Nascido em 1893 na cidade de Breslau, Silesia (hoje Wroclaw, Polônia) e falecido em 1977 na cidade de Nova York, USA, ele emprestou seu nome para uma técnica de efeitos especiais que utilizava miniaturas e espelhos para criar a ilusão de cenários em tamanho real. O “efeito Schüfftan”, usado com êxito em Metrópolis / Metropolis / 1927 de Fritz Lang precedeu e foi substituído pela moderna tela azul. Schüfftan depois tornou-se um diretor de fotografia muito procurado na Europa e Hollywood.
Filho de um operário de fábrica, ingressou numa escola de arte em Breslau e começou como pintor Impressionista em Berlim. Ele se voltou para o Expressionismo, trabalhando como arquiteto e como pintor de cenários, antes de seu envolvimento em filmes. Depois, entrou em contato com a indústria cinematográfica através de professor da escola de arte, o arquiteto e cenógrafo Hans Poelzig. Juntamente com o técnico Ernst Kunstmann, Schüfftan patenteou um equipamento de câmera para combinar objetos reais e atores com modelos. O “efeito Schüfftan” foi vendido internacionalmente – enquanto a Ufa o comprava na Alemanha, em Hollywood a Universal adotou o conceito. Shüfftan passou muito tempo supervisionando o uso de suas técnicas ao redor do mundo. Nesta capacidade, trabalhou com Abel Gance na sua obra-prima Napoleão / Napoleon / 1927.
No término dos anos vinte Schüfftan perdeu o interesse pela sua invenção e se tornou um diretor de fotografia. Ligado a círculos de filmes de arte, filmou o semi-documentário de Robert Siodmak Menschen Am Sonntag / 1929 em locação, parcialmente com uma câmera escondida. Ele contribuiu com imagens deslumbrantes para uma série de filmes no final dos anos vinte e início dos anos trinta, inclusive Abschied / 1930 de Siodmak, que visualmente antecipava o estilo dos filmes franceses do encerrar da década de trinta, e a fantasia do deserto de G.W.Pabst Atlântida / Die Herrin Von Atlantis / 1932.
Seu único filme de longa-metragem como diretor, Das Ekel / 1931 era uma sátira sobre o modo de vida da classe média. Em 1933, Schüfftan deixou a Alemanha, trabalhando principalmente na França, onde foi fundamental na criação do estilo do realismo poético de filmes como Cais das Sombras / Quai des Brumes / 1938 de Marcel Carné e Sem Amanhã / Sans Lendemain / 1939 de Max Ophuls.
Emigrando para os Estados Unidos em 1940, Schüfftan teve dificuldade de arrumar emprego como cinegrafista devido aos regulamentos rigorosos da American Society of Cinematographer. Diretores alemães no exílio, como Douglas Sirk (Detlef Sierck) e Robert Siodmak muitas vezes o empregaram sob outra descrição de trabalho, tal como “camera supervisor”. Por exemplo em: O Capanga de Hitler / Hitler´s Madman / 1943; Uma Voz na Tormenta / Voice in the Wind / 1944; O Que Matou por Amor / Summer Storm / 1944; O Tempo é uma uma Ilusão / It Happened Tomorrow / 1944, etc.
Após a Segunda Guerra Mundial, Schüfftan tornou-se cidadão americano, mas preferiu trabalhar na Europa, particularmente na França, onde dirigiu uma série de documentários curtos; porém trabalhou também na Itália, Suiça e Alemanha Ocidental. Entre seus derradeiros filmes, de particular importância foram suas imagens atmosféricas para o filme de horror de Georges Franju Os Olhos Sem Rosto / Les Yeux Sans Visage / 1960. Em1961 ele ganhou um Oscar por sua fotografia preto e branco em Cinemascope para o filme de Robert Rossen Desafio à Corrupção / The Hustler. Ele se aposentou no final dos anos sessenta.