RENATE MÜLLER

maio 24, 2024

Ela foi uma das atrizes mais populares do início dos anos trinta, encantando o público com seu charme e vivacidade principalmente em uma sequência de comédias sofisticadas e musicais. Sua morte prematura interrompeu abruptamente uma carreira breve, mas deslumbrante.

Renate Müller

Renate Müller (1906-1937) nasceu em Munique, Baviera, Alemanha, filha de um editor de jornal e de uma pintora. Em 1924, mudou-se com a família para Berlim. Após ter lições de canto, frequentou aulas de arte dramática na Escola de Max Reinhardt, onde o diretor G. W. Pabst foi seu professor. Ela então se apresentou no Harzer Bergtheater em Thale e em Berlim.

Encorajada pelo diretor-ator Reinhold Schünzel, Renata iniciou uma carreira no cinema no final dos anos vinte em Peter, der Matrose / 1929. Schünzel usou-a novamente (após ela ter feito dois filmes com outros diretores) como a noiva do boxeador Max Schmeling em Amor e Box / Liebe Im Ring / 1930, rodado como um filme mudo e depois sincronizado com som. No mesmo ano e no próximo Renate atuou, sob as ordens de outros diretores e dividindo o estrelato com atores importantes: Der Sohn der weissen Berge com o também diretor Luis Trenker; O Favorito dos Deuses / Liebling der Götter com o grande Emil Jannings; Sanssouci / Das Flötenkonzert von Sanssouci com Otto Gebühr; Liebeslied com Gustav Frölich.

Emil Jannings e Renate em O Favorito dos Deuses

Como os primeiros filmes falados geralmente usavam interlúdios musicais, o treino de Renate como cantora logo mostrou ser produtivo. Sua canção “Ich bin ja heut’so glücklich’ (Estou tão feliz hoje) do filme Die Privatsekretärin / 1931 (Dir: Wilhelm Thiele) tornou-se um sucesso. Ela repetiu este papel na versão inglesa, Sunshine Susie.

Nos próximos anos, Renate continuou intimamente associada com Schünzel, atuando sob sua orientação em: Der kleine Seitensprung / 1931; Como Direi a Meu Marido? / Wie sag’ ich’s meinem Mann? / 1932; Quando O Amor Faz a Moda / Wenn die liebe Mode Macht / 1932; Saison in Kairo / 1933, exibida no Brasil a versão francesa Idylle au Cairo com Jorge Rigaud no lugar de Willi Fritsch e o título em português A Sombra da Esfinge; Viktor und Viktoria / 1933; Um Casamento Inglês Die englische Heirat / 1934.

Viktor und Viktoria, um de seus maiores sucessos, no qual ela interpretou o papel daquela cantora que se faz passar por travesti para obter emprego, seria depois refilmado na Inglaterra em 1935 como Mulher Antes de Tudo / Just a Girl com Jessie Mathews e Sonnie Hale e, em 1982, em Hollywood com Julie Andrews e Robert Preston. Curiosamente a versão alemã com Renate e Hermann Thimig só foi exibida no Sul do Brasil. No resto do país, passou a versão francesa George et Georgette, com Meg Lemmonier substituindo Renate e Julien Carette no lugar de Thimig. Em 1933, Renate trabalhou em outro filme com Willi Fritsch, A Guerra das Valsas / Walzerkrieg.

Hermann Thimig e Renate no filme

Outros trabalhos marcantes ocorreram em Liselotte von der Pfal. Frauen um dem Sonnenkönig / 1935, drama histórico contando a história de Elisabeth Charlotte da Baviera e seu casamento com Philippe d’ Orleans, irmão de Louis XIV e Allotria / Allotria / 1936, comédia sofisticada, cheia de alegria e movimento, conduzida magistralmente por Willi Forst, o respeitável diretor de Mascarada / Maskerade / 1934 e Mazurka / Mazurka / 1935.

Adolph Wolbrück e Renate em Allotria

Oficialmente descrita como suicídio, as verdadeiras circunstâncias da morte de Renate aos 31 anos de idade permanecem desconhecidas. Na época de seu falecimento surgiram vários rumores, entre eles o de que ela decidiu tirar sua própria vida, quando seu relacionamento com líderes nazistas se deteriorou depois que a atriz não se mostrou disposta a aparecer em filmes de propaganda e também se recusou a terminar seu relacionamento amoroso com um diplomata judeu. Perseguida pela Gestapo, Renate teria preferido se matar em 7 de outubro de 1937, em vez de tolerar o assédio sádico de Goebbels (cf. Film in the Third Reich de David Stewart Hull, ed. Simon and Schuster, 1973). Anos mais tarde, a cinebiografia Liebling der Götter / 1960, dirigida por Gottfried Reinhardt, com Ruth Lewerik no papel de Renate e Peter van Eyck como seu amante, sustentou a hipótese de suicídio.

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