Pouco tem sido escrito sobre o assunto misterioso da dublagem vocal no cinema. Em um trabalho memorável, que me ajudou muito na elaboração deste artigo, intitulado “I Dub Thee”: A Guide to the Great Voice Doubles (publicado em Classic Images nº 281, de novembro de 1998), Laura Wagner começa citando uma frase publicada na revista Photoplay (julho de 1929), em uma rara revelação (“The Truth About Voice Doubling”), dedicada a decobrir quem cantou para quem na tela: “Quando você ouve seu astro favorito cantar nos talkies, não tenha tanta certeza disso”.
Na maior parte das vêzes os produtores escondiam a dublagem do público para não destruir a ilusão dos espectadores, não prejudicar o poder de atração do filme nas bilheterias. A dublagem vocal sempre foi uma profissão raramente divulgada em Hollywood e muitos dubladores não faziam questão de ter seu nome nos créditos como, por exemplo, a cantora de ópera Eileen Farrell que cantou no lugar de Eleanor Powell em Melodia Interrompida / Interrupted Melody / 1955: “Prefiro ter um casaco de pele de marta do que meu nome nos créditos”, ela declarou para Laura Wagner em uma entrevista.
A soprano Marni Nixon foi um caso raro de alguém que ficou bastante famosa por seu trabalho vocal não creditado. Que outra cantora, no que diz respeito a esse assunto, poderia se gabar de ter emprestado a voz para Deborah Kerr em O Rei e Eu / The King and I / 1956; para Natalie Wood em Amor, Sublime Amor / West Side Story / 1961 e Em Busca de um Sonho / Gypsy / 1962; e para Audrey Hepburn em Minha Bela Dama / My Fair Lady / 1964 ? São dela também as vozes de anjos ouvidas por Ingrid Bergman em Joana D’Arc / Joan of Arc / 1948; a voz de Margaret O’Brien em A Mascote da Cidade / Big City / 1948 e O Jardim Encantado / The Secret Garden / 1949, a voz de Jeanne Crain em Papai Batuta / Cheaper by the Dozen / 1950. Marni dublou novamente a voz de Deborah Kerr em Tarde Demais para Esquecer / An Affair to Remember / 1957, além aparecer nas telas cantando em A Noviça Rebelde / The Sound of Music / 1965 no papel da irmã Sophia.
Outra cantora que levou sua dublagem a sério foi Peg LaCentra, ex-cantora de grandes orquestras (Artie Shaw, Victor Young, Johnny Green) e esposa do ator Paul Stewart, o mordomo de Cidadão Kane / Citizen Kane / 1941. Considerada uma das maiores vocalistas femininas de todos os tempos, La Centra cantou no lugar de Susan Hayward em Desespero / Smash Up: The Story of a Woman / 1947; no de Ida Lupino em dois filmes, Meu Único Amor / The Man I Love e Quero-te Junto a Mim / Escape Me Never; e se mostrou como ela mesma, cantando algumas canções em Acordes do Coração / Humoresque / 1946.
Se é difícil para o público saber quem cantou para quem, o que dizer sobre o estranho arranjo relacionado ao clássico musical da MGM, Cantando na Chuva / Singin’ in the Rain? / 1952? No filme, Kathy Selden (Debbie Reynolds) é contratada para redublar os diálogos e as canções que Lina Lamont (Jean Hagen) teria que interpretar em um silent movie transformado em um talkie. Entretanto, a voz que foi usada para substituir o som agudo de Lina Lamont não era a de Debbie Reynolds, mas sim a própria voz natural e graciosa de Jean Hagen – ou seja, Jean Hagen dublou Debbie Reynolds dublando Jean Hagen! Para confundir mais as coisas, a voz que ouvímos como se fosse de Jean Hagen quando ela mimificava “Would You?”, supostamente suprida por Debbie Reynolds, era ainda de uma terceira pessoa … Betty Royce. E Debbie foi novamente dublada por Betty Royce no seu dueto com Gene Kelly, “You are My Lucky Star”. Tal como Debbie Reynolds, outras atrizes ou atores que eram perfeitamente capazes de cantar suas próprias canções, foram dublados.
Se um estúdio possuía uma trilha musical, mas o vocalista que a gravara não pudesse filmar, eles arranjavam alguém para fazer uma sincronização labial na tela. Isto aconteceu com Dennis Morgan (na época usando ainda o nome artístico de Stanley Morner) quando ele cantou com a voz de Allan Jones em Ziegfeld, o Criador de Estrelas / The Great Ziegfeld / 1936.
Desentendimento com o diretor Curtis Bernhardt impediu Mario Lanza de estrelar O Príncipe Estudante / The Student Prince / 1954, porém a MGM obteve a permissão de Lanza para usar sua voz (com o devido crédito na tela), colocando Edmund Purdom no papel do príncipe. A ironia foi que, quando o filme começou finalmente a ser feito, o diretor não era mais Bernhardt, mas Richard Thorpe, que trabalhara harmoniosamente com Lanza em O Grande Caruso / The Great Caruso / 1951.
Até o excelente cantor Tony Martin foi dublado em Pobre Menina Rica / Poor Little Rich Girl / 1936, interpretando “When I’m With You”. Seu dublador foi Dick Webster que era violinista e cantor na orquestra de Jimmie Grier nos anos 30.
Outra razão pela qual atores capazes de cantar não cantavam eles mesmos: os estúdios achavam que suas vozes não eram apropriadas para os papéis que deveriam interpretar. Embora Joan Leslie pudesse cantar e provou isso em Graças à Minha Boa Estrela / Thank Your Lucky Stars / 1943, ela foi dublada na tela várias vêzes. Já Ann Blyth foi cogitada para o papel principal de Com Lágrimas na Voz / The Helen Morgan Story / 1957 por causa de sua semelhança vocal com a legendária estrela, porém foi dublada pela cantora Gogi Grant, cuja voz não se parecia com a de Morgan.
Em muitos filmes Ava Gardner recebeu a voz de outras, embora pudesse cantar. Entretanto, quando ela foi dublada em O Barco das Ilusões / Show Boat / 1952 por Annette Warren, isto aconteceu apenas na tela. Quando o LP com a trilha sonora saiu, os ouvintes escutaram a verdadeira voz de Ava Gardner, porque a MGM não poderia colocar o nome de Ava no LP, se outra cantora estivesse cantando por ela. Quem ouviu Ava realmente cantando “How Am I to Know” em Pandora / Pandora and the Flying Dutchman / 1951, soube que ela era capaz de interpretar uma canção.
Então vem o caso estranho da dublagem de Rita Hayworth que, nos anos 40, estrelou diversos musicais dançando e …. cantando? Bem, realmente não. Embora Rita fosse uma artista importante em musicais, sua voz era sempre dublada … por uma boa quantidade de senhoritas: Martha Mears (Modelos / Cover Girl / 1944 e O Coração de uma Cidade / Tonight and Every Night / 1945);
Anita Ellis (Gilda / Gilda / 1946 , Quando os Deuses Amam / Down to Earth / 1947, A Dama de Shanghai / The Lady from Shanghai / 1947, Carmen / The Loves of Carmen / 1948); Jo Ann Greer (Uma Viúva em Trinidad / Affair in Trinidad / 1952, A Mulher de Satã / Miss Sadie Thompson / 1953, Meus Dois Carinhos / Pal Joey / 1957), e Nan Wynn (Minha Namorada Favorita / My Gal Sal / 1942 e Bonita Como / You Are Never Lovelier / 1942). É espantoso como os fãs de cinema não perceberam a mudança constante de vozes da “Deusa do Amor” nos seus numerosos números musicais.
Mas nem toda dublagem ficava escondida em Hollywood. Além do caso já mencionado de Mario Lanza vocalizando O Príncipe Estudante, a dublagem mais famosa foi a de Sonhos Dourados / The Jolson Story / 1946 com Al Jolson cantando para Larry Parks. Parece que ninguém se incomodou com o fato de que o verdadeiro Jolson não estivesse na tela porque Parks realizou um excelente trabalho imitando perfeitamente os maneirismos e as bravatas teatrais do biografado. O filme fez tanto sucesso que ensejou uma continuação, O Trovador Inovidável / Jolson Sings Again / 1949 com os mesmos resultados.
Menos popular foi Nas Asas da Fama / The Eddie Cantor Story / 1954, com o mal escolhido para o papel Keefe Brasselle, fingindo que cantava ao som das gravações de Eddie Cantor, sem ter aprendido nada da mímica e estilo maravilhosos de Larry Parks. Aconselhado não se sabe por quem, Brasselle gravou ele mesmo um album com as canções apresentadas no filme, e o resultado foi pior ainda.
Outro esforço famoso de dublagem foi feito por Susan Hayward em Meu Coração Canta / With a Song in My Heart / 1952, a história da cantora Jane Froman. Susan teve uma atuação tão convincente, que se esqueceu de que não estava realmente cantando. E a gente nem sentia que a voz era de Jane Froman.
Quando Hollywood necessitava de cantoras ou cantores para usá-los nos seus filmes como dubladores, as big bands, assim como o palco e o radio, eram fontes de talento excelentes. Alguns desses artistas qualificaram-se como “dubladores profissionais” em virtude da quantidade de “ghost singing “ que fizeram para outros.
Eileen Wilson, que cantou para Ava Gadner e Cyd Charisse entre outras era muito prolífica. Por três anos sucessivos ela foi a voz cantante de Ava em Mercador de Ilusões / The Hucksters / 1947, Vênus, a Deusa do Amor / One Touch of Venus / 1948 (ïncluindo a canção “Speak Low”, que se ouvia em todo o decorrer do filme) e Lábios que Escravizam / The Bribe / 1949. Em 1948, Eileen vocalizou para Cyd Charisse no filme Minha Vida é uma Canção / Words and Music e em 1949 cantou “Through a Long And Sleepless Night para Dorothy Patrick em Falam os Sinos / Come to the Stable. Nos últimos dias da era das grandes orquestras, Eileen teve a honra de ser escolhida como substituta de Doris Day na banda de Les Brown. Nos anos 50, emprestou a voz para Sherree North em O Encanto de Viver / The Best Things In Life Are Free / 1956 e As Noites de Mardi Gras / Mardi Gras / 1958; Dolores Michaels em Primavera do Amor / April Love / 1957; e Barbara Bel Geddes em A Lágrima Que Faltou / The Five Pennies / 1959.
Cantora de orquestra com Les Brown e Ray Anthony, Jo Ann Greer realizou um trabalho extenso de dublagem em Hollywood, sem ganhar crédito pelas suas “missões de resgate”. Além de dublar para Rita Hayworth (nos filmes mencionados linhas atrás), Jo serviu a Gloria Grahme em Fúria Assassina / Naked Alibi / 1954, Kim Novak em No Mau Caminho / 5 Against the House /1955, Esther Williams em A Favorita de Júpiter / Jupiter’s Darling / 1955, June Allyson em O Belo Sexo / The Opposite Sex / 1956, Susan Kohner em Imitação da Vida / Imitation of Life / 1959, Carole Mathews em Música e Romance / Meet Me at the Fair / 1953 e Charlotte Austin em Arco-Íris / Rainbow Round my Shoulder / 1952. Jo e Rita Hayworth desfrutaram de um bom relacionamento nos três filmes que fizeram juntas. Rita comparecia às sessões de gravação e dançava descalça para ela diante do microfone, a fim de que Jo pudesse acompanhar a sua respiração e movimentos enquanto cantava.
Nos anos 30, a principal dubladora entre as mulheres parece ter sido Virginia Verrill. Foi ela quem dublou Jean Harlow em Tentação dos Outros / Reckless / 1935 e Suzy / Suzy / 1936 e introduziu pessoalmente na tela, “That Old Feeling” no filme Vogas de New York / Vogues of 1938 / 1937, produzido por Walter Wanger, mas também apareceu em Amor que Regenera / Hideout / 1934 da MGM cantando “All I Do Is Dream Of You”. Virginia era principalmente uma cantora do rádio e começou sua carreira no vaudeville aos cinco anos de idade. Aos quatorze anos estava cantando off-screen a canção título do filme A Vida é uma Dança / Ten Cents a Dance / 1931. Ela fez parte da banda de Orville Knapp em 1934, porém não pôde excursionar com o grupo, porque sua mãe achou que sua filhinha era muito moça. Virginia foi originariamente escolhida para encabeçar o elenco de Goldwyn Follies / The Goldwyn Follies / 1938, sendo anunciada como “a segunda Myrna Loy”. Todavia, a Goldwyn Company decidiu que as semelhanças entre as duas artistas eram muito fortes e Miss Verrill foi subitamente substituida por Andrea Leeds. Ela concordou em dublar para Andrea desde que o estúdio nunca revelasse este fato, tendo sido tomadas precauções extraordinárias, para guardar o segredo. A orquestra gravou todas as canções sem a cantora e mais tarde, em um palco fechado, Miss Verrill gravou a sua trilha sonora por meio de play back. Não mais do que uma dúzia de pessoas estavam a par do que estava sendo feito e eles foram proibidos de falar. A dublagem foi perfeita. Não houve a menor falha na sincronização e, após a pré-estréia, três estúdios pediram a Samuel Goldwyn o empréstimo de Miss Leeds para musicais.
Nan Wynn possuia um estilo vocal maravilhoso, porém nunca teve uma grande chance de chegar ao estrelato. Ela obteve um papel de destaque na tela ao lado de William Lundigan em Um Tiro nas Trevas / A Shot in the Dark / 1941, mas frequentente era vista como cantora de boate em filmes como A Garota dos Milhões / Million Dollar Baby / 1941, Dois Caraduras de Sorte / Pardon my Sarong / 1942, Injúria / Good Luck, Mr. Yates / 1943, Sua Alteza Quer Casar / Princess O’Rourke / 1943, Sinfonia da Saudade / Is Everybody Happy? / 1943, Orgia Musical / Jam Session / 1944 e Nas Garras da Intriga / Intrigue / 1947. Como dubladora notabilizou-se – como já foi mencionado – por ter vocalizado para Rita Hayworth em Minha Namorada Favorita e Bonita Como Nunca.
Falando sobre seu filme de estréia na RKO, Namoradeira Profissional / Professional Sweetheart / 1933, Ginger Rogers comentou: “Minha única queixa foi ter sido dublada cantando “My Imaginary Sweetheart”. Eu vinha cantando profissionalmente no palco e na tela durante anos e achava que era ridículo ouvir a voz de outra cantora vindo de minha boca”. Aquela voz pertencia a atriz negra do teatro Etta Moten. O ano de 1933 foi um grande ano para Etta. Ela dublou Joan Blondell no número sobre a Depressão “Remember My Forgotten Men” em Cavadoras de Ouro / na Warner Bros. e introduziu pessoalmente a música “The Carioca” em Voando para o Rio / Flying Down to Rio, o número que impôs Fred Astaire e Ginger Rogers como uma dupla. Ainda na Warner, Etta cantou outro clássico, “St. Louis Blues” em Mulheres do Mundo / Ladies They Talk About. Nos anos seguintes Miss Moten participou, de A Espiã 13 / Operator 13 / 1934 (dublando a atriz negra Theresa Harris, que fazia o papel de uma escrava); Mais Próximo do Céu / The Green Pastures / 1936, como un anjo e Um Dia Nas Corridas / A Day at the Races / 1937 como uma cantora.
Gloria Grafton cantou para Lucille Ball em A Rainha dos Corações / Best Foot Forward / 1943 e trabalhou como atriz em Aurora Sangrenta / Cry Havoc / 1943; O Anjo Perdido / Lost Angel / 1943; Dê-se com a Gente / Meet the People / 1944; A Felicidade Vem Depois / Marriage is a Private Affair / 1944; Por Fim Mulher / Up Goes Maisie / 1946; O Homem Sem Coração / The Private Affairs of Bel Ami / 1947 e Joan of Arc / Joana D’Arc / 1948.
Bonnie Lou Williams cantou para June Haver em Vocação Proibida / The Daughter of Rosie O’Grady / 1948, Bonequinha Linda / Oh, You Beautiful Doll / 1949 e Crepúsculo de uma Glória / Look for the Silver Linning / 1949; Virginia Mayo em O Mundo de um Palhaço / Always Leave Them Laughing / 1949, Conquistando West Point / The West Point Story / 1950, Garotas e Melodias / Painting the Clouds with Sunshine / 1951, O Professor e a Corista / She’s Working Her Way Through College / 1952, Vivendo sem Amor / She’s Back on Broadway / 1953; Lana Turner em Mares Violentos / The Sea Chase / 1955; Betsy Drake em A Comédia da Vida / Dancing in the Dark / 1949; Phyllis Kirk em Três Cadetes em Apuros / About Face / 1952; Joanne Dru em Horas Sombrias / Hell on Frisco Bay / 1955.
Louanne Hogan cantou para Jeanne Crain em Corações Enamorados / State Fair / 1945, Margie / Margie / 1946, Noites de Verão / Centennial Summer / 1946, Apartamento para Dois / Apartment for Peggy / 1948; Joan Leslie em Rapsódia Azul / Rhapsody in Blue / 1945 e Cinderella Jones / 1946; Virginia Mayo em A Princesa e o Pirata / The Princess and the Pirate / 1944.
Virginia Rees cantou para Evelyn Keyes em Sonhos Dourados / The Jolson Story / 1946, Lucille Ball em Quem Manda é o Amor / Easy to Wed/ 1946; Angela Lansbury em As Garçonetes de Harvey / The Harvey Girls / 1946; Adele Jergens em Mentira Salvadora / Ladies of the Chorus / 1949; Marie Windsor em Fogo no Inferno / Hellfire / 1949; Vera Ralston em Os Tiranos Também Morrem / Timberjack / 1955; Marlene Dietrich in A Mãe Solteira / The Lady is Willing / 1942.
Neste último filme, após uma das canções de Marlene Dietrich, Fred MacMurray, que contracenava com ela, disse algo como “Eu não sabia que você podia cantar”. Esta piada arrancou gargalhadas do público na pré-estréia, porque Marlene estava cantando ligeiramente mal. Virginia estava no côro ao fundo no número em questão, e Morris Stoloff (o chefe do Departamento de Música da Columbia), que apreciava seu trabalho, pediu-lhe para dublar a inesquecível estrela alemã.
A vocalografia é extensa: India Adams cantou para Cyd Charisse em A Roda da Fortuna / The Band Wagon / 1953 e Joan Crawford em Se Eu Soubesse Amar / Torch Song / 1953 e Johnny Guitar / Johnny Guitar / 1954; Adele Addison para Dorothy Dandridge em Porgy e Bess / Porgy and Bess / 1959;
Jimmy Bryant para Richard Baymer em Amor, Sublime Amor / West Side Story / 1961; Jud Conlin para Michael Kidd em Dançando nas Nuvens / It’s Always Fair Weather / 1955; Diana Coupland para Lana Turner em Atraiçoado / Betrayed / 1954; Beryl Davis para June Haver em A Noiva de Papai / The Girl Next Door / 1953;
Hal Derwin para Larry Parks em Quando os Deuses Amam / Down to Earth / 1947 e Lee Bowman em Desespero / Smash Up /1947 e Meus Sonhos Te Pertencem / My Dream is Yours / 1949 e Cliff Robertson em Uma Aventura em Balboa / 1958; Dorothy Ellers (também conhecida como Suzanne Ellers) para Virginia Mayo Um Tigre Domesticado / The Kid From Brooklyn / 1948; Trudy Erwin para Lucille Bremer em Yolanda e o Ladrão / Yolanda and the Thief / 1945, Quando as Nuvens Passam / Till the Clouds Roll By / 1946 e Lana Turner em É Probido Amar / Mr. Imperium / 1951 e A Viúva Alegre / The Merry Widow /1952 e, como ela mesma, cantando com a banda de Kay Kyser em Noivas de Tio Sam / Stage Door Canteen / 1943;
Marilyn Horne para Dorothy Dandridge em Carmen Jones / Carmen Jones / 1954; Helen Kane (que inspirou a criação da Betty Boop) para Debbie Reynolds em Três Palavrinhas / Three Little Words / 1950 (no número “I Wanna Be Loved by You”);
Bing Crosby para Eddie Bracken em Do Outro Mundo / Out of This World / 1945; Arthur Freed (produtor dos grandes musicais da MGM) para Leon Ames em Agora Seremos Felizes / Meet Me in St. Louis / 1944; Marjorie Lane (esposa de Brian Donlevy) para Eleanor Powell em Nascí para Dançar / Born to Dance / 1936, Melodia da Broadway de 1936 / The Broadway Melody of 1936 / 1935, Melodia da Broadway de 1938 / The Broadway Melody of 1938 / 1937, Rosalie / Rosalie / 1937; Paula Raymond para Hedy Lamar em Idílio Perigoso / Experiment Perilous / 1944; Francis Langford para Lucille Ball em Garotas em Penca / Too Many Girls / 1940;
Bill Lee para Ricardo Montalban em Numa Ilha com Você / On an Island with You / 1948 e Christopher Plummer em A Noviça Rebelde / The Sound of Music / 1965; Robert McFerrin para Sidney Poitier Porgy e Bess / Porgy and Bess / 1959;
Trudy Ewen para Kim Novak em Meus Dois Carinhos / Pal Joey / 1957; Lisa Kirk para Rosalind Russell em Em Busca de um Sonho / Gypsy / 1962;
Carol Richards para Vera Ellen em Sua Excelência, a Embaixatriz / Call Me Madam / 1953 e Cyd Charisse em A Lenda dos Beijos Perdidos / Brigadoon / 1954 e Meias de Seda / Silk Stockings / 1957; Kaye Lorraine para Gloria Grahme em A Vida Íntima de uma Mulher / A Woman’s Secret / 1949; Giorgio Tozzi para Rossano Brazzi em No Sul do Pacífico / South Pacific / 1958;
Martha Tilton para Barbara Stanwyck em Bola de Fogo / Ball of Fire e Maria Montez em Ao Sul de Tahiti / South of Tahiti / 1941; Betty Wand para Leslie Caron em Gigi / Gigi / 1958 e Rita Moreno em Amor, Sublime Amor / West Side Story / 1961;
Ben Cage (segundo marido de Esther Williams) para George Montgomery em Turbilhão / Coney Island / 1943 e Precisa-se de Maridos / Three Little Girls in Blue e Victor Mature em Minha Namorada Favorita / My Gal Sal / 1942 e A Canção do Havaí / Song of the Islands / 1942, Bill Shirley para Jeremy Brett em Minha Bela Dama / 1964; Muriel Smith para Zsa Zsa Gabor em Moulin Rouge / Moulin Rouge / 1952; etc
Hoje as vozes invisíveis de Hollywood já foram identificadas, e seus donos merecem o reconhecimentp por parte dos estudiosos de cinema, pela contribuição que deram, quase sempre incógnitos, para o sucesso de muitos filmes.