegrafistas russos no campo de batalha e cenas de arquivo; Prelude to War / 1942, primeiro filme da série Why We Fight  dirigido por Frank Capra e Anatole Litvak e fotografado por Robert Flaherty. Ganhou o Oscar de Melhor Documentário de Longa-Metragem (52 minutos);  Safeguarding Military Information / 1945 filme de treinamento de 10 minutos realizado para o Exército dos Estados Unidos, dirigido por Preston Sturges, acentuando a importância do segredo por parte dos militares e trabalhadores engajados em atividades de defesa e mostrando os resultados de conversas descuidadas como explosões de navios, sabotagem  e ooutros eventos desastrosos, que resultaram de revelações de informação imprudentes para o inimigo. Huston aparece como um general palestrante, Eddie Bracken como o soldado que fala no telefone com sua namorada (Ginger Rogers) e Ian Hunter é um espião; Let There Be Light / 1947 documentário de 58 minutos dirigido John Huston para o US Army Signal Corps, versando sobre o tratamento psiquiátrico de soldados veteranos da Segunda Guerra Mundial com transtôrno de estresse pós-traumático. O filme foi suprimido pelo governo americano, tendo sido exibido para o público em 1981. Foto de Stanley Cortez e música de Dimitri Tiomkin.

Charles Laughton estava em Angels of Mercy / 1942, curta-metragem  de 5 minutos, produzido pela Soundies Corporation of America em apoio à Cruz Vermelha, mostrando o trabalho de voluntários e personalidades do cinema arrecadando fundos e encorajando o recrutamento. Deanna Durbin interpreta uma canção dedicada às enfermeiras e comparecem no filme outros artistas: Don Ameche, Edward Arnold, Gene Autry, James Cagney, John Garfield, Jackie Coper, George Burns, Paul Muni, Pat O´Brien, Bing Crosby, Edward G. Robinson, Bonita Granville, Shirley Temple e Orson Welles.

Fredric March narrou: The 400 Million / 1939, documentário de 1 hora e 1 minuto dirigido por Joris Ivens e John Ferno, com comentário de Dudley Nichols, música de Hanns Eisler, montagem de Helen van Dongen e cinematografia de Ferno com assistência de Robert Capa, sobre a resistência chinesa à ocupação japonesa na Mandchuria. Ferno, Sidney Lumet, Morris Carnowsky, Robert Lewis, Alfred Ryder e Adelaide Bean emprestaram também suas vozes para o filme; Lights Out in Europe / 1940, documentário dirigido por Herbet Kline e fotografado por Alexander Hackenschmied e Douglas Slocombe, mostrando a preparação para a guerra na Grã Bretanha e na Polonia contra os nazistas. O comentário foi escrito por James Hilton; Lake Carrier / 1942, documentário de 9 minutos, produzido pelo Office of Emergency Management e Universal Pictures, descrevendo o transporte de minério de ferro por navio através dos Grandes Lagos, dirigido e escrito por Guy Bolte. March narra e também aparece no filme.

Raymond Massey narrou: The American Road / 1953, documentário de 37 minutos produzido pela Ford Motor Company e MPO Productions, dirigido por George C. Stoney, mostrando filmes domésticos nos quais aparecem Harvey Firestone e Henry Ford e membros de sua família; Man With a Thousand Hands / 1952, documentário colorido de 55 minutos contando a história do projeto Kitimat-Kemano-Necheko de desenvolvimento de energia elétrica no Canadá que incluia a construção de uma represa pela Aluminium Co. of Canada, escrito e produzido por Charles Palmer e dirigido por John E. R. McDougall.

Eleanor Parker apareceu em Men of the Sky / 1942, filme de propaganda em technicolor de 20 minutos, focalizando a formatura de um novo grupo de pilotos, produzido pela Warner em colaboração com a Força Aérea Americana, narrado por Owen Crump e dirigido por B. Reeves Eason. Ela faz o papel de Mrs. Frank Bickley, um dos pilotos, interpretado por Tod Andrews. No filme aparecem também: Don DeFore, Ruth Ford, Ray Montgomery. Eleanor emprestou a voz para uma telefonista, sem ser creditada, no filme O Manda-Chuva / The Big Shot de Lewis Seiler e também  para  o curta-metragem de 20 minutos Vaudeville Days / 1942 de Le Roy Prinz sobre a História do Vaudeville. Ela foi vista também no curta de 21 minutos technicolorido Soldiers in White / 1942, dirigido por B. Reaves Eason, no papel da enfermeira Ryan.

Dick Powell participou (cantando “Ride Tenderfoot Ride”) do documentário de 7 minutos For Auld Lang Syne / 1938, produzido pela Warner, em benefício do Will Rogers Memorial Hospital. Além de Powel, comparecem: John Barrymore, Humphrey Bogart, Paul Muni, Bette Davis, Lili Damita, Errol Flynn, Rudy Vallee, Benny Goodman e sua orquestra e outros artistas convidados. Powell emprestou a voz, sem ser creditado, para o locutor de rádio em Big City Blues / 1932, dirigido por Mervyn LeRoy; no mesmo filme Humphrey Bogart faz o papel de Shed Adkins, sem ser creditado.

James Stewart em Winning Your Wings

James Stewart narrou Fellow Americans / 1942, documentário de 11 minutos, realizado pelo Office of Emergency Management, com a finalidade de angariar fundos para o esforço de guerra  após  o ataque japonês a Pearl Harbor.  O filme foi dirigido por Garson Kanin e contou com música de Oscar Levant. Stewart apresentou e narrou um curta-metragem de 18 minutos da Warner, Quem Quiser Ter Asas / Winning Your Wings / 1942, dirigido por John Huston e Owen Crump (não creditado), destinado a estimular o recrutamento para a Força Aérea Americana e How Much Do You Owe? / 1949, curta-metragem de 9 minutos realizado pela Columbia para o Disabled American Veterans. Ele apresentou o documentário de 20 minutos, 10.000 Kids and a Cop / 1948, dirigido por Charles Barton, mostrando os esforços da Lou Costello Jr. Youth Foundation para a prevenção da delinquência juvenil. Brenda Joyce foi a narradora e William Bendix interpretou o papel do guarda que visita a fundação e verifica que os jovens que lhe deram trabalho agora estão praticando esporte e outras atividades.  Stewart fez o papel de Jack Burton, sem ser creditado, na comédia curta Art Trouble, dirigida por Ralph Staub com Shemp Howard e Harry Gribbon nos papéis principais.

Laurel e Hardy em Stolen Jewels

Existem muitos outros exemplos, porém mencionei apenas alguns, para não cansar os leitores e escolhí, para fechar este artigo, o curioso The Stolen Jewels / 1931 (também conhecido com The Slippery Pearls), curta-metragem promocional de 21 minutos, destinado a angariar fundos para o sanatório para tratamento de tuberculose do National Variety Artists, produzido pelo Masquers Club of Hollwywood e distribuído pela Paramount. O enredo do filme gira em torno do furto das jóias de Norma Shearer. Um detetive se dirige à residência da atriz para interrogar os convidados de uma festa, a maioria osd quais são astors e estrelas de Hollywood. Wallace Beery é um sargento da polícia; Buster Keaton, um policial; Edward G. Robinson, um gângster; Stan Laurel também é um policial e Oliver Hardy, o chofer do carro da polícia; Hedda Hopper é uma amiga de Norma; Gary Cooper é um editor de jornal; George “Gabby” Hayes, um projecionista. Aparecem como eles mesmos: Joan Crawford, William Haines, Victor MacLaglen, Irene Dunne, Richard Dix, Maurice Chevalier, Douglas Fairbanks Jr., Richard Barthelmess, Ben Lyon, Bebe Daniels, Loretta Young. Fay Wray e outros e adivinhem quem é o suspeito do crime? O “Boca Larga”, Joe E. Brown.

 

BILLY WILDER II

 

Wilder iniciou a década de cinquenta realizando duas obras-primas: Crepúsculo dos Deuses / Sunset Boulevard / 1950 e A Montanha dos Sete Abutres / Ace in the Hole ou The Big Carnival / 1951.

Billy Wilder

Crepúsculo dos Deuses é um drama passional  que oscila entre o trágico e o grotesco, e um retrato cínico e cruel de Hollywood tingido de humor negro. O enredo de Wilder e Brackett e D. M. Marshman Jr. apresenta em primeiro plano a decadência de Norma Desmond (Gloria Swanson), atriz do cinema silencioso, que vive agarrada na sombra de seu passado. Bonita e famosa no tempo da cena muda é hoje uma estrela esquecida. Seu ex-marido e diretor, Max von Mayerling  (Erich von Stroheim) serve-lhe de mordomo em uma mansão lúgubre, tentando realizar todos os seus caprichos.  Saudosista da fama de outrora, egocêntrica e a um passo da loucura, ela se apaixona por um jovem roteirista obscuro, Joe Gillis (William Holden), que, para fugir de seus credores, se escondera no palacete. Norma contrata-o para ajudá-la a escrever o roteiro de um filme com o qual pretende voltar à luz dos refletores, dirigida por Cecil B. DeMille (que também a dirigira outrora) e o rapaz acaba se tornando seu gigolô. Os planos de Norma não se concretizam e ela descobre que Joe está se encontrando com uma moça, Betty Schaefer (Nancy Olson), leitora de argumentos e aspirante a roteirista. Quando ele decide romper sua relação humilhante com sua  “protetora”, ela o mata.

Billy Wilder examina os fotogramas de Crepúsculo dos Deuses

Gloria Swanson e William Holden em Crepúsculo dos Deuses

Wilder com Cecil B.DeMIlle e Gloria Swanson na filmagem de Crepúsculo dos Deuses

Os roteiristas imaginaram uma narrativa audaciosa (é o morto que conta a história) que termina com uma cena original e de um poder emocional muito forte (Norma descendo lentamente a escada e se encaminhado em direção à uma câmera, até sair de foco) e Wilder soube criar uma atmosfera perturbadora e fascinante  com a ajuda do score soberbo de Franz Waxman ( v. g. o tango que acompanha Norma  quando ela desce as escadas em um êxtase de loucura) e à fotografia em preto e branco, que John F. Seitz sempre soube utilizar. A força da realização se encontra também no comentário muito bem escrito e dito em voz over (a voz do morto) que apoia a ação, nas frases antológicas (v. g. “We didn´t need dialogue, we had faces” ou “I´m still big, it´s the pictures that got smaller”) e no elenco. Desde o primeiro momento em que ela aparece, Gloria Swanson toma conta da tela, expondo sua personagem desquilibrada  com gestos amplos e riqueza de emoção.  Erich von Stroheim mostra bem porque era uma das grandes figuras do cinema. William Holden desempenha com brilho o seu papel difícil. Nancy Olson os coadjuva com afinco. Artistas famosos da cena muda (Buster Keaton, Anna Q. Nillson, H. B. Warner aparecem na cena do jogo de bridge e DeMIlle na visita de Norma ao estúdio da Paramount. O papel de Norma foi oferecido a outras duas grandes estrelas Mary Pickford e Pola Negri que rejeitaram o convite. Montgomery Clift e Fred MacMurray foram cogitados para o papel de Joe Gillis. A Academia concedeu o Oscar de Melhor História e Roteiro para Wilder, Brackett e Marshmam e de melhor Música de filme não musical para Waxman. Foram indicados: Wilder como Melhor Diretor, Gloria Swanson como Melhor Atriz, Stroheim como Melhor Ator Coadjuvante, Nancy Olson como Melhor Atriz Coadjuvante, Seitz pela Melhor Fotografia preto-e-branco e Doane Harrison, Arthur P. Schmidt pela Melhor Montagem. Stroheim sugeriu algumas idéias para Wilder e este aproveitou duas: o mordomo escrever cartas de fãs para Norma para manter a ilusão de que ela não foi esquecida e a utilização de um trecho de Minha Rainha / Queen Kelly. Depois deste filme Wilder e Brackett se separaram após quatorze anos de colaboração.

Kirk Douglas em A Montanha dos Sete Abutres

Kirk Douglas em A Montanha dos Sete Abutres

Jan Sterling e Kirk Douglas em A Montanha dos Sete Abutres

A Montanha dos Sete Abutres foi inspirado em dois fatos autênticos, divulgados pela imprensa americana. No primeiro, ocorrido em 1925, um repórter descobriu um guia turístico preso em uma gruta, conseguiu esgueirar-se até onde estava o infeliz e conduziu as operações de socorro, durante as quais cobriu o acontecimento para seu jornal. No segundo, ocorrido em 1949, a morte de uma menina que caiu em um poço suscitou uma comoção nacional. Lembrando-se deles, Wilder e seus dois novos colaboradores, Lesser Samuels e Walter Newman, procuraram mostrar a curiosidade mórbida da multidão e a exploração sórdida e racional desta “fraqueza” pela imprensa sensacionalista. O personagem central, Charles Tatum (Kirk Douglas), é um jornalista bêbedo e inescrupuloso, obrigado por uma série de circunstâncias que o desmoralizaram no meio jornalístico novaiorquino a trabalhar na redação do Sun Bulletin, em Albuquerque no New Mexico. Enquanto aguarda um “assunto” capaz de restaurar sua reputação, ele antevê excepcionais oportunidades jornalísticas na agonia de um homem, Leo Minosa (Richard Benedict), que havia entrado em uma antiga caverna de índios à procura de relíquias e ficara preso entre os escombros após um desmoronamento. Com a cumplicidade de um xerife corrupto (Ray Teal) Tatum prolonga deliberadamente a permanência da vitima na caverna ao mesmo tempo em que garante para si a exclusividade da história. Havendo outros meios mais fáceis para salvar o infeliz, ele consegue que se perfure a rocha, de cima para baixo, para que o tempo de salvamento dure mais e possa, assim, tirar maior partido nas reportagens.  Tatum persuade também a esposa da vítima, Lorraine (Jan Sterling), a continuar no local, convencendo–a de que o afluxo de pessoas de todos os cantos do país ao seu café-restaurante lhe permitiria ganhar algumas centenas de dólares. Realmente uma multidão ávida de sensações chega ao local e com eles o rádio e a televisão, os vendedores de hamburgueres e refrigerantes, turistas, jornalistas impedidos pelo xerife de fazer concorrência a Tatum e até um parque de diversões se instalam diante da caverna. A situação se complica quando vítima contrai pneumonia. Arrependido, Tatum tenta desesperadamente salvá-lo. Tarde demais, e após uma série de acontecimentos provocados pelo seu remorso, é punido. Em uma discussão com Lorraine ela o esfaqueia com um par de tesouras e ele vai morrer na redação do Sun Bulletin. Wilder esmiuça a personalidade ríspida e contundente do jornalista que começa provocando um grande furo e termina com um denso problema de consciência. Fustigando sem piedade e com lucidez o lado mau da imprensa e a curiosidade da massa que se delicia com uma catástrofe e com um espetáculo carnavalesco, Wilder imprimiu um vigor extraordinário na narrativa, que não se desacelera um só instante. Kirk Douglas domina todo o filme com sua magnífica atuação e Jan Sterling está impecável na mulher fria e vulgar. A história e o roteiro proporcionaram uma indicação para o Oscar. O título original era Ace in the Hole, mas o chefão da Paramount, Y. Frank Freeman, mudou-o para The Big Carnival, sem o consentimento de Wilder.  Muitos anos depois o cineasta declarou que este foi o melhor filme que ele fez.

William Holden em Inferno nº17

Ainda no decênio de cinquenta, Wilder fez: 1953 – Inferno nº 17 / Stalag 17, drama de guerra envolvente com efeitos cômicos, suspense e notável interpretação de William Holden premiada com o Oscar, proporcionando ainda indicações para Wilder (Melhor Diretor) e Robert Strauss (Melhor Ator Coadjuvante).

William Holden, Audrey Hepburn e Humphrey Bogart em Sabrina

1954 – Sabrina / Sabrina, comédia romântica charmosa conjugando conto de fadas moderno e sátira social, com um trio de intérpretes (Audrey Hepburn, William Holden, Humphrey Bogart) de grande categoria, suscitando nomeações ao Oscar para Wilder, Hepburn e o fotógrafo Charles Lang Jr.

Tom Ewel e Marilyn Monroe em O Pecado Mora ao Lado

1955 – O Pecado Mora ao Lado / The Seven Year Itch, comédia de costumes maliciosa e satírica contando com a presença impactante de Marilyn Monroe e o histrionismo de Tom Ewell, porém às vezes maçante.

James Stewart em Águia Solitária

1957 – Águia Solitária / The Spirit of St. Louis, aventura cinebiográfica sobre o vôo solitário e histórico de Charles Lindbergh (excluindo certos fatos da vida dele), estruturada por meio de solilóquios e retrospectos, com boas soluções técnicas na mise-en-scène, interpretação lacônica de James Stewart dos pensamentos e sensações do aviador;

Gary Cooper e Audrey Hepburn em Amorna Tarde

Amor na Tarde / Love in the Afternoon, comédia romântica lubistcheana, com os ingredientes de sátira e irreverência habilmente manipulados pela direção e apoiados pela excelência do elenco e canções sugestivas. Foi a primeira colaboração de Wilder com I. A. L. Diamond.

Os dois últimos filmes de Wilder nos anos cinquenta foram mais duas obras-primas: 1959 –Testemunha de Acusação  / Witness for the Prosecution e 1959 – Quanto Mais Quente Melhor / Some Like It Hot.

Elsa Lanchester e Charles Laughton em Testemunha de Acusação

Tyrone Power em Testemunha de Acusação

Marlene Dietrich e Charles Laughton em Testemunha de Acusação

Testemunha de Acusação é um drama criminal na modalidade filme de tribunal, baseado em uma peça de Agatha Christie. Acusado de haver assassinado uma solteirona rica e solitária em cujo testamento figura como único herdeiro, Leonard Vole (Tyrone Power) apresenta-se ao famoso criminalista, Sir Wilfrid Roberts (Charles Laughton), récem saído de um hospital, por ter sofrido un enfarto, solicitando-lhe que o defenda. Apesar da proibição médica, ele aceita.  A única testemunha que Vole possui, é sua própria mulher, Christine  (Marlene Dietrich), mas ela depõe contra ele. No segundo dia do julgamento o criminalista recebe um telefonema de alguém que lhe quer vender cartas comprometedoras, que invalidarão o depoimento de Christine. Ele vai apanhar as cartas, que estão na posse de uma mulher e, ao mostrá-las no tribunal, assegura a vitória ao seu constituinte. Porém depois do veredicto ocorrem dois fatos surpreendentes que ocasionam um violento desfecho passional. Wilder e seu novo colaborador, Harry Kurnitz, reescreveram o texto de Agatha Christie (criando a figura da enfermeira, mas conservando os personagens principais e sem mexer na trama inteligente) e com ele Wilder realizou um filme palpitante, que surpreende por seus desenvolvimentos imprevistos e mantém a platéia permanentemente atenta e interessada. Charles Laughton no papel do advogado perspicaz e astuto (aquele seu teste com o monóculo é um grande achado), devotado e apaixonado pela sua profissão, é a grande atração do espetáculo. Os duelos verbais com sua enfermeira, Miss Plimsoll, esplendidamente interpretada por Elsa Lanchester (indicada para o Oscar), são prazerosos assim como as réplicas tipicamente wilderianas (v. g. a certa altura Sir Wilfrid diz para Miss Plimsoll: “Se você fosse mulher, eu ia bater em você” ). Marlene Dietrich está magnífica, particularmente nas cenas de interrogatório no tribunal. Tyrone Power  tem uma atuação  corretíssima e convincente.

Tony Curtis, Jack Lemmon e Marilyn Monroe em Quanto Mais Quente Melhor

Wilder dirige Marilyn em Quanto Mais Quente Melhor

Joe E. Brown e Jack Lemmon em Quanto Mais Quente Melhor

Billy Wilder e I. A. L Diamond

Quanto Mais Quente Melhor, comédia burlesca, satirizando a época da Lei Sêca e abordando de maneira sutil o homossexualismo, narrada em ritmo vertiginoso. Dois saxofonistas, Joe (Tony Curtis) e Jerry (Jack Lemmon), perseguidos por Spats Colombo (George Raft) e seu bando, por terem assistido involuntariamente a um massacre parecido com o de São Valentim, perpetrado por estes mafiosos, vestem-se de mulher e fogem para Miami, para integrar uma orquestra feminina, cuja vedete é Sugar Kane (Marilyn Monroe), loura adorável e sensual, que toca o ukulele e canta imitando a Betty Boop. As confusões causados pelo transformismo começam quando Joe tenta conquistar Sugar, fazendo-se passar por Shell Oil Junior, falso milionário com a voz de Cary Grant ou quando Jerry é assediado por um milionário de verdade, o desconcertante Osgood Fielding III (Joe E. Brown). Pontuado do início ao fim por réplicas (v. g. o antológico “Nobody´s Perfect!”) e gags visuais  (v. g, Jerry dançando o tango erótico com Osgood) hilariantes, o filme recebeu seis indicações ao Oscar: Jack Lemmon para Melhor Ator, Wilder para Melhor Diretor, Wider e I. A. L. para Melhor Roteiro Adaptado, Charles Lang Jr. para Melhor Fotografia (preto-e-branco), Ted Haworth (decoração de Edward G. Boyle) para Melhor Direção de Arte (preto-e-branco) e Orry-Kelly para Melhor Figurino (preto-e-branco). Mas Orry Kelly foi o único vencedor.

Jack Lemmon e Shirley MacLaine em Se Meu Apartamento Falasse

Wilder, Shirley McLaine e Jack Lemmon na filmagem de Se Meu Apatamento Falasse

Fred MacMuyrray e Jack Lemmon cem Se Meu Apartamento Falasse

No início dos anos sessenta, Wilder realizou sua última obra-prima, Se Meu Apartamento Falasse / The Apartment, um drama com momentos de comédia romântica e sátira social (à crueldade da cultura corporativa americana). Jovem e solitário empregado subalterno de uma grande companhia de seguros, C. C. Baxter (Jack Lemmon) empresta seu apartamento de solteiro a seus superiores casados, para encontros mais seguros e confortáveis com suas amantes. Em troca os favorecidos, prometem-lhe uma futura promoção, que eles garantem conseguir com o diretor de pessoal da firma, Jeff D. Sheldrake (Fred Mac Murray). Baxter já está quase desistindo dessas promessas e só pensa em conseguir marcar um encontro com a ascensorista da empresa, Fran Kubelik (Shirley MacLaine), por quem está apaixonado quando, de repente. sai a promoção. Baxter é transferido para uma sala só dele com secretária particular e outros privilégios e se surpreende com a forte influência que seus superiores exerceram sobre Sheldrake. Na verdade sua melhoria de posição na firma ocorreu, porque o chefão queria exclusividade: de agora em diante o apartamento seria emprestado só para ele. Mas certa noite Baxter encontra Fran inconsciente em seu apartamento. Descobre então que ela é a amante de Sheldrake e tentou o suicídio, porque ele se recusava a deixar a mulher. Na verdade tanto Baxter como Fran estão sacrificando sua integridade por algo que esperam obter de Sheldrake – ele, seu upgrade na compahia, ela, uma aliança matrimonial. Finalmente, Baxter como queria seu vizinho, Dr. Dreyfus (Jack Kruschen), torna-se um “Mensch” (em outras palavras, “um ser humano”), quando desafia o sistema pelo amor de Fran e esta, se liberta de sua devoção pelo cínico Sheldrake, ao descobrir o verdadeiro sentido da palavra amor. Mas no final feliz  (e original) não tem abraço nem beijo, mas um simples “ Shut up and deal”. A Academia premiou regiamente a realização: Oscar de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor História e Roteiro Originais (Billy Wilder, I. A. L. Diamond), Melhor Direção de Arte em preto-e-branco (Alexander Trauner e decoração de interiores Edward G. Boyle). Indicações para: Melhor Ator (Jack Lemmon), Melhor Atriz (Shirley MacLaine), Melhor Ator Coadjuvante (Jack Kruschen), Melhor Fotografia em preto-e-branco (Joseph LaShelle) e Som (Samuel Goldwyn Studio; Gordon E. Sawyer). Todos os prêmios foram merecidíssimos. Wilder deveria ter encerrado sua carreira neste momento como lhe aconselhou Moss Hart, um dos apresentadores na cerimônia. Depois se arrependeu.

Pamela Tiffin , Horst Buchholz e James Cagney em Cupido Nâo Tem Bandeira

Jack Lemmon e Shirley MacLaine em Irma la Douce

Dean Martin, Kim Novak e Ray Walston em Beija-me Idiota

Jack Lemmon e Walter Mathau em Uma Loura Por um Milhão

No decorrer da década de sessenta, o cineasta fez apenas um bom filme, embora sem o mesmo brilho de suas grandes comédias: Cupido Nâo Tem Bandeira / One, Two, Three / 1961, sátira política tanto do capitalismo quanto do comunismo,  focalizando os esforços e os dissabores de um próspero e audacioso industrial americano (interpretado  por um James Cagney a mil por hora), que resolve vender Coca-Cola aos consumidores atrás da Cortina de Ferro enquanto sua filha (Pamela Tiffin) se casa com um beatnik (Horst Buchholz) da zona soviética. Seus filmes restantes do decênio (1963 – Irma la Douce / Irma la Douce. 1964 – Beija-me Idiota / Kiss Me Stupid e 1966 – Uma Loura Por Um Milhão / The Fortune Cookie representam um declínio artístico evidente na trajetória fílmica do diretor.

Robert Stephens e Genevieve Pase em A Vida Íntima de Sherlock Holmes (ao fundo Colin Blakely como Dr. Watson)

Na década de setenta, ocorreu o mesmo: um bom filme, A Vida Íntima de Sherlock Holmes / The Private Life of Sherlock Holmes  / 1970, aventura inédita (imaginada por Wilder e I. A. L. Diamond), apresentando o detetive famoso  (Robert Stephens) como um homem vulnerável sentimentalmente e não apenas como uma “ máquina pensante”, quando ele se envolve com uma espiã alemã (Genevieve Page), ao investigar o mistério do Monstro do Loch Ness -, seguido por três obras frustradas: 1972 – Amantes à Italiana / Avanti. 1974 – A Primeira Pàgina / The Front Page e 1978 – Fedora.

Jack Lemmon em Amantes à Italiana

Walter Mathau e Jack Lemmon em A Primeira Página

Marthe Keller  e Henry Fonda em Fedora

Jack Lemmon e Walter Mathau em Amigos, Amigos … Negócios à Parte (TV)

O derradeiro filme de Billy Wilder, Amigos, Amigos … Negócios à Parte (TV) / Buddy Buddy / 1981, foi uma despedida triste do grande cineasta, um fracasso total. Mas em 1986 ele recebeu o AFI Live Achievement Award, em 1989 o Irving Thalberg Memorial Award, em 1993 a National Medal of Arts. Faleceu aos 95 anos de idade.