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BASIL DEARDEN

Ele não possuía o prestígio de um Alfred Hitchock, David Lean, Carol Reed ou Michael Powell, mas realizou uma quantidade considerável de bons filmes e sucessos de bilheteria, primeiramente como diretor contratado nos estúdios da Ealing, depois com produtor independente de parceria com Michael Relph, participando ainda de produções de Hollywood e da Televisão. Profissional competente, abordou os mais variados gêneros (drama de guerra, romântico, histórico, social e criminal, comédia, fantástico, ficção científica), manifestando sempre senso visual e inventividade fílmica.

BASIL DEARDEN

Basil Dearden (1911 – 1971) nasceu em Westcliffe-on-Sea com o nome de Basil Clive Dear, filho de James Dear e Florence Tripp. Seu pai faleceu prematuramente e sua mãe assumiu sozinha o sustento da família, que incluía mais quatro filhos e uma filha. Nesse tempo difícil a educação de Basil teve que ser interrompida e ele foi colocado em um orfanato onde ficou por algum tempo até arrumar seu primeiro emprego aos quatorze anos de idade como office boy de uma companhia de seguros de Londres.

Inspirado pelo sucesso de seu irmão mais moço Peter como modelo e ator infantil tanto no teatro como em filmes mudos, Basil ingressou como intérprete na Ben Greet Company, tornando-se depois assistente de gerente de palco no Fulham´s Grand Theatre. Em 1932 foi trabalhar como gerente de produção para o produtor teatral Basil Dean, passando depois a lhe prestar serviço também nos filmes que Dean realizava na Associated Talking Pictures (ATP), primeiramente como assistente junior do estúdio, mas logo sendo promovido a assistente de direção, tendo ainda recebido momentaneamente outras incumbências. Nesta oportunidade Basil mudou seu nome de Dear para Dearden para evitar confusão com o patrão.

Na ATP Dearden, funcionou como assistente de produção de uma comédia de Will Hay (The Ghost of St. Michaels / 1941), assistente de direção de duas comédias de George Formby (It´s in the Air /1938 e Come on George /1939) e produtor associado de três outras (Spare a Copper / 1941, Let George Do It /1941 e Tudo Acabou Bem? / Turned Out Nice Again / 1941), nesta última já quando Michael Balcon assumiu os estúdios da ATP e mudou sua denominação para Ealing. Sua carreira como diretor (compartilhando esta função com o astro Will Hay) teve início em três comédias (Detetive à Força / The Black Sheep of Whitehall / 1941, Professor Astuto / The Goose Steps Out / 1942 e My Learned Friend / 1943). Nos anos quarenta Dearden foi ainda um dos roteiristas de Now You´re Talking (12 min.), dirigiu Did You Ever See a Dream Talking (7 min.) e participou sob a supervisão de Alberto Cavalcanti de Trois Chansons de la Résistance (8 min.), shorts de propaganda de guerra produzidos pela Ealing.

O primeiro trabalho dele como único diretor foi The Bells Go Down / 1943, filme de ficção que prestava tributo ao heroísmo da Auxiliary Fire em tempo de guerra. O diretor de arte era Michael Relph e seu encontro com Dearden marcou o início de uma colaboração notável que iria durar quase trinta anos. Quando a Ealing fechou as portas em 1958 a dupla Dearden-Relph continuou produtivamente até a morte trágica de Dearden em um acidente de carro em 1971.

Michael Relph e Basil Dearden

Depois de sua estréia sózinho atrás das câmeras, Dearden fez mais cinco filmes compartilhando a direção com outros colegas: Na Solidão da Noite / Dead of Night / 1945 (episódios com Alberto Cavalcanti, Charles Crichton e Robert Hamer), Train of Events / 1949 (episódios com Sidney Cole e Charles Crichton), Confio Em Ti / I Believe in You / 1952 e Punhos Traiçoeiros / The Square Ring / 1953 (ambos com Michael Relph).

Os filmes restantes dirigidos somente por Dearden incluem: 1944 – The Halfway House; They Came to a City. 1946 – Corações Aflitos / The Captive Heart; 1947 – Frieda / Frieda. 1948 – Sarabanda / Saraband for Dead Lovers. 1950 – A Lâmpada Azul / The Blue Lamp; Do Amor a Ódio / Cage of Gold. 1951 – Beco do Crime / Pool of London. 1952 – O Ódio Era Mais Forte / The Gentle Gunman. 1954 – The Rainbow Jacket. 1955 – Out of the Clouds; A Morte de um Herói / The Ship That Died of Shame. 1956 – Who Done It. 1957 – The Smallest Show on Earth. 1958 – Seduzidos pela Maldade / Violent Playground. 1959 – Safira, A Mulher sem Alma / Sapphire. 1960 – Os Sete Cavalheiros do Diabo / The League of Gentlemen; Um Homem na Lua / Man in the Moon. 1961 – O Sócio Secreto / The Secret Partner; Meu Passado me Condena / Victim. 1962 – All Night Long; Escravo de uma Obsessão / Life for Ruth. 1963 – The Mind Benders; A Place to Go. 1964 – A Mulher de Palha / Woman of Straw. 1965 – Oriente Contra Ocidente / Masquerade. 1966 – Khartoum / Khartoum. 1968 – No Mundo dos Escroques / Only When I Larf. 1969 – Sindicato do Crime / The Assassination Bureau. 1970 – O Homem Que Não Era (na TV) / The Man Who Haunted Himself.

Entre os que pude ver, eis os dez que mais me agradaram, todos com histórias muito interessantes.

THE HALFWAY HOUSE / 1944

Em junho de 1943 dez pessoas precisando muito de um descanso chegam a uma estalagem, The Halfway House, perdida na região campestre do País de Gales. Eles são recebidos pelo proprietário Rhys (Mervyn Johns) e sua filha Gwyneth (Glynis Johns). Os hóspedes compreendem: um casal  de meia idade(Tom Walls, Françoise Rosay) de luto pela morte de seu filho em serviço ativo na guerra; um par mais jovem (Richard Bird, Valerie White) prestes a se divorciar e sua filha (Sally Ann Howes) tentando reconciliá-los; um militar (Guy Middleton) degradado por ter dado um desfalque nos fundos de seu regimento; um traficante do mercado negro (Alfred Drayton); um maestro famoso (Esmond Knight) com poucos meses de vida, um rapaz irlandês (Pat McGrath)  e sua noiva (Philippa Hiatt) com pontos de vista conflitantes sobre a guerra. Pouco após sua chegada os hóspedes começam a perceber que algo está errado. Os jornais e o calendário estão um ano desatualizados. Rhys não mostra nenhum reflexo em um espelho e Gwyneth não projeta sombra quando sai de casa. É como se o dono da estalagem e sua filha fossem fantasmas. Depois de ouvirem uma transmissão radiofônica de 1942 os hóspedes ficam surpresos ao perceber que eles foram levados de volta exatamente a um ano no tempo, para a hora exata em que a estalagem foi destruída por um bombardeio aéreo.

Cena de The Halfway House

Drama com um toque sobrenatural e uma mensagem patriótica no seu desfecho tendo como escopo a unidade nacional em tempo de guerra. Espetáculo continuadamente absorvente graças a uma direção segura e desempenho correto e homogêneo do elenco. Apesar de seu tema sombrio é uma história de fantasmas com elementos de um humor suave, na qual o horror é substituido pela melancolia. A câmera de Wilkie Cooper capta muito bem a paisagem campestre encantadora onde se desenrola a ação.

CORAÇÕES AFLITOS / THE CAPTIVE HEART / 1946.

Em 1940 o Capitão Karel Hasek da Exército Tcheco (Michael Redgrave) escapa do campo de concentração de Dachau e assume a identidade de um oficial britânico morto, Capitão Geoffrey Mitchell. Quando é capturado, ele se junta a milhares de prisioneiros de guerra. Seus companheiros do campo suspeitam que ele seja um espião companheiros porque fala bem o alemão, porém o oficial britânico superior, Major Dalrymple (Basil Radford), acredita na sua história. Procurado pela Gestapo, Hasek mantém a correspondência com a viúva de Mitchell, Celia (Rachel Kempson). Antes da guerra Mitchell tinha abandonado sua mulher e seus dois filhos, mas as cartas reacendem seu amor pelo marido. Ao ser repatriado, Hasek vai visitar Celia. Ele lhe dá a notícia da morte de Mitchell e revela que se apaixonou por ela. Passado um primeiro está gostando dele.

Michael Redgrave em Corações Aflitos

Drama de guerra com uma história de amor expondo com realismo, vigor emocional e riqueza cinematográfica, a vida em um campo de prisioneiros alemão. Nomentos marcantes são a chegada dos soldados britânicos ao campo de Marlag; a leitura da carta de um prisioneiro relatando sua vida no campo e a câmera mostrando as imagens dela; a visita noturna ao arquivo para a substituição dos nomes; o retorno dos soldados ingleses para as suas casas; os close-ups de Celia e Hasek falando-se pelo telefone no meio de uma Paris em festa.

FRIEDA / FRIEDA / 1947.

Quando a Segunda Guerra Mundial se aproxima do fim, uma jovem enfermeira alemã, Frieda (Mai Zetterling), ajuda um aviador da R.A.F., Robert (David Farrar), a escapar de um campo de prisioneiros alemão. Para impedir que ela seja punida por sua deslealdade ao Reich, casa-se com ela e eventualmente chegam na casa da família dele em Oxfordshire. Frieda conhece sua mãe (Barbara Everest), sua cunhada Judy (Glynis Johns), seu meio-irmão Tony (Ray Jackson), a empregada Edith (Gladys Henson) e tia Eleanor (Flora Robson), figura de destaque na política local e veementemente anti-germânica.

Judy é mais tolerante com Frieda embora sendo viúva do irmão de Robert, morto em um combate aéreo. A mãe de Robert permanece sem julgamento, mas Tony e a criada sentem-se ambos incomodados com a presença de uma estranha. A princípio a população da cidade hostiliza Frieda e Robert é obrigado a desistir de seu emprego como professor. Mas aos poucos a jovem ganha a confiança de todos – com exceção de Eleanor – até que aparece seu irmão Richard (Albert Lieven), ex-soldado alemão vestido com um uniforme polonês. Inicialmente, pensando que ele morrera, Frieda fica muito feliz, mas logo verifica que Richard continua fiel à ideologia nazista. Entrementes Richard é denunciado em um bar como um dos guardas de um campo de concentração e, para Robert em particular, admite a verdade desta acusação acrescentando que Frieda aprova seu plano neonazista. Sentindo-se comprometida, Frieda joga-se de uma ponte em um rio caudaloso, mas Robert chega a tempo de salvá-la, levando-a de volta para casa, onde Eleanor admite que seu preconceito anti-germânico é errôneo.

David Farrar e Mai Zetterling em Frieda

Drama social sobre o problema das atitudes no pós-guerra em relação aos alemães e a difícil passagem de uma família da classe média e de uma comunidade – lidando com seu preconceito raivoso e seus temores – para a aceitação de uma jovem alemã doce e inocente. Dearden mantém a atmosfera tensa, conduzindo a ação com sobriedade, armando algumas cenas agitadas mais para o desfecho melodramático.

SARABANDA / SARABAND FOR DEAD LOVERS / 1948.

Em 1862 na Alemanha a jovem Sophie-Dorothea (Joan Greenwood) se vê obrigada a desposar o Príncipe George Louis de Hanover (Peter Bull). Enquanto George se ocupa com suas amantes, Sophie fica sozinha com sua sogra a Eleitora Sophia (Françoise Rosay), que tem pouca afeição por ela. Solitária e deprimida, Sophie se consola com o soldado mercenário sueco Conde Philip Christoph von Königsmark (Stewart Granger). Os dois pretendem fugir do país, mas a Condessa Platen (Flora Robson), a nova amante de George, tendo sido rejeitada pelo conde, descobre o plano dos dois e conta tudo ao rei. Descoberta a infidelidade de Sophia, Kögnismarck é assassinado e a princesa encarcerada no Castelo de Ahlden onde permaneceu trinta e dois anos até sua morte. E George se torna George I, Rei da Inglaterra.

Joan Greenwood e Stewart Granger em Sarabanda

Drama romântico baseado vagamente em acontecimentos históricos, realizado com apreciável senso plástico, notadamente na sequência da festa carnavalesca na qual vemos a princesa perdida e em pânico no meio da multidão que se diverte histericamente. É uma sucessão de cortes interrompidos, panorâmicas rápidas e esplêndidos close-ups de máscaras sucedendo-se em uma montagem rápida ao ritmo de uma partitura palpitante. Dearden deixou o fotógrafo Douglas Slocombe utilizar o technicolor à sua maneira, ou seja, com contraste, por exemplo, naquele claro-escuro ameaçador da luta de espadas no final.

A LÂMPADA AZUL / THE BLUE LAMP / 1950.

Na área de Paddington, George Dixon (Jack Warner), guarda veterano da Polícia Metropolitana de Londres, prestes a se aposentar, supervisiona um novo recruta, Andy Mitchell (Jimmy Hanley). Apesar da relutância inicial de sua esposa, ele oferece hospedagem a Andy, que tem a mesma idade do filho que perderam na guerra e acabam formando uma família feliz. Em uma ronda, Dixon se vê face a face com o jovem delinquente Tom Riley (Dirk Bogarde) roubando a bilheteria de um cinema. Dixon tenta convencer Riley a se render, mas ele atira e foge. Dixon morre no hospital algumas horas depois e a Scotland Yard inicia a busca do criminoso. Após vários incidentes Riley é localizado quando tenta se esconder entre a multidão em um hipódromo de corrida de galgos, mas com a ajuda da administração do estádio, o criminoso é cercado pelos policiais e é Andy quem vai prendê-lo.

Dirk Bogarde em A Lâmpada Azul

Drama criminal com rigor documentário sobre o cotidiano de uma delegacia da Guarda Metropolitana de Londres (simbolizada pela lâmpada azul) e a colaboração que lhe é prestada pela Scotland Yard, colocando em foco o caso de um assassinato cometido por jovem delinquente  desesperado e perigoso porque imprevisível. Após uma exposição meticulosa do aspecto trabalhoso e metódico das investigações, Dearden constrói uma última parte bastante nervosa que termina com uma perseguição frenética do criminoso pelas ruelas londrinas até o final ofegante no lugar onde ele é capturado.

DO AMOR AO ÓDIO / CAGE OF GOLD / 1950.

A jovem pintora Judith Moray (Jean Simmons) desfaz seu noivado com o Dr. Alan Kearn (James Donald) e se casa com um antigo namorado, o ex-piloto militar Bill Glennon (David Farrar), aventureiro sem escrúpulos. Decepcionado porque seu plano incluía a presuntiva herança da esposa e esta herança não existe mais, ele a abandona, levando suas jóias e dinheiro, e volta para a amante, Marie Jouvet (Madeleine Lebeau) cantora do cabaré “A Gaiola de Ouro” em Paris.  Em Londres, Judy pede auxílio a Alan, mas ele recusa seu pedido para fazer um aborto. Depois que a criança nasce, sai uma notícia no jornal listando Bill entre os mortos em um acidente aéreo. Alain e Judith se casam até que Bill reaparece e exige uma enorme quantia para não acusar o casal de bigamia, o que importaria na perda da guarda da criança. Armada de um revólver, Judith confronta-o no seu apartamento. Alan descobre onde ela foi e corre para lá cruzando com Judith correndo agitada no meio do nevoeiro. Ele segue para o apartamento e descobre Bill morto, sendo surpreendido com a arma na mão por um policial. Para proteger Judith, Alan admite ter matado Bill. Porém o Inspetor Grey (Bernard Lee) recebe a confissão do verdadeiro assassino, a amante parisiense de Bill, que na viagem de volta para Paris comete suicídio.

Jean Simmons em Do Amor ao Ódio

Drama criminal com todos os ingredientes típicos de um melodrama, exposto por Dearden com muita habilidade e valorizado pela soberba iluminação dramática de Douglas Slocombe. No desenrolar da narrativa encontram-se lances cinematográficos como, por exemplo, o grito de Judith chamando pelo marido que a abandonou e este grito e o seu rosto fundindo-se como apito da locomotiva avançando velozmente em direção à câmera. Nota-se o contraste entre a gaiola do cabaré em cujo centro vemos Madeleine, encarnação do desejo feminino e a casa dos Kearn, na verdade outra gaiola, onde Judith expia seu erro inicial de ter sido seduzida por Robert, tornando-se enfermeira de seu sogro inválido, mãe de seu filho, esposa conformada com a serenidade da vida familiar.

A MORTE DE UM HERÓI / THE SHIP THAT DIED OF SHAME / 1955.

Durante a Segunda Guerra Mundial, a lancha torpedeira 1087 – cuja tripulação comandada pelo Capitão Bill Randall (George Baker) incluía mais dois homens, George Hoskins (Richard Attenborough) e Coxwain Birdie (Bill Owen) – realizou com êxito várias missões perigosas ao longo da costa da França ocupada pelos nazistas. Após o fim do conflito, Hoskins convence Randall e Birdie a comprar e restaurar a lancha e usá-la para contrabandear mercadorias de luxo como uísque, meias de sêda e chocolate através do Canal da Mancha. Porém quando Hoskins se associa a uma organização criminosa liderada pelo Major Fordyce (Roland Culver), eles passam a transportar dinheiro falsificado e armas. A partir daí a embarcação começa a apresentar defeitos como se estivesse com vergonha desta carga. Em uma viagem, Hoskins aceita levar um passageiro misterioso e quando a lancha se aproxima do porto, para se livrar dos guardas alfandegários, ele joga o passageiro no mar, deixando-o morrer afogado. Depois os três parceiros ficam sabendo pelos jornais que o tal passageiro era um assassino de criança fugitivo da justiça, surgindo discordância entre eles e incidentes violentos, que culminam na autodestruição da lancha chocando-se contra os rochedos e ocasionando   a morte de Hoskins enquanto Randall e Birdie conseguem se salvar.

George Baker e Richard Attenborough em A Morte de um Herói

Misturando três gêneros – drama de guerra, criminal e fantástico – o filme aborda a questão da sobrevivência no pós-guerra, retratando especificamente a frustração de ex-combatentes que não conseguem se adaptar ao tempo de paz e se afundam cada vez mais no mundo do crime. As qualidades antropomórficas da lancha ajudam a tornar a história mais excitante que Dearden conduz exemplarmente ajudado pela esplêndida fotografia atmosférica de Gordon Dines, servindo como exemplo a sequência em que o criminoso fugitivo, no meio de intenso nevoeiro, fica rondando o convés da lancha apavorado, ouvindo cegamente as vozes do alto falante e o apito do barco da polícia que se aproxima até ser empurrado para a morte por Hoskins.

SAFIRA, A MULHER SEM ALMA / SAPPHIRE / 1959.

O superintendente da polícia londrina, Robert Hazard (Nigel Patrick) e o inspetor Phil Learoyd (Michael Craig) – que tem preconceito contra negros -, investigam o assassinato de uma jovem estudante de música, Sapphire Robbins (Yvonne Buckingham). Um médico de Birmingham, Dr. Robbins (Earl Cameron), revela que ele e Sapphire eram filhos de pai branco e mãe negra, mas como ela tinha a pele clara, fazia-se passar por branca. Os investigadores descobrem que Sapphire levava uma vida dupla, estudando de dia e frequentando boates suspeitas nas áreas habitadas por negros. Os investigadores interrogam David Harris (Paul Massie), estudante de arquitetura namorado de Sapphire, seus pais (Bernard Miles, Olga Lindo), sua irmã Mildred (Yvonne Mitchell) e inspecionam as boates que a moça frequentava. Em um desses locais eles questionam um amiguinho de Sapphire, Johnny Fiddle (Harry Baird), sobre um lençol e uma faca com manchas de sangue encontradas no seu quarto e que ele alega ter sido o resultado de uma briga com outro sujeito, fato depois confirmado. Hazard reúne toda a família e convida o Dr. Robbins para comparecer. Duante o encontro, o Dr. Robbins brinca inadvertidamente com uma boneca encontrada e o ódio racista de Mildred vem à tona. Arrancando a boneca das mãos de Robbins, ela confessa que matou Sapphire enfurecida por ela se gabar de sua gravidez e pensando como a raça de seu bebê iria afetar a família. Mildred é presa e Hazard e um arrependido Learoyd desejam ao Dr Robbins uma boa viagem de volta a Birmingham.

Nigel Patrick em A Mulher Sem Alma

Drama criminal sociológico com um libelo discreto mas vigoroso contra o preconceito racial ao descrever detalhadamente as tensões étnicas na Londres dos anos cinquenta.  Articulando sabiamente as suspeitas sobre diferentes personagens, Dearden mantém o interesse do espectador o tempo todo, auxiliado por uma boa fotografia de cores neutras em perfeita harmonia com a história.

OS SETE CAVALHEIROS DO DIABO / THE LEAGUE OF GENTLEMEN / 1960.

Tenente coronel reformado após vinte e cinco anos de serviço, John George Norman Hyde (Jack Hawkins), decide se vingar. Utilizando informações que possui sobre eles, Hyde reune um grupo de sete oficiais, todos expulsos do exército – Major Peter Graham Race (Nigel Patrick), Mycroft (Roger Livesey), Edward Lexy (Richard Attenborough) Martin Porthill (Bryan Forbes), Stevens (Kieron Moore), Rupert Rutland-Smith (Terence Alexander), Frank Weaver (Norman Bird) – e os treina para a “Operação Tosão de Ouro”, cada qual seguindo sua especialidade militar. Por uma manobra inteligente, eles saqueiam um depósito de armas e munições desviando as suspeitas sobre os revolucionários irlandeses. Sob a cobertura de uma empresa de mudanças, Hyde e seus comparsas dispõem seu material em pleno centro de Londres nas proximidades de um banco. Na hora certa uma nuvem de fumaça inunda os arredores, os telefones são cortados, as emissões de rádio da polícia embaralhadas. Protegidos por máscaras contra gás eles penetram no banco e se apoderam de um milhão de libras. Eles se retiram estrategicamente e se reencontram mais tarde na casa de campo de Hyde para dividir o saque. A polícia consegue rastreá-los graças um erro ínfimo em um plano aliás, impecável. Eles serão todos presos.

Cena de Os Sete Cavalheiros do Diabo

Drama criminal combinando com incontestável originalidade assalto e estratégia militar. Após a apresentação dos diferentes personagens o filme ganha intensidade, acumulando surpresas e reviravoltas, sempre com uma nota de humor, mas em tom voluntariamente sério, culminando com um roubo espetacular com duração de vinte minutos, filmado com rigor e eficácia. Todos os atores que personificam os oito assaltantes atuam com muita convicção, contribuindo enormemente para o êxito do espetáculo. 

MEU PASSADO ME CONDENA / VICTIM / 1961.

O eminente advogado Melville Farr (Dirk Bogarde), em vias de se tornar Conselheiro da Rainha, é procurado por Jack “Boy” Barrett (Peter McEnery), com o qual teve um relacionamento amoroso. Farr se recusa a falar com ele, pensando que Barrett está tentando chantageá-lo, porém o rapaz está ele próprio sendo vítima de chantagistas, que possuem uma foto dele com Farr abraçados dentro de um carro. A fim de pagar a chantagem, Barrett deu um desfalque na firma onde trabalha, está fugindo da polícia e necessita do auxílio financeiro de Farr para sair do país. Barrett finalmente é preso e, para não ser forçado a revelar os detalhes da chantagem e o papel de Farr nesse esquema, ele se enforca em sua cela; porém a polícia descobre sua relação com o advogado. Laura fica sabendo do suicídio de Barrett e, achando que seu marido não cumpriu a promessa que fizera quando se casaram de que ele não seria mais indulgente com sua atração homossexual, decide deixá-lo. Ajudado por um amigo de Barrett, Farr consegue identificar outras vítimas de chantagem e resolve ajudar a polícia a prender os chantagistas, comprometendo-se a prestar testemunho perante a côrte mesmo sabendo que isto poderá destruir sua carreira. Os criminosos são presos e Farr pede que Laura parta antes do julgamento, com a intenção de poupá-la deste constrangimento, mas que espera que ela retorne depois. Laura responde que acredita que já encontrou força para voltar para ele.

Dirk Bogarde e Sylvia Simms em Meu Passado Me Condena

Drama criminal com vocação social tendente a denunciar a legislação inglesa da época, que tipificava o homossexualismo como crime. Dearden aborda o assunto abertamente e com seriedade, mostrando os danos causados por chantagistas às vítimas de várias profissões – um operário fabril, um dono de livraria, um barbeiro, um vendedor de automóveis, um fotógrafo, um lorde, um ator de teatro famoso -, que tentam viver sua diferença nas suas respectivas profissões. Uma das muitas virtudes do filme de Dearden está em não apresentar personagens “gays” como estereótipos efeminados, mas sim como indistinguíveis de personagens “éteros”, apresentando a homosexualidade com honestidade e sem sensacionalismo.

CURTAS METRAGENS SOBRE ASSUNTOS HISTÓRICOS AMERICANOS

Esmiuçando a Pequena História do Cinema, encontrei alguns filmes curtos sobre assuntos da História dos Estados Unidos produzidos nas décadas de trinta e quarenta pela Warner Bros., utilizando principalmente atores secundários contratados do estúdio e geralmente favorecendo mais a ficção do que o fato. Alguns foram premiados com o Oscar; outros, realizados por diretores eminentes com Michael Curtiz e Jean Negulesco. Em 1939 a Columbia Pictures entrou nesta área de curtas-metragens históricos com a intenção de produzir uma série intitulada Tolos Que Passaram à Posteridade / Fools Who Made History, mas infelizmente a série projetada só teve dois filmes.

HISTORICAL FEATURETTES – WARNER BROS.

1936

GIVE ME LIBERTY. Warner Bros. 22 minutos. Dir: B. Reeves Eason. Rot: Forrest Barnes. Foto: W. Howard Greene (Technicolor). El: John Litel (Patrick Henry), Nedda Harrigan (Doxie Henry), Robert Warwick (George Washington), George Irving (Thomas Jefferson), Myrtle Stedman (Martha Washington), Carlyle Moore Jr. (Mensageiro). Vencedor do Oscar de Melhor Curta-Metragem em Cores.

Give Me Liberty

George Washington tenta encorajar o grande orador Patrick Henry (advogado, agricultor, político, figura proeminente na Revolução Americana) a usar seu talento oratório para defender a causa da independência colonial perante a Câmara dos Burgueses de Virginia (Câmara dos Representantes de Virginia) mas a promessa que ele fez para a sua esposa inicialmente o impede. Quando o clima político muda, ela eventualmente dá sua permissão e Henry pronuncia um discurso vibrante “Give Me Liberty or Give Me Death” (Dá-me a liberdade ou me dá a morte) na Convenção de Virginia em 1775.

THE SONG OF A NATION. Vitaphone / WB. 18 minutos. Dir: Frank McDonald. Rot: Forrest Barnes. Foto (Technicolor): W. Howard Greene. William Skall. El: Donald Woods (Francis Scott Key), Claire Dodd (MarycKey), Joseph Crehan (Coronel John Skinner), Addison Richards (Administrador Britânico Cochrane), Carlyle Moore Jr. (Tenente Richard West), Virginia Brissac (Mrs. Callan).

The Song of a Nation

Em 1814, o advogado e poeta amador Francis Scott Key acha que o governo não estava tomando providências suficientes para proteger o país dos belicosos britânicos. Ele não tem receio de expor, como civil, suas opiniões contra o círculo militar / político no meio do qual circula. Este entendimento envergonha sua esposa, Mary Key, que acredita que ele é impatriótico e, inconscientemente, afeta seu casamento. Francis acredita que alguém algo tem que unir a nação, mas ele não sabe ainda quem ou o quê. Ao assistir a bordo de um navio o bombardeio do Fort McHenry – localizado em Baltimore, Maryland -, pelos britânicos durante a Guerra de 1812 e ver a bandeira americana ainda tremulante no forte, ele se inspira e escreve um poema, “ Defense of Fort M ‘ Henry”, que seu amigo John Skinner pensa que poderia ser o meio ideal para manter a nação unida. Este poema se tornaria a letra do hino nacional dos Estados Unidos “The Star Spangled Banner.”

1937

O ROMANCE DA LOUISIANA / ROMANCE OF LOUISIANA. Vitaphone / WB. 18 minutos. Dir / Rot: Crane Wilbur. Foto (Technicolor): Ray Rennahan. El: Addison Richards (Radioator e James Monroe), Suzanne Kearen (Imperatriz Josefina), Ian Wolfe ( Talleyrand), Erville Alderson (Radialista e Thomas Jefferson), Alphonse Ethier (Marbaugh), Ted Osborne (George Ross, representante da Pennsylvania).

Romance of Lousiana

A compra do Território da Lousiana pelo governo da França em 1803 pelo presidente Thomas Jefferson e a intriga política e as questões constitucionais envolvidas nesta compra famosa. O Rei George da Inglaterra exorta os Estados Unidos a tomar o território pela força porque a França está vendendo esta área apenas para conseguir mais dinheiro a fim de lutar contra a Inglaterra. Napoleão fica sabendo disso e prontamente vende o território por quinze milhões de dólares.

UNDER SOUTHERN STARS. Warner Bros. 17 minutos. Dir: Nick Grinde. Rot: Forrest Barnes. Foto:  W, Howard Green (Techncicolor).  El: Fritz Leiber (Thomas J. “Stonewall” Jackson), Fred Lawrence (Tenente George Wilbert), Jane Bryan (Arlene), Pierre Watkin (Robert E. Lee), Olive Tell (Mrs. Jackson), Gordon Hart (Major Hawks), Wayne Morris (Dallas).

 

Passado na primavera de 1863 durante a Guerra Civil Americana em Chancellorsville, Virginia durante a Guerra Civil, este filme focaliza o heroico general confederado Thomas Jonathan “Stonewall” Jackson na noite anterior do dia em que encontraria seu destino.

MAN WITHOUT A COUNTRY. Vitaphone / WB. 21 minutos. Dir: Crane Wilbur. Roteiro: Forrest Barnes, baseado no conto de Edward Everett Hale. Foto: Allen M. Davey. El: John Litel (Tenente Philip Nolan), Gloria Holden (Marian Morgan), Ted Osborne (Jack Morgan), Donald Brian (Coronel Morgan), Holmes Herbert (Aaron Burr). Indicado ao Oscar de Melhor Curta-Metragem em cores.

O Tenente do exército americano Philip Nolan renúncia ao seu país durante um julgamento por traição em virtude de ter tomado parte na chamada Conspiração de Aaron Burr e consequentemente é condenado a passar o resto de sua vida no mar sem ouvir a mínima palavra sobre os Estados Unidos. Por curiosidade Charles Middleton, o Imperador Ming do seriado Flash Gordon faz o papel de Abraham Lincoln. Destaque para duas radiofonizações da história: uma, em 1947, narrada por Bing Crosby; e outra, em 1963, narrada por Edward G. Robinson.

1938

THE DECLARATION OF INDEPENDENCE. Vitaphone / WB.  17 minutos. Dir: Crane Wilbur. Rot: Charles L. Tedford. Foto (Technicolor): W. Howard Greene. El: John Litel (Thomas Jefferson), Ted Osborne (Caesar Rodney), Rosella Towne (Betsy Kramer), Richard Bond (Thomas Lynch Jr.), Walter Walker (Benjamin Franklin), Owen King (John Adams).

 

The Declaration of Independence

Descrição dos eventos que cercaram a Declaração de Independência dos Estados Unidos, focalizando particularmente a figura de Caesar Rodney, representante do Estado de Delaware, que deu o voto decisivo para que ela fosse aprovada em 1776. Vencedor do Oscar de Melhor Curta-Metragem de dois rolos.

1939

LINCOLN IN THE WHITE HOUSE. Warner Bros. 21 minutos. Dir: William McGann. Rot: Charles L. Tedford. Foto (Technicolor): Wilfrid M. Cline. El: Frank McGlynn Sr. (Abraham Lincoln), Dickie Moore (Tad Lincoln), John Harron, (John Hay), Raymond Brown (Secretário da Guerra), Nana Bryant (Mary Todd Lincoln), Erville Alderson (Secretário de Estado).

Lincoln in the White House

Vários episódios da vida de Abraham Lincoln durante seus anos na presidência dos Estados Unidos. Entre as cenas mostradas incluem-se as do seu relacionamento com o filho, Tad e a doença deste; seu perdão para um jovem soldado que havia sido condenado em uma corte marcial por negligência (ter pegado no sono no seu posto) ; seu pedido para que uma banda tocasse a canção “Dixie”; e o famoso discurso proferido em Gettysburg, Pennsylvania.

SONS OF LIBERTY. Warner Bros.20 minutos. Dir: Michael Curtiz. Rot: Crane Wilbur. Foto (Technicolor): Sol Polito, Ray Rennahan. El: Claude Rains (Haym Salomon), Gael Sondegaard (Rachel Salomon), Donald Crisp (Alexander McDougall), Montagu Love (George Washington), Henry O´Neill, (Mambro do Congresso Continental), James Stephenson (Coronel Tillman).

Sons of Liberty

Em uma reunião dos Filhos da Liberdade início da Guerra Revolucionária, Haym Salomon, anuncia que quer se juntar a eles na sua causa pela independência. Passado algum tempo, é capturado pelos inglêses mas, graças ao seu conhecimento de línguas, consegue um emprego como intérprete e o usa como um meio para espionar para o General George Washington. Quando é libertado, continua a ajudar o movimento revolucionário, e é preso novamente. Prestes a ser fuzilado, ele escapa da prisão e vai para Filadélfia. Enquanto assistindo um culto na sinagoga Salomon recebe uma mensagem de Washington pedindo que ele angarie fundos para o exército revolucionário. Ele apela para a congregação e amigos e levanta quatrocentos mil dólares. O dinheiro é remetido para Washington por meio de um comboio, que é atacado pelos ingleses, mas salvo pelos homens de Washington. Logo após, o General Cornwallis se rende em Yorktown e a guerra termina, mas Salomon, que tanto contribuiu para revolução, morre pouco tempo depois. Vencedor do Oscar de Melhor Curta-Metragem de dois rolos.

MONROE DOCTRINE. Warner Bros.  22 minutos. Dir: Crane Wilbur. Rot: Charles Tedford, James Monroe. Foto: Wildrid M. Cline. El: Grant Mitchel (John Quincy Adams), Charles Waldron (James Monroe), James Stepheson (Senor De La Torre). Frank Wilcox (Henry Clay), George Reeves (John Sturgis), Nanette Fabray (Rosita De La Torre).

A Doutrina Monroe, escrita pelo Secretário de Estado John Quincy Adams e anunciada como uma mensagem no Congresso em 1823 pelo presidente James Monroe, declarava que os Estados Unidos não tolerariam mais nenhuma expansão no hemisfério oeste ou resumindo em uma frase: “a América para os americanos”. O filme mostra não somente os acontecimentos em torno da iniciação desta política por Adams e Monroe, mas também como foi usada para proteger os interesses americanos pelos presidentes que se sucederam, James K. Polk (Ed Stanley), Millard Fillmore (Millard Vincent), Grover Cleveland (Stuart Holmes) e Theodore Roosevelt (Sidney Blackmer).

THE BILL OF RIGHTS. Vitaphone / WB. 21 minutos. Dir: Crane Wilbur. Rot: Charles T. Tedford. Foto (Technicolor): W. Howard Greene. El: Ted Osborne (James Madison), Moroni Olsen (Governador Real Dunmore), Leonard Mudie (Moreland), Vernon Steele (Thomas Jefferson), John Hamilton (Coronel George Mason), Tom Chatterton Richard Henry Lee).

The Bill of Rights

A inclusão do Bill of Rights (Declaração dos Direitos dos Cidadãos) na Constituição dos Estados Unidos por meio das dez primeiras emendas à Carta Magna, propostas por James Madison no Primeiro Congresso Federal em 1789.

1940

OLD HICKORY. Warner Bros. 17 minutos. Dir: Lewis Seiler. Rot: Don Ryan, Owen Crump e Crane Wilbur (não creditado). Foto (Technicolor): Charles P. Boyle. El: Hugh Sothern (Andrew Jackson), Nana Bryant (Rachel Jackson), Victor Kilian (Tim), Irving Pichel (Bruce Renoir), Natalie Moorehead (Mrs. Renoir), Georges Revenant (Jean Lafitte).

A carreira turbulenta de Andrew Jackson começando pelo cerco de New Orleans pelos ingleses, quando Jackson recebe a oferta de ajuda por parte do pirata francês Jean Lafitte. Depois da vitória americana, seus inimigos políticos tentam provocar Jackson para um duelo com um atirador certeiro, acusando sua esposa de bigamia. Na véspera de Jackson ser eleito presidente em 1828 Rachel morre e logo em seguida Oldf Hickory, como Jackson era chamado, se confronta com a ameaça de secessão da Carolina do Sul por causa de uma questão de tarifas. O filme termina com Jackson prometendo manter a União unida mesmo que seja necessário a força. Na última cena, vemos um jovem soldado lendo as palavras de Jackson para um velho amigo do presidente. O jovem não é outro senão Abraham Lincoln.

TEDDY, THE ROUGH RIDER. 19 minutos. Dir: Ray Enright. Rot: Charles Tedford. Foto: Ray Rennahan, L. William O’Connel. El: Sidney Blackmer (Theodore Roosevelt), Pierre Watkin (Senador Platt). Arthur Loft (“Big Jim” Rafferty), Theodore Von Eltz (William Loeb), Robert Warrick (Coronel Leonard Wood), Clay Clement (Avery D. Andrews), Douglas Wood (Presidente William McKinley).

Teddy, The Rough Rider

O filme gira em torno dos Rough Riders, primeiro corpo voluntário de cavalaria formado principalmente com caubóis dos territórios do Oeste americano e liderado por Teddy Roosevelt durante a Guerra Hispano- Americana bem como seu trabalho como comissário de polícia de Nova York e secretário assistente da Marinha. Em 1901 Teddy foi eleito vice-presidente dos Estado Unidos na chapa de William McKinley e, quando este foi assassinado, sucedeu-lhe na presidência. Vencedor do Oscar de Melhor curta-metragem de dois rolos.

PONY EXPRESS DAYS. Warner Bros.  20 minutos. Dir: B. Reeves Eason. Rot: Charles L. Tedford. Foto: Charles P. Boyle. El: George Reeves (Buffalo Bill Cody), David Bruce (Johnny Frey), Frank Wilcox (Boliver Roberts), J. Farrell MacDonald (Nevada Jim), Joseph King (Coronel Joseph Randall), Addison Richards (Tipton Walton).

O filme revive os primeiros dias do Pony Express, o correio expresso, colocado em funcionamento em 1860, que levava correspondência a cavalo cruzando territórios selvagens dos Estados Unidos. Um jovem Bill Cody (depois mundialmente famoso como Buffalo Bill) se junta ao recém-formado Pony Express como empregado de um posto e substitui o mensageiro regular, quando ele é morto em um ataque dos índios.

FLAG OF HUMANITY. Warner Bros. 19 minutos. Dir: Jean Negulesco. Rot: Charles L. Tedford. Foto (Technicolor): Charles P. Boyle. El: Nana Bryant (Clara Barton), Fay Helm (Elsie Howard), John Hamilton (General Garfield), Ted Osborne (Dr. Bellows), John Arledge (Jeremy, soldado confederado), Scotty Beckett (Johnny Wilson).

Clara Barton foi a fundadora da Cruz Vermelha Americana e este filme conta a história de seu trabalho, que se iniciou durante a Guerra Civil, quando ela organizou uma associação para obter suprimentos para os soldados. O filme conta também sua campanha para que os Estados Unidos aprovassem a Primeira Convenção de Genebra, marco da criação da Cruz Vermelha Internacional.

1942

MARCH ON, AMERICA! Warner Bros.  21 minutos. Dir: Richard Whorf. Rot: Owen Crump. Foto (Technicolor): Charles P. Boyle. Narrador: Carleton Young.

Usando trechos de várias de suas Historical Featurettes assim como cinejornais e filmagens originais este curta-metragem dá aos espectadores uma visão geral da história dos Estados Unidos desde o desembarque dos Pilgrims em 1620 até o ataque japonês a Pearl Harbor, enfatizando   o heroísmo americano.  Ao contrário dos outros filmes da série, este é basicamente um documentário, que intercala tomadas de arquivo de produções anteriores para contar sua história e não tem seu próprio elenco de intérpretes.

1945

PLANTATION MELODIES. Vitaphone / WB.  20 minutos. Dir: Le Roy Prinz. Rot: Jack Scholl. Foto (preto e branco). El: Craig Stevens (Stephen Foster).

Usando retrospectos este último curta-metragem histórico da Warner Bros. conta – usando retrospectos – a vida do compositor Stephen Foster desde os seis anos de idade até a sua morte, sem um tostão e quase esquecido. O filme mostra Foster compondo canções como “Oh, Suzanna”, “Camptown Races” e “Jeanie with the Light Brown Hair”.

FOOLS WHO MADE HISTORY – COLUMBIA PICTURES

1939

THE STORY CHARLES GOODYEAR. Columbia. 11 minutos. Dir / Rot: Jan Leman. El: Robert Sterling (Charles Goodyear), Hal Taliaferro (Baker), Richard Fiske (Henry)

Charles Goodyear

A história do inventor da vulcanização da borracha. Acidentalmente ele descobriu que a combinação da borracha e enxofre em um fogão quente fazia com que a borracha. vulcanizasse.

THE STORY OF ELIAS HOWE. Columbia. 11 minutos. Dir / Rot: Jan Leman. El: Richard Fiske (Elias Howe), Lucille Brown (Elizabeth Howe), Lindsay Macharrie (Narrador). Foto: Benjamin H. Kline.

Elias Howe

A história do inventor da máquina de costura com ponto fixo. Sua máquina continha as três características essenciais comuns à maioria das máquinas modernas: uma agulha com o olho de ponta, uma lançadeira operando sob o tecido para formar o ponto do travamento e uma alimentação automática.