Arquivo diários:outubro 20, 2020

MYRNA LOY

Myrna Adele Williams (1905 – 1993) nasceu em Helena, Montana, filha de Della Mae Johnson e de David Franklin Williams, dono de um rancho em Crow Creek Valley. O avô paterno de Myrna, David Thomas Williams, era galês e emigrou de Liverpool, Inglaterra para os Estados Unidos em 1856. Ele se instalou no Território de Montana, onde se tornou um rancheiro. Os avós maternos de Myrna eram imigrantes escocêses e suecos. Aos vinte e três anos de idade, seu pai foi o homem mais jovem jamais eleito para servir na legislatura da cidade de Montana. Sua mãe havia estudado música no American Conservatory of Music em Chicago e chegou a pensar em se tornar uma artista de concerto, mas acabou se devotando à criação de seus filhos, Myrna e seu irmão mais novo, David.

Myrna Loy fotografada por George Hurrell

Myrna passou a infância em Radersburg, comunidade rural de mineração situada no sudeste de Helena. Após a morte de seu pai durante a epidemia de gripe de 1918, sua mãe mudou-se permanentemente com a família para a Califórnia, fixando residência em Culver City, fora de Los Angeles. Myrna estudou na Westlake School for Girls, escola particular de elite, mas quando revelou para duas diretoras que queria se tornar dançarina profissional, elas a castigaram, informando-lhe que, para uma jovem que havia recebido todas vantagens e uma educação para entrar na sociedade, uma futura carreira como dançarina era imprópria. Diante disso Myrna saiu da Westlake e foi estudar em uma escola pública, Venice Union Polytechnic High.

Enquanto estava fazendo o curso colegial, Myrna arranjou alguns empregos de meio expediente tais como ensinar dança para crianças ou substituindo uma amiga coladeira de filmes nos laboratórios do pioneiro do cinema David Horsley. Um trabalho que não foi pago em dinheiro, mas lhe trouxe beneficios de outra espécie, foi servir de modelo para o seu professor de escultura na Venice High School, Harry Fielding Winebrenner. Sua figura representava a “Inspiração” no grupo de escultura alegórica “Fountain of Education” que, completado em 1922, foi instalado em frente da piscina externa do campus em maio de 1923, onde ficou por décadas. Uma foto de sua figura esguia com o rosto erguido e um braço estendido em direção ao céu apresentando “uma visão de pureza, graça, vigor juvenil, e aspiração”, foi escolhida para ilustrar uma matéria dos Los Angeles Times juntamente com o nome da modelo – a primeira vez em que o nome de Myrna apareceu em um jornal.

Estátua de Myrna – Fountain of Education

Aos 18 anos de idade Myrna saiu da escola para ajudar nas finanças da família e conseguiu trabalho no Grauman´s Egyptian Theatre, como dançarina nos prólogos (números musicais apresentados ao vivo no palco dos cinemas com temas relacionados com os dos filmes que seriam exibidos em seguida). Toda a trupe de dançarinas dos prólogos do Grauman’s Egyptian apareceu em uma cena de orgia de um filme dirigido por Raoul Walsh, Babilônia ou O Filho Pródigo / The Wanderer / 1926, mas com ela era um membro anônimo de um grupo, Myrna não considerou esta como sua verdadeira estréia no cinema.

Após uma performance no Egyptian Theatre, um fotógrafo de retratos de Hollywood chamado Henry Waxman, aproximou-se de Myrna nos bastidores e se ofereceu para tirar umas fotos dela. Durante uma visita ao estúdio de Waxman, Rudolph Valentino viu a foto de Myrna, achou-a notavelmente fotogênica, mostrou-a para sua esposa Natasha Rambova, porque sabia que esta também ficaria impressionada com a jovem dançarina, e lhe ofereceu um teste para seu próximo filme Cobra / Cobra / 1925; porém ela não se saiu bem, perdendo o papel para Gertrude Olmstead. Desapontada, Myrna deixou seu emprego no Egyptian Theatre e procurou o departamento de elenco da MGM, conseguindo aparecer em duas produções do estúdio, porém apenas como figurante: Ben-Hur / Ben-Hur / 1925, como uma espectadora da corrida de bigas (cena cortada posteriormente) e A Mosca Negra / Pretty Ladies / 1925 como uma das coristas. Frustrada, Myrna recorreu a Natasha Rambova e esta lhe ofereceu um papel no filme O Preço da Beleza / What Price Beauty? (estrelado por Nita Naldi), que estava produzindo com a ajuda financeira de Valentino, embora os dois estivessem prestes a se divorciar. A certa altura da narrativa a heroína sonha que está em um salão de beleza, onde desfilam vários tipos de mulher, representados por diferentes modelos, vestindo roupas do figurinista Adrian. Myrna aparecia como uma “vamp intelectual”, com uma maquilagem e vestido exóticos e, embora esta sua participação fosse muito pequena, chamou a atenção da revistas de fãs. Em julho de 1925, um mês antes de seu vigésimo aniversário, Myrna Loy assinou um contrato com a Warner Bros. Nesta ocasião resolveu adotar o nome artístico de Myrna Loy, sugerido por um poeta de vanguarda, Peter Rarick, amigo de Henry Waxman.

Quem possibilitou esta contratação foi Minna Wallis, irmã do futuro produtor da Warner, Hal. B. Wallis, que era secretária particular de Jack Warner e se tornaria depois agente de vários artistas. Waxman mostrou-lhe as fotos de Myrna e pediu que ela conseguisse agendar um teste para a sua descoberta, porém Minna preferiu introduzir Myrna em uma cena de um filme intitulado O Demônio Elegante / Satan in Sables / 1925, sentada no colo do ator Lowell Sherman. O ardil funcionou. Depois de ver os rushes, Jack Warner perguntou “Quem está ao lado de Sherman?”. Suas próximas palavras foram, “Contrate-a”.

Conrad Nagel e Myrna Loy em The girlfrom Chicago

Myrna Loy em Através do Pacífico

Entre 1926 e 1929 ela participou de  36  filmes na Warner em pequenos papéis; sem ser creditada; como vamp ou personagens de origem asiática; em alguns papéis principais. 1926 – O Homem da Caverna / The Caveman; Entre Uma Noiva e Outra / The Love Toy; Quando Elas se Arrependem / Why Girls Go Back Home / A Felicidade  Dependerá do Dinheiro / The Gilded  Highway; O Rapaz e a Cigana ou Ele e a Cigana / Exquisite Sinner; Em Paris é Assim / So This is Paris; Don Juan / Don Juan (Mai, uma dama de companhia); Através do Pacífico / Across the Pacific (seu primeiro papel de asiática como uma nativa filipina); O Terceiro Degrau / The Third Degree. 1927 – Noite Infernal / Finger Prints; Quando o Homem Ama / When a Man Loves; A Vingança / Bitter Apples; Banida da Corte / The Climbers; A Doutrina do Bem / The Heart of Maryland; Nunca é Tarde Para o Amor / A Sailor´s Sweetheart; O Cantor de Jazz / The Jazz Singer (como uma corista); Uma Pequena de Fora  / The Girl from Chicago (primeiro papel principal ao lado de Conrad Nagel);

Conrad Nagel e Myrna Loy em Uma Pequena de Fora

Dois Turunas na Guerra / Ham and Eggs at the Front; Se Eu Fosse Solteiro / If I Were Single. 1928 – Cuidado com os Casados / Beware a Married Man; Uma Noiva em Cada Porto / A Girl in Every Port; Horas Que Voltam / Turn Back the Hours; Quando o Destino Castiga / The Crimson City (como a escrava chinesa Onoto);

Myrna Loy em Quando o Destino Castiga

Myrna Loy em Astúcia de Mulher

Myrna Loy em A Canção do|Deserto

Pague na Entrada / Pay As You Enter); Astúcia de Mulher / State Street Sadie; O Taxi da Meia-Noite / The Midnight Taxi; A Arca de Noé / Noah’s Ark (dançarina na sequência da Broadway; escrava na sequência bíblica); Menina da Fuzarca / Fancy Baggage. 1929 – Rosa Encantada / Hard Boiled Rose; A Canção do Deserto / The Desert Song (a mestiça Azuri); A Guarda Negra / The Black Watch (a indiana Yasmani); The Squall (a cigana Nubi); Amor Silvestre / The Great Divide (a mexicana Manuella); Evidência / Evidence (uma nativa birmanesa); A Parada das Maravilhas / Show of Shows (em dois números de dança:  “What Became of Floradora´s Boys” e “ Chinese Fantasy”). Em dezembro de 1929 Myrna foi dispensada da Warner sob a alegação de que os papéis de orientais estavam fora de moda e que portanto não precisavam mais do seu tipo.

Myrna Loy em Amor Nativo

Myrna Loy e Warner Baxter em Don Juan do México

Myrna Loy em A Noiva do Regimento

Myrna Loy e Warner Baxter em Renegados

Entre 1930 e 1933 Myrna fez filmes para a Fox, MGM, RKO e outras companhias, já se impondo em determinados papéis a partir de 1932: 1930 – Colhendo Amores / Cameo Kirby; Amor Nativo / Isle of Escape; Don Juan do México/ Under a Texas Moon; O Seguro do Amor / Cock O´ The Walk; A Noiva do Regimento / Bride of the Regiment; Na Ronda do Faroeste / The Last of the Duanes; A Princesa do Bairro / The Jazz Cinderella; O Homem Mau / The Bad Man; Renegados / Renegades; The Truth About Youth; Rogue of the Rio Grande; The Naughty Flirt; O Diabo Que Pague / The Devil to Pay. 1931 – Corpo e Alma / Body and Soul; Um Ianque na Corte do Rei Arthur / A Connecticut Yankee (como Fada Morgana, irmã do Rei Arthur);

Myrna Loy em Um Ianque na Corte do Rei Arthur

Myrna Loy e Ronald Colman em Médico e Amante

Myrna Loy, Maurice Chevalier e Jeanette MacDonald em Ama-me Esta Noite

Myrna Loy e Boris Karloff em A Mâscara de Fu Manchu

Myrna Loy e John Barrymore em Topázio

Myrna Loy e Ramon Novarro em Uma Noite no Cairo

O Preço da Ventura / Hush Money; O Preço da Ventura / Hush Money; Rebound; Transatlântico / Transatlantic; A Babel de Ferro / Skyline; Casamento de Consolação / Consolation Marriage; Médico e Amante / Arrowsmith. 1932 – Emma / Emma; Vanity Fair (primeiro papel principal na Allied Artists como Becky Sharp); E O Mundo Marcha / The Wet Parade; A Mulher no Quarto 13 / The Woman in Room 13; New Morals for Old; Ama-me Esta Noite / Love Me Tonight (como a Condessa Valentine, sobrinha do Duque d’Artel (C. Aubrey Smith); Treze Mulheres / Thirteen Women; A Máscara de Fu Manchu / The Mask of Fu Manchu (inesquecível como Fah Lo See, a filha sádica e sensual de Fu Manchu); Pouco Amor Não é Amor / The Animal Kingdom. 1933 – Topázio / Topaze  (como Coco, a sedutora amante do barão de la Tour-La Tour, contracenando com John Barrymore no papel título), O Rio Escarlate / Scarlet River; Uma Noite no Cairo / The Barbarian (finalmente como leading lady na MGM ao lado de Ramon Novarro); A Rival da Esposa / When Ladies Meet); Pela Vida de um Homem/ Penthouse; Asas da Noite / Night Flight (como esposa do piloto brasileiro (William Gargan); O Pugilista e a Favorita / The Prizefighter and the Lady. Uma curiosidade: Myrna recusou o papel de Cleopatra, a trapezista que se casa com o anão interessada no seu dinheiro em Monstros / Freaks / 1932, personagem afinal interpretada por Olga Baclanova.

Myrna Loy e Clark Gabvle em Alma de Médico

William Powell, Asta e Myrna Loy em A Ceia dos Acusados

Jean Harlow, Spencer Tracy e Myrna Loy, astros de Ciúmes

Robert Montgomery e Myrna Loy em Tirano Irresistível

Myrna Loy e William Powell em Ziegfeld, o Criador de Estrelas

Clark Gable, Myrna Loy e Spencer Tracy, astros de Piloto de Provas

Myrna Loy e Clark Gable em Sob o Céu dos Trópicos

Tyrone Power e Myrna Loy em E As Chuvas Chegaram

A partir de 1934 Myrna tornou-se uma estrela, atuando como leading lady ou na companhia de outros astros e estrelas na MGM e também quando emprestada para outros estúdios. 1934 – Alma de Médico / Men in White (com Clark Gable); Vencido pela Lei / Manhattan Melodrama (com Clark Gable, William Powell); A Ceia do Acusados / The Thin Man (primeiro dos seis filmes da famosa série que mistura  admiravelmente comédia maluca com drama criminal de mistério, baseada  no romance de Dashiell Hammett, com Myrna e William Powell como Nora e Nick Charles um casal perfeitamente feliz e sofisticado, que se diverte bancando os detetives, ajudados por sua cadela de estimação Asta); Uma Noite em Istanbul / Stamboul Quest (com George Brent); Chantagem / Evelyn Prentice (com William Powell); A Vitória Será Tua / Broadway Bill (com Warner Baxter na Columbia). 1935 – Asas nas Trevas / Wings in the Dark (com Cary Grant na Paramount); Ladra Encantadora / Whipsaw (com Spencer Tracy). 1936 – Ciúmes / Wife vs. Secretary (com Clark Gable, Jean Harlow); Tirano Irresistível / Petticoat Fever (Robert Montgomery); Ziegfeld, o Criador de Estrelas / The Great Ziegfeld (com William Powell, Luise Rainer); Esposa e Amante / To Mary – with Love (com Warner Baxter na Twentieth Century-Fox); Casado com Minha Noiva / Libeled Lady (com William Powell, Jean Harlow, Spencer Tracy); A Comédia dos Acusados / After the Thin Man (com William Powell). 1937 – Parnell, O Rei sem Corôa / Parnell (com Clark Gable); Amor em Duplicata / Double Wedding (com William Powell). 1938 – Amor de Ida e Volta / Man-Proof (com Franchot Tone, Rosalind Russell); Piloto de Provas / Test Pilot (com Clark Gable, Spencer Tracy); Sob o Céu dos Trópicos / Too Hot to Handle (com Clark Gable, Walter Pidgeon). 1939 – Noite Feliz / Lucky Night (com  Robert Taylor); E As Chuvas Chegaram / The Rains Came com Tyrone Power na Twentieth Century-Fox); O Hotel dos Acusados / Another Thin Man (com William Powell).

Em 1941 Myrna fez Meu Querido Maluco / Love Crazy e A Sombra dos Acusados / Shadow of the Thin Man (ambos com William Powell) e, depois de alguns acontecimentos na sua vida particular (divórcio em 1942 do produtor Arthur Hornblow Jr., de quem fôra amante desde 1932  – quando ele ainda era casado – e com quem se casara em 1936; divórcio de John Hertz, Jr. com quem se casara em 1942 e se divorciara em 1944) e de ter abandonado sua carreira para colaborar com o esforço de guerra  e de trabalhar para a Cruz Vermelha, Myrna retornou em 1944 à MGM para atuar em, O Regresso Daquele Homem / The Thin Man Goes Home (com William Powell).

Myrna Loy e Fredric March em Os Melhores Anos de Nossas Vidas

Cary Grant e Myrna Loy em Lar … Meu Tormento

Myrna Loy e Robert Mitchum em O Vale da Ternura

A partir de 1946, Myrna trabalhou para vários estúdios: 1946 – Amor Tempestuoso /  So Goes My Love (com Don Ameche na Universal; Os Melhores Anos de Nossa Vida / The Best Years of Our Lives  (seu filme predileto como a compreensiva e suave Milly, esposa do banqueiro que retorna da guerra (Fredrich March) na Goldwyn). 1947 – Solteirão Cobiçado / The Bachelor and the Bobby-Soxer (Com Cary Grant, Shirley Temple na RKO); A Canção dos Acusados / Song of the Thin Man (com William Powell na MGM); Senador Indiscreto /The Senator Was Indiscreet(uma breve aparição sem ser creditada na Universal). 1948 – Lar … Meu Tormento / Mr. Blandings Builds His Dream House (com Cary Grant na RKO). 1949 – O Vale da Ternura / The Red Pony (com Robert Mitchum na Republic). The Dangerous Age / If This Be Sin nos EUA (com Roger Livesey na London Films, Inglaterra). Em 1946 Myrna casou-se com Gene Markey, de quem se divorciou em 1950 e no ano seguinte contraiu matrimônio com Howland H. Sargeant, divorciando-se deste seu último marido em 1960.  Em 1948 ela foi a primeira celebridade de Holllywood a trabalhar para a UNESCO.

Myrna Loy e Clifton Webb em Papai Batuta

Myrna Loy em Aeroporto 70

 

De 1950 até o final de sua carreira em 1980, Myrna fez: 1950 – Papai Batuta / Cheaper by the Dozen (com Clifton Webb na Twentieth Century-Fox). 1952 – A Família do Gênio / Belles on Their Toes (continuação de Papai Batuta com Jeanne Crain na Twentieth Century-Fox). 1956 – A Filha do Embaixador / The Ambassador’s Daughter (com Olivia de Havilland, John Forsythe para a Norman Krasna Prod. / UA). 1958 – Por um Pouco de Amor / Lonely Hearts (com Montgomery Clift, Robert Ryan para a Dore Schary Prod. / UA). 1960 – Paixões Desenfreadas / From the Terrace (com Paul Newman, Joanne Woodward para a Linebrook Prod. / T. C. Fox; A Teia de Renda Negra / Midnight Lace (com Doris Day, Rex Harrison para a Arwin Prod. / UI). 1969 – Um Dia em Duas Vidas / The April Fools (com Jack Lemmon, Catherine Deneuve, Charles Boyer para a Jalem Prod.). 1974 – Aeroporto 75 / Airport 1975 (com Charlton Heston e outros na Universal). 1978 – Se Não Me Mato, Morro / The End (com Burt Reynolds, Sally Fields para Reynolds Prod./UA). Diga-me o que Você Quer / Just Tell Me What you Want (com Alan King, Ali Mac Graw na Warner). Myrna trabalhou também no teatro  (1961-1978) e na televisão (1955-1982) mas neste artigo relembro apenas sua carreira cinematográfica.

Em 1990, aos 85 anos de idade, Myrna recebeu um Oscar Honorário da Academia “em reconhecimento às suas extraordinárias  qualidades, no Cinema e fora dele, com a admiração por uma vida de desempenhos inesquecíveis”. Sem ter mais forças para viajar, ela foi vista por satélite no seu apartamento em Nova York, dizendo simplesmente, “Vocês me fizeram muito feliz. Muito obrigado”. Myrna faleceu durante uma cirurgia no Lennox Hill Hospital em Manhattan aos 88 anos de idade.

Myrna “a única menina boazinha de Hollywood”

John Ford, que tinha uma certa atração por ela, costumava provocá-la chamando-a de “ The only good girl in Hollywood” (“A única menina boazinha de Hollywood”), sempre discreta, ao contrário de outras jovens atrizes sedutoras. Se levarmos em conta tudo o que Myrna realizou na tela e fora dela, demonstrando (como disse Emily W. Leider (na sua magnífica biografia publicada pela University of California em 2011, que foi muito útil para a minha pesquisa) uma preocupação permanente com os problemas mundiais e por outras pessoas, o rótulo de menina boazinha ressoa além do significado original de Ford.