Ele foi um dos atores mais populares dos anos vinte e início dos anos trinta e o primeiro grande astro latino-americano de Hollywood. Regiamente pago pela Metro, adorado pelas fãs de todo o mundo, sua popularidade no Brasil entre o público feminino era imensa, tendo sido aclamado pela imprensa como “o príncipe do romance”.
Em Beyond Paradise – The Life of Ramon Novarro (Ed. St. Martin´s Press, 2002) André Soares nos ofereceu o registro definitivo sobre a trajetória artística e a vida íntima de seu famoso biografado até a sua morte trágica. De modo que, neste artigo, vou apenas reproduzir a filmografia de Ramon elaborada por Soares acrescentando os títulos em português, apontar aqueles que considero seus melhores filmes e fornecer mais alguma informação sobre o artista ou os filmes dos quais participou.
José Ramón Gil Samaniego (1899-1968) nasceu em Durango, México. Ele apareceu na tela pela primeira vez como um bandido mexicano no filme Nas Garras do Jaguar ou Nas Garras to Tigre / The Jaguar´s Claws / 1917, seguindo-se mais oito presenças breves em outras produções: 1917 – A Mulher Que Deus Esqueceu / The Woman God Forgot; A Intrépida Americana / The Little American; Em Refem / Hostage. 1918 – Mania de Cinema / The Goat. 1921 – Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse / The Four Horsemen of the Apocalypse; O Azar de Casimiro / A Small Town Idol; Homem-Mulher-Matrimônio; O Concerto / The Concert. Em Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse, o mais famoso dos filmes citados, Ramon é um dos oficiais na cena em que uma mulher canta a Marselhesa enrolada na bandeira bleu-blanc-rouge.
Em 1922, ele finalmente conseguiu um papel de verdade no filme da Goldwyn Paixões Humanas / Mr. Barnes of New York (Dir: Victor Schertzinger), recebendo crédito (com o sobrenome Samaniego) pela primeira vez como o jovem córsego Antonio Paoli, que morria logo no início da trama. No mesmo ano, em O Prisioneiro do Castelo de Zenda / The Prisoner of Zenda, produzido pela Metro, Ramon obteve papel mais importante, qual seja o do vilão Rupert of Hentzau (que seria mais tarde vivido por Douglas Fairbanks Jr. e James Mason respectivamente nas versões de 1937 e 1952) e desta vez foi creditado como Ramon Novarro. Deu-se aí o encontro entre Novarro e o diretor Rex Ingram, o descobridor e verdadeiro mestre do ator. Sob orientação de Ingram na Metro Ramon fez em seguida: Frívolo Amor / Trifling Women / 1922, Apsará / Where the Pavement Ends / 1923 e Scaramouche / Scaramouche / 1923, no qual Ramon brilhou intensamente como André-Louis Moreau, papel mais tarde interpretado por Stewart Granger na refilmagem de 1952. Curiosamente, quem fez o papel de Napoleão neste filme foi Slavko Vorkapic, o grande especialista das sequências de montagem.
Scaramouche é um dos melhores filmes de Novarro. O romance de Rafael Sabatini já continha os ingredientes básicos para um grande sucesso popular e Rex Ingram – com o auxílio do fotógrafo John F. Seitz e do montador Grant Wytock – soube transportá-lo para a tela de maneira magnífica. O filme reflete realisticamente um período histórico particularmente dramático, possui grande beleza visual nos figurinos, nos cenários e na composição das cenas e é interpretado por um elenco brilhante, no qual sobressaem Lewis Stone e Ramon Novarro. Stone está maravilhoso no papel do aristocrata cínico e impiedoso e Novarro perfeito no jovem indignado com a injustiça, que se torna um orador eloquente e exímio espadachim. A reconstituição de época é muito bem feita, destacando-se as imagens da aldeia e do castelo de Gravillac; a praça de Rennes onde André discursa para o povo em frente de uma estátua equestre e se dá a repressão da cavalaria; o luxuoso teatro no qual se representa a peça Figaro-Scaramouche e André do tablado avista no camarote o marquês, Aline e a condessa; o ambiente superlotado da Assembléia Nacional; os salões da nobreza ricamente decorados; o duelo entre André e o marquês sob o arco fotogênico; e finalmente o movimento do povo enfurecido que o marquês, debilitado, enfrenta sem temor.
Prosseguindo seu percurso hollywoodiano, Ramon foi visto em: 1924 – Teu Nome é Mulher! / Thy Name is a Woman (Dir: Fred Niblo); O Arabe / The Arab (Dir: Rex Ingram); Fogo, Cinzas … Nada! / The Red Lily (Dir: Fred Niblo). 1925 – Juramento de um Amante / A Lover´s Oath (Dir: Ferdinand Pinney Earle); O Guarda-Marinha / The Midshipman (Dir: Christy Cabanne), este último exibido em sessão especial em homenagem à Marinha Brasileira no Cinema Imperio do Rio de Janeiro, antecedido por um prólogo (emoldurado por um excelente cenário de Angelo Lazary) com Jaime Costa interpretando com sua voz de barítono uma romanza de Schubert, contracenando com a atriz Eugenia Brazão. No papel do cadete Dick Randall, Ramon interpretou pela primeira vez um personagem tipicamente americano e atuou como um verdadeiro astro, tendo seu nome sido colocado nos créditos acima do título do filme.
No mesmo ano, irrompeu nas telas a superprodução da MGM Ben-Hur / Ben-Hur (Dir: Fred Niblo), que o tornou ainda mais famoso. Os momentos mais excitantes do espetáculo foram a batalha naval e a corrida de bigas, ainda hoje impressionantes, trabalho primoroso do diretor de segunda unidade B. Reaves Eason com a ajuda de 62 assistentes, entre eles os então desconhecidos Henry Hathaway e William Wyler (o diretor da refilmagem de 1959). Outros diretores assistiram a filmagem no Circus Maximus: George Fitzmaurice, Henry King, Reginald Barker, Sidney Franklin, Rupert Julian e Clarence Brown. Quarenta e dois cameramen foram contratados para o evento. Suas câmeras foram escondidas em cada posição que poderia render um ângulo efetivo. Novarro foi dublado pelo stuntman Buster Gallagher. Lloyd Nosler foi o principal responsável pela montagem empolgante. Infelizmente, após a cena climática da excitante corrida de bigas, a narrativa se estende demasiadamente para acentuar o aspecto religioso do enredo e o seu ritmo, até então bem fluente, se afrouxa.
Ainda no cinema silencioso e na MGM, Novarro apresentou-se em: 1927 – Amantes / Lovers (Dir: John M. Stahl; O Príncipe Estudante / The Student Prince in Old Heidelberg (Dir: Ernst Lubitsch); Romance / The Road to Romance (Dir: John S. Robertson). 1928 – Procelas do Coração / Across to Singapore (DIr: William Nigh); Galante Conquistador / A Certain Young Man (Dir: Hobart Henley); Horas Proibidas / Forbidden Hours (Dir: Harry Beaumont). 1929 – Asas Gloriosas / The Flying Fleet (Dir: George W. Hill); O Pagão / The Pagan (Dir: W. S. Van Dyke). Neste filme, ainda mudo, ouvia-se a voz de Ramon cantando “The Pagan Love Song” (música de Nacio Herb Brown e letra de Arthur Freed) e alguns efeitos sonoros. O Príncipe Estudante e O Pagão são os outros dois melhores filmes de Ramon.
O Príncipe Estudante é uma delicada história de amor, finalmente frustrado, que transforma as duas pessoas que a viveram, sobretudo o rapaz sensível e retraído, que só teve em sua vida uma pequena oportunidade para sair dessa teia real, tecida pelas Instituições, pelo Estado e pela Tradição. Karl Heinrich (Ramon Novarro) é o príncipe herdeiro de um reino da Europa Central. A sua vida de criança é solitária e sujeita aos constrangimentos impostos pelo protocolo da corte. O seu único amigo é o velho preceptor, Dr. Juttner (Jean Hersholt). Quando atinge a idade própria, Karl parte com Juttner para a Universidade de Heidelberg, onde conhece finalmente a camaradagem estudantil, a alegria de viver e o amor, na pessoa de Kathi (Norma Shearer), a filha de um estalajadeiro. Mas quando o rei morre, Karl é chamado para subir ao trono e obrigado a se casar com uma princesa. Para realizar este precursor silencioso (e melancólico) dos seus musicais do período sonoro, Lubitsch contratou os serviços de Ali Hubert (seu colaborador na maioria de seus filmes alemães) para desenhar os figurinos, os de Andrew Marton (que depois se tornaria diretor de segunda unidade) para ser o montador do filme e também do fotógrafo John Mescall com quem já havia trabalhado em Paris é Assim / So This is Paris / 1926. Destaco duas cenas entre tantas admiráveis deste filme brilhantemente roteirizado por Hans Kraly. A primeira é a do encontro de Karl e Kathi num jardim coberto de flores sob as estrelas brilhantes. Quando eles se deitam sobre a relva, o vento começa a soprar, primeiro lentamente e depois com força, num crescendo que acompanha a manifestação de amor entre eles, para acalmar depois do beijo. A outra, ou melhor, as outras, são os planos que mostram o mesmo comentário dito por gerações diferentes: o menino vendo o retrato do príncipe ainda criança na vitrine de uma loja e afirmando que “deve ser ótimo ser príncipe”; depois as meninas contemplando o retrato do príncipe já adulto na mesma vitrine e exclamando que “deve ser ótimo ser príncipe” (com ênfase na palavra ótimo); e, no desfile final do casamento, velhos na janela murmurando que “deve ser ótimo ser rei”, todas estas frases contrapondo-se ironicamente ao que se passa no íntimo de Karl.
O Pagão é um drama romântico cujo personagem central, Henry Shoesmith Jr. (Ramon Novarro), filho de pai branco e mãe polinésia, herdou a maior plantação de côco do Taiti e uma loja cujas prateleiras estão quase vazias, porém prefere ficar relaxando ao sol do que administrar sua propriedade. Henry conhece uma linda jovem, Tito (Dorothy Janis), nativa mestiça como ele, cujo guardião, o comerciante Roger Slater (Donald Crisp), que se diz “cristão devoto”, está tentado criar como branca e cristã, mas também a cobiça. Slater vê Henry como um pagão indolente, mas ele é também um jovem de bom coração e permite que o comerciante colha gratuitamente os cocos de suas terras para extrair a copra. Slater adverte Henry a se manter afastado de Tito, a menos que ele faça algo de si mesmo. Depois que Slater e Tito deixam a ilha, Henry leva a observação de Slater a sério e pede dinheiro emprestado ao banco para alavancar sua loja. Ele é bem-sucedido, mas concede demasiado crédito aos ilhéus e não consegue pagar seus empréstimos. Slater se aproveita disso para se apoderar de suas terras. Ao saber que Slater quer obrigar Tito a se casar com ele, Henry leva-a para sua casa na montanha. Slater tenta raptar Tito, Henry a resgata enquanto o comerciante é morto por um tubarão. Madge (Renée Adoree), uma prostituta de bom coração que vive à margem da sociedade, ajuda Henry a enfrentar o vilão. “White men fight for their women – natives ‘take’ their women”, diz ela.
É uma história simples e cândida, narrada de maneira encantadora, que transcorre numa paisagem esplêndida nos Mares do Sul, captada magnificamente pelas lentes de Clyde de Vinna (vencedor do Oscar pela direção de fotografia de Deus Branco / White Shadows of the South Sea), filme com tema semelhante: os efeitos negativos causados pela intromissão do homem branco em um paraíso tropical. A meu ver foi o melhor papel de Novarro na tela, compondo com perfeição e naturalidade aquele rapaz formoso, ingênuo e despreocupado, cuja voz macia e doce como a sua própria personalidade canta permanentemente aquela canção de amor (The Pagan Love Song) para a namorada, melodia lânguida e maviosa que ajuda a manter o clima romântico do espetáculo. “Your song is nice. Your face is nice too”, diz Tito, exprimindo o mesmo sentimento que as fãs de Novarro sentiam na platéia.
Em 1931, o cineasta brasileiro Luiz de Barros realizou O Babão, longa-metragem sonoro satirizando a produção americana, colocando Genésio Arruda (um dos pioneiros na representação de personagens caipiras em peças e filmes) no papel de Ramon Novarro e nos das moças da ilha dos Mares do Sul, Rina Weiss e Irene Radner, destacando-se no elenco também Tuffy Coury e Arthur Friedenreich, famosos jogadores de futebol (cf. Dicionário Jurandyr Noronha de Cinema Brasileiro, ed. EMC, 2008).
Depois de O Pagão, a carreira de Novarro no cinema – apesar do êxito de bilheteria de Mata-Hari – foi geralmente decepcionante, desperdiçado em produções inferiores ao seu talento ou escalado para interpretar papéis que eram obviamente inapropriados para ele.
O Bem-Amado / Devil-May-Care / 1929 (Dir: Sidney Franklin) foi o primeiro filme falado de Novarro (pois em O Pagão, ouvia-se apenas música sincronizada e efeitos sonoros), seguindo-se na década de trinta: 1930 – Céu de Amores / In Gay Madrid (Dir: Robert Z. Leonard); Sevilha de Meus Amores / Call of the Flesh (Dir: Charles Brabin), com adaptações em língua espanhola e francesa dirigidas por Novarro). 1931 – Alvorada / Daybreak (Dir: Jacques Feyder); Filho do Oriente / Son of India (Dir: Jacques Feyder); Mata-Hari / Mata-Hari (Dir: George Fitzmaurice). 1932 – Juventude Triunfante/ Huddle (Dir: Sam Wood); Amor de Mandarim / The Son-Daughter (Dir: Clarence Brown). 1933 – Uma Noite no Cairo / The Barbarian (Dir: Sam Wood). 1934 – O Gato e o Violino / The Cat and the Fiddle (Dir: William K. Howard); Amor Selvagem / Laughing Boy (Dir: W. S. Van Dyke). 1935 – Uma Noite Encantadora / The Night is Young (Dir: Dudley Murphy), último filme de Novarro na MGM. 1937 – O Sheik Conquistador / The Sheik Steps Out (Republic, Dir: Irving Pichel). 1938 – Aventura Desesperada / A Desperate Adventure (Republic, Dir: John H. Auer).
Em 1934, Novarro fez uma tourné pela América do Sul acompanhado de sua irmã Carmen Samaniego, de seu primo Jorge Gavilán e do diretor e roteirista chileno Carlos Borcosque (então correspondente em Hollywood de revistas de cinema do Chile e Argentina). Na sua passagem pelo Brasil, ele se apresentou em um recital no Cine Palácio-Teatro (depois denominado Cine Palácio). Um jornal da época resumiu assim o espetáculo: “A orquestra impecavelmente regida pelo maestro Eduardo Armani e composta de 30 professores executou a ‘ouverture’ constante do programa e, a seguir, tivemos Ramon e o corpo de baile num arranjo de O Gato e o Violino que arrancou fortes aplausos. Carmencita executou dois bailados magistrais, mostrando toda a sua técnica na arte da dansa. Ramon Novarro cantou depois “Charming” do filme O Bem-Amado e também a “Serenata del Pastor” do mesmo filme, recebendo estrondosa salva de palmas. Mas, a casa quase veio abaixo, quando Ramon Novarro cantou, tendo de bisar “Se a Lua Contasse” em português, a que o artista de Hollywood deu uma expressão inteiramente nova para gaudio da platéia, que quase o obrigou a repetir pela terceira vez a linda canção. Distinguiu-se no bailado a “Escrava” a senhorita Maryla Gremo. Por último, Ramon, Carmencita e o corpo de baile se exibiram na canção mexicana “Cielito Lindo” e a pedido Ramon cantou finalmente “O Pagão”, merecendo fortes aplausos. A platéia chamou-o três ou quatro vezes à cena”.
Logo depois de seu regresso para Hollywood, Gilberto Souto, então representante de Cinearte na terra do cinema, entrevistou Novarro, e este lhe contou o gesto de Adhemar Leite Ribeiro (naquele tempo com a empresa exibidora do Palácio), que fez abrir uma passagem num muro, ao lado do cinema, para que o ator entrasse pelos fundos do teatro, a fim de evitar-lhe atropelos. Louvava o cavalheirismo de Leite Ribeiro, de Adolfo Judall e Waldemar Torres, da Metro; das amizades que aqui deixara com o ator Procópio Ferreira, o dramaturgo Joracy Camargo, a bailarina Maryla Gremo, com a gente da Radio Mayrink Veiga, com Carmen Miranda e Custodio Mesquita (ele incluira “Se a Lua Contasse” no recital) que o ajudaram a ensaiar e aprender a letra brasileira.
Em 1936, Novarro formou a R.N.S. (Ramon Novarro Samaniego) para produzir um filme falado em espanhol, intitulado Contra la Corriente, com a intenção de introduzir um novo astro, o nadador argentino José Caraballo; mas não conseguiu encontrar distribuidor e acabou vendendo por um preço nominal os direitos de distribuição para a RKO.
Em 1939, a carreira de Novarro estava numa situação de impasse. Após passar onze anos na MGM, não conseguia se adaptar a um estúdio da Poverty Row e acabou saindo da Republic. Assim, na década de quarenta, começou trabalhando fora de Hollywood: em uma coprodução franco-italiana, La Comédie du Bonheur / 1940 (Dir: Marcel L’Herbier) e no México em A Virgem que forjou uma Pátria / La VIrgen que forjó uma pátria / 1942 (Dir: Julio Bracho). Este foi seu filme derradeiro como astro.
No final de 1948, haviam se passado seis anos desde sua última aparição em frente das câmeras. Ele já não tinha aquele rosto e corpo bonito, pois desde os meados dos anos trinta o excesso de álcool já vinha deteriorando sua aparência. Seu alcoolismo o envolveu em vários processos judiciais – por ter causado acidentes de trânsito e avançado o sinal vermelho – e pode ser atribuído não somente à sua decadência física como também ao conflito entre sua fervorosa fé católica e seu homossexualismo.
Entretanto, a partir de 1949, ele conseguiu retornar às telas, agora como ator coadjuvante (tal como havia sido em O Prisioneiro de Zenda no início de sua carreira), participando de cinco produções: 1949 – Resgate de Sangue / We Were Strangers (Dir: John Huston, Horizon / Columbia); O Cais da Maldição / The Big Steal (Dir: Don Siegel, RKO). 1950 – Sangue Bravo / The Outriders (Dir: Roy Rowland, MGM); Terra em Fogo / Crisis (Dir: Richard Brooks, MGM). 1960 – Jogadora Infernal / Heller in Pink Tights (Dir: George Cukor, Paramount). Embora suas aparições durassem pouco tempo em cena, Novarro marcava sempre sua presença nestes filmes, pois sabia muito bem incorporar seus personagens. Nos anos cinquenta, ele apareceu como convidado em programas e séries de televisão (Thriller / Thriller, Combate / Combat, Rawhide / Rawhide, Dr. Kildare / Dr. Kildare, Bonanza / Bonanza, James West / The Wild Wild West, Chaparral /The High Chaparral).
Na manhã de 31 de outubro de 1968, os noticiários do rádio e da televisão anunciaram a descoberta do cadáver espancado e ensanguentado do ator Ramon Novarro na sua residência em Hollywood Hills. Esta notícia terrível chocou, não somente aqueles que o conheceram pessoalmente, como também os milhares de espectadores mais idosos que décadas atrás haviam admirado o astro tão popular dos anos vinte e início dos anos trinta. Além do choque causado pela morte tão violenta de Novarro, seus fãs e amigos tiveram que enfrentar a descoberta, não somente de que aquele senhor religioso era atraído por homens, mas também que ele havia frequentemente pago por favores sexuais. Aos 69 anos de idade, Novarro foi torturado e assassinado por dois garotos de programa, que acreditavam que havia uma grande quantia de dinheiro escondida em sua casa.