Ainda em 1952, Gérard Philipe fez um filme de esquetes, Os Sete Pecados Capitais / Les Septs Pechés Capitaux e outro filme dirigido por René Clair, Esta Noite é Minha / Les Belles de Nuit.
No primeiro, realizado por diretores (Eduardo de Filippo, Jean Dréville, Yves Allégret, Carlo-Rim, Roberto Rosselini, Claude Autant-Lara, Georges Lacombe) e interpretado por atores (Isa Miranda, Eduardo de Filippo (ep. A Avareza e a Cólera); Noel-Noel (ep. A Preguiça); Viviane Romance, Frank Villard (ep. A Luxúria); Henri Vidal, Claudine Dupuis (ep. A Gula); André Debar (ep. A Inveja); Michèle Morgan, Françoise Rosay (ep. O Orgulho) francêses e italianos, Gérard participou do esquete de ligação, no qual, como meneur du jeu em um parque de diversões, ele atrai os curiosos e ilustra para eles os sete pecados capitais. Finda a ilustração, aconselha a multidão a não sucumbir ao oitavo pecado capital: a imaginação e a nunca fazer um julgamento baseado apenas nas aparências.
No segundo, ele é Claude, jovem professor de música da província, que acha a vida real muito difícil e dorme para poder sonhar. Ele se vê como maestro de sucesso em 1900 e amado por uma grande dama, Edmée (Martine Carol), na realidade a mãe de uma de suas alunas; oficial vitorioso na Conquista da Argélia em 1830 e amado por Leila (Gina Lollobrigida), uma odalisca, na realidade a moça da caixa de um café onde ele costuma se encontrar com seus amigos; tribuno revolucionário em 1793, raptando a filha de um marquês, Suzanne (Magali Vendeuil), na realidade a filha de um mecânico seu vizinho etc. Logo os seus inimigos o seguem através dos séculos até a pré-história.
Esta aventura imaginária conta essencialmente um “sonho acordado”. Claude, o compositor de talento, mas sem êxito, sonha suas próprias quimeras, que o conduzem sucessivamente aos braços de lindas mulheres com a aparência corporal das personagens reais. A idéia de “como a gente era mais feliz antigamente” se repercute em cada época, remetendo para aquela que a precede. Até que essa fuga através dos séculos transforma-se em um pesadêlo angustiante. Um assunto como esse, que balança sem cessar entre o sonho e a realidade, deu a René Clair a possibilidade de fazer uma incrível demonstração de virtuosidade técnica, uma coreografia de imagens, cujas formas inventivas se associam com uma graça constante.
Quando se examina a filmografia de Gérard Philipe percebe-se sua fidelidade a alguns diretores como Yves Allégret, Claude Autant-Lara, René Clair e Christian-Jaque, pois ele fez três filmes com cada um. No restante da década de cinquenta, entre seus melhores trabalhos estavam Les Orgueillleux / 1953, de Yves Allégret e As Grandes Manobras / Les Grandes Manouevres / 1955, de René Clair.
Em Os Orgulhosos, Gérard é Georges, médico francês que se tornou alcoólatra, e vive em uma pequena cidade mexicana como um mendigo. Um dia chega um carro trazendo um casal: Tom (André Toffel), o marido, está gravemente enfermo equanto sua mulher, Nellie (Michèle Morgan), está sozinha e sem recursos. Uma epidemia de meningite cérebro-espinhal se propaga pela cidade. Tom morre diante de Nellie e Georges, que acabara de conhecê-los. Nellie se sente atraída por Georges e procura compreender seus problemas. Georges aconselha Nellie a deixar a cidade, mas Nellie fica a seu lado e, daí em diante, ele ajuda o médico local a combater a epidemia.
Yves Allégret deu densidade dramática a essa história de amor e redenção, criando uma atmosfera asfixiante e ruidosa em torno dos personagens. Porém o equilíbrio do filme dependia da atuação dos dois intérpretes centrais. Cada qual tem seu momento solo excepcional. O de Michèle Morgan acontece no quarto de hotel enquanto Nellie , tentando se livrar do calor, se despe com certo erotismo. O de Gérard PHilipe ocorre quando Georges dança na taberna, servindo de espetáculo, abjetamente, em troca de uma garrafa de aguardente
Em As Grandes Manobras, em uma pequena cidade da provincia, nas vésperas da Primeira Guerra Mundial, Armand de la Verne (Gérard Philipe), tenente dos dragões reputado por seu donjuanismo, aposta com seus colegas de farda que vai seduzir, antes das grandes manobras, a mulher que o acaso designará. Assim, ele conquista Marie-Louise Rivière (Michèle Morgan), modista divorciada, que um burguês, Victor Duverger (Jean Desailly), hesita em esposar, com medo dos comentários. Armand não tarda a se apaixonar de verdade, mas quando Marie-Louise fica sabendo, através de uma careta anônima, de que foi objeto de uma aposta, ela prefere romper.
Passando do vaudeville ao drama com grande delicadeza, René Clair reconstitui de maneira perfeita a atmosfera das cidades do interior que têm tropas aquarteladas, nas quais, no início do século XX, os oficiais afugentavam o tédio cortejando as belas jovens provincianas. Entre um sarau beneficente e um concerto em praça pública, ata-se e desata-se um amor sem amanhã, que termina de maneira triste. A perfeição dos cenários e figurinos, o equilíbrio das cores, a interpretação contida de Michèle Morgan e o charme de Gérard Philipe põem em evidência o caráter sufocante de uma sociedade que aprisiona os protagonistas em uma rede de ritos, da qual eles não podem sair.
Nos anos cinquenta Gérard esteve ainda diante das câmeras sob as ordens de René Clément (Um Amante sob Medida / Monsieur Ripois / 1953; Sacha Guitry (Se Versalhes Falasse / Si Versailles m’était Conté / 1953 e Si Paris Nous était Conté / 1955); Gianni Franciolini (O Parque dos Amores / Les Amants de la Villa Borghese / 1953); Claude-Autant-Lara de novo (Vermelho e Negro / Le Rouge et le Noir / 1954);
Yves Allegret de novo (Correntes da Violência / La Meuilleure Part / 1955); Jacques Becker (Os Amantes de Montparnasse / Montparnasse 19 / 1956); Clément Duhout, (A Mentira do Amor / La Vie a Deux / 1957; Julien Duvivier (As Mulheres dos Outros / Pot Bouille / 1957; Claude Autant-Lara ainda mais uma vez (Le Joueur / 1958; Roger Vadim (Ligações Amorosas / Les Liaisons Dangereuses / 1959); Luis Buñuel (Os Ambiciosos / La Fièvre Monte a El Pao / 1959 e dirigiu e atuou em As Aventuras de Till / Till l’Espiègle / 1956.
Entre os filmes citados destacam-se Um Amante sob Medida, O Vermelho e o Negro, Os Amantes de Montparnasse e As Mulheres dos Outros.
Em Um Amante sob Medida, cansada das infidelidades de seu marido, André Ripois (Gérard Philipe), Catherine (Valerie Hobson), uma inglesa rica, pede o divórcio. Enquanto isso, Ripois tenta seduzir Patricia (Natasha Parry), amiga de Catherine, contando-lhe seus amores passados Anne (Margaret Johnson), Norah (Joan Greenwood), Marcelle (Germaine Montero), e manifestando o desejo de se regenerar. A confissão de Ripois não produz sobre Patricia o efeito desejado. Ele faz uma última investida para conquistá-la simulando uma tentative de suicídio, mas cai de fato de uma varanda. Catherine pensa que o gesto do marido foi provocado pelo seu pedido de divórcio e resolve ficar ao lado dele, imobilizado para sempre em uma cadeira de rodas.
História de um Don Juan moderno abatido pelo golpe de uma justiça imanente e tardia. Vítima de sua última manobra, ele chama para si o castigo. E não haveria nada de mais cruel para esse homem sedento de liberdade, sempre em busca de alguma aventura, do que ficar prisioneiro em uma cadeira de rodas, enfraquecido e, por sua vez, à mercê de todos. Clément filmou Gérard Philipe às escondidas nas locações em Londres, mostrando aspectos da cidade raramente vistos no cinema inglês, e lhe retirou os atributos trágicos do Cid, para transformá-lo em uma espécie de anti-herói pré-Nouvelle Vague.
Vermelho e Negro, se passa por volta 1830, na província e em Paris. Julien Sorel (Gérard Philipe), filho de um carpinteiro, destina-se ao seminário. Por indicação do abade Chélan (André Brunot), ele obtém um emprego como preceptor dos filhos de M. de Rênal (Jean Martinelli), prefeito de Varrières. Humilhado por este homem sêco e arrogante, ele é atraído por Louise, Mme de Rênal (Danielle Darrieux), mulher muito bela, mas também muito distante, embora ele sinta a sua fragilidade. Julien decide conquistá-la e ela cede porém, como este relacionamento não pode durar porque na pequena cidade não se tarda a falar sobre o amor deles, Julien volta para o seminário. Aliando-se ao abade Pirard (Antoine Balpêtre), quando este cai em desgraça, Julien acompanha-o a Paris, onde Pirard lhe arruma um novo emprego desta vez como secretário do Marquês de la Mole (Jean Mercure). Mais uma vez, as humilhações não lhe são poupadas. Por espírito de revanche, Julien seduz a filha do marquês, Mathilde (Antonella Lualdi). Ele mantém a jovem à sua mercê mesmo se em público ela se mostre altiva. Graças a M. de la Mole, Julien torna-se o cavaleiro Sorel de La Vernaye, tenente dos hussardos e o marquês aceita seu casamento com sua filha; porém pede referências sobre seu futuro genro à Mme. de Rênal. Esta, aconselhada por seu confessor, denuncia Julien como um intrigante. O orgulhoso Julien não pode admitir essa acusação e mais ainda o desmoronamento de suas ambições. Na igreja de Varrières ele desfecha dois tiros de revólver contra Mme. De Rênal, mas o ferimento de Louise não põe sua vida em perigo. No tribunal, Julien, resignado, assume sua culpa, sabendo que é toda uma casta que o julga. E que esta casta, injuriada, será impiedosa. Mme de Rênal, vai visitá-lo na prisão, e ele a acolhe com alegria. Depois, caminha sem medo para a guilhotina. Três dias depois, Mme de Rênal, morre abraçando seus filhos.
Os argumentistas Jean Aurenche e Pierre Bost, habituais colaboradores de Claude Autant-Lara, limitaram-se a conservar o espírito do autor. O script mantém apenas os episódios principais da obra de Stendhal e expõe com clareza as atitudes dos personagens em um ritmo que, embora lento, não chega a ser cansativo. As reações psicológicas de Julien (Gérard Philipe), Mathilde (Antonella Lualdi) e Louise (Danielle Darrieux), o estudo de suas personalidades, é o que há de mais importante no espetáculo. E, de fato, os três possuem temperamentos adversos. Julien Sorel é o arrivista perfeito. O amor para ele é apenas um meio de atingir certa confiança em si mesmo, necessária à consecução de seus fins, e a sua própria satisfação. Já o amor de Mathilde de la Môle é, todo ele, cerebral. Para ela, Julien representa um ser superior, sendo, portanto, o único que poderia dominá-la. Louise de Rênal, por sua vez, é uma mulher frágil. Passa a adorar o jovem preceptor, com a mesma ingenuidade com que cederá, mais tarde, a outros conselhos. Por outro lado, os cenários imaginados por Max Douy, a cor, o vestuário e a música do filme recriam, com perfeição, a atmosfera da época. Os diálogos (às vêzes substituidos por monólogos interiores) acentuam o caráter subjetivo da narrativa. Pode-se dizer que Gérard Philipe e Danielle Darrieux são protagonistas insubstituíveis.
Em Os Amantes de Montparnasse, Amedeo Modigliani (Gérard Philipe) tem um relacionamento com a escritora inglesa Beatrice Hastings (Lili Palmer) e depois conhece Jeanne Hébuterne (Anouk Aimée), uma estudante que abandona sua família burguêsa para ir morar com ele. Léopold Sborowsky (Gérard Sety), amigo de Modigliani, tenta em vão vender os quadros do pintor. Após um período de felicidade ao lado de Jeanne, Modigliani, alcoólatra, tuberculoso e miserável, morre em um hospital. O mercador de quadros Morel (Lino Ventura) procura Jeanne imediatamente e compra todas as telas do pintor.
A cinebiografia de Modigliani ia ser filmada por Max Ophüls, porém a morte de Ophüls pôs fim ao projeto. Escolhido para substituí-lo, Jacques Becker não poderia trabalhar com um roteiro que não fôsse próprio, pois seu estilo cinematográfico não tinha nenhuma afinidade com o de Ophüls. Becker despojou sua encenação ao extremo, preocupando-se mais com o ângulo humano e suprimindo todo o pitoresco tradicional do gênero – o cineasta recusou-se inclusive a usar a cor, o que parece a priori um contrassenso em um filme sobre pintura, o que levou André Bazin a dizer que este é o filme mais bressoniano do diretor.
Em As Mulheres dos Outros, na segunda metade do século XIX, um jovem arrivista, Octave Mouret (Gérard Philipe), vindo de sua Provença natal, hospeda-se no terceiro e último andar de um imóvel burguês de Paris. Sedutor e cínico, ele conquista as mulheres (solteiras e casadas) que passam diante de sua porta, não só por prazer, mas porque elas são úteis para quem tomou a inabalável decisão de vencer na vida no mundo dos negócios. Octave torna-se logo uma presa ideal para Mme. Josserand (Jane Marken), ansiosa para casar suas filhas, entre as quais Berthe (Dany Carrel), que se apaixona pelo belo rapaz. Diante da indiferença de Octave, Berthe, decepcionada, casa-se com um homem pouco atraente, Auguste Vabre (Jacques Duby). Empregado na loja deste último, Octave fará sua fortuna tornando-se ao mesmo tempo amante de Berthe. Entrementes, a ascenção social de Octave prossegue graças ao seu poder de sedução sobre as mulheres e a sua aptidão para os negócios. Ele conquista o coração de Caroline Hédouin (Danielle Darrieux), proprietária de uma loja luxuosa, casa-se com elae faz prosperar o seu comércio, com o qual irá inaugurar mais tarde a primeira grande loja de departamentos parisiense: “Au Bonheur des Dames”.
Nessa adaptação do romance de Emile Zola, Julien Duvivier afastou-se do naturalismo da obra original e encaminhou – com a ajuda dos diálogos cáusticos de Henri Jeanson – , esse quadro de costumes para o vaudeville sarcástico. Gérard Philipe, um novo Rastignac, passeia com desembaraço nesse universo decadente, seduz todas as mulheres sem qualquer esforço, e domina o filme totalmente. Jane Marken é, como sempre, impressionante. Danielle Darrieux também, cúpida e calculista sob suas maneiras de grande dama irreprensível.
Em Se Versalhes Falasse e Si Paris m’était Conté, aulas de História (e Pequena História) da França à maneira de Sacha Guitry, ilustradas por um elenco notável de astros e estrelas, Gérard Philipe encarnava respectivamente D’Artagnan e um cantor de rua. Em outro filme constituido por episódios, O Parque dos Amores, Gérard Philipe contracenava com Micheline Presle em um momento de ruptura de um casal no parque famoso de Roma. Em Correntes de Violência, Gérard é o engenheiro Perrin, inteiramente dedicado à construção de uma barragem nos Alpes, mesmo quando abatido por uma doença cardíaca.
Em A Mentira do Amor, Gérard Philipe é Désiré, o criado de quarto de uma cantora interpretada por Lili Palmer em um dos esquetes do filme, que foi baseado em uma peça de Sacha Guitry. Em Le Joueur é Alexei Ivanovitch, o célebre personagem de Dostoievski. Em Ligações Amorosas, versão modernizada do romance de Choderlos de Laclos, Gérard é o libertino Valmont ao lado de Jeanne Moreau no papel de Juliette. Em Os Ambiciosos, Gérard é Ramon Vasquez, secretário do ditador de uma cidade mexicana que, após este ser assassinado, envolve-se com sua viúva (Maria Felix) e com uma revolta para derrubar o novo governador cruel e despótico (Jean Servais).
Durante muito tempo Gérard Philipe pensou em encarnar na tela Thil Uylenspiegel, o herói criado pelo romancista belga Charles de Coster. Uma adaptação feita por René Wheeler deveria ter sido realizada por Christian-Jaque com Gérard no papel principal mas, por falta de capital, o projeto não foi adiante. Entretanto, Gérard não desanimou, e após negociações com a firma DEFA da Alemanha Oriental, ficou decidido que Gérard, além de intérprete, seria co-produtor e diretor do filme com a assistência do documentarista holandês Joris Ivens.
O personagem de As Aventuras de Till / Les Aventures de Till L’espiegle / 1955 é um jovem ágil, audaz e astuto que, na Flandres do século XVI, jurou vingar a morte de seu pai, Cloes (Fernand Lewdoux), queimado vivo pelos espanhóis ocupantes de seu país. Ele abandona sua noiva, Nele (Nicole Berger) e, acompann bhado de seu amigo Lamme (Jean Carmet), percorre as aldeias incitando os habitantes à rebelião e salvando os que se encontram em perigo. Till se introduz como bufão no palácio do Duque de Alba (Jean Vilar) e consegue salvar o Príncipe de Orange (W. Koch-Hooge) e seus partidários da morte certa. Os estrangeiros são perseguidos e expulsos enquanto o Principe reune os representantes das províncias e proclama a independência dos Países Baixos. Till regressa ao seu povoado, onde o aguarda sua prometida.
Fracasso artístico e crítico, esse filme foi visto como um erro na carreira do ator. Ele tentou reencontrar a receita mágica que fez o sucesso de Fanfan-la-Tulipe, porém não soube lhe imprimir o ritmo esfuziante daquela realização. Nem o próprio Gérard conseguiu repetir sua atuação: Till não foi um pândego e espadachim tão emocionante como Fanfan. Os pontos positivos do espetáculo foram os cenários, os figurinos e as paisagens magníficas mas, com seu roteiro mal costurado e sua mise-en-scène pesadamente teatral, todos os esforços do ator-diretor malograram.
Em 25 de novembro de 1959, no apogeu de sua popularidade, assim que acabou a filmagem de Os Ambiciosos no México, Gérard foi vitimado por um câncer no fígado fulminante, poucos dias antes do seu 37º aniversário, deixando seus fãs inconsolados. Conforme suas declarações de última vontade, ele foi enterrado, vestido com a roupa de Don Rodrigue (o Cid), no pequeno cemitério de Ramatuelle.
Maia uma vez agradeço estas postagens. Para mim é de grande interesse. Obrigado.
Eu que agradeço a sua visita.Conto com o estímulo de leitores como você, para continuar divulgando o cinema clássico.Um forte abraço.