Arquivo diários:janeiro 17, 2025

RELEMBRANDO A ÉPOCA DE OURO DO TEATRO BRASILEIRO

Como ainda não havia nascido, não pude conhecer o Teatro no tempo em que as companhias se formavam centradas em atores estelares, tais como, principalmente, Raoul Roulien, Leopoldo Fróes, Procópio Ferreira, Jaime Costa e o casal Dulcina-Odilon. Era o chamado Teatro do Ator, chamado de “velho teatro” pelo crítico e historiador teatral Décio de Almeida Prado. A orientação geral do espetáculo, visto que não existia a figura do encenador, era dada pelo ensaiador, que era quem traçava a mecânica cênica, quem fazia a marcação para os atores. Roulien só o ví no cinema pelo dvd em Voando para o Rio / Flying Down to Rio / 1933 comédia romântico-musical estrelada por Ginger Rogers e Fred Astaire. Fróes, só conhecí de nome através de meu pai, que me falava sempre dos seus sucessos como Flores de Sombra de Cláudio de Souza e o Simpático Jeremias de Gastão Tojeiro. Apenas lí a biografia de R. Magalhães Junior, “As Mil e Uma Vidas de Leopoldo Fróes” e notícias sobre o filme Minha Noite de Núpcias / 1931, versão portuguesa de Her Wedding Night / 1930, com Clara Bow e Ralph Forbes, que ele fez ao lado da graciosa atriz portuguesa Beatriz Costa.

Leopoldo Froes

Nunca ví Procópio no palco de um teatro, por exemplo, no seu grande sucesso Deus lhe Pague de Joracy Camargo. Comecei a admirá-lo, graças ao dvd, em filmes como O Comprador de Fazendas / 1951, no qual formou uma dupla impagável com Henriette Morineau, Quem Matou Anabela / 1956 como o Comissário Ramos que investiga o caso do assassinato de uma bela bailarina, e em outras aparições suas na tela.

Henriette Morineau e Procópio Ferreira no filme O Comprador de Fazendas

Jaime Costa em Minha Querida Lady

Já com relação a Jaime Costa, nunca me conformei, pelo fato de ser menor de idade, de ter perdido sua festejada atuação em A Morte do Caixeiro Viajante de Arthur Miller; mas alguns anos depois eu o aplaudí, ao vê-lo cantando no tablado do Teatro Carlos Gomes como Alfred Doolittle, pai de Eliza (Bibi Ferreira) no musical Minha Querida Lady. Pelo dvd eu o ví como o vigarista e mulherengo Nhonhô em Pensão de D. Estela / 1956 e como o corrupto Prefeito Luis Bentes na comédia da Vera Cruz Osso, Amor e Papagaios / 1957, baseado no conto “A Nova Califórnia” de Lima Barreto. Gostaria de ter visto A Ceia dos Cardeais de Julio Dantas, dirigida por Bibi Ferreira em 1955, na qual três cardeais, um francês (Sergio Cardoso), um português (Jaime Costa) e um espanhol (João Villaret) recordam os seus amores de juventude. Eu havia lido a peça e adoraria ouvir Jaime Costa dizendo: “Em como é diferente o amor em Portugal!”

Dulcina em Chuva

Dulcina e Odilon tampouco os assistí num teatro. Que tristeza, não ter podido ver Chuva, adaptação da famosa peça “Rain”, de John Colton e Clemence Randolph, baseada num conto de Somerset Maugham, no qual Dulcina interpretava Sadie Thompson, papel que ficaria para sempre ligado ao seu nome. Apresentada no Teatro Municipal, teve um sucesso estrondoso. Conhecí a peça pelo cinema, nas três versões (Sedução do Pecado / 1928 com Gloria Swanson, O Pecado da Carne / 1932 com Joan Crawford, A Mulher de Satã / 1953 com Rita Hayworth) e o casal de atores brasileiros na comédia romântica da Cinédia, 24 Horas de Sonho / 1941, graças à bendita preservação ordenada por Alice Gonzaga

Não posso me esquecer de Eva Todor e de Bibi Ferreira. Em torno de Eva girava sua companhia, Eva e Seus Artistas, fundada por seu primeiro marido Luiz Iglezias em 1940 e que teve entre seus sucessos a peça Os Gregos eram Assim, de Iglezias, encenada em 1949 no Teatro Serrador. Muito mais tarde Eva ganharia o Prêmio Molière por seu papel em De Olho na Amélia (Occupe-toi d’ Amélie) de Georges Feydeau, que eu vi somente no cinema com Danielle Darrieux sob o título em português de Meu Amigo, Amélia e Eu. Mas Eva no teatro também nunca pude ver.

Bibi Ferreira em A Herdeira

Bibi, por sua vez, comandava a Companhia Bibi Ferreira, estreada em 1944 no Teatro Phoenix com a peça Sétimo Céu (Seventh Heaven) de Austin Strong, que eu só fui conhecer pelo cinema nas versões de 1927 e 1937 estreladas respectivamente por Janet Gaynor e Charles Farrell e Simone Simon e James Stewart. Bibi alcançou um grande sucesso com A Herdeira (The Heiress), peça de Ruth e Augustus Goetz, baseada no romance Washington Square de Henry James, que lhe deu o Prêmio de Melhor Atriz de 1952 pela Associação de Críticos de Teatro. Conhecí a peça pelo cinema, no filme de William Wyler, Tarde Demais / 1949 com Olivia de Havilland em magnífica atuação. Mas como gostaria de ter visto Bibi no mesmo papel!

Vestido de Noiva

Estes espetáculos confiados ao brilho dos astros estavam, como já disse, nas mãos de ensaiadores, e eles não dispunham de tempo para fazer longos ensaios. Foi o grupo amador carioca Os Comediantes o responsável pela modificação desse panorama, ao acolher o diretor polonês Ziembinski, foragido da Segunda Grande Guerra. Sua contribuição decisiva deu-se com a estréia do Vestido de Noiva de Nelson Rodrigues, em 1943. Como observou Sábato Magaldi (Depois do Espetáculo, ed. Perspectiva, 2003), “ele enfeixou nas mãos o conjunto do espetáculo, cuidando harmoniosamente de todos os desempenhos, da renovadora cenografia de Santa Rosa e da centena e meia de efeitos de luz. Malgrado a grande qualidade do texto, que se tornaria marco da nossa literatura dramática, a tônica passou a ser a da encenação”. Não pude estar presente na estréia da peça no Teatro Municipal, pois ainda era um menino. Que pena não ter visto também outras encenações de Os Comediantes como, por exemplo, Jardel Filho em Desejo de Eugene O´Neill, que Ziembinski dirigiu em 1946 e Graça Mello em Massacre de Emmanuel Roblés, que o próprio Graça dirigiu em 1951. E também a versão de Vestido de Noiva de 1947 com Maria Della Costa (Alaide), Cacilda Becker (Lúcia) e Olga Navarro, outra grande atriz do nosso teatro, no papel de Madame Clessi.

Paulo Porto e Sonia Oiticica em Romeu e Julieta

Sergio Cardoso em Hamlet

Esta renovação teatral fora iniciada a partir de 1938 com a apresentação de Romeu e Julieta, sob direção de Itália Fausta, à frente do Teatro do Estudante do Brasil, criado por Paschoal Carlos Magno, com Paulo Porto como Romeu e Sonia Oiticica como Julieta. Em 1952, Paschoal inaugurou em sua própria casa em Santa Teresa o Teatro Duse, que revelou grandes atores, diretores, cenógrafos, etc. Um deles foi Sergio Cardoso no seu memorável Hamlet. Todos estes espetáculos eu lamentavelmente por causa de minha menoridade, estava impossibilitado de ver.

Ítalo Rossi em pé em A Casa de Chá do Luar de Agosto

Em 1948, o industrial italiano Franco Zampari fundou em São Paulo o Teatro Brasileiro de Comédia, que consolidou a fase de hegemonia do encenador, reunindo encenadores italianos como Adolfo Celi, Ruggero Jacobi, Luciano Salce, Flaminio Bollini Cerri, Gianni Ratto e Alberto D’Aversa, o polonês Ziembinski e o belga Maurice Vaneau. O TBC organizou definitivamente a estrutura profissional do teatro brasileiro, colocou os espectadores em contato com um nível superior de dramaturgia e formou grande número de intérpretes, que depois saíram de suas fileiras para organizarem companhias nos mesmos moldes. Por lá passaram Cacilda Becker, Sérgio Cardoso, Paulo Autran, Madalena Nicol, Nydia Lícia, Tônia Carrero, Walmor Chagas, Cleyde Yáconis, Margarida Rey, Sérgio Britto, Teresa Rachel, Nathalia Timberg, Jardel Filho, Ítalo Rossi, Fernanda Montenegro, Paulo Autran, Leonardo Vilar, Juca de Oliveira, Fredi Kleemann, Maria Della Costa, Célia Biar, Luis Linhares, Benedito Corsi, Fernando Torres, Mauro Mendonça, Rubens de Falco, Raul Cortez, Francisco Cuoco, Sady Cabral, Waldemar Wey, Mauricio Barroso, Marina Freire, Ruy Afonso, Carlos Vergueiro, Stênio Garcia, Kléber Macedo e muitos outros atores notáveis. Ví apenas duas peças do TBC: A Casa de Chá do Luar de Agosto, de John Patrick dirigida por Maurice Vaneau e Maria Stuart de Friedrich Schiller, traduzida por Manuel Bandeira e dirigida por Ziembinsky. Da primeira peça lembro-me muito da atuação de Ítalo Rossi como o japonês Sakini, um protagonista maravilhoso que depois seria vivido no cinema por Marlon Brando. Da segunda peça guardo na memória o encontro entre Elizabeth da Inglaterra (Cleyde Yaconis) e Mary Stuart (Cacilda Becker) em um parque, quando Maria se humilha, para regozijo de Elizabeth, mas depois recupera a altivez e insulta a prima, chamando-a de bastarda.

Cacilda Becker em Pega-Fogo

Mas como eu gostaria de ter visto Cacilda como Pega-Fogo, o menino de cabelos vermelhos, que na peça de Jules Renard tinha o apelido de Poil de Carotte!  Conheço esta obra pelo filme de Julien Duvivier de 1932, que no Brasil intitulou-se Pinga-Fogo e tinha Robert Lynen como o menino e Harry Baur no papel do pai que, na encenação brasileira, coube a Ziembinski. Ví Cacilda em Luz dos Meus Olhos / 1947 e em Floradas na Serra / 1954, filmes cujas cópias em dvd conservo com carinho. Lastimávelmente deixei de vê-la no palco como a Enteada, Sergio Cardoso como o Pai e Paulo Autran como o diretor em Seis Personagens à Procura de um Autor de Pirandello sob direção de Adolfo Celi.

Paul Autran, Cacilda Becker e Sergio Cardoso em Seis Personagens à Procura de um Autor

Como assinalou Magaldi, a estética do Teatro Brasileiro de Comédia prevaleceu nos diversos grupos que se desdobraram dele: a Cia. Nydia Licia-Sergio Cardoso, a Cia. Tonia-Celi- Autran, o Teatro Cacilda Becker, o Teatro dos Sete, e o Teatro Maria Della Costa que depois se denominou Teatro Popular de Arte (TPA), onde ocorreu a primeira montagem profissional de um texto de Berthold Brecht no Brasil com A Alma Boa de Se-Tsuan.

Mas lembro que, com idêntica proposta surgira anteriormente a Companhia dos Artistas Unidos, fundada por Carlos Brant em parceria com Henriette Morineau e que trouxe grandes espetáculos como por exemplo, O Pecado Original (Les Parents Terribles) de Jean Cocteau, apresentado no Teatro Fenix em 1946 e que pude ver muito mais tarde pelo dvd do filme com Jean Marais e Yvonne De Bray.

Oscar Felipe e Henriette Morineau em Pecado Original

Em 1953 Paulo Goulart e Nicette Bruno fundaram a Companhia Teatro Íntimo Nicette Bruno, mas só vi Nicette no palco na peça Pedro Mico de Antonio Callado ao lado de Milton Moraes no Teatro Nacional de Comédia em 1957. Em 1958 foi inaugurado o Teatro Mesbla com a peça Calúnia de Lilian Hellman com Tonia Carrero, Margarida Rey e Helena Xavier, que só conheci pelo cinema nas versões These Three / 1936 e The Children´s Hour / 1961, dirigidas por William Wyler, recebendo ambas o mesmo título em português de Infâmia.

Abdias do Nascimento e Cacilda Becker em Otelo

Abdias do Nascimento e Ruth de Souza em Otelo

Assistí inúmeras peças do Teatro de Arena, fundado em 1953 em São Paulo, tendo à frente José Renato, o ator/diretor Geraldo Mateus, atrizes como Eva Wilma e Monah Delacy, dramaturgos como Gianfrancesco Guarnieri e Oduvaldo Viana Filho, novos talentos como Flávio Migliaccio e Milton Gonçalves; porém nunca pude ver uma encenação do Teatro Oficina de São Paulo sob a responsabilidade de José Celso Martinez Corrêa nem qualquer manifestação do Teatro do Oprimido de Augusto Boal ou do Grupo Opinião. Também não vi nada do Teatro Experimental do Negro (TEN), fundado por Abdias do Nascimento em 1944, cuja estréia se deu com a montagem de O Imperador Jones de Eugene O’Neill. Gostaria de ter visto Othelo com Cacilda Becker como Desdêmona e Abdias como o Mouro de Veneza na encenação de uma cena da peça em 1946 na comemoração do 2º aniversário do TEN  e também Ruth de Souza com ele, fazendo outra cena no Festival Shakespeare, organizado por Pachoal Carlos Magno em 1949.

Pluft, o Fantasminha

Não posso deixar de citar o excelente trabalho de Maria Clara Machado (minha vizinha em Ipanema) fundadora e diretora artística do Tablado, autora de peças infantís deliciosas como Pluft, o Fantasminha, responsável também pela produção de espetáculos, publicação dos Cadernos de Teatro e formação de várias gerações de atores. Outra escola de teatro importante foi a Escola de Arte Dramática de São Paulo (EAD), criada por Alfredo Mesquita em 1948.

Procópio Ferreira em Esta Noite Choveu Prata

Recordo-me de que nos anos quarenta Silveira Sampaio inaugurou em Ipanema o Teatrinho de Bolso e, nos anos sessenta, Aurimar Rocha abriu outro no Leblon, os quais eu frequentei; de que não fiz questão de ver o monólogo de Pedro Bloch, As Mãos de Eurídice, grande sucesso de Rodolfo Mayer, mas sentí muito não ter visto o monólogo Esta Noite Choveu Prata, na qual três personagens (um português, um italiano, um velho ator), eram interpretados pelo mesmo ator: Procópio Ferreira; de que pude assistir  Édipo Rei de Sófocles com Paulo Autran e Cleyde Yáconis sob direção de Flavio Rangel

Lembro-me das peças que vi do Teatro Nacional de Comédia, companhia criada pelo Serviço Nacional de Teatro como As Guerras do Alecrim e da Manjerona de Antonio José da Silva, o judeu sob direção de Gianni Ratto e com cenários de Millôr Fernandes; o já citado Pedro Mico sob direção de Paulo Francis e com cenários de Oscar Niemeyer; as Três Irmãs de Anton Tchecov sob direção de Ziembinski e as atrizes Glauce Rocha, Vanda Lacerda e Elisabeth Galotti.

Sergio Britto, Claudio Corrêa e Castro, , Fernanda Montenegro e Ítalo Rossi em Beijo no Asfalto

Guardo ainda um livro com o texto de Beijo no Asfalto de Nelson Rodrigues (apresentado pelo Teatro dos Sete no Teatro Ginástico em 1961), valorizado pelos autógrafos de Fernanda Montenegro, Sergio Brito e Nelson Rodrigues e me recordo sempre da primeira produção do grupo no Municipal em 1959, O Mambembe, a burleta de Arthur Azevedo e José Piza, com direção e cenários de Gianni Ratto e figurinos de Napoleão Muniz Freire, que assistí da última fila da galeria. Fiquei emocionado com o arrrebatamento do público, que aplaudia cada final de cena, cada final de ato e, depois dos numerosos agradecimentos, não ia embora do teatro.

 

Fernanda Montenegro e Sergio Britto em O Mambembe

Othon Bastos em O Jardim das Cerejeiras

Outra peça inesquecível para mim foi O Jardim das Cerejeiras  de Anton Tchecov, encenada no Teatro dos 4 de Sergio Britto, Paulo Mamede e Mimina Roveda. Assistí esta peça (dirigida por Mamede) na primeira fila deste teatro e fiquei frente a frente com Othon Bastos quando ele, interpretando o comerciante Lopakhin, exulta-se com aquela sua voz potente, com a aquisição da propriedade onde seu pai havia sido servo. Recordo-me perfeitamente daquele final com Firs (José Lewgoy), o velho criado esquecido pelos antigos patrões, dizendo: “Foram-se embora … Esqueceram-me aqui. Não faz mal… A Vida passou … como seu eu nem tivesse vivido”. Entretanto nunca me perdoei por ter perdido O Rei Lear de William Shakespeare, sob direção de Celso Nunes e com um elenco soberbo do qual faziam parte Sergio Britto, Yara Amaral, Ariclé Perez, Fernanda Torres, Paulo Goulart, Ary Fontoura, José Mayer e Ney Latorraca. Obtive apenas um exemplar do programa que Sergio Britto, meu vizinho no Leblon com quem trocava dvs de filmes raros, valorizou com uma linda dedicatória.

Fernanda Torres e Sergio Britto em Rei Lear

Outro espetáculo teatral que muito me impressionou foi Marat/Sade (A Perseguição e Assassinato de Jean-Paul Marat encenado pelos internos do Hospício de Charenton sob direção do Senhor de Sade), peça que vi durante minha lua-de-mel no Teatro Bela Vista, São Paulo, maravilhosamente dirigida em 1967 por Ademar Guerra e com um elenco encabeçado por Armando Bogus (Marat) e Rubens Corrêa (Sade). Quando os espectadores estavam ainda entrando na sala e procurando seus lugares, os loucos do hospício já estavam em cena, provocando um grande impacto visual, principalmente quando pulavam furiosos atrás das grades.  E o desempenho de Rubens Corrêa mantendo o tempo todo aquele chiado de asmático era algo formidável em termos de composição do personagem.

Programa de Marat-Sade

Infelizmente não presenciei os trabalhos do Teatro Ipanema (Rubens Corrêa e Ivan de Albuquerque); do Centro de Pesquisa Teatral (CPT) de Antunes Filho; do Teatro Ruth Escobar; do Teatro Thereza Raquel, e de outros grupos ou nomes consagrados nos nossos palcos. Lamentei não ter assistido Maria Fernanda como Blanche Dubois em Um Bonde Chamado Desejo de Tennessee Williams, dirigida por Flávio Rangel. Teria sido muito interessante comparar seu desempenho com o de Vivian Leigh no cinema.

Othon Bastos e Maria Fernanda em Um Bonde Chamado Desejo

Encerro aqui meu saudosismo. Os leitores mais familiarizados com o estudo do Teatro vão certamente notar que alguns grupos, atores e diretores ficaram de fora deste artigo, bem como o teatro de revista, mas é preciso explicar que ele não teve um propósito exaustivo, mas simplesmente nostálgico. Escreví somente sobre algumas peças da Época de Ouro do Teatro Brasileiro que eu vi e sobre as que eu não vi, confiando na minha memória e confirmando as datas de apresentação das peças em várias fontes.