PRODUÇÕES ANGLO-AMERICANAS NOS ANOS 50

Um grande problema para a indústria de cinema britânica desde os seus primórdios foi o tamanho da dominação de Hollywood sobre suas telas.
É claro que esse problema não era unicamente britânico, porém lá foi muito exacerbado pelo fato de que a Inglaterra e a América do Norte compartilhavam um mesmo idioma dispensando a necessidade de se fazer dublagens custosas ou subtitulagem dos filmes americanos.

Em 1926, os filmes programados nos cinemas britânicos eram quase que exclusivamente americanos. No mesmo ano, 37 filmes inglêses competiam com mais de 500 filmes americanos importados, que eram alugados por pacote e no escuro.

Em janeiro de 1927, o Govêrno Britânico encaminhou ao Parlamento um projeto de lei, o Cinematograph Films Act (que se tornou lei em dezembro), obrigando os distribuidores a alugar e os exibidores a exibir um mínimo ou percentagens de filmes britânicos: uma cota de 7,5% para os distribuidores e de 5% para os exibidores. Em 1936, ambas as cotas foram elevadas para 20%. O Cinematograph Films Act de 1948 extinguiu a cota devida pelos distribuidores por fôrça do General Agreement on Tariffs and Trade (GATT), que só admitiu cotas para os exibidores. A cota destes foi aumentada para 45%, sendo depois reduzida para 30% em 1950, permanecendo neste nível até ser abolida em 1983.

Entretanto, nada impedia que as companhias de cinema americanas formassem suas próprias unidades de produção de filmes baratos e feitos às pressas na Inglaterra, para cumprir suas cotas. Com a finalidade de pôr fim ao abuso desses chamados quota quickies, o Govêrno Britânico decidiu que somente filmes de alta qualidade poderiam preencher as cotas, mas como não disse precisamente que tipo de qualidade, ela teve que ser estabelecida em termos de custo, ou seja, os filmes deveriam ter um custo mínimo de 7.500 libras, com escassa consideração a respeito de seu conteúdo.

Antes da Segunda Guerra Mundial, a Inglaterra estava pagando à América uma média de 7 milhões de libras (28 milhões de dólares) anualmente por aluguel de filmes e não havia restrições quanto ao montante que os distribuidores americanos poderiam remeter para o seu país. Porém a necessidade de salvaguardar sua balança de pagamentos, quando irrompeu o conflito mundial, obrigou o Govêrno Britânico a impor limites. Em 1940, as remessas de lucros para os Estados Unidos foram reduzidas para 4.8 milhões de libras e, em 1941, para 5.7 milhões de libras. Em 1947, ocorreu nova crise na balança de pagamentos e, entre outras medidas para solucioná-la, o Govêrno impôs uma taxa alfandegária de 75% sobre os filmes importados.

A indústria de cinema americana irritou-se e suspendeu a exportação de seus filmes para a Inglaterra. Contudo, em março do ano seguinte, foi assinado um acordo cinematográfico anglo-americano, revogando a taxa e permitindo que as companhias de cinema americanas remetessem anualmente 17 milhões de dólares (cerca de 3 milhões de libras) de seus rendimentos. Os lucros não transferíveis, ficariam bloqueados, mas poderiam ser reinvestidos na indústria cinematográfica britânica.

Após o desmantelamento do sistema de estúdio nos Estados Unidos com a decretação do “divórcio” entre produção-distribuição e exibição e a competição crescente da televisão, a “runaway production” se espalhou pela França, Espanha, Itália bem como pela lnglaterra, onde as companhias americanas foram incentivadas por dois fatôres: os custos baixos nesses países e o subsídio para a produção de filmes britânicos instituído pelo Eady Levy, um imposto que começou a ser recolhido em 9 de setembro de 1950, e foi depois incorporado ao Cinematograph Films Act de 1957.

Sir Wilfred Eady

O imposto recebeu o apelido de Eady, nome do Segundo Secretário do Tesouro, Wilfred Eady, que delineou o esquema juntamente com o presidente da Câmara de Comércio, Harold Wilson, e consistia no seguinte: em troca de uma redução na taxa de entretenimento (Entertainment Duty), os exibidores concordaram em pagar um imposto sobre o preço de cada ingresso de cinema: este imposto era depositado no British Film Production Fund e subsequentemente partilhado entre os produtores de filmes britânicos na proporção de suas receitas de bilheteria.

Para encorajar o investimento dentro do país, a Câmara de Comércio definiu o que era um filme britânico. Ele tinha que ser produzido por uma companhia britânica, filmado em um estúdio situado na Comunidade Britânica de Nações (British Commonwealth) ou na República da Irlanda, e tinha que pagar 75% dos custos trabalhistas do filme, excluindo a remuneração de uma pessoa, ou 80%, excluindo as remuneracões de duas pessoas, uma das quais tinha que ser um ator ou uma atriz. Isto permitiu que uma companhia de Hollywood fizessse um filme internacional na Inglaterra, com produtor, diretor, e até dois de seus astros americanos. e ainda assim ser classificado como britânico para propósito de cotas. A mesma definição de filme britânico foi usada quando o British Film Fund foi instituído em 1950.

Em contraste com os dias dos quota quickies nos anos trinta, a tendência predominante nos anos cinquenta era fazer filmes de orçamento alto, que agradassem tanto o público americano quanto o britânico.

Assim, a Warner pôde produzir através de sua subsidiária britânica Warner Bros. – First National Ltd.: Pavor nos Bastidores / Stage Fright / 1950, direção de Alfred Hitchcock com Jane Wyman, Marlene Dietrich e Richard Todd nos papéis principais; Falcão dos Mares / Captain Horatio Hornblower R.N. / 1951, direção de Raoul Walsh com Gregory Peck, Virginia Mayo e Robert Beatty; A Tia de Carlitos / Where’s Charley / 1952, direção de David Butler com Ray Bolger, Allyn Ann McLerie e Robert Shackleton; O Pirata Sangrento / The Crimson Pirate / 1952, direção de Robert Siodmak com Burt Lancaster, Nick Cravat e Eva Bartok; Sua Majestade, o Aventureiro / His Majesty O’Keefe / 1954, direção de Byron Haskin com Burt Lancaster , Joan Rice e André Morell; Minha Espada, Minha Lei / The Master of Ballantree / 1953, direção de William Keighley com Errol Flynn, Roger Livesey, Beatrice Campbell e Anthony Steel.

Elizabeth Taylor e Robert Taylor em Traidor

Na MGM-British a responsabilidade principal de recriar o estilo visual suntuoso da companhia ficou a cargo de técnicos renomados como o diretor de fotografia Freddie Young, o diretor de arte Alfred Junge e a figurinista Elizabeth Haffenden, surgindo os filmes, rodados no seu estúdio em Elstree: Traidor / Conspirator / 1949, direção de Victor Saville com Robert Taylor, Elizabeth Taylor e Robert FlemIng; Romance de uma Esposa / The Miniver Story / 1950 (continuação de Rosa da Esperança / Mrs. Miniver / 1942), direção de H.C. Potter com Greer Garson, Walter Pidgeon e Leo Genn; Londres à Meia-Noite / Calling Bulldog Drummond / 1951, direção de Victor Saville com Walter Pidgeon, Margaret Leighton e David Tomlinson; Caminhos da Noite / The Hour of 13 / 1952, direção de Harold French com Peter Lawford, Dawn Addams e Roland Culver; Nunca Me Deixes Ir / Never Let Me Go / 1953, direção de Delmer Daves com Clark Gable, Gene Tierney e Bernard Miles; a trilogia de grandes espetáculos de aventura histórica, dirigidos por Richard Thorpe e protagonizados por Robert Taylor: Ivanhoe, o Vingador do Rei / Ivanhoe / 1953 (com Elizabeth Taylor, Joan Fontaine, George Sanders); Os Cavaleiros da Távola Redonda / Knights of the Round Table / 1954 com Taylor, Ava Gardner e Mel Ferrer e A Coroa e a Espada / Quentin Durward / 1955 com Taylor, Kay Kendall e Robert Morley; O Belo Brummel / Beau Brummel / 1954, direção de Curtis Bernhardt com Stewart Granger, Elizabeth Taylor, Peter Ustinov e Robert Morley; A Encruzilhada dos Destinos / Bhowani Junction /1956, direção de George Cukor com Stewart Granger, Ava Gardner e Bill Travers; Convite à Dança / Invitation to the Dance / 1956, direção de Gene Kelly; O Céu em teu Amor / Barretts of Wimpole Street / 1957, direção de Sidney Franklin com Jennifer Jones, John Gieguld e Bill Travers.

Glynis Johns, James Robertson Justice e Richard Todd em Entre a Espada e a Rosa

A RKO co-financiou e distribuiu os filmes britânicos da Walt Disney Productions e da Coronado Films. A primeira produção britânica da Walt Disney foi A Ilha do Tesouro / Treasure Island / 1950, filme de aventura em Technicolor, produzido por Perce Pearce, direção de Byron Haskin com Bobby Driscoll, Robert Newton e Basyl Sydney; Disney fez mais três filmes de aventura de época em Technicolor, todos produzidos por Pearce e estrelados por Richard Todd: Robin Hood, o Justiceiro / The Story of Robin Hood and His Merrie Men / 1952, direção de Ken Annakin com Todd, Joan Rice e Peter Finch, Entre a Espada e a Rosa / The Sword and the Rose / 1953, direção de Ken Annakin com Todd, Glynis Johns e James Robertson Justice e O Grande Rebelde / Rob Roy the Highland Rogue / 1953, direção de Harold French também com Todd, Glynis Johns e James Robertson Justice.

A Coronado Films, pequena empresa sob a liderança do americano David E. Rose, fez dois filmes para a RKO (Circle of Danger / 1952, direção de Jacques Tourneur com Ray Milland, Peggy Cummings, Marius Goring e Patricia Roc e Ilha do Desejo / Saturday Island ou Island of Desire / 1952, direção de Stuart Heisler com Linda Darnell, Tab Hunter e Donald Gray), mas também trabalhou com a Columbia, a MGM e a Warner Bros.

Van Johnson e Deborah Kerr em Pelo Amor de Meu Amor

Para a Columbia, a Coronado fez dois filmes: Pelo Amor de Meu Amor / The End of the Affair / 1955, direção de Edward Dmytryk com Deborah Kerr, Van Johnson e John Mills; Pecadoras de Porto África / Port Afrique / 1956, direção de Rudolph Mate com Pier Angeli, Philip Carey e Dennis Price. Para a MGM: O Arrombador de Cofres / The Safecracker / 1958, direção de Ray Milland com Milland, Barry Jones e Victor Maddern e A Casa dos Sete Gaviões / The House of the Seven Hawks / 1959, direção de Richard Thorpe com Robert Taylor, Nicole Maurey e Linda Christian. Para a Warner Bros.: Testemunha de Vista / Your Eye Witness / 1950 (reintitulado Eye Witness nos EUA), direção de Robert Montgomery com Montgomery, Leslie Banks e Felix Aylmer.

Richard Widmark em Sombras do Mal

O primeiro filme britânico da Twentieth Century-Fox, Sombras do Mal / Night and the City / 1950, direção de Jules Dassin com Richard Widmark, Gene Tierney e Googie Withers, foi lançado em duas versões diferentes. A versão inglêsa tinha 101 minutos e uma partitura musical de Benjamin Frankel enquanto que a versão americana era seis minutos mais curta e contava com um score de Franz Waxman. Seguiram-se: A Rosa Negra / The Black Rose / 1950, direção de Henry Hathaway com Tyrone Power, Jack Hawkins, Cecile Aubry e Orson Welles; O Garoto e a Rainha / The Mudlark / 1950, direção de Jean Negulesco com Irene Dunne, Alec Guiness e Andrew Ray; Na Estrada do Céu / No Highway (reintitulado No Highway in the Sky nos EUA) / 1951, direção de Henry Koster com James Stewart, Marlene Dietrich, Jack Hawkins e Glynis Johns; Jamais te Esquecerei / The House in the Square (reintitulado I’ll Never Forget You nos EUA) / 1951 , direção de Roy Baker com Tyrone Power, Ann Blyth e Dennis Price; Marinheiro do Rei / Single Handed (reintitulado Sailor of the King nos EUA) / 1953, direção de Roy Boulting com Jeffrey Hunter, Michael Rennie e Wendy Hiller; O Profundo Mar Azul / The Deep Blue Sea / 1955, direção de Anatole Litvak com Vivien Leigh, Kenneth More e Emlyn Williams; O Homem Que Nunca Existiu / The Man Who Never Was / 1956, direção de Ronald Neame com Clifton Webb, Gloria Grahame e Stephen Boyd; Jogos da Vida / Smiley / 1956, direção de Anthony Kimmins com Colin Petersen, Ralph Richardson, Bruce Archer; A Ilha dos Trópicos / Island in the Sun / 1957, direção de Robert Rossen com James Mason, Dorothy Dandridge, Joan Collins, Michael Rennie e Harry Belafonte; O Céu por Testemunha / Heaven Knows Mr. Allison / 1957, direção de John Huston com Robert Mitchum e Deborah Kerr; A Intocável / Seawife / 1957, direção de Bob McNaught com Joan Collins, Richard Burton e Basil Sydney.

Clifton Webb em O Homem Que Nunca Existiu

Ann Blyth e Tyrone Power em Jamais te Esquecerei

A reintitulação explica-se porque, embora muitos filmes fossem promovidos como filmes britânicos no Reino Unido, eles eram anunciados como americanos quando exibidos além-mar.

A Columbia levou algum tempo para avaliar os benefícios de produzir filmes na Inglaterra. Por volta de 1953, ela havia financiado e distribuído apenas dois filmes de orçamento baixo ambos produzidos e dirigidos por Mario Zampi: Shadow of the Past / 1950 com Joyce Howard e Terence Morgan e Michael Medwin e Come Dance with Me / 1950 com Max Well, Gordon Humphris e Yvonne Marsh. Porém, nesse mesmo ano, a companhia firmou uma relação de longo termo com Irving Allen e Albert R. Broccoli e sua empresa, Warwick Films.

Quando Allen e Broccolli abordaram Alan Ladd para estrelar o seu primeiro filme, a mulher dele, Sue Carol, insistiu em um contrato de três filmes: Sinal Vermelho / The Red Beret /1953 (reintitulado Paratrooper nos EUA), direção de Terence Young com Ladd, Leo Genn e Susan Stephen; O Espadachim Negro / The Black Knight / 1954, direção de Mark Robson com Ladd, Patricia Medina e Peter Cushing; Inferno Branco / Hell Below Zero, direção de Tay Garnett com Ladd, Joan Tetzel e Basil Sydney) para seu marido, mais 200 mil dólares e 10 % sobre os lucros por filme. Determinada a preservar a imagem de uma vida limpa de Ladd perante os Escoteiros da América, Sue insistiu para que ele não fosse mostrado roubando um cavalo em O Espadachim Negro, muito embora o filme transcorresse na Inglaterra do século XV. O quarto e o quinto filme de Allen e Broccoli para a Columbia foram Ouro Maldito / A Prize of Gold / 1954, direção de Mark Robson om Richard Widmark, Mai Zetterling e Nigel Patrick e Os Sobreviventes / The Cockleshell Heroes / 1955, direção de José Ferrer com Ferrer, Trevor Howard e Victor Maddern.

Em fevereiro de 1956, a Warwick negociou um novo contrato com a Columbia, surgindo: Odongo / Odongo / 1956, direção de John Gilling com Rhonda Fleming, MacDonald Carey e Juma; A Morte Espreita na Floresta / Safari / 1956, direção Terence Young com Victor Mature, Janet Leigh e John Justin; Zarak / Zarak / 1957, direção de Terence Young com Victor Mature, Anita Ekberg e Michael Wilding; Perseguição sem Tréguas / Interpol (reintitulado Pickup Alley nos EUA) / 1957, direção de John Gilling com Victor Mature, Anita Ekberg, Trevor Howard; Lábios de Fogo / Fire Down Below / 1957, direção de Robert Parrish com Rita Hayworth, Robert Mitchum e Jack Lemmon; Audácia a Jato / High Flight / 1957, direção de John Gilling com Ray Milland, Anthony Newley e Kenneth Haigh; Sem Tempo para Morrer / No Time to Die (reintitulado Tank Force nos EUA) / 1958, direção de Terence Young com Victor Mature, Leo Genn e Anthony Newley; Conflito Íntimo / The Man Inside / 1958, direção de John Gilling com Jack Palance, Anita Ekberg e Nigel Patrick.

Robert Taylor em A Morte Vem do Kilimanjaro

Em outubro de 1958, Allen e Broccoli tentaram se tornar produtores independentes, comprando a Eros Films. Porém depois, cada um seguiu caminhos separados: Allen ficou com a Warwick e Broccoli juntou-se a Harry Saltzman, para formar a Eon Films que produziria os filmes de James Bond. A Warwick recorreu a outros produtores para realizar filmes feitos às pressas para a Columbia tais como Idol on Parade / 1959, direção de John Gilling com William Bendix, Anthony Newley e Anne Aubrey; Bandido Sanguinário / The Bandit of Zhobe / 1959, direção de John Gilling com Victor Mature, Anthony Newley e Anne Aubrey; A Morte Vem do Kilimanjaro / Killers of Kilimanjaro / 1959, direção de Richard Thorpe com Robert Taylor, Anthony Newley e Anne Aubrey.

A Columbia financiou ainda outras companhias produtoras durante os anos cinquenta, porém nenhuma tão extensivamente como a Warwick. Em 1954, ajudou a Facet Productions a produzir Aventuras do Padre Brown / Father Brown (reintitulado The Detective nos EUA), direção de Robert Hamer com Alec Guiness, Joan Greenwood e Peter Finch e Prisioneiro do Remorso / The Prisoner, direção de Peter Glenville com Alec Guiness, Jack Hawkins e Wilfred Lawson. Em 1955-57, auxiliou a Film Locations de Mike Frankovich na produção de: A Cruz do Meu Destino / Footsteps in the Fog / 1955, direção Arthur Lubin com Stewart Granger, Jean Simmons e Bill Travers; Joe Macbeth / Joe Macbeth / 1955, direção de Ken Hughes com Paul Douglas, Ruth Roman e Bonar Colleano; Soho Incident (reintitulado Spin a Dark Web nos EUA) / 1956, direção de Vernon Sewell com Faith Domergue, Lee Patterson e Rona Anderson; Lodo na Alma / Wicked As They Come / 1956, direção de Ken Hughes com Arlene Dahl, Philip Carey e Herbert Marshall; Cidade Amedrontada / Town on Trail / 1957, direção de John Guilhermin com John Mills, Charles Coburn e Barbara Bates; The Long Haul / 1957, direção de Ken Hughes com Victor Mature, Diana Dors e Patrick Allen.

Laurence Olivier e Marilyn Monroe em O Príncipe Encantado

No início de 1957, a RKO já havia cessado de colaborar no financiamento e distribuir os filmes da Disney e da Coronado. A Warner Bros. também diminuiu seu investimento em filmes britânicos, limitando-se a apoiar quatro filmes: O Príncipe Encantado / The Prince and the Showgirl / 1957, direção Laurence Olivier com Olivier, Marilyn Monroe e Jeremy Spencer; Odeio Esta Mulher / Look Back in Anger / 1959, direção Tony Richardson com Richard Burton, Claire Bloom e Mary Ure; e dois filmes da Hammer, A Maldição de Frankenstein / The Curse of Frankenstein / 1957, direção de Terence Young com Peter Cushing, Hazel Court e Christopher Lee; O Abominável Homem da Neve / The Abominable Snowman / 1957, direção de Val Guest com Forrest Tucker, Peter Cushing e Maureen Connell.

Richard Burton e Mary Ure em Odeio Esta Mulher

Os útimos filmes co-patrocinados pela Twentieth Century-Fox foram: O Traquina / Smiley Gets a Gun / 1958, direção de Anthony Kimmins com Keith Calvert, Sybil Thorndike, Chips Rafferty e Bruce Archer e A Morada da Sexta Felicidade / Inn of the Sixth Happiness / 1958, direção de Mark Robson com Ingrid Bergman, Robert Donat e Curd Jürgens.

Ruth Roman, Richard Burton e Curd Jurgens em Vitória Amarga

Jean Seberg, Deboraj=h kerr e David Niven em Bom Dia, Tristeza

A Columbia fez ainda: Um Crime por Dia / Gideon’s Day / 1958, direção de John Ford com Jack Hawkins, Anna Lee e John Loder; Amargo Triunfo / Bitter Victory / 1957, direção de Nicholas Ray com Richard Burton, Curd Jürgens e Ruth Roman; Bom Dia, Tristeza / Bonjour Tristesse / 1958, direção de Otto Preminger com Jean Seberg, David Niven e Deborah Kerr; A Ponte do Rio Kwai / The Bridge on the River Kwai / 1957, direção de David Lean com Alec Guiness, Jack Hawkins, William Holden e Sessue Hayakawa. E a MGM: O Julgamento do Capitão Dreyfuss / I Accuse / 1958, direção de José Ferrer com Ferrer, Anton Walbrook e Viveca Lindfors; O Dilema do Médico / The Doctor’s Dilemma / 1959, direção de Anthony Asquith com Dirk Bogarde, Leslie Caron, Alastair Sim e Robert Morley; A Noite é Minha Inimiga / Libel / 1959, direção de Anthony Asquith com Dirk Bogarde, Olivia de Havilland, Paul Massie e Robert Morley.

José Ferrer em O Julgamento do Capitão Dreyfus

No final da década, muitos na indústria cinematográfica achavam que a produção britânica de filmes estava simplesmente se tornando um território dominado pelos grandes estúdios americanos. Em abril de 1959, quando a Câmara dos Lordes reviu a legislação secundária, que regulava os pagamentos do Film Production Fund, o Govêrno apresentou uma emenda que excluia os filmes produzidos nos países da Comunidade Britânica de receber dinheiro do fundo. A emenda limitava os benefícios àquelas companhias nas quais a administração central e o contrôle era exercido na Grã Bretanha. Porém quando Lord Archibald, o presidente da Federation of British Film Makers, dominada pelos americanos, mostrou que esta formulação iria implícitamente pôr em perigo o status das subsidiárias britânicas das majors americanas, o Govêrno lhe assegurou formalmente que “a posição das companhias residentes no Reino Unido que fôssem subsidiárias de companhias americanas ou de outras, não corriam perigo com esta emenda”. Tal garantia foi repetida pela Câmara dos Comuns, antes que o projeto de regulamentação se tornasse lei.

O govêrno conservador não estava evidentemente preparado para precipitar a retirada do capital americano da produção britânica, porque as produções anglo-americanas eram agora a categoria predominante dos filmes britânicos. Se a persuasão financeira era o único meio de continuar a trazer o capital americano para a Grã Bretanha, então que assim fôsse.

LIvros consultados:

British Cinema of the 1950s – The Decline of Deference, de Sue Harper e Vincent Porter (Oxford University Press, 2003).

All Our Yesterdays – 90 Years of British Cinema, ed. por Charles Barr (BFI Publishing, 1986).

The British Film Business de Bill Baillieu e John Goodchild (John Wiley & Sons , Ltd., 2002).

The Film Business – A History of British Cinema 1896-1972 de Ernest Betts (Pitman Publishing Corporation, 1973).

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