UMA COMÉDIA ROMÂNTICA IRRESISTÍVEL DO CINEMA MUDO

Passei o Natal assistindo Meu Único Amor / My Best Girl / 1927, comédia romântica deliciosa, estrelada pela minha atriz predileta do cinema silencioso: Mary Pickford.

Mary e as panelas

Dirigido por Sam Taylor e fotogrado por Charles Roscher, o filme tem algo a ver com a história de Cinderela.  Maggie Johnson (Mary Pickford), arrimo de uma família modesta e excêntrica – o pai (Lucien Littlefield), a mãe (Sunshine Hart), a irmã (Carmelita Geraghty), – trabalha numa grande loja de departamentos, onde se apaixona por Joe Grant (Charles “Buddy” Rogers), um novo empregado, sem saber que ele é na realidade, Joe Merrill, filho do milionário dono da loja (Hobart Bosworth), e está noivo de uma jovem da sociedade (Millicent Rogers). Quando Maggie fica sabendo da verdade, ela tenta convencer Joe deque sabia o tempo todo quem era ele e estava tentando seduzí-lo. As cenas de amor entre Mary Pickford e Charles Rogers são maravilhosas: belas, puras e comoventes. Os momentos cômicos têm um charme irresistível. Logo no início, Mary surge sobrecarregada de baldes, frigideiras e panelas. Ela deixa cair uma panela, apanha-a, deixa cair outra, e mais outra, até que, finalmente, enfia seu pé em uma das panelas, parra arraestá-la consigo. Quando está quase chegando aonde queria ir, sua anágua escorrega e cai no chão. Mary se livra dela e corre para o balcão da loja, para pensar no que vai fazer. Nesse ínterim, uma mulher aparece, vê a anágua, pensa que é dela, e a recoloca rapidamente no seu corpo.

Mary e “Buddy” namorando

 

Numa outra cena, “Buddy” acompanha Mary até sua casa. Ela o convida para entrar, mas antes de abrir a porta, ouve a discussão reinante entre seus familiares no interior da casa. Mary pede que “Buddy” aguarde um pouco na varanda, explicando aquele caos como um ensaio para um clube dramático. “Que lindo uniforme, você parece um policial”, ela diz para um guarda que chega atrás do namorado meio suspeito de sua irmã, fazendo crer a “Buddy”, que aquele é outro membro do grupo teatral que chegara para o “ensaio”.

Na grande cena em que Mary diz que estava enganando “Buddy”, para que ele possa se casar com a sua noiva, mostra a habilidade que Mary tinha – tal como Chaplin – de fazer o público rir e chorar ao mesmo tempo. Ela anda de modo afetado, lambuza seu rosto de batom, quase que se sufoca com com um cigarro que tenta fumar e dança um Charleston frenético, enfim, finge que é uma jovem desregrada. Porém Mary não consegue levar adiante esta farsa, cai em prantos e se pendura nos ombros de “Buddy”, dizendo: “Eu não sou uma garota má, Joe. Eu te amo, mas não posso me casar com você”.  Entretanto ela acaba se casando com “Buddy”, na tela e na vida real.

 

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