Arquivo mensais:outubro 2017

CONEXÃO TELETEATRO – CINEMA

Faço parte de uma geração de felizardos que pôde assistir – entre os anos de 1956 a 1962, na TV Tupi, de 1963 a 1964, na TV Rio (Grande Teatro Murray) e alguns meses na TV Globo em 1965 (4 no Teatro), o primeiramente chamado Grande Teatro Tupi do Rio de Janeiro, um dos inúmeros teleteatros que divulgaram a Alta Cultura nos primórdios da TV no Brasil, exibindo – de início “ao vivo” – os clássicos da dramaturgia e literatura mundiais bem como adaptações de filmes famosos de variados países, interpretados pelos atores mais representativos do nosso teatro. Assistindo este programa maravilhoso, entrei na intimidade de Ibsen, Tchekhov, Pirandello, Balzac, Dostoiewski e mais uma infinidade de grandes autores, cujas obras depois vim a ler, e que alargaram o meu espírito, e me proporcionaram tanta satisfação intelectual e estética.

Esse trabalho de valor inestimável realizado por um grupo de artistas excepcionais foi estudado pela professora Cristina Brandão em O Grande Teatro Tupi do Rio de Janeiro: o teleteatro e suas múltiplas faces  – Editora da UFJF – OP. COM, 2005 e relembrado por Sergio Britto em Fábrica de Ilusão: 50 Anos de Teatro – Funarte / Editora Salamandra, 1996, porém ambos omitiram a quase totalidade dos nomes dos personagens que cada ator interpretou (de algumas telepeças – Anastácio, Orgulho e Preconceito, Escada em Espiral, Ligações Perigosas – só mencionaram o título). Procurei preencher esta lacuna, consultando os periódicos da época da transmissão do programa, principalmente “O Jornal” que, por ser de propriedade de Assis Chateaubriand, dono da TV Tupi, dava mais informações sobre os espetáculos televisivos do que os outros órgãos da imprensa. Nas suas páginas, foram úteis os comentários assinados por José Fernandes e Otacilio Colares, mas quase nunca mencionavam qual ator fez qual personagem. As colunas de Nestor de Holanda no Diário Carioca, Oswaldo Waddington na Tribuna da Imprensa, Lasinha Luis Carlos no Correio da Manhã, R. Pacheco em A Noite, Thereza Cesario Alvim no Última Hora e a revista Intervalo apresentavam a mesma deficiência. Nos outros jornais, as informações sobre o Grande Teatro Tupi eram ainda mais escassas, motivo pelo qual não consegui realizar um trabalho perfeito – ficaram faltando os nomes de alguns personagens e seus respectivos intérpretes.

Lia de Aguiar em A Vida por um Fio

Antes de iniciar a encenação de obras de grandes autores universalmente consagrados, a TV Tupi de São Paulo, poucos meses depois de sua inauguração, colocou no ar em 11 de outubro de 1950 o Teatro Walter Foster com pequenas cenas românticas e, em 29 de novembro, a telepeça – A Vida por um Fio, adaptação do filme de Anatole Litvak com Lia de Aguiar fazendo o papel que coubera na tela a Barbara Stanwyck, acompanhada por Lima Duarte, Walter Foster, Dionísio Azevedo e Yara Lins. A experiência com pequenos teleteatros continuou até que grupos ou companhias teatrais paulistas passaram a mostrar na televisão os espetáculos que estavam em cartaz nos palcos paulistas. Madalena Nicol foi uma das primeiras a se apresentar com os monólogos Antes do Café, de Eugene O’Neill e A Voz Humana, de Jean Cocteau e a TV Tupi então reservou um horário para o Teatro Madalena Nicol.

Madalena Nicol

Outro teleteatro representativo paulista foi o Teatro de Vanguarda, depois chamado de TV de Vanguarda, fruto das idéias e esforços de um grupo, formado por Cassiano Gabus Mendes, Walter George Durst, Dionísio Azevedo, Lima Duarte e Silas Roberg. Este teleteatro, criado em 1952, apresentava como novidade adaptações de filmes famosos para a TV, a cargo de Walter George Durst, cuja experiência vinha do rádioteatro Cinema em Casa da Rádio Difusora de São Paulo. Apenas para citar alguns desses espetáculos: A Dama das Camélias, O Idiota, De Repente no Último Verão, A Malvada, O Homem que Vendeu a Alma, Hamlet, Romeu e Julieta, Entre Quatro Paredes, Pigmaleão etc. No seu livro, TV Tupi Uma Linda História de Amor (Coleção Aplauso, 2008), Vida Alves relaciona um elenco enorme, do qual vou mencionar apenas alguns nomes: Lia de Aguiar, Dionísio Azevedo, Lima Duarte, Vida Alves, Gloria Menezes, Tarcisio Meira, Geny Prado, Henrique Martins, Regis Cardoso, Rildo Gonçalves, Juca de Oliveira, Eva Wilma, John Herbert, Lolita Rodrigues, Débora Duarte, Jaime Barcelos, Nidia Licia, Gianfrancesco Guarnieri, Araci Balabanian, Marly Bueno etc. Na TV Tupi de São Paulo surgiu também o TV de Comédia sob o comando de Geraldo Vietri e exibindo o trabalho de atores como Cazarré, Amândio Silva Filho, Dorinha Duval, Vida Alves, Luiz Orione, Laura Cardoso, Lolita Rodrigues, Amilton Fernandes, Geórgia Gomide, Guy Loup, Rolando Boldrin etc.

Cassiano Gabus Mendes e Lia de Aguiar no TV de Vanguarda

 

Jacy Campos no Câmera Um

Entre os teleteatros de maior destaque no Rio de Janeiro durante a década de cinquenta estavam: o Teatro Philco (Grande Teatro Cacilda Becker) na TV Rio às 2as feiras, 20hs. sob direção de Carla Civelli e Ruggero Jacobbi, tendo à frente do elenco Cacilda Becker e Cleide Yáconis; o Câmera Um de Jacy Campos, que estreou na TV Tupi às 6as feiras, 22.50hs., mobilizando apenas uma câmera, sem cortes, e contando com a presença de Lourdes Mayer, Carlos Duval, Alberto Perez, Ribeiro Fortes e Aracy Cardoso (juntos como Othelo e Desdêmona), entre vários outros artistas e / ou convidados (v. g. Gilda Valença em A Severa, e Rodolfo Mayer fazendo O Médico e o Monstro, Paulo Porto como o Raskolnikov de Crime e Castigo) e encerramentos pitorescos com Jacy chamando a câmera para um close-up e dizendo o seu “boa-noite” característico;

Rodolfo Mayer em O Médico e o Monstro

Norma Blum e Roberto de Cleto no Teatrinho Troll

Fabio Sabag, diretor do Teatrinhgo Troll

Cena de uma peça no Teatrinho Troll

o Teatrinho Troll de Fábio Sabag, anunciado como Vesperal Troll – Grande Teatro Infantil na TV Tupi aos domingos, 14hs., servido pelos atores fixos Norma Blum, Zilka Salaberry, Roberto de Cleto, Oscar Felipe e Antonio Ganzarolli; o Teatro de Equipe na TV Tupi aos domingos, 22:15hs., do qual faziam parte Heloisa Helena (Heloisa foi Serafina em Rosa Tatuada), Mauricio Sherman, Ribeiro Fortes, Paulo Porto, Yoná Magalhães, Glauce Rocha, Riva Blanche etc.; o Estúdio V na TV Tupi aos domingos, 13:30hs., dirigido por Carla Civelli com convidados ilustres como Cacilda Becker, Dulcina, Ziembinski, Paulo Autran etc.; o Teatro de Variedades de Victor Berbara na TV Rio com participações de Odilon Azevedo e Henriette Morineau e, entre os atores regulares, Teresinha Amayo,  Jorge Dória, Emma D’Ávila, Mário Brasini, Teresa Austregésilo, Avalone Filho, Daisy Lucidy, André Villon, Elza Gomes, Sergio de Oliveira, Domingos Martins, Castro Gonzaga etc. e, principalmente, o Grande Teatro Tupi, primeiramente dirigido por Adolfo Celi e depois por Sergio Britto, a partir de 1956, normalmente todas as 2as feiras às 22:30hs, apresentado com o prefixo musical “Smile” de Tempos Modernos de Charles Chaplin (quando o Grande Teatro se transferiu para a TV Rio, o prefixo passou a ser “Limelight” de Luzes da Ribalta).

Convém assinalar que houve ainda no Rio de Janeiro, na TV Tupi, os teleteatros A História do Teatro Brasileiro e História do Teatro Universal, sob direção do português Chianca de Garcia, o segundo teleteatro citado oferecendo um repertório de peças do teatro grego, Shakespeare, Ibsen etc. interpretadas por atores como Fernanda Montenegro, Fregolente, Paulo Porto, Heloisa Helena; o Grande Teatro Cassio Muniz com adaptações de filmes famosos, exibido às 4as feiras, 15hs. (v. g. Luz de Gás com Tonia Carrero e Paulo Autran); o Teatro Gebara às 2as feiras, 21:15 hs., com direção de Chianca de Garcia e comparecimento de Heloisa Helena, Alberto Perez, Milton Carneiro, Samaritana Santos, Sonia Oiticica, Sady Cabral, Ida Gomes etc.; o Teatro Walita aos domingos, 20hs., direção primeiramente de Mauricio Sherman substituido sucessivamente por Fabio Sabag e pelo colombiano Guilherme Rubiano, que passou a fazer o teleteatro em episódios (v. g. Rebecca; As Mulheres); Teatro de Comédias, produzido por Carlos Frias com, por exemplo, Jaime Costa e Heloisa Helena em Carlota Joaquina e Procópio Ferreira em Deus lhe Pague; o TV de Aventura  dirigido por Péricles Leal as 5as feiras, 18:20 hs., abordando os clássicos do romance de aventuras como, por exemplo, Beau Geste de P. C. Wren com Herval Rossano, Avalone Filho e Dary Reis interpretando os três irmãos Geste e Roberto Duval como o truculento sargento Lejaune; o Teatro de Romance às 4as feiras, 15.00hs oferecendo adaptações de argumentos cinematográficos (inclusive o de Casablanca e As Quatro Penas Brancas) selecionados por Celestino Silveira e a partir de 1956 o Teatro de Vanguarda passou a ser visto pelos espectadores cariocas aos domingos, 22:15hs. Na TV Continental às 3as feiras às 22.00hs. coordenado por Jackson de Souza, exibia-se o Teatro de Ontem, cujo objetivo era trazer da poeira dos arquivos, peças que marcaram o teatro brasileiro de outras épocas como, por exemplo, Onde Canta o Sabiá, de Gastão Tojeiro.

O Grande Teatro Tupi do Rio de Janeiro teve sua origem na TV Tupi de São Paulo, onde, a partir de 1952, começou a ser transmitido às 2as feiras, apresentando artistas do porte de Procópio Ferreira, Olga Navarro e Graça Mello e diretores como Osmar Rodrigues Cruz e Antunes Filho. Eles dirigiram alternadamente vários espetáculos, porém foi outro diretor, Sergio Britto que, utilizando sua experiência paulista nos teleteatros, coordenou, produziu e dirigiu o Grande Teatro Tupi, versão carioca. Em julho de 1956, ele foi para o Rio de Janeiro, enquanto, em São Paulo, o Grande Teatro seguiria seu curso, dirigido por Armando Bogus em conjunto com Amir Haddad e Ademar Guerra; mais tarde, tal função passou para Wanda Kosmo. Armando Bogus escolheu para um dos programas, o Falcão Maltês de Dashiel Hammett com José Parisi, Rosamaria Murtinho e Jaime Barcelos no elenco.

Sergio Britto e Adolfo Celi

Sergio Britto estava para estrear no Teatro Ginástico com A Casa de Chá do Luar de Agosto e soube que Adolfo Celi havia abandonado na TV Tupi carioca a direção do Grande Teatro, cujos atores principais eram Tonia Carrero, Paulo Autran e Margarida Rey. Sergio foi à Tupi, e propôs ao Guilherme Figueiredo, diretor da emissora naquela época, encenar Os Espectros de Ibsen. Guilherme aceitou e decidiu que ele fizesse o programa, revezando-se com Sergio Cardoso. “Mais ou menos em agosto nós começamos. O Sérgio Cardoso fez na semana seguinte e parece que não funcionou muito bem, nem o Sérgio, nem o Guilherme de Figueiredo ficaram satisfeitos. Não sei como foi a história, só sei que íamos fazer a terceira semana, quando ele disse: Vocês vão continuar fazendo sempre. Você agüenta? Eu disse: Sim, eu agüento, vou montar minha equipe” (Sergio Britto em entrevista concedida a Cristina Brandão).

Nathalia Timberg, Sergio Britto, Italo Rossi, Fernanda Montenegro e Manoel Carlos

O Grande Teatro do Rio de Janeiro funcionava com um elenco fixo (Fernanda Montenegro, Nathália Timberg, Ítalo Rossi, Aldo de Maio, Sergio Britto), além de dois diretores (Fernando Torres, Flavio Rangel) e um adaptador de textos para a televisão (Manoel Carlos). Atores convidados como Bibi Ferreira, Dulcina, a atriz portuguêsa Maria Sampaio, Henriette Morineau, Sergio Cardoso, Rubens de Falco, Yoná Magalhães, Tereza Rachel, Tonia Carrero, Lourdes Mayer, Vanda Lacerda, Rubens Corrêa, Milton Moraes, Graça Mello e Jaime Costa, fizeram programas eventuais, mas na base estavam sempre os elementos fixos que se revezariam nas produções semanais. Entre outros atores: Carminha Brandão, Maria Helena, Renato Restier, Leonardo Villar, Fábio Sabag, Zilka Sallaberry, Labanca, Berta Zemmel, Wanda Kosmo, Claudio Cavalcanti, Monah Delacy, Sadi Cabral, Fernando Torres, Haydée Bittencourt, Gianfrancesco Guarnieri, Mauro Mendonça, Suzi Arruda, Oscar Felipe, Claudio Correa e Castro, Napoleão Muniz Freire, Francisco Cuoco, Norma Blum, Isabel Teresa, Teresa Austregésilo, Paulo Padilha, Mario Lago, Oswaldo Loureiro, Beatriz Toledo (Segall), Elisio de Albuquerque, Glauce Rocha, Iolanda Cardoso, Lelia Abramo, Sebastião Vasconcelos, Yara Cortes, Ari Coslov, Suely Franco, Camila Amado, Sergio Viotti, Ivan de Albuquerque, Carmen Silva Murgel, Eliana Pitman, Aimée, Carlos Alberto, Antonio Pitanga, Nildo Parente, Renato Consorte, Raul Cortez, Jô Soares, Germano Filho, Maria Pompeu, Daniel Filho, Jece Valadão, Othon Bastos, Waldir Maia, João Carlos Barroso, Iracema de Alencar, Rosita Thomaz Lopes, Renato Machado, Miriam Pires, Odete Lara, Pedro Paulo Matozinho, Perry Salles, Vera Gertel, Wanda Marchetti, Claudio Marzo, Emiliano Queiroz, Anita Schmidt, Léa Bulcão, Eggidio Eccio, Edson Silva, José Eugenio Soares, Ludi Veloso, Angela Bonatti, Irene Ravache, Ivan de Souza, Paulo Araujo, Maria Esmeralda, Maria Muniz, Lia Moiono, Eduardo Waddington, Magalhães Graça, Ary Fontoura, Osvaldo Loureiro, Élida Marelli, Cilo Costa, Tarcisio Zanotti, Altamiro Martins etc. Direção de TV: Mario Provenzano e depois Evaldo Ruy; Cenografia: Pernambuco de Oliveira, Paulo Bandeira e convidados como Gianni Ratto, Napoleão Muniz Freire etc. Sonoplasta: Rúbio Freire.

Em abril de 1957, o TBC levou o grupo de Sergio Britto de volta para São Paulo e aí, como ele contou no seu livro, “Passamos a viver uma maratona: das 13 às 19 hs., ensaio no TBC; das 21 às 23:30, espetáculo; da meia-noite às quatro da manhã, ensaios do grande teatro. No domingo, depois de dois espetáculos, tomávamos o corujão que transportava atores do Rio e de São Paulo. A viagem às vezes começava na hora certa, uma da manhã, mas terminava sabe Deus quando. Na segunda-feira íamos para a Tupi carioca, na Urca, ensaiávamos duas vezes com as câmeras, o diretor de TV, contra-regra, toda a equipe, e de noite fazíamos o programa ao vivo. Na terça-feira de manhã, tomávamos o avião para São Paulo, onde chegávamos, almoçávamos e íamos recomeçar a mesma maratona”. Um esforço hercúleo, por amor a Arte.

Sergio Britto

Entre 1956 e 1965, nos seus nove anos de existência, foram quase 400 espetáculos (infelizmente interrompidos pelas razões que Sergio Britto revelou em depoimento à professora Cristina, do qual reproduzo apenas alguns trechos: “Nós não tínhamos patrocinador o tempo todo. A Tupi queria tanto o nosso programa que, com patrocínio ou sem patrocínio, sempre o manteve no ar. Na TV Rio também houve um patrocínio no início, mas depois acabou … Nós estreamos na Globo sem patrocinador e, depois de quatro meses sem patrocínio, a Globo não aguentou … O Grande Teatro era uma doideira na TV Tupi, ao vivo. Na TV Rio foi todo gravado, já não era a mesma coisa e fizemos programas melhores na Rio que na Tupi … E na TV Globo, os programas eram super perfeitos, eu fiz dezesseis deles. O Walter Clark chegou lá e a Globo usou estes programas no Brasil todo … A TV Rio apagou tudo: apagou o Vestido de Noiva, do Nelson Rodrigues, que para mim foi o melhor programa de televisão que eu fiz. E a Globo apagou sabe o quê? Jaime Costa fazendo A Morte do Caixeiro Viajante. A falta de noção da importância das coisas … não é importância minha, é o Jaime Costa, aquele veterano ator fazendo A Morte do Caixeiro Viajante. Apagaram o Graça Mello fazendo Massacre”. Quando Sergio Britto e sua equipe se transferiram para a TV Rio, o Grande Teatro Tupi passou para o comando de Carlos Lage.

A qualidade do repertório oferecido pelo Grande Teatro é impressionante, mas neste artigo pretendo apenas chamar atenção para o número incrível de adaptações de filmes e / ou de obras literárias que serviram de base para filmes, lembrando que já fiz algo parecido nos meus artigos Conexão Teatro-Cinema I e II, publicados respectivamente em 30 de outubro de 2015 e 13 de novembro de 2015. Sergio Britto era um grande fã de cinema e isto deve ter contribuído para tantas adaptações de filmes no Grande Teatro. Uma vez lhe oferecí uma cópia em VHS de A Parada das Maravilhas / The Show of Shows / 1929, um daqueles filmes musicais-revista dos primórdios do cinema falado. Ele vibrou ao ver sua querida Myrna Loy dançando no número Fantasia Chinesa / Chinese Fantasy.  Lembrei-lhe que Myrna vinha do cinema silencioso, e ele me disse: “Eu gostaria de ter nascido em 1900, porque assim poderia ter visto todos os filmes mudos!”

 Cito apenas filmes mais conhecidos ou de alguma relevância, exibidos nos cinemas até 1965.

OS ESPECTROS de Henrik Ibsen – Ghosts / 1915 Dir: George Nichols, John Emerson. Sergio Britto como Oswald Alving  (na tela: Henry B. Walthall), Nathalia Timberg como a Sra. Alving (Mary Alden), Ítalo Rossi como o Pastor Manders (Nigel De Brulier), Maria Helena como Regina Engstrand (Loretta Blake).

O SÉTIMO CÉU de Austin Strong – Sétimo Céu / The 7th Heaven / 1927 Dir: Frank Borzage; Sétimo Céu / The 7th Heaven / 1937 Dir: Henry King. Aldo de Maio como Chico (Charles Farrell, James Stewart) e Maria Helena como Diana (Janet Gaynor, Simone Simon).

PEQUENAS RAPOSAS de Lillian Hellman – Pérfida / The Little Foxes / 1941 Dir: William Wyler. Nathalia Timberg como Regina Giddens (Bette Davis).

TRAGÉDIA EM NOVA YORK de Maxwell Anderson – Os Predestinados / Winterset / 1936 Dir: Alfred Santell. Aldo de Maio como Mio Romagna (Burgess Meredith).

TERESA RAQUIN de Emile Zola – Tereza Raquin / Térèse Raquin / 1928 Dir: Jacques Feyder; Teresa Raquin / Thérèse Raquin / 1953 Dir: Marcel Carné. Nathalia Timberg como Teresa Raquin (Simone Signoret).

O SORRISO DA GIOCONDA de Aldous Huxley – Vingança Pérfida / A Woman’s Vengeance / 1948 Dir: Zoltan Korda. Nathalia Timberg e Maria Helena nos principais papéis femininos; mas não consegui apurar quem elas personificaram na trama. No filme, as atrizes principais foram Ann Blyth (Doris) e Jessica Tandy (Janet).

Sergio Britto, Aldo de Maio e Paulo Padilha em Doze Homens Furiosos

DOZE HOMENS FURIOSOS de Reginald Rose – Doze Homens e uma Sentença / Twelve Angry Men / 1957 Dir: Sidney Lumet. Elenco: Paulo Padilha, Ítalo Rossi, Aldo de Maio, Fábio Sabag, Elísio de Albuquerque, Sergio Britto, Napoleão Muniz Freire, Fernando Torres, Othon Bastos, Roberto de Cleto, Tarcisio Zanotta e Ivan de Souza.

A FAMÍLIA BARRETT de Rudolph Besier – A Família Barrett / The Barretts of Wimpole Street / 1934 Dir: Sidney Franklin. Fernanda Montenegro como Elizabeth (Norma Shearer), Sergio Britto como seu pai, Edward Barrett (Charles Laughton), Paulo Goulart como Robert Browning (Fredric March), Nathalia Timberg (Arabel), Maria Helena(Henrieta), Carminha Brandão (Bela), Elida Marelli (dama de companhia), Italo Rossi (Mr. Biven), Aldo de Maio (capitão), Fábio Sabag (Dr. Chambers).

O CONDENADO de Graham Greene – O Pior dos Pecados / Brighton Rock / 1947 Dir: John Boulting. Aldo de Maio como Pinkie Brown (Richard Attenborough).

SINFONIA PASTORAL de André Gide – Sinfonia Pastoral / La Symphonie Pastorale / 1946 Dir: Jean Delannoy. Nathália Timberg como Getrudes (Michèle Morgan) e Sergio Britto como o pastor Jean Martens (Pierre Blanchar).

DESLUMBRAMENTO de Keith Winter – A Mulher Proibida / The Shinning Hour / 1938 Dir: Frank Borzage. Sergio Britto no seu livro faz referência à esplêndida atuação de Nathalia Timberg, mas não esclarece o nome de sua personagem. No filme, Joan Crawford e Margaret Sullivan são as duas atrizes principais respectivamente nos papéis de Olivia Riley e Judy Linden. Nathalia foi Olivia ou Judy?

A NOITE TUDO ENCOBRE de John Van Druten – A Noite Tudo Encobre / Night Must Fall / 1937 Dir: Richard Thorpe. Ítalo Rossi como o criminoso Danny (Robert Montgomery).

Ítalo Rossi em A Noite Tudo Encobre

EUGENIA GRANDET de Honoré de Balzac – Eugenia Grandet / The Conquering Power / 1921 Dir: Rex Ingram; Eugenia Grandet / Eugenia Grandet / 1946 Dir: Mario Soldati; Eugenia Grandet / 1953 Dir: Emilio Gómez Muriel. Com Fernanda Montenegro como Eugenia Grandet (Alice Terry, Alida Valli, Marga López).  

COLOMBA de Prosper Merrimée – Vendetta / Vendetta / 1950 Dir: Mel Ferrer, Stuart Heisler. Nathália Timberg como Colomba (Faith Domergue) e Paulo Padilha como Barricini (Joseph Calleia). No elenco: Magalhães Graça, Sergio Britto, Irene Ravache.

NOITES BRANCAS de Fyodor Dostoievsky – Noites Brancas / Le Notti Bianchi / 1957 Dir: Luchino Visconti. Berta Zemel como Natalia (Maria Schell) e Aldo de Maio como Mario (Marcello Mastroiani).No elenco: Sergio Britto.

Berta Zemel, Sergio Britto e Aldo de Maio em Noites Brancas

O LUTO FICA BEM EM ELECTRA de Eugene O’Neill – Conflito de Paixões / Mourning Becomes Electra / 1947 Dir: Dudley Nichols. Nathália Timberg como Lavinia Manson (Rosalind Russell). No elenco: Berta Zemel.

Berta Zemel e Nathalia Timberg em O Luto Fica Bem Em Electra

ÁGUIA DE DUAS CABEÇAS de Jean Cocteau – Águia de Duas Cabeças / L ‘Aigle à Deux Têtes / 1948 Dir: Jean Cocteau. Nathália Timberg como a Rainha Natasha (Edwige Feuillère) e Sergio Britto como Stanislas (Jean Marais).

CORONEL CHABERT de Honoré de Balzac – Coronel Chabert – A Grande Perfídia  / Le Colonel Chabert / 1943 Dir: René Le Hénaff. Ítalo Rossi no papel do Coronel Chabert (Raimu).

LA BOHÈME de Henri Murger – La Bohème / La Bohème / 1926 Dir: King Vidor.  La Vie de Bohème / 1945 Dir: Marcel L’Herbier. Fernanda Montenegro como Mimi (Lillian Gish), Sergio Britto como Rodolfo (John Gilbert), Nathália Timberg como Musetta (Renée Adorée), Aldo de Maio como Marcelo (Gino Corrado).

Fernanda Montenegro e Sergio Britto em La Bohème

CAROLINA de Theodore Dreiser – Perdição por Amor / Carrie / 1952 Dir: William Wyler. Fernanda Montenegro como Carrie (Jennifer Jones) e Sergio Britto como  George (Laurence Olivier).

 O DESTINO BATE À PORTA de James M. Cain – O Destino Bate à sua Porta / The Postman Always Rings Twice / 1946 Dir: Tay Garnett. Adaptação: Walter Hugo Khouri. Sergio Brito como Frank Chambers (John Garfield) e Nathália Timberg como Cora (Lana Turner). No elenco: Italo Rossi, Sadi Cabral, Aldo de Maio.

SONATA A KREUTZER de Lev Tolstoy – A Sonata de Kreutzer / Die Krautzersonate / 1937 Dir: Veit Harlan; Sonata de Kreutzer / Les Nuits Blanches de Saint-Petersburg / 1938 Dir: Jean Dréville.No elenco: Ítalo Rossi, Nathalia Timberg, Sergio Britto, Aldo de Maio e Maria Helena.

 A CASA DAS SETE TORRES de Nathaniel Hawthorne – A Casa das Sete Torres / The House of the Seven Gables / 1940 Dir: Joe May. Com Fernanda Montenegro, Sadi Cabral, Sergio Britto.

Berta Zemel e Aldo de Maio em A Casa das Sete Torres

EM CADA CORAÇÃO UM PECADO de Henry Bellaman – Em Cada Coração um Pecado / Kings Row / 1942 Dir: Sam Wood. Grande Elenco: Nathalia Timberg, Fernanda Montenegro, Monah Delacy, Berta Zemel, Wanda Kosmo, Lia Maione, Paulo Padilha, Fábio Sabag, Maria Helena, Sergio Britto, Ítalo Rossi, Manoel Carlos, Oscar Felipe, Aldo de Maio, Elísio de Albuquerque, Paulo Araujo Claudio Cavalcanti. Só tenho como certo NathaliaTimberg como Randy (Ann Sheridan). 

A DAMA DE ESPADAS de Aleksandr Pushkin – A Dama de Espadas / La Dame de Pique / 1937 Dir:  Fedor Ozep. A Dama de Espadas / The Queen of Spades / 1949 Dir: Thorold Dickinson. Monah Delacy como a Condessa Tomski (Margerite Moreno, Edith Evans), Nathália Timberg como Lisa (Madeleine Ozeray, Yvonne Mitchell), Sergio Britto como Tenente Herman (Pierre Blanchar, Anton Walbrook).

BOM DIA TRISTEZA de Françoise Sagan – Bom Dia, Tristeza / Bonjour Tristesse /  1958 Dir: Otto Preminger. Maria Helena como Cecile (Jean Seberg).

 O FALECIDO MATIAS PASCAL de Luigi Pirandello – O Morto Que Ri / Feu Mathias Pascal / 1926 Dir: Marcel L’Herbier; O Homem Que Voltou do Outro Mundo /   L’Homme de Nulle Part / 1937 Dir: Pierre Chenal. Sergio Britto como Mathias Pascal (Ivan Mosjoukine, Pierre Blanchar).

Fernanda Montenegro e Berta Zemel em À Margem da Vida

À MARGEM DA VIDA de Tennessee Williams – Algemas de Cristal / The Glass Menagerie / 1950 Dir: Irving Rapper. Berta Zemel como Laura Wingfield (Jane Wyman), Fernanda Montenegro como Amanda Wingfield (Gertrude Lawrence) e Sergio Britto como Jim O’Connor (Kirk Douglas).

MADAME BOVARY de Gustave Flaubert – Madame Bovary / 1934 Dir: Jean Renoir; A Sedutora Madame Bovary / Madame Bovary / 1949 Dir: Vincente Minnelli. Fernanda Montenegro como Madame Bovary (Valentine Tessier, Jennifer Jones). No elenco: Fernando Torres.

Fernando Torres e Fernanda Montenegro em Madame Bovary

DISQUE M PARA MATAR de Frederick Knott – Disque M para Matar / Dial M for Murder / 1954   Dir: Alfred Hitchcock. Nathalia Timberg como Margot Wendice (Grace Kelly), Sergio Britto como Tony Wendice (Ray Milland), Fernando Torres como Mark Halliday (Robert Cummings), Aldo de Maio como Charles Swann, o assassino contratado pelo marido (Anthony Dawson), Manoel Carlos como o Inspetor Hubbard (John Williams).

Fernanda Montenegro em A Herdeira

A HERDEIRA de Ruth e Augustus Goetz  / Henry James – Tarde Demais / The Heiress Dir: William Wyler. Fernanda Montenegro como Catherine Sloper (Olivia de Havilland), Aldo de Maio como Morris Austin (Montgomery Clift) e Sergio Britto como Austin Sloper (Ralph Richardson), Carminha Brandão como Lavinia (Miriam Hopkins).

EU SOUBE AMAR de Zoe Akins / Edith Wharton – Eu Soube Amar / The Old Maid / 1939 Dir: Edmund Goulding. “O Jornal” aponta Carminha Brandão e Nathalia Timberg como atrizes principais, mas não esclarece quem faz o papel de Charlotte (Bette Davis) ou de Delia Lovell (Miriam Hopkins).

Sady Cabral, Berta Zemel e Monah Delacy em O 5º Mandamento

O QUINTO MANDAMENTO de Maurice Rostand – Não Matarás / Broken Lullaby  / 1932 Dir: Ernst Lubitsch. Aldo de Maio como Paul Renard (Phillips Holmes) e Berta Zemel como Elsa (Nancy Carroll).

TESTEMUNHA DE ACUSAÇÃO de Agatha Christie – Testemunha de Acusação / Witness for the Prosecution / 1957 Dir: Billy Wilder. Aldo de Maio como Leonard Vole (Tyrone Power), Nathália Timberg como Christine (Marlene Dietrich). No elenco: Sergio Britto, Sadi Cabral, Felipe Wagner e, como convidada especial, Ida Gomes.

ETERNO MARIDO de Fyodor Dostoievski – O Eterno Marido / L ‘Homme au Chapeau Rond / 1946 Dir: Pierre Billon. Sadi Cabral como Nicolas Trousotsky (Raimu).

WERTHER de J. W. von Goethe – Werther (TV)Le Roman de Werther / 1938 Dir: Max Ophuls. Aldo de Maio como Werther (Pierre Richard-Willm) e Fernanda Montenegro como Carlota (Annie Vernay).

Fernanda Montenegro e Aldo de Maio em Werther

LEITO NUPCIAL de Jan Hartog – Leito NupcialThe Four Poster / 1952 Dir: Irving Reis. Sergio Britto e Fernanda Montenegro como o casal John e Abby Edwards (Rex Harrison, Lili Palmer).  

CARTA DE UMA DESCONHECIDA de Stefan Zweig – Carta de Uma Desconhecida / Letter from an Unknown Woman / 1948   Dir: Max Ophuls. Berta Zemel como Lisa (Joan Fontaine) e Sergio Britto como Stefan (Louis Jourdan).

DESPEDIDA DE SOLTEIRO de Paddy Chayefsky – Despedida de Solteiro / The Bachelor Party / 1957 Dir: Delbert Mann. Sergio Britto diz que foi a primeira intervenção de Gianfrancesco Guarnieri no programa, mas não identifica o nome de seu personagem.

BREVE ENCONTRO de Noel Coward – Desencanto / Brief Encounter / 1945 Dir: David Lean. Fernanda Montenegro como Laura Jesson (Celia Jonhson) e Sergio Britto como Dr. Alec Harvey (Trevor Howard).

CARNET DE BAILE de J. Duvivier, Jean Sarment, Pierre Wolff, Yves Mirande, Bernard Zimmer – Um Carnê de Baile / Un Carnet de Bal / 1937 Dir: Julien Duvivier. Nathália Timberg (Marie Bell). Os homens de sua vida: Leonardo Vilar, Felipe Wagner, Ítalo Rossi, Francisco Cuco e Sergio Britto.

TERNURA de Henri Bataille  A Ternura / La Tendresse / 193 de André Hugon. No elenco: Fernanda Montenegro e Sergio Britto.

Lia Moiono, Fernanda Montenegro e Sergio Britto em Ternura

ALÔ, Ô DE FORA de William Saroyan – Hello Out There / 1949 Dir: James Whale (31 min., realizado para fazer parte de um filme de esquetes, que afinal não foi lançado).

O PROFUNDO MAR AZUL de Terence Rattigan – O Profundo Mar Azul / The Deep Blue Sea / 1955 Dir: Anatole Litvak. Nathália Timberg como Hester Collyer (Vivien Leigh).

JANE EYRE de Charlotte Brontë – Jane Eyre / Jane Eyre / 1943 Dir: Robert Stevenson. Fernanda Montenegro como Jane Eyre (Joan Fontaine) e Sergio Britto como Rochester (Orson Welles).

Fernanda Montenegro em Jane Eyre

O DIABO NO CORPO de Raymond Radiguet – Adúltera / Le Diable au Corps / 1947 Dir: Claude Autant-Lara. Nathália Timberg como Marthe (Micheline Presle) e Aldo de Maio como François (Gérard Philipe).

UM JOGADOR de Fyodor Dostoievsky – O Jogador / Le Joueur / 1938 Dir: Gerhard Lamprecht, Louis Daquin; O Grande Pecador / The Great Sinner / 1949 Dir: Robert Siodmak; Le Joueur / 1958 Dir: Claude Autant-Lara. Sady Cabral como General Ostrovsky (Walter Huston), Haydée Bittencourt como a avó Ostrovsky (Ethel Barrymore), Sergio Britto como Alexei, que nesta versão ganhou o nome de Fedja (Gregory Peck), Nathália Timberg como Paulina (Ava Gardner) – os personagens são do filme de R. Siodmak. Pierre Blanchar e Gérard Philipe fizeram o papel de Aleksei nos outros filmes.

Ítalo Rossi, Sergio Britto e Aldo de Maio em O Retrato de Dorian Gray

O RETRATO DE DORIAN GRAY de Oscar Wilde – O Retrato de Dorian Grey / The Picture of Dorian Grey / 1945 Dir: Albert Lewin. Aldo de Maio como Dorian Grey (Hurd Hatfield), Ítalo Rossi como o pintor do quadro, Basil Hallward (Lowell Gilmore), Sergio Britto como Lord Henry Wotton (George Sanders), Maria Helena como Sybil (Angela Lansbury).

DIVÓRCIO de Clemence Dane – Vítimas do Divórcio / A Bill of Divorcement / 1932 Dir: George Cukor; Vítimas do Divórcio / A Bill of Divorcement/ 1940 Dir: John Farrow. Ítalo Rossi como Hilary Fairfield (John Barrymore, Adolph Menjou), Carminha Brandão como Margaret Fairfield (Billie Burke, Fay Bainter), Maria Helena como  Sidney  Fairfield (Katharine Hepburn,  Maureen O’Hara).

Italo Rossi e Sergio Britto em Ralé

RALÉ de Maxim Gorky – Bas Fonds / Les Bas-Fonds / 1936 Dir: Jean Renoir; Ralé / Donzoko / 1957 Dir: Akira Kurosawa. Nathália Timberg como Vassilissa (Suzy Prim), Aldo de Maio como Pepel (Jean Gabin), Sergio Britto como o barão (Louis Jouvet), Berta Zemel como Natacha (Junie Astor), Ítalo Rossi como o ator alcoólatra que se enforca (Robert Le Vigan), No filme de Kurosawa Toshiro Mifune era o barão.

MULHER SEM ALMA de George Kelly – O Erro de Madame / Craig’s Wife / 1928 Dir: William C. DeMille; Mulher sem Alma / Craig’s Wife / 1936 Dir: Dorothy Arzner; A Dominadora / Harriet Craig / 1950 Dir: Vincent Sherman. Nathália Timberg como Harriet Craig (Irene Rich, Rosalind Russell, Joan Crawford).

APENAS UM CORAÇÃO SOLITÁRIO de Richard Llewellyn – Apenas um Coração Solitário / None But a Lonely Heart / 1944 Dir: Clifford Odets. Lélia Abramo como Ma Mott (Ethel Barrymore).

Ítalo Rossi e Fabio Sabag em Trágica Inocência

TRÁGICA INOCÊNCIA de Marc-Gilbert Sauvajon – Trágica Inocência / Non Coupable  / 1947 Dir: Henri Decoin.  Ítalo Rossi como o Dr. Michel Ancelin (Michel Simon).

AQUELE QUE LEVA BOFETADAS de Leonid Andreiev – Ironia da Sorte / He Who Gets Slapped / 1928 Dir: Victor Sjostrom. Ítalo Rossi como Paul Belmont – Aquele, (Lon Chaney), Nathália Timberg como Consuelo (Norma Shearer) e Aldo de Maio como Bezano (John Gilbert).

CORAÇÃO DELATOR de Edgar Allan Poe – A Lenda do Coração / The Tell Tale Heart / 1941 Dir: Jules Dassin  (20 min.). Aldo de Maio como o Jovem (Joseph Schildkraut) e Sadi Cabral como o Velho (Roman Bohnen).

Leonardo Vilar, Aldo de Maio e Daniel Filho em Fim de Jornada

FIM DE JORNADA de R.C. Sheriff – Journey’s End / 1930 Dir: James Whale. Sergio Britto aponta Ítalo Rossi como um coronel e Aldo de Maio como um tenente. No filme aparece um capitão (Colin Clive) e dois tenentes: Osborne (Ian Maclaren) e David Manners (Raleigh). No elenco: Leonardo Vilar e Daniel Filho.

MEU REINO POR UM AMOR de Maxwell Anderson – Meu Reino por um Amor / The Private Lives of Elizabeth and Essex / 1939 Dir: Michael Curtiz. Fernanda Montenegro como Rainha Elizabeth (Bette Davis, Sergio Britto como Conde de Essex (Errol Flynn).

Fernanda Montenegro e Sergio Britto em Meu Reino por um Amor

ELEGIA PARA MARY de Ruth Southard – Destino Amargo / No Sad Songs for Me / 1950 Dir: Rudolph Maté. Nathália Timberg como Mary (Margaret Sullavan).

ESCRAVO DE SI MESMO de Mel Dinelli – Escravo de Si Mesmo / Beware my Lovely / 1952 Dir: Harry Horner. Italo Rossi como Howard Wilton (Robert Ryan) e Lelia Abramo como Mrs. Helen Gordon (Ida Lupino).

DIVÓRCIO PARA TRÊS de Victorien Sardou – Beija-me Outra Vez / Kiss me Again / 1925 Dir: Ernst Lubitsch; Amor para Três / 1958 Dir: Carlos Hugo Christensen. No elenco: Sergio Britto, Fernanda Montenegro.

PAIS E FILHOS de Helen e Nolan Leary / Josephine Lawrence – A Cruz dos Anos / Make Way for Tomorrow / 1937 Dir: Leo McCarey. Fernanda Montenegro e Fábio Sabag como o casal Cooper (Victor Moore, Beulah Bondi). Os filhos eram: Sergio Britto, Fernando Torres, Isabel Teresa, Aldo de Maio e Élida Marelli.

TRÊS DESCONHECIDOS de John Huston / Howard Koch – Três Desconhecidos / Three Strangers / 1946 Dir: Jean Negulesco. Os jornais dizem que no elenco estavam: Ítalo Rossi, Carminha Brandão, Aldo de Maio, Fernanda Montenegro, Sergio Brito e Paulo Padilha.

LILIOM de Ferenc Molnar – Liliom / Liliom / 1930 Dir: Frank Borzage; Coração de Apache / Liliom / 1934 Dir: Fritz Lang.  Sergio Britto diz apenas que Zilka Salaberry substituiu Fernanda Montenegro por motivo de doença. Provavelmente ela seria a Julie (Rose Hobart, Madeleine Ozeray).

OS DEZ NEGRINHOS de Agatha Christie – O Vingador Invisível / And Then There Were None / 1945 Dir: René Clair. Ítalo Rossi como o juiz assassino Francis J. Quincannon (Barry Fitzgerald).

Sergio Britto e Aldo de Maio em A Corda

A CORDA de Patrick Hamilton – Festim Diabólico / Rope / 1948 Dir: Alfred Hitchock. Sergio Britto e Aldo de Maio como os dois assassinos Brandon e Philip (John Dall, Farley Granger). Ítalo Rossi como  Rupert Cadell (James Stewart).

A ENDEMONIADA de Karl Schönherr – Der Weibsteufel / 1951 Dir: Wolfgang Liebeneiner. Nathália Timberg como Marei (Hilde Krahl).

RATOS E HOMENS de John Steinbeck – Carícia Fatal / Of Mice and Men / 1939 Dir: Lewis Milestone. Aldo de maio como George (Burgess Meredith), Cilo Costa como Lennie (Lon Chaney Jr.) e Nathalia Timberg como Mae (Berry Field).

O PRIMO BASÍLIO de Eça de Queirós – El Primo Basilio / 1935  Dir: Carlos de Nájera; O Primo Basilio / 1959 Dir: Antonio Lopes Ribeiro. Sergio Britto como o primo Basilio, (Ramón Pereda, Antonio Vilar) e Fernanda Montenegro como Luisa (Andrea Palma, Danik Patisson). No elenco: Zilka Salaberry, Iolanda Cardoso.

CLÁUDIA de Rose Franken – Claudia / Claudia / 1943 Dir: Edmund Goulding. Fernanda Montenegro como Claudia Naughton (Dorothy McGuire), Sergio Britto como o marido, David (Robert Young), Monah Delacy como a mãe, Mrs. Brown (Ina Claire).

Sergio Britto em Mayerling

MAYERLING de Claude Anet – Mayerling / Mayerling / 1936 Dir: Anatole Litvak; Le Secret de Mayerling / 1949 Dir: Jean Delannoy. Sergio Britto como o Arquiduque , Rudolph (Charles Boyer, Jean Marais), Nathália Timberg como Marie Vetsera (Danielle Darrieux, Dominque Blanchar), Ítalo Rossi como Imperador Francisco José  (Jean Dax,  Jean Debucourt), Fernanda Montenegro como Elizabeth de Habsburg (Gabrielle Dorziat, Marguerite Jamois). Participação do violonista Fafá Lemos, da dançarina cigana Ghyta Iamblosky e do bailarino Johnny Franklin.  

AMOR DE OUTONO de Collette – Amor de Outono / Le Blé en Herbe / 1954 Dir: Claude Autant-Lara. Nathália Timberg como Madame Dalleray (Edwige Feuillère) e Claudio Cavalcanti como Phil (Pierre-Michel Beck).

Nathalia Timberg e Claudio Cavalcanti em Amor de Outono

O CASTELO DO HOMEM SEM ALMA de A. J. Cronin – O Castelo do Homem sem Alma / Hatter’s Castle / 1942 Dir: Lance Comfort. Ítalo Rossi como James Brodie (Robert Newton), Fernanda Montenegro como Mary Brodie (Deborah Kerr) e Sergio Britto como Dr. Renwick (James Mason).

A ESTRANHA PASSAGEIRA de Casey Robinson – Estranha Passageira / Now Voyageur / 1942 Dir: Irving Rapper. Fernanda Montenegro como Charlote Vale (Bette Davis) e Monah Delacy como sua mãe dominadora (Gladys Cooper).

 ASSUNTA SPINA de Salvatore Di Giacomo – Sangue Napolitano / Assunta Spina / 1915 Dir: Francesca Bertini, Gustavo Serena; Assunta Spina / 1930 Dir: Roberto Roberti; O Grito da Carne / Assunta Spina / 1948 Dir: Mario Mattoli. Fernanda Montenegro como Assunta Spina (Francesca Bertini, Rina de Liguoro, Anna Magnani).

YVETTE de Guy de Maupassant – Yvette / 1928 Dir: Alberto Cavalcanti. No elenco: Nathália Timberg e Norma Blum.

SERVIDÃO HUMANA de Somerset Maugham – Escravo do Desejo / Of Human Bondage / 1934 Dir: John Cromwell; Escravo de uma Paixão / Of Human Bondage / 1946 Dir: Edmund Goulding. Nathália Timberg como Mildred (Bette Davis, Eleanor Parker) e Aldo de Maio como Philip (Leslie Howard, Paul Henreid).

O SEDUTOR de Diego Fabbri – Il Seduttore / 1954 Dir: Franco Rossi. Sergio Britto como Alberto Ranieri (Alberto Sordi). As mulheres eram: Fernanda Montenegro, Nathália Timberg e Norma Blum.

Nathalia Timberg, Fernanda Montenegro e Sergio Britto em Floradas na sSerra

FLORADAS NA SERRA de Dinah Silveira de Queiroz – Floradas na Serra / 1954. Dir: Luciano Salce. Fernanda Montenegro como Lucília (Cacilda Becker).No elenco: Sergio Britto, Nathalia Timberg.

A VIDA POR UM FIO de Lucille Fletcher – A Vida por um Fio / Sorry, Wrong Number / 1948 Dir: Anatole Litvak. Natália Timberg como Leona Stevenson (Barbara Stanwyck.

NOSSA CIDADE de Thorton Wilder – Nossa Cidade / Our Town / 1940 Dir: Sam Wood. Claudio Corrêa e Castro como o narrador. No elenco: Ludi Veloso, Fábio Sabag, Roberto de Cleto, Norma Blum, Kalma Murtinho, José Alvaro, Roberto Ribeiro e outros.

PECADO ORIGINAL de Jean Cocteau – O Pecado Original / Les Parents Terribles / 1948 Dir: Jean Cocteau. Morineau como “Sophie” (Yvonne de Bray), a mãe possessiva de Jean Marais no filme.

BOLA DE SEBO de Guy de Maupassant – Pyshka /1934 Dir: Mikhail Romm; Mademoiselle Fifi / 1944 Dir: Robert Wise; Anjo Pecador / Boule de Suif / 1945 Dir: Christian-Jaque. Aimée como Elisabeth Rousset (Micheline Presle).

ADORÁVEL JULIA de Marc-Gilbert Sauvajon – Adorável Julia / Julia, du bist zauberhaft / 1962 Dir: Alfred Weidenmann. Fernanda Montenegro como Julia (Lili Palmer).

O PAI GORIOT de Honoré de Balzac – Honrarás teu Pai / Le Père Goriot / 1921 Dir: Jacques de Baroncelli.Le Père Goriot / 1945 Dir: Robert Vernay. Fábio Sabag como o Pai Goriot (Pierre Larquey). 

 A CANÇÃO DO BERÇO de Gregorio Martinez-Sierra – Filha de Maria / Cradle Song / 1933 Dir: Mitchel Leisen; Canção de Berço / Canción de Cuna / 1941 Dir: Gregorio Martinez-Sierra; Canción de Cuna / 1953 Dir: Fernando de Fuentes. Um grande elenco feminino nesta história passada entre as freiras de um convento: Fernanda Montenegro, Lélia Abramo, Nathalia Timberg, Zilka Salaberry, Norma Blum, Camila Amado.

Francisco Cuoco e Ioná Magalhães em Tensão em Shanghai

Ioná Magalhães e Ítalo Rossi em Tensão em Shanghai

Sergio Britto e Ioná Magalhães em Tensão em Shanghai

TENSÃO EM SHANGHAI de John Colton – Tensão em Shanghai / The Shanghai Gesture / 1941 Dir: Josef von Sternberg. Grande produção com utilização de doze câmeras, Fernanda Montenegro como a eurasiana Mother Gin Sling (Ona Munson), Yoná Magalhães como Poppy (Gene Tierney), Sergio Britto como Dr. Omar (Victor Mature) e Ítalo Rossi como Sir Guy Charteris (Walter Huston) e participação especial de Booker Pitman, Nora Ney, Silvio Cesar e Marisa, já naquele tempo a Gata Mansa, apresentando-se no show do cassino.

HEDDA GABLER de Henrik Ibsen – Hedda Gabler / 1925 Dir: Franz Eckstein. Fernanda Montenegro como Hedda Gabler (Asta Nielsen).

A JAULA de Virginia Kellog, Bernard C. Schoenfeld – À Margem da Vida / Caged / 1950 Dir: John Cromwell. Yara Cortes como a carcereira sádica (Hope Emerson). .

ESSES FANTASMAS de Eduardo De Filippo – Questi Fantasmi / 1954 Dir: Eduardo De Filippo. Ítalo Rossi como Pasquale (Renato Rascel).

O CASO MAURIZIUS de Jakob Wassermann – O Caso Maurizius / L ‘Affaire Maurizius Dir: Julien Duvivier. No elenco: Ítalo Rossi, Zilka Salaberry, Claudio Cavalcanti, Fernanda Montenegro, Sergio Britto, Aldo de Maio, Fábio Sabag, Carminha Brandão. Claudio Cavalcanti como Etzel Andergast (Jacques Chabassol) e Sergio Britto como Gregoire Warenne (Anton Walbrook).

Zilka Salaberry e Claudio Cavalcanti em O Caso Maurizius

UMA TRAGÉDIA AMERICANA de Theodore Dreiser – Uma Tragédia Americana / An American Tragedy / 1931 Dir: Josef von Sternberg; Um Lugar ao Sol / A Place in the Sun / 1951 Dir: George Stevens. Norma Blum como Angela Vickers (Frances Dee, Elizabeth Taylor), Glauce Rocha como Alice Tripp (Sylvia Sidney, Shelley Winters) e Aldo de Maio como George Eastman (Phillips Holmes, Montgomery Clift). No filme de von Sternberg os personagens tinham outros nomes: Phillips Holmes  (Clyde), Frances Dee (Sondra) e Sylvia Sidney (Roberta)..

O LEQUE DE LADY WINDERMERE de Oscar Wilde – O Leque de Lady Margarida / Lady Windermere’s Fan / 1925 Dir: Ernst Lubitsch; Lady Windermeres Fächer / 1935 Dir: Heinz Hilpert; El Abanico de Lady Windermere / 1944 Dir: Juan José Ortega; O Leque / The Fan / 1949 Dir: Otto Preminger. No elenco: Napoleão Muniz Freire, Carminha Brandão, Fernanda Montenegro, Sergio Britto, Francisco Cuoco, Zilka Salaberry. Encontrei em um dos jornais alusão a Napoleão Muniz Freire como Lord Windermere.

OS AMANTES DE VERONA de André Cayatte, Jacques Prevert / Shakespeare – Os Amantes de Verona / Les Amants de Vérone / 1949 Dir: André Cayatte. Aldo de Maio como como Angelo (Serge Reggiani) e Elizabeth Galotti, substituindo Norma Blum, como Georgia (Anouk Aimée).

ESCADA EM ESPIRAL de Mel Dinelli / Ethel Lina White – Silêncio nas Trevas / The Spiral Staircase / 1946 Dir: Robert Siodmak.

CHÁ E SIMPATIA de Robert Anderson – Chá e Simpatia / Tea and Sympathy / 1956 Dir: Vincente Minnelli. Fernanda Montenegro como Laura Reynolds (Deborah Kerr) e Claudio Cavalcanti como Tom (John Kerr).

CRIME NAS RUAS de Reginald Rose – Rua do Crime / Crime in the Streets / 1956 Dir: Don Siegel. No elenco: Sergio Britto, Luis Palácios, Aldo de Maio, Ricardo Melo, Zilka Salaberry, Tarcisio Zanotti e Valter Campos.

MENSAGEIRO DO DIABO de Davis Grubb  Mensageiro do Diabo / The Night of the Hunter / 1955 Dir: Charles Laughton. Sérgio Britto como Harry Powell, o criminoso (Robert Mitchum).

A VALSA DOS TOREADORES de Jean Anouilh – A Valsa dos Toreadores / Waltz of the Toreadors / 1962 Dir: John Guilhermin. Mario Lago como o General (Peter Sellers), Zilka Salaberry como Emily (Margareth Leighton) e Isabel Teresa como Ghislane (Dany Robin).

AS CARTAS DE MADALENA de Stanley Haynes, Nicholas Phipps – As Cartas de Madeleine / Madeleine /1950 Dir: David Lean.

O BELO INDIFERENTE de Jean Cocteau – Le Bel Indifferent / 1957 29 min. Dir: Jacques Demy. Nathalia Timberg como Jeanne.

BLUE DENIM de James Leo Herlihy, William Noble – O Que os Pais Desconhecem / Blue Denim / 1959 Dir: Philip Dunne.

DESEJO de Eugene O’Neill – Desejo / Desire Under the Elms / 1958 Dir: Delbert Mann.Fernanda Montenegro como Anna (Sophia Loren), Osvaldo Loureiro como Eben Cabot (Anthony Perkins) e Mario Lago como Ephraim Cabot (Mario Lago).

Fernanda Montenegro em Chuva

CHUVA de Somerset Maugham – Sedução do Pecado / Sadie Thompson / 1928 Dir: Raoul Walsh; O Pecado da Carne / Rain / 1932 Dir: Louis Milestone; A Mulher de Satã / Miss Sadie Thompson / 1953 Dir: Curtis Bernhardt. Fernanda Montenegro como Sadie Thompson (Gloria Swanson, Joan Crawford, Rita Hayworth),

DILEMA DE UM MÉDICO de George Bernard Shaw – O Dilema do Médico / The Doctor’s Dilemma / 1958 Dir: Anthony Asquith. Fernanda Montenegro como Mrs. Dubedat (Leslie Caron), Napoleão Muniz Freire como seu marido, Louis (Dirk Bogarde) e os médicos: Ítalo Rossi, Labanca, Mario Lago, Sergio Britto. 

ANJO DE PEDRA de Tennessee Williams – O Anjo de Pedra / Summer and Smoke / 1961 Dir: Peter Glenville. Ernanda Montenegro como Alma Winemiller (Geraldine Page).

TOVARITCH de Jacques Deval – Tovaritch / Tovaritch / 1935 Dir: Jacques Deval; Nobres Sem Fortuna / Tovaritch / 1937 Dir: Anatole Litvak. Fernanda Montenegro como a Grã Duquesa Tatiana (Claudette Colbert) e Sergio Britto como o Príncipe Mikail (Charles Boyer), os dois aristocratas refugiados da Revolução Russa que foram trabalhar como empregados domésticos em Paris.

Osvaldo Loureiro e Glauce Rocha em Anna Christie

ANNA CHRISTIE de Eugene O’Neill – Anna Christie / Anna Christie  / 1930 Dir: Clarence Brown. Glauce Rocha como Anna Chrstie (Greta Garbo), Zilka Salaberry como Marty, a velha bêbada (Marie Dressler), Mario Lago como o pai de Anna (George F. Marion) e Osvaldo Loureiro como Matt (Charles Bickford).

ANNA KARENINA de Lev Tolstoy – Anna Karenina / Anna Karenina / 1935 Dir: Clarence Brown; Anna Karenina / Anna Karenina / 1948 Dir: Julien Duvivier. Fernanda Montenegro como Anna Karenina (Greta Garbo, Vivien Leigh), Ítalo Rossi como Karenin (Basil Rathbone, Ralph Richardson) e Sergio Britto como Vronsky (Fredrich March, Kieron Moore).

Fernanda Montenegro e Sergio Britto em Anna Karenina

ORGULHO E PRECONCEITO de Jane Austen – Orgulho e Preconceito / Pride and Prejudice / 1940 Dir: Robert Z. Leonard.

A MALVADA de Joseph L. Mankiewicz / Mary Orr – A Malvada / All About Eve / 1950 Dir: Joseph L. Mankiewicz. Zilka Salaberry como Margo (Bette Davis) e Fernanda Montenegro como Eve (Anne Baxter).

CONCHITA de Pierre Louys – A Mulher e o Fantoche / La Femme et le Pantin /1929 Dir: Jacques de Baroncelli; Mulher Satânica / The Devil is a Woman / 1935 Dir: Josef von Sternberg; A Mulher e o Fantoche / La Femme et le Pantin / 1959 Dir: Julien Duvivier. Bibi Ferreira como Concha Perez (Geraldine Farrar, Conchita Montenegro, Marlene Dietrich, Brigitte Bardot).

Bibi Ferreira e Sergio ritto em Conchita

O CORAÇÃO NÃO ENVELHECE de Emlyn Wiliams  O Coração Não Envelhece / The Corn is Green / 1945 Dir: Irving Rapper. No elenco: Carminha Brandão, Aldo de Maio, Sadi Cabral, Zilka Salaberry, Raul Cortez, Norma Blum. Carminha Brandão  como a professora Miss Lilly Moffat (Bette Davis) e Aldo de Maio como seu aluno Morgan (John Dall).

OS PROSCRITOS DE POKER FLAT de Bret Harte – Coração de Jogador / The Outcasts of Poker Flat / 1937 Dir: Christy Cabanne; Párias do Vício / The Outcasts of Poker Flat / 1952 Dir: Joseph M. Neuman. No elenco: Zilka Salaberry, Sadi Cabral, Carminha Brandão, Francisco Cuoco.

ESQUINA DO PECADO de Fannie Hurst – Esquina do Pecado / Back Street / 1932 Dir: John M Stahl; Corações Humanos / Back Street / 1941 Dir: Robert Stevenson. Fernanda Montenegro como Ray Schmit (Irene Dunne, Margaret Sullavan) e Sergio Britto como Walter Saxel (John Boles, Charles Boyer).

TREZE À MESA de Marc-Gilbert Sauvajon – Treize à Table / 1955 Dir: André Hunebelle. No elenco: Fernanda Montenegro, Ítalo Rossi, Carminha Brandão, Labanca. Fernanda Montenegro como Consuelo Koukouwski (Germaine Montero).

SANGUE DO MEU SANGUE de Jerome Weideman – Sangue do Meu Sangue / House of Strangers / 1949 Dir: Joseph L. Mankiewicz. Ítalo Rossi como Gino Monetti (Edward G. Robnson). A mãe era Zilka Salaberry e os filhos: Sergio Britto, Francisco Cuoco, Osvaldo Loureiro e Aldo de Maio.

O DELATOR de Liam O’Flaherty – Almas das Ruas / The Informer / 1929 Dir: Arthur Robinson; O Delator / The Informer / 1935 Dir: John Ford. No elenco: Francisco Cuoco como Gypo Nolan (Victor MacLaglen) e Isabel Teresa, Sadi Cabral, Zilka Salaberry, Rubens Corrêa no elenco.

MARTY de Paddy Chayesfsky – Marty / Marty / 1955 Dir: Delbert Man. Paulo Padilha como Marty (Ernerst Borgnine) e Fernanda Montenegro como Clara (Betsy Blair).

SENHORITA JULIA de August Strindberg – Senhorita Julia / Fröken Julie / 1951 Dir: Alf Sjoberg. No elenco: Nathalia Timberg, Leonardo Vilar, Carminha Brandão. Nathalia Thimberg como Julia (Anita Bjork),

Francisco Cuoco, Sergio Britto e Nathalia Timberg em Indenização Dupla

INDENIZAÇÃO DUPLA de James M. Cain – Pacto de Sangue / Double Indemnity / 1944 Dir: Billy Wilder. Nathalia Timberg como Phyllis Dietrichson (Barbara Stanwyck) e Francisco Cuoco como Walter Neff (Fred MacMurray). No elenco: Sergio Britto.

ANASTÁCIO de Joracy Camargo – Anastácio / 1939 Dir: João de Barro.

DÍALOGOS DAS CARMELITAS de Gorges Bernanos / Gertrude von Le Fort  Diálogos das Carmelitas / Le Dialogue des Carmelites / 1960 Dir: Philippe Agostini. R. L. Bruckberger. Carminha Brandão como a Madre Superiora (Madeleine Renaud), Fernanda Montenegro como Madre Maria da Encarnação (Jeanne Moreau), Nathália Timberg como Irmã Blanche (Pascale Audret).

A LETRA ESCARLATE de Nathaniel Hawthorne – A Letra Escarlate / The Scarlet Letter / 1926 Dir: Victor Sjostrom; The Scarlet Letter / 1934 Dir: Robert G. Vignola. Nathália Timberg como Hester Prynne (Lillian Gish, Colleen Moore) e Paulo Padilha como o Reverendo Arthur Dimmesdale (Lars Hanson, Hardie Albright).

O CAPOTE de Nikolay Gogol – O Capote / Il Cappotto / 1952 Dir: Alberto Lattuada. Ítalo Rossi como Carmine De Carmine (Renato Rascel).

NUNCA TE AMEI de Terence Rattigan – Nunca Te Amei / The Browning Version / 1951 Dir: Anthony Asquith. Italo Rossi como Andrew Crocker-Harris (Michael Redgrave), Tereza Rachel como sua esposa, Millie (Jean Kent) e Sergio Britto como o amante, Frank Hunter (Nigel Patrick).

A DAMA DO CACHORRINHO de Anton Chekov – A Dama do Cachorrinho / Dama s Sobachkoy / 1960 Dir: Iosif Kheifits. Fernanda Montenegro como Anna (Iya Savvina) e Sergio Britto como Dimitri (Alexei Batalov). No elenco: Carminha Brandão, Aldo de Maio e Maria Esmeralda.

Fernanda Montenegro e Sergio Britto em A Dama e o Cachorrinho

LAURA de Vera Caspary – Laura / Laura / 1944 Dir: Otto Preminger. Yoná Magalhães como Laura (Gene Tierney). No elenco: Italo Rossi, Sergio Britto, Francisco Cuoco, Carminha Brandão.

NÃO ESTAMOS SÓS de James Hilton – Não Estamos Sós / We Are Not Alone / 1939 Dir: Edmund Goulding. Sergio Britto como Dr. David Newcome (Paul Muni). No elenco: Carminha Brandão e Fernanda Montenegro.

O HOMEM QUE VENDEU A ALMA de Stephen Vincent Benet  O Homem Que Vendeu a Alma / The Devil And Daniel Webster / 1939 Dir: William Dieterle. Ítalo Rossi como Mr. Scratch, o Demônio (Walter Huston).

STELLA DALLAS de Olive Higgins Prouty – Stella Dallas ou Mãe e Mártir / Stella Dallas / 1925 Dir: Henry King; Stella Dallas – Mãe Redentora / Stella Dallas / 19137 Dir: King Vidor. Fernanda Montenegro como Stella Dallas (Belle Bennett, Barbara Stanwyck) e Suely Franco como Laurel Dallas (Lois Moran, Anne Shirley)

A VISITA DA VELHA SENHORA de Friedrich Dürrenmatt – A Visita / The Visit / 1964 Dir: Bernard Wicki. Fernanda Montenegro como Karla Zachabassian (Ingrid Bergman). No elenco: Ítalo Rossi, Jaime Barcelos, Aldo de Maio, Paulo Padilha, Sady Cabral.

AS TRÊS FACES DE EVA de Corbett Thigpen M.D. e Hervey M. Clickley M. D. – As Três Faces de Eva / The Three Faces of Eve / 1957 Dir: Nunnally Johnson. Fernanda Montenegro como Eve (Joane Woodward).

DE REPENTE NO VERÃO PASSADO de Tennessee Williams – De Repente, No Último Verão / Suddenly, Last Summer / 1959 Dir: Joseph L. Mankiewicz. Nathalia Timberg Isabel Teresa, Aldo de Maio. Nathalia Timberg como Mrs. Violet Venable (Katherine Hepburn), Aldo de Maio como Dr. Cukrowicz (Montgomery Clift).

Aldo de Maio e Nathalia Timberg em De Repente, No Verão Passado

24 HORAS NA VIDA DE UMA MULHER de Stefan Zweig – 24 Horas na Vida de uma Mulher / 24 Horas en la Vida de una Mujer / 1944 Dir: Carlos F. Burcosque; 24 Horas na Vida de uma Mulher / 24 Hours of a Woman’s Life ou Affair in Monte Carlo / 1952 Dir: Victor Saville. Fernanda Montenegro como Linda Venning (Amelia Bence, Merle Oberon).

TABACO ROAD de Erskine Caldwell – Caminho Áspero / Tobacco Road / 1941 Dir: John Ford. Sadi Cabral como Jeeter (Charley Grapewin).

LIGAÇÕES PERIGOSAS de Choderlos de Laclos – Ligações Perigosas / Les Liaisons Dangereuses / 1959 Dir: Roger Vadim.

POR AMOR TAMBÉM SE MATA de René Fallet – Por Ternura Também se Mata / Porte de Lilas / 1957 Dir: René Clair. No elenco: Carlos Alberto, Antônio Pitanga e Eliana Pitman.

A MORTE DO CAIXEIRO VIAJANTE de Arthur Miller – A Morte do Caixeiro Viajante / Death of a Salesman / 1951 Dir: Laslo Benedeck. Jaime Costa como Willy Loman  (Fredrich March).

Paulo Padilha e Jaime Costa em A Morte do Caixeiro Viajante

POR AMOR A MINHA CIDADE (O INIMIGO DO POVO) de Henrik Ibsen – Ein Volksfeind / 1937 Dir: Hans Steinhoff. No elenco: Vanda Lacerda, Paulo Padilha e Sergio Britto.

ABAIXO O DINHEIRO de George Axelrod – Abaixo o Divórcio / Phffft / 1954 Dir: Mark Robson. Fernanda Montenegro como Nina (Judy Holliday) e Sergio Britto como Robert (Jack Lemmon).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A HISTÓRIA ANTIGA NO CINEMA CLÁSSICO

Desde os primórdios do cinema, a História Antiga serviu de inspiração para realizações, que atraíram o interesse dos espectadores por suas imagens impressionantes de batalhas e grande deslocamento de massas; arquitetura de templos, palácios e pirâmides; reis e rainhas poderosos; figuras lendárias e profetas bíblicos; personagens dramáticos do teatro e da literatura de Sófocles a Homero.

Neste artigo relaciono – sem a pretensão de não omitir nenhum título e exluindo paródias tipo O.K. Nero! / O.K. Nerone de Mario Soldati / 1951, modernizações teatrais como tal Conflito de Paixões / Mourning Becomes Electra / 1947 de Dudley Nichols, baseado em peça de Eugene O’Neill ou obras que se enquadram mais na área do horror como a série da Universal e da Hammer sobre a Múmia – os filmes, até 1969, que versam sobre a História da Grécia, Roma, Babilonia, Egito, Pérsia e o Antigo Oriente, a Mitologia Greco-Romana, o Velho e o Novo Testamento e os Clássicos da Dramaturgia e das Letras dos tempos longínquos.

Vale notar que, nem todos possuem autenticidade histórica, pois são inscritos em uma antiguidade de fantasia ou inspirados em uma mitologia revisitada com demasiada liberdade como é, por exemplo, o caso do Peplum (cf. Aurélio, Peplo, do grego péplos pelo latim peplum, é uma túnica sem mangas que os antigos traziam presa ao ombro por fivela), gênero muito popular nos anos 50 e 60, também chamado de cinema de “espada e sandália” ou de Nova-Mitologia.

Quando os pioneiros do cinema procuraram assuntos ou temas para serem filmados, o mundo antigo foi uma escolha óbvia. Foi o que fizeram desde 1897, entre outros, o americano Thomas Alva Edison, e depois o francês George Méliès, o inglês Robert William Paul, o alemão Oskar Messter e italiano Arturo Ambrosio, este inaugurando, a partir de 1908, uma época fértil em épicos no cinema italiano.

Cena de A Vida de Nero / 1909

Cena de Quo Vadis / 1912

Ambrosio, e seu diretor Luigi Maggi, fizeram Os Últimos Dias de Pompéia / Gli Ultimi Giorni di Pompei / 1908, A Vida de Nero / Nerone / 1909, La Vergine di Babilonia / 1910, Ero e Leandro / 1910, O Escravo de Cartago / Lo Schiavo di Cartagine / 1910, La Regina di Ninive / 1911; Ernesto Pasquali fez Teodora, Imperatrice di Bisanzio / 1909 e Spartaco / 1913; Giuseppe De Liguoro fez Martire Pompeiana / 1909, Sardanapalo, Re dell’Assiria, Edipo Re / 1910, L’Odissea / 1911; Enrico Guazzoni fez Brutus / 1910, Agrippina / 1910, I Maccabei / 1910, Quo Vadis ? / Quo Vadis? / 1912 – do qual surgiu Ursus (Bruto Castellani), o criado da cristã Ligia, a quem salva depois de lutar contra um touro; Marcantonio e Cleopatra / 1913, La Rosa di Tebe / 1912, Grandeza e Decadência de Roma / Cajus Julius Caesar / 1914, Fabiola ou a Igreja das Catacumbas / Fabiola / 1916; Mario Caserini fez Catilina / 1910, Os Últimos Dias de Pompéia / Gli Ultimi Giorni di Pompei / 1913, Nero e Agripina / Nerone e Agrippina / 1913; Giovanni Pastrone fez Giulio Cesare / 1909, A Queda de Tróia / La Caduta di Troia / 1911 e o famoso Cabiria / Cabiria / 1914, que lançou o personagem Maciste, interpretado por Bartolomeo Pagano;

Cena de Cabiria / 1914

Cena de Spartaco / 1913

Giovanni Enrico Vidali fez Spartacus, o Rei dos Gladiadores Romanos / Spartaco / 1913 com Mario Guaita como Spartaco; Nino Oxilia fez In Hoc Signo Vinces / 1913; Luigi Romano Borgnetto e Vincenzo Denizot fizeram Maciste / 1915, o primeiro de uma série de filmes com “o gigante negro de Cabiria”, cujos títulos foram citados no meu post “Cabiria, Maciste e uma Cena de Sangue”; Oreste Gherardini fez Fedra / 1909, Spartaco / 1909; Febo Mari fez Attila / 1918; Ugo Falena fez Salome / 1910; Oreste Mentaste fez Erodiade / 1912.

Na mesma época, nenhum outro cinema nacional foi tão prolífico na produção de filmes sobre História Antiga como a França, distinguindo-se Henri Andréani, Louis Feuillade, Camille de Morlhon e André Calmettes. Andréani dirigiu Messaline / 1910, Cléopâtre / 1910, David et Goliath / 1910, Cain et Abel / 1910, Moise Sauvé des Eaux / 1911, Jael et Sisera / 1911, Absalon / 1912, David et Saul / 1912, Le Jugement de Salomon / 1912, Le Sacrifice d’Abraham / 1912, Esther / 1912, Rebecca / 1913, La Reine de Saba / 1913, La Fille de Jepthé / 1914; Feuillade dirigiu La Mort de Cambyse / 1909, L’ Exode / 1910, Esther / 1910, La Legende de Daphné / 1910, La Legende de Midas / 1910, Le Christ en Croix / 1910, Aux Lions les Chrétiens / 1911, L ‘Orgie Romaine / 1911, La Pretrêsse de Cartage / 1911, Les Fils de Locuste / 1911, Le Festin de Balthazar / 1912, Androcles / 1912, La Mort de Lucrèce / 1913;

Camille de Morlhon dirigiu Sémiramis / 1910, Britannicus / 1913; André Calmettes dirigiu Britannicus / 1908, Le Retour d’Ulysse / 1908, O Beijo de Judas / Le Baiser de Judas / 1908, Oedipe Roi / 1910, Au Temps des Premiers Chrétiens / 1910, Jesus de Nazareth / 1911. Além deles, Albert Capellani dirigiu Salome / 198; Georges Hatot e Victorin Jasset dirigiram La Réssurection de Lazare / 1910 e Hérodiade / 1911.

Nos Estados Unidos, Sidney Olcott realizou para a Kalem David and Goliath / 1908 e Da Manjedoura à Cruz / From the Manger to the Cross / 1911, filmado em locação na Terra Santa; Edison produziu The Star of Bethlehem / 1909, Aida / 1911, Nero and the Burning of Rome / 1908; J. Stuart Blackton fez para a Vitagraph Salome / 1908, Júlio César / Julius Caesar / 1908, Antonio e Cleópatra / Antony and Cleopatra / 1908, The Judgment of Solomon / 1909, Saul and David / 1909, The Way to the Cross / 1909, The Life of Moses / 1909 e Elektra / 1910; Otis Turner fez para a Selig The Christian Martyrs / 1910 e Justinian and Theodora / 1910 e Damon and Pythias / 1914 para a Universal; Theodore Wharton fez Neptune’s Daughter / 1912 para a Essanay;

Cena de Da Mangedoura à Cruz / 1911

Helen Gardner produziu (e interpretou o papel da Rainha do Egito) Cleopatra, The Romance of a Woman and a Queen / 1912 e The Wife of Cain / 1913; Lawrence Marston fez The Star of Bethlehem / 1912 para a Thanhouser; Étienne Arnaud fez The Holy City / 1912 para a Éclair; J. Searle Dawley fez The Daughter of the Hills / 1913 para a Famous Players; Donald MacDonald fez In a Roman Garden / 1913 para a Powers Picture; Lorimer Johnston fez In the Days of Trajan / 1913 para a American Film Manufacturing; Eugene Moore fez The Land of Egypt / 1914 para a Thanhauser; Herbert Brenon fez A Filha de Netuno / Neptune’s Daughter /1914 com a nadadora australiana Annette Kellerman em cenas de nudez para Universal; Farrell MacDonald fez Samson / 1914 para a Victor Film; Fredrick Thomson fez O Sinal da Cruz / The Sign of the Cross / 1914 para a Famous Players.

Cena de Judith de Betúlia / 1913

Cena de Intolerância / 1916

Nenhum desses filmes produziu um impacto no desenvolvimento da indústria cinematográfica americana como os dois espetacúlos dirigidos por David Wark Griffith: Judith of Bethulia / 1913 e Intolerância / Intolerance / 1916, respectivamente influenciados pelos filmes italianos Quo Vadis? e Cabiria, mas os estúdios americanos produziram poucos filmes sobre a antiguidade nos próximos anos, realçando-se apenas Cleópatra / Cleopatra / 1917 e Salomé / Salome / 1918 da Fox, ambos dirigidos por J. Gordon Edwards e estrelados por Theda Bara.

Theda Bara em Cleópatra / 1917

Theda Bara em Salomé / 1918

Na mesma década, na Inglaterra, o diretor Theo Frenkel foi responsável por: Oedipus Rex / 1911, Esther – A Biblical Episode / 1911, Caesar’s Prisoners / 1911, Telemachus / 1911, Samson and Delilah 1911, The Fall of Babylon / 1911, Julius Caesar’s Sandals / 1911, The Lust for Gold / 1912, Judith / 1912, Herod / 1912.

Emil Jannings como Nero em Quo Vadis? / 1924

Após a Primeira Guerra Mundial, a Itália produziu: Il Trionfo di Ercole / 1922 de Francesco Bertolini com Giovanni Raicevich como Ercole; Teodora / 1921, dirigido por Leopoldo Carlucci; Messalina / 1924, dirigido por Enrico Guazzoni; Quo Vadis? / Quo Vadis? / 1924, dirigido por Georg Jacoby e Gabriellino d’Anunzio, produzido por Arturo Ambrosio e com Emil Jannings como Nero; Os Últimos Dias de Pompéia / Gli Ultimi Giorni di Pompei / 1926, dirigido por Carmine Gallone e Amleto Palermi; Giudetta e Oloferne / 1929, dirigido por Baldassare Negroni.

Stacia Napierkowska em Atlântida / 1921

Ramon Novarro em Ben-Hur / 1925

Emil Jannings e Ernst Lubitsch na filmagem de Os Amores do Faraó

Cena de O Rei dos Reis

Nos Estados Unidos e no resto da Europa surgiram: Atlântida / L’Atlantide / 1921 de Jacques Feyder; Amores de Faraó / Das Weib des Pharao / 1922 de Ernst Lubirsch; O Rei Pastor / The Shepherd King / 1923 de J. Gordon Edwards; Salomé / Salome / 1922 de Charles Bryant com Alla Nazimova; Salome / 1923 de Malcolm Strauss; 1927; Babilônia / The Wanderer / 1925 de Raoul Walsh; Ben-Hur / Ben-Hur / 1925 de Fred Niblo com Ramon Novarro e Francis X. Bushman; Helena / 1924 (em duas partes: Der Raub der Helena e Der Fall Trojas) de Manfred Noa para a Bavaria Film, Alemanha; Samson und Delila / 1922 e A Vida Privada de Helena de Tróia / The Private Life of Helen of Troy /1927, dirigidos por Alexandre Korda pela ordem na Áustria e na Inglaterra; Os Amores do Faraó / Das Weib des Pharao / 1922 de Ernst Lubitsch com Emil Jannings à frente do elenco e O Rei dos Reis / The King of Kings / 1927 de Cecil B. DeMille.

Cena de Lua de Israel / 1924

DeMille na filmagem de Os Dez Mandamentos

Algumas produções nesse período usaram sequências passadas na antiguidade para extrair uma moral aplicável às sequências transcorridas em um tempo moderno, o que já havia sido feito nas duas décadas anteriores (v. g. Satanás ou O Drama da Humanidade / Satana / 1912), porém de maneira menos elaborada. Por exemplo: Samson und Delila / 1922, filme austríaco de Alexander Korda; Sodoma e Gomorra / Sodom und Gomorrha / 1923, Lua de Israel / Die Sklavenkönigin / 1924 e A Arca de Noé / Noah’s Ark / 1929 de Michael Curtiz; Circe, a Encantadora / Circe the Enchantress / 1924 de Robert Z. Leonard; Os Dez Mandamentos / The Ten Commandments / 1923 de Cecil B. DeMille; A Homicida / Manslaughter / 1922; Feita para o Amor / Made for Love / 1925 de Paul Sloane.

Cena de O Sinal da Cruz / 1932

Cena de Cleopatra / 1934

Com o advento do cinema falado, novos filmes sobre as priscas eras chegaram às telas. Em Hollywood apareceram: Joseph and his Brethen / 1932, filme ídiche de George Roland; Escândalos Romanos / Roman Scandals / 1933 de Busby Berkeley com Eddie Cantor; O Sinal da Cruz / The Sign of the Cross / 1932 e Cleópatra / 1934 de Cecil B. DeMille; Os Últimos Dias de Pompéia / The Last Days of Pompei / 1935 de Ernest B. Schoedsack e Merian C. Cooper; The Green Pastures / 1936 de Marc Connelly e William Keighley.

Cena de O Mártir do Gólgota

Cena de Amphitryon / 1935

Cena de I Claudius / 1937

Na Europa foram produzidos: Gólgota, reprisado como O Mártir do Gólgota / Golgotha / 1932 de Julien Duvivier; Atlântida / Die Herrin von Atlantis, e sua versão francêsa L’Atlantide, de G.W.Pabst; Amphityron / Amphitryon / 1935 de Reinhold Schunzel; I Claudius / 1937 de Josef von Sternberg, que ficou inacabado; Scipião, o Africano / Scipione l’Africano / 1937 de Carmine Gallone.

Durante o Segundo Conflito Mundial, os filmes sobre a História Antiga foram esquecidos diante da necessidade do esforço de guerra, tendo surgido apenas A Sombra da Cruz / The Great Commandment, dirigido por Irving Pichel e produzido pela Cathedral Films em 1939 (com distribuição nos cinemas pela 20thCentury-Fox em 1941) e Salomé / La Nascita di Salomè / 1940 de Jean Choux.

Cena de Cesar e Cleopatra / 1945

Cena de Sansão e Dalila / 1949

No pós-guerra houve uma renovação do interesse pela produção de filmes sobre a Idade Antiga salientando-se: César e Cleópatra / Caesar and Cleopatra / 1945 de Gabriel Pascal com Claude Rains como Cesar e Vivien Leigh como Cleópatra; Uma Noite no Paraíso / Night in Paradise / 1946 de Arthur Lubin, com Turhan Bey como Esopo; Lysistrata / 1947 de Alfred Stöger com Judith Holzmeister como Lysistrata; Fabíola / Fabiola / 1948 de  Alessandro Blasetti com Michèle Morgan como Fabíola; Queen Esther / 1948 e Life of St. Paul de John T. Coyle; Orfeu / Orphée / 1949 de Jean Cocteau com Jean Marais como Orfeu e Marie Déa como Eurídice; Atlântida, Continente Perdido / The Siren of Atlantis / 1949 de Gregg Tallas, John Brahm; Nero e Messalina / Nerone e Messalina / 1949 de Primo Zeglio e, principalmente, Sansão e Dalila / Samson and Delilah / 1949 de Cecil B. DeMille com Victor Mature como Sansão e Hedy Lamarr como Dalila.

Cena de Quo Vadis / 1951

Cena de David e Betsabá

Rita Hayworth em Salomé / 1953

Cena de Júlio Cesar / 1953

Lana Turner em O Filho Pródigo

Nos anos 50, como o sucesso de público de Sansão e Dalila, os espetáculos históricos se revigoraram nos Estados Unidos com: Quo Vadis? / Quo Vadis? / 1951 de Mervyn LeRoy com Peter Ustinov como Nero; David e Betsabá / David and Bathsheba / 1951 de Henry King com Gregory Peck como David e Susan Hayward como Betsabá; Julius Caesar / 1951 de Charlton Heston; Androcles e o Leão / Androcles and the Lion / 1952 de Chester Erskine; Salomé / Salome / 1953 de William Dieterle com Rita Hayworth como Salomé; A Serpente do Nilo / Serpent of the Nile / 1953 e Escravas da Babilônia / Slaves of Babylon / 1953 de William Castle; Júlio Cesar / Julius Caesar / 1953 de Joseph L. Mankiewicz com Marlon Brando como Marco Antonio, Louis Calhern como Cesar e James Mason como Brutus; Pecados de Jezebel / Sins of Jezebel / 1953 de Reginald Le Borg; Spartaco / Spartaco / 1953 de Riccardo Freda com Massimo Girotti como Spartaco; Átila, Rei dos Hunos / Sign of the Pagan / 1954 de Douglas Sirk com Jack Palance como Átila; O Cálice Sagrado / The Silver Chalice / 1954 de Victor Saville; Day of Triumph de John T. Coyle e Irving Pichel; Helena de Tróia / Helen of Troy / 1955 de Robert Wise com Rossana Podestà como Helena; O Filho Pródigo / The Prodigal / 1955 de Richard Thorpe; A Favorita de Júpiter / Jupiter’s Darling / 1955, de George Sidney com Howard Keel como Aníbal.

Cena de Messalina / 1951

Cena de Teodora, Imperatriz de Bizâncio

Cena de Hércules / 1958

Cena de O Gigante da Maratona / 1959

Em outros países emergiram: Pompéia, Cidade Maldita / Gli Ultimi Giorni di Pompei – Les Derniers Jours de Pompei / 1950 de Marcel l’Herbier; Messalina / Messalina / 1951 de Carmine Gallone com Maria Felix como Messalina; Frinéia, Cortesã do Oriente / Frine, Cortigiana d’Oriente / 1953 de Mario Bonnard; Spartaco / Spartaco / 1952 de Riccardo Freda; A Invasão dos Bárbaros / Attila Flagello di Dio / 1953 de Pietro Francisci; Teodora, Imperatriz de Bizâncio / Teodora, Imperatrice di Bisânzio / 1954 de Ricardo Freda com Gianna Maria Canale como Teodora; Rainha da Babilônia / La Cortigiana di Babilonia / 1954 de Carlos Ludovico Braggaglia; Adão e Eva / Adãn y Eva / 1956 de Alberto Gout; Escravas de Cartago / Le Schiave di Cartagine / 1956 de Guido Brignone; Afrodite, a Deusa do Amor / La Venere di Cheronea / 1957 de Fernando Cercchio, W. Tourjanski; As Façanhas de Hércules / Le Fatiche di Ercole / 1957 e Hércules e a Rainha da Lidia / Ercole e la Regina di Lidia / 1958 de Pietro Francisci, ambos com Steve Reeves; A Revolta dos Gladiadores / La Rivolta dei Gladiatori / 1958 de Vittorio Cottafavi; A Espada e a Cruz / La Spada e la Croce / 1958 de Carlo Ludovico Bragaglia; Escrava do Oriente / Afrodite, Dea Dell’amore / 1958 de Mario Bonnard; Aníbal, o Conquistador / Annibale / 1959 de Carlo Ludovico Bragaglia, Edgar G. Ulmer; Os Últimos Dias de Pompéia / Gli Ultimi Giorni di Pompei / 1959 de Mario Bonnard. O Cerco de Siracusa / L’Assedio di Siracusa / 1959 de Pietro Francisci; Golias contra os Bárbaros / Il Terrore di Barbari / 1959 de Carlo Campogalliani; Messalina, Vênus Imperial / Messalina, Venere Imperatrice / 1959 de Vittorio Cottafavi com Belinda Lee como Messalina; O Gigante de Maratona / La Battaglia di Maratona / 1959 de Jacques Tourneur, Mario Bava; Orfeu do Carnaval / Orphée Noire / 1959. Dir: Marcel Camus; O Pescador da Galiléia / The Big Fisherman / 1959 de Frank Borzage; Herodes, o Grande / Erode il Grande / 1959 de Viktor Tourjansky.

Cena de O Manto Sagrado / 1953

Cena de O Egípcio / 1954

Cena de Terra dos Faraós / 1955

Cena de Ben-Hur / 1959

Com a concorrência da televisão, os magnatas de Hollywood recorreram à projeção em tela larga para atrair os espectadores aos cinemas e assim foram lançados: O Manto Sagrado / The Robe / 1953 de Henry Koster; Demetrius, o Gladiador / Demetrius and the Gladiators / 1954 de Delmer Daves; O Egípcio / The Egyptian / 1954 de Michael Curtiz; O Vale dos Reis / Valley of the Kings / 1954 de Robert Pirosh; Terra dos Faraós / Land of the Pharaohs / 1955 de Howard Hawks; Alexandre o Grande / Alexander the Great / 1956 de Robert Rossen com Richard Burton como Alexander; Os Dez Mandamentos / The Ten Commandments / 1956 de Cecil B. DeMile; Ben-Hur / Ben-Hur / 1959 de William Wyler; Salomão e a Rainha de Sabá / Solomon and Sheba /1959 de King Vidor.

Nos anos 60, os pepluns, contando as aventuras trepidantes de homens com uma força sobrehumana tais como Hércules, Sansão, Ursus, Golias ou Maciste, que lutavam contra tiranos poderosos ou criaturas fabulosas e protagonizados por atores musculosos – como Steve Reeves, Reg Park, Gordon Scott, Kirk Morris (o ex-gondoleiro Adriano Bellini), Mark Forest, Alan Steel (o ex-stuntman Sergio Ciani), Richard Harrison, Brad Harris, Mike Lane, Rick Battaglia, Rock Stevens (Peter Lupus) e Mike Hargitay, Reg Lewis, Gordon Mitchell, Dan Vadis (os ex- musclemen nos espetáculos de Mae West no teatro) – foram mais abundantes nas telas, até desaparecerem, sustituídos na sua função de entretenimento pelo western spaghetti.

Cena de Spartacus / 1960

Nessa década, em concomitância com uma enxurrada de filmes desse gênero, os espectadores puderam ver grandes espetáculos de outras nacionalidades sobre História Antiga A lista é enorme: Safo, Vênus de Lesbos / Saffo, Venere di Lesbo 1960 de Pietro Francisci.; O Incêndio de Cartago / Cartagine in Fiamme / 1960 de Carmine Gallone; Spartacus / Spartacus / 1960 de Stanley Kubrick; A Escrava de Roma / La Schiava di Roma / 1960 de Sergio Grieco; Ester e o Rei / Esther and the King / 1960 de Raoul Walsh e Mario Bava; A História de Ruth / The Story of Ruth / 1960 de Henry Koster; A Revolta dos Escravos / La Rivolta degli Schiavi / 1960 de Nunzio Malasomma; Avalancha dos Bárbaros / La Furia dei Barbari / 1960 de Guido Malatesta; La Vendetta dei Barbari / 1960 de Giuseppe Vari; As Virgens de Roma / Le Vergine di Roma / 1960 de Vittorio Cottafavi, Carlo Ludovico Bragaglia; Os Argonautas / I Giganti della Tessaglia / 1960 de Riccardo Freda; Teseu contra o Minotauro / Teseo contro il Minotauro / 1960 de Silvio Amadio; Hércules contra os Dragões / Gli Amori di Ercole /1960 de Carlo Ludovico Bragaglia; A Revolta dos Escravos / La Rivolta degli Schiavi / 1960 de Nunzio Malasomma; Golias contra o Gigante / Goliath contro i Giganti / 1960 de Guido Malatesta; Maciste no Vale dos Reis / Maciste nella valle dei Re / 1960 de Carlo Campogalliani; Maciste contro i Cacciatori di Teste / 1960 de Guido Malatesta; La Vendetta di Ercole / Golias e o Dragão / 1960; A Mulher do Faraó / La Dona del Faraoni / 1960 de Viktor Tourjansky;

Cena de O Rei dos Reis / 1961

Cena de O Colosso de Rhodes / 1961

O Rei dos Reis / King of Kings / 1961 de Nicholas Ray; Barrabás / Barrabbas / 1961 de Richard Fleischer; Guerrilheiros do Gran Khan / Maciste alla Corte del Gran Khan / 1961 de Riccardo Freda; Maciste contra o Vampiro / Maciste contro I Vampiro / 1961 de Sergio Corbucci e Giacomo Gentilomo; O Colosso de Rhodes / Il Colosso di Rodi / 1961 de Sergio Leone; O Conquistador de Corinto / Il Conquistatore di Corinto / 1961 de Mario Costa; Duelo de Campeões / Orazi e Curiazi / 1961 de Terence Young, Ferdinando Baldi; Atlas / Atlas / 1961 de Roger Corman; Hércules na Conquista da Atlântida / Ercole alla Conquista di Atlantide / 1961 de Vittorio Cottafavi; Ursus / 1961 de Carlo Campogalliani; La Vendetta di Ursus / 1961 de Luigia Capuano; Sansão / Sansone / 1961 de Gianfranco Parolini; Atlântida, Continente Desaparecido / Atlantis, The Lost Continent / 1961 de George Pal; Antinea, l’amante della città sepolta / 1961 de Giuseppe Masini e Edgar G. Ulmer; Rômulo e Remo / Romolo e Remo / 1961 de Sergio Corbucci; O Rapto das Sabinas / El Rapto de las Sabinas / 1961 de Alberto Gout; O Gladiador Invencível / Il Gradiatore Invincibile / 1961 de Alberto de Martino; Il Ratto delle Sabine / 1961 de Richard Pottier; A Guerra de Tróia / La Guerra di Troia / 1961 de Giorgio Ferroni; Hércules no Centro da Terra / Ercole al Centro della Terra de Mario Bava; Maciste contro Ercole nella Valle dei Guai / 1961 de Mario Mattoli; Ursus no Vale dos Leões / A Fúria dos Tártaros / Ursus nella Valle dei Leoni / 1961 de Carlo Ludovico Bragaglia; O Filho do Trovão/ I Titani ou Arrivano I Titani / 1961 de Duccio Tessari; Ulisses contra Hércules / Ulisse contro Ercole / 1961 de Mario Caiano; Antígona / Antigoni / 1961 de George Tzavellas; José Vendido no Egito / Giuseppe Venduto dai Fratelli / 1961 de Luciano Ricci, Irving Rapper; Ulysses / Ulisse / 1962 de Mario Camerini;

Cena de Jasão e o Velo de Ouro / 1963

Cena de Cleopatra / 1963

Electra, a Vingadora / Ilektra / 1962 de Michael Cacoyannis; A Lenda de Enéas / La Leggenda di Enea / 1962 de Giorgio Venturini; A Fúria de Aquiles / L’ Ira di Achille / 1962 de Marino Girolami; Pôncio Pilatos / Poncio Pilato / 1962 de Gian Paolo Callegari, irving Rapper; A Fúria de Hércules / La Furia di Ercole / 1962 de Gianfranco Parolini; Ursus e la Ragazza Tartara de Remigio del Grosso / 1962; A Lenda de Enéas / La Leggenda di Enea / 1962 de Giorgio Venturini; Os Valentes Damon e Pítias / Damon and Pithias / 1962 de Curtis Bernhardt; Cleópatra, Rainha de César / Una Regina per Cesare / 1962 de Pietro Pierotti e Victor Tourjansky; O Filho de Spartacus / Il Figlio di Spartacus / 1962 de Sergio Corbucci; Giulio Cesare contro i Pirati / 1962 de Sergio Grieco; Ano 79, a Destruição de Herculano / Anno 79, la Distruzione di Ercolano / 1962 de Gianfranco Parolini; Constantino e a Cruz / Constantine and the Cross / 1962 de Lionello De Felice; O Gladiador de Roma / Il Gladiatore di Roma / 1962 de Mario Costa; Ouro para os Imperadores / Oro per I Cesari / 1962 de Andre de Toth e Riccardo Freda; Os Sete Gladiadores / I Sette Gladiatori/ 1962 de Pedro Lazaga; O Velho Testamento / Il Vecchio Testamento / 1962 de Gianfranco Parolini; Só Contra Roma / Solo contro Roma / 1962 de Luciano Ricci; Sodoma e Gomorra / Sodom and Gomorrah / 1962 de Robert Aldrich; Jasão e o Velo de Ouro / Jason and the Argonauts / 1963 de Don Chaffey com os magníicos efeitos especiais de Ray Harryhausen; Ursus, o Gladiador / Ursus Gladiator Ribelle / 1963 de Domenico Paolella; Ursus a Terra do Fogo / Ursus nella Terra di Fuoco / 1963 de Giorgio Simonelli; Goliath e a Escrava Rebelde / Goliathe la Schiava Ribelle / 1963 de Mario Caiano; Hércules contra os Piratas / Ercole contro i Pirati / 1963 de Tanio Boccia; Hércules, Sansão e Ulissses / Ercole sfida Sansone / 1963 de Pietro Francisci; Hércules, o Conquistador ou Hércules contra Moloch / Ercole contro Moloch / 1963 de Giorgio Ferroni; Hércules contra o Corsário Negro / Sansone contro il Corsaro Nero / 1963 de Luigi Capuano; Sette a Tebe / 1963 de Luigi Vanzi; Os Sete Invencíveis / I Sette Invincibile / 1963 de Alberto de Martino; Brenno, o Inimigo de Roma / Brenno il Nemico di Roma / 1963 de Giacomo Gentilomo; Júlio César, o Conquistador / Giulio Cesare, il conquistatore della Gallia / 1963 de Tanio Boccia; Perseu, o Invencível / Perseo L’ Invincibile / 1963 de Alberto De Martino; Cleopatra / Cleopatra / 1963. Dir: Joseph L. Mankiewicz com Elizabeth Taylor como Cleopatra, Richard Burton como Marco Antonio e Rex Harrison como César;

Cena de A Queda do Império Ronano / 1964

Cena de O Evangelho Segundo Mateus / 1964

Os Dez Gladiadores / I Dieci Gladiatore / 1963 de Gianfranco Parolini; A Queda de Roma / Il Crollo di Roma / 1963 de Antonio Margheriti; Jacó e Esaú / Giaccobe ed Esau / 1963 de Mario Landi; Giacobbe, L’ Uomo che lottò con Dio / 1963 e Os Grande Líderes da Bíblia / I Patriarchi della Bibbia / 1963 de Marcello Baldi; Golias e os Pecadores da Babilônia / Maciste, l’eroe piu grande del mondo / 1963 de Michele Lupo; Le Gladiatrice / 1963 de Antonio Leonviola; Coriolano, o Herói sem Pátria / Coriolano Eroe Senza Patria / 1963 de Giorgio Ferroni; O Leão de Tebas / l Leone di Tebe 1964 de Giorgio Ferroni; A Queda do Império Romano / The Fall of the Roman Empire / 1964 de Anthony Mann com Alec Guiness como Marco Aurélio; O Colosso de Roma / Il Colosso di Roma / 1964 de Giorgio Ferroni; La Rivolta dei Pretoriani / 1964 de Alfonso Breschia; O Tesouro dos Bárbaros / La Rivolti dei Barbari / 1964 de Guido Malatesta; Os Quatro Legionários de César / I Giganti di Roma / 1964 de Antonio Margheriti; O Filho de César e Cleópatra / Il Figlio di Cleopatra / 1964 de Ferdinando Baldi; Os Dois Gladiadores / I Due Gladiatori / 1964 de Mario Caiano; Sete Contra Roma / Gli Schiavi piu forti del Mondo / 1964 de Michele Lupo; O Desafio dos Gladiadores / Il Gladiatore che sfidò l’Imperio / 1964 de Domenico Paolella; O Homem Mais Forte do Mundo / L’ Ultimo Gladiatore / 1964 de Umberto Lenzi; La Rivolta dei Pretoriani / 1964 e O Magnífico Gladiador / Il Magnifico Gladiatore / 1964 de Alfonso Brescia; Spartacus e os Dez Gladiadores / Spartacus e I Dieci Gladiatori / 1964 de Nick Nostro; Os Tiranos da Babilônia / Ercole contro il Tiranni di Babilonia / 1964 de Domenico Paolella; Hércules contra o Império dos Elefantes / Ercole L’ Invincibile / 1964 de Álvaro Mancori; Hércules contra Moloch / Ercole contro Moloch / 1964 de Giorgio Ferroni; Hércules contra o Filho do Sol / Ercole contro I Figli del Sole / 1964 de Osvaldo Civirani; Hércules contra Roma / Ercole contro Roma / 1964 de Piero Pierotti; O Desafio dos Gigantes / La Sfida dei Giganti / 1964 de Mauricio Lucidi; Golias e o Cavaleiro Mascarado / Golia e il Cavaliere Mascherato / 1964 de Piero Pierotti; O Evangelho Segundo Mateus / Il Vangelo Secondo Matteo / 1964 de Pier Paolo Pasolini;

Cena de A Maior História de Todos os Tempos /1965

Cena de Faraó / 1966

Hércules, Sansão, Maciste e Ursus: os invencíveis / Ercole, Sansone, Maciste e Ursus: gli invencibili / 1964; Ursus, Prisoneiro de Satanás / Ursus il terrore dei Kirghisi / 1964 de Antonio Margheriti; Golia alla Conquista di Bagdad / 1964 de Domenico Paolella; Saul e David / Saul e David / 1964 de Marcello Baldi; A Maior História de Todos os Tempos / The Greatest Story Ever Told / 1965 de George Stevens; Os Gladiadores Espartanos / La Rivolta del Sette / 1965 de Alberto de Martino; O Incêndio de Roma / L’ Incendio di Roma / 1965 de Guido Malatesta; Os Grandes Líderes da Bíblia / Il Grandi Condottieri / 1965 de Marcello Baldi e Francisco Pérez-Dolz; Os Três Invencíveis/ Gli Invincibili Tre / 1964 de Gianfranco Parolini; Sete Contra Todos / Sette Contro Tutti / 1965 de Michele Lupo; Os Três Centuriões / I Tre Centurioni / 1965 de Roberto Mauri; A Vingança dos Gladiadores / Una Spada per L’ Impero / 1965 de Sergio Grieco; La Vendetta dei Gladiatori / 1965 de Luigi Capuano; All’ombra delle Aquile / 1966 de Ferdinando Baldi e Massacre na Floresta Negra / Il Massacro della Foresta Nera – Herman der Cherusker – Die Sclacht im Teutoburger / 1966 de Ferdinando Baldi; O Conquistador da Atlântida / Il Conquistatore di Atlantide / 1965 de Alfonso Brescia; A Bíblia / The Bible … In the Beginning / 1966 de John Huston; Faraó / Faraon de Jerzy Kawalerowicz / 1966; A Rainha dos Vikings / The Viking Queen / 1967 de Don Chaffey; Édipo Rei / Edipe Re / 1967 de Pier Paolo Pasolini; Medéia, a Feiticeira do Amor / Medea / 1968 de Pier Paolo Pasolini; Édipo Rei, a Tragédia de um Rei / Oedipus the King / 1968 de Phillip Saville; Satyricon de Fellini / Fellini – Satyricon / 1969; As Legiões de Cesar / Le Legioni di Cleopatra / 1969 de Vittorio Cottafavi; El Pecado de Adán ed Eva de Miguel Zacharias / 1969.

A TRILOGIA DE GUERRA DE ROBERTO ROSSELLINI

Em três anos, Roberto Rossellini conseguiu fazer três filmes, Roma Cidade Aberta / Roma Città Aperta / 1945, Paisà / Paisà / 1946 e Alemanha Ano Zero / Germania Anno Zero / 1947, trilogia ligada às consequências da Segunda Guerrra Mundial na Itália, mas sobretudo por um olhar mais verdadeiro da realidade.

Roberto Rosselini

Como escreveu Carlo Lizzani, Roma Città Aperta é o primeiro testemunho artístico sobre a resistência italiana: é o quadro vivo de uma situação que fêz dos “homens da rua”, das mulheres, das crianças, os verdadeiros protagonistas da nova história civil de nosso país (Le Cinéma Italien, Éditeurs Français Réunis, 1955). Pode não ter sido o primeiro filme italiano a se inscrever na corrente neorealista (muitos apontam Obsessão / Ossessione de Luchino Visconti / 1942 como o primeiro filme neorealista), porém foi sem dúvida o que causou o maior impacto no seu lançamento, projetando-se no mundo inteiro. Os roteiristas foram Sergio Amidei, Federico Fellini e Roberto Rossellini.

Em 1944, o engenheiro Giorgio Manfredi (Marcello Pagliero), está sendo procurado pela Gestapo e, na sua fuga, encontra-se com outras pessoas implicadas na luta pela liberdade durante a ocupação alemã, aqueles que transformaram sua aflição e sua penúria em uma coragem e força de vontade invencíveis. Ele se refugia na casa de seu amigo Francesco (Francesco Grandjaquet), seu amigo tipógrafo, que trabalha para a imprensa clandestina. Francesco está prestes a se casar com Pina (Anna Magnani), uma viúva, que está esperando um filho seu, e é mãe de um menino, Marcello (Vito Annichiarico), organizador, de atos de sabotagem contra os nazistas, juntamente com outros meninos. Pina põe Manfredi em contato com o padre Don Pietro (Aldo Fabrizzzi), que luta contra a barbárie, dando cobertura às ações da resistência.

Aldo Fabrizzi e Marcelo Pagliero em Roma Cidade Aberta

Giovanna Galletti e Harry Feist em Roma Cidade Aberta

Maria Michi e Giovanna Galletti em Roma Cidade Aberta

Francesco, é preso no dia de seu casamento. Desesperada, Pina corre atrás do caminhão que leva os prisioneiros, e é morta por um tiro na frente do filho. A amante de Manfredi, Marina (Maria Michi) – atriz do teatro de revista, que se prostituiu para fugir da pobreza, e se corrompeu pela droga fornecida por uma lésbica, Ingrid (Giovanna Galletti), a serviço da Gestapo -, informa para a agente nazista o seu paradeiro. Manfredi, Don Pietro, e um desertor austríaco que havia se refugiado junto ao padre, são presos. O major da SS (Harry Feist), interroga os prisioneiros. O desertor se enforca. Torturado brutalmente, Manfredi morre, sem trair seus companheiros. Don Pietro, também é executado. Inspirado na história real do padre Don Morosini, morto pelos alemães, Roma Cidade Aberta despe-se de todo o artifício, para ser uma testemunha da vida dos “partiggiani”, destacando três símbolos do sacrifício desses verdadeiros mártires, que são Pina, Manfredi e Don Pietro.

Rosselini e Anna Magnani na dublagem de Roma Cidade Aberta

Como observou Lizzani, “o padre e o comunista lutam unidos pela mesma causa e, atrás deles, se agita todo um bairro popular de Roma, com seus imóveis miseráveis e seus pátios interiores, onde a história de cada um é a mesma de todos, onde os sofrimentos, as esperanças e as alegrias são comuns. A força de Roma Cidade Aberta está nesta multiplicação de elementos humanos reunidos organicamente em uma unidade superior”. Observo que a cena do saque à padaria que se nega a abastecer a população é uma prova do espirito de resistência coletiva, que existe em todo o filme.

Cenas de Roma Cidade Aberta

Ao contrário do que muitos pensam, não houve improvisação nem amadorismo. Rossellini e sua equipe sabiam o que estavam fazendo. A encenação foi muito bem planejada e executada. Como compreendeu Peter Brunette (Roberto Rossellini, Oxford University, 1987), o filme foi visto como um desafio direto ao cinema convencional da época – leia-se o cinema de Hollywood -, mas é de fato um dos trabalhos mais convencionais de Rossellini pelo menos em termos de suas estruturas narrativa e dramática. Os personagens são imaginários; as cenas se sucedem em um ritmo ininterrupto, tal qual em um filme de ação, e algumas são de grande impacto emotivo como a da morte de Pina correndo atrás do caminhão que leva Francesco prisioneiro; o quartel general da Gestapo é um lugar estilizado (falsa aquela contiguidade entre a sala de tortura e o salão recreativo dos oficiais, onde se ouve uma música de Beethoven e se bebe champagne); os artistas principais são profissionais; a construção da narrativa é muito bem feita, alongando-se as cenas à medida em que a história avança e se torna cada vez mais trágica.

Anna Magnani e Aldo Fabrizzi em Roma Cidade Aberta

Aldo Fabrizzi em Roma Cidade Aberta

Aldo Fabrizzi em Roma Cidade Aberta

O aspecto “realista” da obra, deve-se precisamente à descrição do presente imediato, às péssimas condições de realização obrigando uma filmagem quase sempre em exteriores e com iluminação deficiente ou intermitente, com um fundo musical relativamente inexistente, e principalmente à humanidade, à naturalidade das cenas (v. g. a conversa entre Pina e Francesco na escada pensando inocentemente sobre o futuro; a confissão de Pina para Don Pietro caminhando na rua – quando ela pergunta: “Cristo não nos vê?”; a imagem de São Roque ao lado da estatueta de uma mulher nua – quando Don Pietro vira a imagem religiosa de costas para esta última; os garotos levando palmadas ao chegarem em casa depois de praticarem uma sabotagem; Don Pietro nocauteando o velho paralítico com a frigideira; o fuzilamento do padre amaldiçoando os bárbaros e logo, arrependido, pedindo perdão a Deus por sua palavras; os meninos assobiando atrás das grades diante do fuzilamento do sacerdote em sinal de apoio etc.). São momentos que nos comovem, porque parece que conhecemos pessoalmente essas pessoas. Ou, como disse Gian Pero Brunetta (Cent’anni di cinema italiano, 2. Dal 1945 Al Giorni Nostri, Laterza, 2004), “as pessoas vêem a história de Manfredi, Don Pietro e da senhora Pina e a sentem como parte do próprio corpo, do próprio sangue”. Ou, como disse Ingrid Bergman, anos depois, em uma entrevista na TV: “Eram atores que estavam fazendo aqueles papéis, mas pareciam gente de verdade”.

Tal como Roma Cidade Aberta, Paisà e Alemanha Ano Zero também possuem uma boa dose de ficção e sentimentalismo (tal como aliás ocorreu em outros filmes na mesma linha, por exemplo, Vítimas da Tormenta / Sciuscià / 1946 e Ladrões de Bicicletas / Ladri di Bicicletti / 1948, ambos de Vittorio De Sica). Paisà se compõe de seis narrativas independentes, tendo por contexto a libertação progressiva da Itália pelos Aliados e pela resistência Partigiana. Seis pequenas histórias de conteúdo dramático e doloroso, todas relacionadas com a situação catastrófica na qual o país está mergulhado no final da Segunda Guerra Mundial.

Carmela Sazio em Paisà

No primeiro episódio, em 10 de julho de 1943, a frota americana desembarca na Sicília. Um grupo de soldados chega em uma cidade, que os alemães abandonaram naquela mesma manhã. Eles são guiados por uma jovem italiana, Carmela (Carmela Sazio) através de um campo minado. Ela fica sozinha em uma antiga torre abandonada com Joe (Robert Van Loon), um soldado americano de New Jersey, enquanto os outros fazem um reconhecimento do lugar. Eles tentam desastradamente se comunicar. Joe é abatido por uma bala alemã e outros alemães não tardam a chegar. Carmela esconde-se, pega o rifle de Joe, e mata um alemão. Quando os americanos chegam, eles pensam que Joe foi morto por Carmela, e a almadiçoam. Os alemães olham do alto de um rochedo de onde jogaram Carmela, cujo corpo encontra-se estendido no mar lá em baixo.

Dotz M. Johnson e Alfonsino Pasca em Paisà

No segundo episódio, em Nápoles, um soldado negro (Dotz M. Johnson), completamente embriagado, é cercado por garotos engraxates. Um deles (Alfonsino Pasca), o conduz para um teatro de marionetes. O soldado, ainda muito tonto, vê o boneco branco que representa um cruzado batendo em um boneco preto que representa um mouro, e salta para o palco em defesa de sua raça, gerando uma confusão no auditório. O menino o leva para fora e, quando o soldado adormece, ele lhe rouba as botas. Alguns dias depois, o soldado, que pertence à polícia militar, reencontra o pequeno ladrão, e ordena que ele lhe devolva as botas. Decidindo levá-lo até onde mora, a fim de que seja repreendido pelos seus pais, descobre que estes foram mortos em um bombardeio, e que o menino vive em um lugar paupérrimo com outras pessoas indigentes. Perturbado, Joe afasta-se dali rapidamente.

Maria Michi e Gar Moore em Paisà

No terceiro episódio em Roma, no dia 4 de junho de 1944, a população acolhe em delírio os libertadores americanos. Seis mêses mais tarde, a jovem Francesca (Maria Michi), que caiu na prostituição por necessidade, aborda um soldado americano, Fred (Gar Moore), que está inteiramente bêbado. Ela o leva para um quarto de pensão, e Fred lhe conta que, no dia da Libertação, conheceu uma jovem adorável e inocente, Francesca, porém nunca mais conseguiu encontrá-la. A prostituta percebe que é ela que ele está procurando, e deixa com a proprietária seu antigo endereço, para que Fred a procure, quando acordar na manhã seguinte. Ela o aguarda em vão, sob a chuva, diante do prédio onde os dois se encontraram pela primeira vez. Fred rasgou seu bilhete. Para ele, não passa de um endereço de mais uma prostituta entre tantas outras. Ele não a reconhecera.

Renzo Avanzo e Harriet White (à direita) em Paisà

No quarto episódio, em Florença, Massimo (Renzo Avanzo), um italiano desejoso de se reunir com sua mulher e seu filho, e Harriet (Harriet White), uma enfermeira americana da Cruz Vermelha à procura de seu amante, o pintor Giorgio Morandi, que se tornara um um grande chefe da resistência sobo nome de Lupo, atravesssam a cidade dividida pelos combates de um lado a outro do Rio Arno. No caminho, cuidando de um homem agonizante, a enfermeira fica sabendo que Lupo está morto.

Os capelães americanos e os padres em Paisà

No quinto episódio, os monges de um convento na área da Emilia-Romagna, acolhem três capelães americanos. Quando eles descobrem que um dos capelães é um pastor protestante e o outro um rabino judeu, os franciscanos decidem oferecer seu jejum a Deus para a conversão daquelas “almas perdidas”

 

Cena do quinto episódio de Paisà

No sexto episódio, os pântanos do delta do Pó são o cenário de lutas sangrentas. Dale (Dale Edmunds), um oficial americano que orienta os resistentes e um destes (Cigolani), enterram o cadáver de um partegiano, que encontraram boiando no rio. Ilhados e sem recursos, os americanos e os resistentes são inevitavelmente presos, mas enquanto os americanos são feitos prisioneiros, os resistentes recebem o tratamento de criminosos comuns. Os alemães os colocam em um bote, e os jogam no rio, um a um, para que morram afogados. No momento em que os últimos dois corpos de partegianos caem no rio, uma voz over diz: “Isto aconteceu no inverno de 1944. No começo da primavera a guerra já havia terminado”.

Filmagem de Paisà Episódio do Vale do Pó

Após Roma sob a tormenta, Rosselllini filma em Paisà os derradeiros sobressaltos da guerra. A intenção foi fazer um filme que de certa forma abrangesse a totalidade da Itália e refletisse honestamente, nos moldes de Roma Cidade Aberta, o quê os realizadores encontraram nas suas viagens pelo país. Eles tiveram uma idéia geral sobre o filme antes que a filmagem começasse, porém o roteiro (novamente de Rossellini, Amidei e Fellini) nunca ficou realmente concluído. Personagens, enredo e locações foram contínuamente e às vêzes drásticamente mudados, para corresponderem mais às pessoas e aos lugares, que eles encontraram no decurso dos seis mêses de seu trajeto, durante o qual eles viram uma Itália que não conheciam, uma paisagem carregada de desagregação e desassossego.

Paisà mostra os tormentos físicos e espirituais de uma coletividade humana nas montanhas da Sicília, nos escombros de Nápoles, nas ruínas romanas do pós-guerra, nas praças de Florença, na planície húmida do delta do Pó e em um monastério dos Apeninos, que constitutem o pano de fundo para os episódios concisos e sutilmente conexos. Tal como em Roma Cidade Aberta, Rossellini descreve o presente imediato, intenso e palpitante, desta vez procurando dar uma visão sintética de uma Itália convulsionada pelos acontecimentos belicosos recentes, usando mais atores desconhecidos, clímaxes rápidos e inesperados no final de cada história (v. g. quando Harriet é subitamente informada da morte de Lupo), um fundo musical quase despercebido, e uma breve narração em voz over sobre cenas de atualidades especialmente no começo de cada episódio, a fim de realçar a credibilidade da ficção que se segue. Cada episódio é um trecho humano, belo e empolgante.

Em Alemanha Ano Zero, Rossellini (atuando sozinho como roteirista) continua a testemunhar de maneira objetiva e fiel a miséria material e moral de uma época em que a Europa começou do zero (daí o título do filme). Na Berlim arrazada, após a capitulação alemã, uma família se esforça para sobreviver: o pai (Ernst Pittschau) está muito doente, preso ao leito; o irmão mais velho, Karl-Heinz (Franz Krüger), antigo soldado da Wermacht, não sai do prédio semi-destruído, onde encontraram refúgio precário junto com outras famílias, por receio de se apresentar às autoridades de ocupação; sua irmã, Eva (Ingetraud Hintze), frequenta os bares cheios de soldados estrangeiros, com os quais dança para ganhar uns cigarros, mas se recusando a cair na prostituição. É Edmund Koeler (Edmund Moeschke), o filho mais jovem, quase um menino, que sustenta a todos, realizando toda espécie de serviços: cava sepulturas; vende artigos no mercado negro (a balança, para o dono do imóvel onde vivem de favor, Herr Rademaker (Hans Sangen), o disco com o discurso de Hitler, para Herr Enning (Erich Gühne); une-se a um casalzinho de ladrões.…Enning, seu antigo professor, simpatizante nazista e pedófilo ( símbolo, tal como a Ingrid safista de Roma Cidade Aberta do nazismo como corrupção), lhe relembra os princípios de Hitler sobre a eliminação dos fracos e dos inúteis. Como seu pai tem que ser hospitalizado e repete maquinalmente que seria melhor para todos que ele estivesse morto, Edmund, sem medir a importância de seu gesto, o envenena, e depois, abandonado pelo ex-mestre (“Você é louco, um monstro”), caminha no meio dos escombros, e acaba se atirando do quinto andar de um edifício em reconstrução bem em frente do lugar onde mora e no momento em que sai o carro fúnebre levando o corpo de seu progenitor.

Franz Krüger, Ingetraub Hintze e Edmund Moeschke em Alemanha Ano Zero

Cena de Alemanha Ano Zero

Este filme é diferente dos anteriores porque, de uma parte, ele nos mostra as consequências do conflito mundial não mais do lado italiano mas do lado do agressor e, de outra parte, tudo é mostrado pelos olhos de uma criança. É um relato de desespêro sem saída, descrito com uma intensidade e uma autenticidade (embora os personagens falem italiano e não alemão) extraordinárias. Sem desprezar a ficção, e com seu estilo sóbrio, Rossellini acompanha minuciosamente o itinerário do pequeno Edmund, um ser inocente que a distorsão de uma educação eugênica leva a cometer um crime, acreditando ter praticado um ato heróico.

Erich Gönne e Edmund Moeschke em Alemanha Ano Zero

Edmund Moeschke e Ernst Pittschau em Alemanha Ano Zero

Cena de Alemanha Ano Zero

Um comentarista disse com razão que Edmund era um anjo corrompido pelo mal que o cercava. Em determinado momento o pervertido Enning, provedor de garotos para o ex-general com quem ele vive, diz: “Lembre-se, Edmund, seu pai uma vez forjou um certificado para que você não se juntasse à Juventude Hitlerista, mas você logo me contou que o documento era falso, porque você sabia qual era o seu dever (Enning toca na bochecha do menino). E eu deveria ter denunciado ele ao Partido … e a razão pela qual não fiz isso, foi porque gosto de você”.Tudo isto faz de Alemanha Ano Zero uma realização chocante e amarga, que encerra com chave de ouro o trio de filmes de um grande diretor, comprometido em mostrar cruamente os horrores da guerra, e a refletir sobre eles.