Arquivo mensais:agosto 2014

ESTRELAS DO CINEMA ALEMÃO DE WEIMAR AO TERCEIRO REICH

Este artigo é uma homenagem – de maneira sucinta, sem mencionar a filmografia completa das artistas, limitando-se aos seus filmes principais realizados entre 1920 e 1945 – a algumas grandes estrelas do cinema alemão.

Lida Baarová

LIDA BAAROVÁ (1914-2000). Nome verdadeiro: Ludmila Babková. Local de Nascimento: Praga, República Checa. Aos quinze anos de idade, Lida quís ser atriz e foi estudar interpretação no Conservatório Dramático de Praga, mas não terminou o curso, porque foi convidada para fazer seu primeiro filme no seu país natal, Kariéra Pavla Camrdy / 1931, onde adquiriu popularidade. Em 1934, aceitou a oferta da UFA, o grande estúdio germânico, para protagonizar, ao lado de Gustav Fröhlich, o filme Barcarola / Barcarole / 1935, que se converteu em um sucesso de bilheteria. O ator era casado e tinha uma filha, mas Lida e Gustav se apaixonaram e foram morar juntos. Em 1937, depois de ter feito dois filmes “patrióticos” sob a direção de Karl Ritter, muito apreciados no Brasil, Traidores / Verräter e Entre Duas Bandeiras / Patrioten, a atriz recusou uma proposta vantajosa da Metro-Goldwyn-Mayer, decisão da qual se lamentaria anos mais tarde. No mesmo ano, ela demonstrou talento para a comédia musical no filme de Paul Verhoeven, O Morcego / Die Fledermaus. Lida ficou mais conhecida por sua vida fora da tela como amante de Joseph Goebbels, o poderoso Ministro da Propaganda e Informação do regime hitlerista. Entretanto, por ordem de Hitler, Goebbels foi obrigado a terminar seus encontros com Lida, e ela proibida de atuar nos estúdios cinematográficos da Alemanha. Em março de 1941, desobedecendo às ordens de permanecer no país, Lida deixou Berlin, regressando para Praga. (Obs. ver meu artigo sobre Lida Baarová de 17 de abril de 2010).

Lil Dagover

LIL DAGOVER (1887-1980). Nome verdadeiro: Maria Antonia Siegelinde Martha Lilitt Seubert . Local de nascimento: Java, Indonésia. Começou sua carreira como dançarina em 1913. Após a Primeira Guerra Mundial, sob o nome de Martha Daghofer, assinou contrato com a companhia Decla, firmando-se como uma das principais atrizes do Cinema de Weimar. O diretor Robert Wiene escolheu-a para interpretar Jane no clássico No Gabinete do Dr. Calegari / Das Kabinett des Dr. Caligari / 1919-1920 e Dagover também trabalhou com Fritz Lang em Die Spinnen – Der goldene See / 1919 e Pode o Amor Mais Que a Morte?/ Der müde Todd/ 1921. Sob a direção de F. W. Murnau, ela apareceu em Phantom / 1922 e Tartufo / Tartüff / 1925. Gustav Molander dirigiu-a na produção germano-sueca Sede de Amor / Die Lady ohne Schleier – Hans Engelska Fru e, em O Correio Secreto  ou Rouge Noir / 1928 e O Diabo Branco / Der weisse Teufel / 1930, ela contracenou com Ivan Mosjoukine. Seu primeiro filme falado foi Va Banque / 1930, com Gustaf Grüdgens, após o término do qual ela viajou para Hollywood, a fim de fazer A Dama de Monte Carlo / The Woman from Monte Carlo / 1931, dirigido por Michael Curtiz, contracenando com Walter Huston e Warren William. Como uma das atrizes prediletas de Hitler, Lil continuou em evidência nas telas germânicas em filmes interessantes como Elisabeth da Áustria / Elisabeth von Österreich / 1931, Lady Windermeres Fächer / 1935, A Sonata de Kreutzer / Die Kreutzersonate / 1936-37 e Nona Sinfonia ou Últimos Acordes / Schlussakkord / 1936, Terrível Dúvida / Streit um den Knaben Jo / 1937,  Friedrich SchillerDer Triumph eines Genies / 1940 e Bismarck / 1940.

Martha Eggerth

MARTHA EGGERTH (1912-2013). Nome verdadeiro_Márta Eggert. Local de nascimento: Budapeste, Hungria (Antigo Império Austro-Húngaro). Filha de uma soprano coloratura (de quem ela herdou o dom) e de um banqueiro, estreou no teatro na opereta Mannequins, de Pál Abrahám, aos onze anos de idade e foi considerada uma criança prodígio. Nos anos seguintes, começou a cantar o repertório mais exigente de coloratura de compositores como Rossini, Meyebeer, Offenbach e Johann Strauss II. Ainda adolescente, ela excursionou por vários países da Europa, sendo afinal convidada por Emmerich Kálmán, para ser a substituta eventual da famosa soprano coloratura da Ópera Estatal de Viena, Adele Kern, na sua opereta Das Veilchen vom Montmartre. Mártha acabou assumindo o papel principal e conquistou os críticos. Em 1929, com dezessete anos de idade, interpretou o papel de Adele em Die Fledermaus na célebre produção de Max Reinhardt de 1929 em Hamburgo. No início da década de trinta, Martha foi descoberta pela indústria cinematográfica, e logo se tornou uma estrela internacional, em uma época na qual o gênero opereta estava no auge. Martha estreou em Csak egy kistány van avilágon Katinka /1930, filme húngaro dirigido por Béla Gaál, e fez mais de trinta filmes, em cinco idiomas – húngaro, inglês, alemão, francês e italiano -, entre os quais se destacam aqueles que passaram no Brasil: Sombras da Noite / Der Draufgänger  / 1931,  Paraíso em Flor / Der Frauendiplomat / 1931, Uma Canção, Um Beijo, Uma Pequena / Ein Lind, ein Kuss, ein Mädel / 1932, Beijos Vienenses / Es war einmal ein Walzer / 1932, A Canção do Meu Amor / Moderne Mitgift , Cinco Minutos de Amor / Das Blaue von Himmel / 1932, Sinfonia do Amor / Kaiserwalzer / 1933, A Flor do Havaí / Die Blume von Hawaii / 1933, A Sinfonia Inacabada / Leise flehen Meine Lieder / 1933, O Tzarevitch / Der Tzarevitch / 1934, Meu Coração Te Chama / Mein Herz ruft nach dir / 1934, A Princesa das Czardas / Die Czardasfürstin / 1934, Seu Maior Triunfo / Ihr grösster Erfolg / 1935, Uma Grande Amor de Bellini / Casta Diva / 1935, Carmen Loura / Die blonde Carmen / 1935, Cló-Cló  / Die ganze Walt draht sich um Liebe / 1935, Um Sonho de Valsa / Das Schloss in Flandern / 1936, Canção da Lembrança / Das Hofkonzert / 1937, La Bohème / Zauber der Boheme / 1937, A Grande Estrela / Immer wenn ich glücklich bin..! / 1938. Em nosso país, qualquer filme seu era sucesso absoluto, sendo que A Sinfonia Inacabada  ficou dez semanas em cartaz. Em 1940, Martha e seu marido (e às vezes parceiro no cinema e no teatro), o tenor polonês Jan Kiepura, foram muito bem recebidos no Rio e São Paulo pela multidão de fãs e personalidades locais. Em 1938, após o Anchluss, declarando que a Áustria era território alemão, Martha e Jan, ambos filhos de mães judias, embarcaram para os Estados Unidos, onde continuaram suas carreiras no âmbito operístico. Martha apareceu em dois filmes de Hollywood com Judy Garland, Idílio em Dó-Re-Mi / For Me and My Gal / 1942 e Lily, a Teimosa / Presenting Lily Mars / 1943. Mas não gostou da experiência.

Lilian Harvey

LILIAN HARVEY (1906-1968). Nome verdadeiro: Lilian Helen Muriel Pape. Local de nascimento: Crouch End, Inglaterra. “A garota mais doce do mundo”, como viria a ser anunciada pela UFA, mudou-se com a família da Inglaterra para Berlim em 1914 e passou a Primeira Guerra Mundial na Suiça. Em 1923, Lilian matriculou-se na escola de balé da Ópera Estadual de Berlim. Em 1926, o diretor Richard Eichberg colocou-a lado de Willy Fritsch em Casta Suzana / Die keusche Suzanne e os dois ascenderam à posição de “o  casal dos sonhos “ do cinema alemão. O primeiro filme sonoro da dupla foi A Valsa do Amor / Liebeswalzer / 1929, após o qual eles encabeçaram o elenco de comédias musicais como A Caminho do Paraíso (Para o Brasil veio também a versão francêsa, Le Chemin du Paradis, com o mesmo título em português) / Die Drei von der Tankstelle / 1930; O Congresso Dança / (No Brasil passou também a versão francêsa Le Congrès S’Amuse com o título de O Congresso se Diverte) / Der Kongress tantz / 1931; Flagrante Delito / Einbrecher / 1930; Tudo por Ti / Hokuspokus / 1930; Não há mais Amor / Nie wieder Liebe / 1931; Ein blonder Traum / 1932 (No Brasil passou apenas a versão francêsa, Sonho Dourado / Un Rêve Blond). Lilian integrou ainda o elenco dos três filmes realizados em versões múltiplas (No Brasil foram exibidas as versões francêsas: Princesa às suas Ordens / Princesse a vos Ordres / 1931, Um Casal Alegre / La Fille et le Garçon / 1931, Eu e a Imperatriz / Moi et L’Imperatrice / 1932) e contracenou com Hans Albers em  Adorável Sedução / Quick / 1932. Atendendo a um convite da Fox,  a atriz participou de três filmes em Hollywood, Eu Sou Suzanne / I Am Suzanne / 1933 de Rowland V. Lee com Gene Raymond, O Meu “Beguin”/ My Weakness / 1934 de David Butler com Lew Ayres e Vivamos Esta Noite! / Let’s Live Tonight / 1935 de Victor Schertzinger com Tulio Carminatti. Em 1936, ela atuou novamente com Willy Fritsch na comédia maluca da UFA, Alegres Boêmios / Glückskinder / 1936 e fez, entre outros, Rosas Negras / Schwarze Rosen / 1935, Morrer de Amor / Fanny Eissler / 1937 e Capricho / Capriccio / 1938. Vigiada pela Gestapo, por ter ajudado colegas judeus e homossexuais, Lilian deixou a Alemanha, para contracenar com Vittorio de Sica em Castelli in aria / 1938-39, antes de emigrar para a França, onde apareceu em Os Amores de Schubert / Sérénade  / 1939-40 e em seu derradeiro filme,  Miquette / 1940. Após a ocupação alemã de Paris, Lilian foi  para os Estados Unidos, onde trabalhou para Cruz Vermelha em Hollywood e rejeitou todas as propostas para voltar ao cinema.

Brigitte Helm

BRIGITTE HELM (1906-1996). Nome verdadeiro: Brigitte Eva Gisela Schittenhelm. Local de nascimento: Berlim, Alemanha. Educada em um seminário religioso perto de Berlim, seu primeiro contato com o teatro ocorreu em produções escolares. Depois de ter sido lançada por Fritz Lang no papel de Maria na obra-prima futurística Metrópolis / 1925-26, a UFA deu-lhe papéis importantes em Traição / Am Rande der Welt de Karl Grunn e O Amor de Jeanne Ney / Die Liebe der Jeanne Ney de G. W. Pabst, ambos de 1927. Após o sucesso de seu próximo filme, Alraune / Alraune  / 1927 de Henrik Galeen, ela passou a ficar estereotipada como vampe fria e majestosa. Helm processou a UFA por ter lhe recusado outros papéis e foi logo mostrada com uma imagem diferente – uma adúltera que se suicida para evitar a ruina de seu amante – no  suntuoso melodrama A Maravilhosa Mentira de Nina Petrovna / Die wunderbare Lüge der Nina Petrova / 1928-29 de Hanns Schwarz. No mesmo ano, apareceu ao lado de seu parceiro de Metrópolis, Alfred Abel, em uma adaptação cinematográfica sofisticada do romance de Émile Zola intitulada L’Argent (Exibido no Brasil com este mesmo título)/ L’Argent. A estréia de Helm no cinema sonoro deu-se ao lado do tenor Jan Kiepura em Die singende Stadt de Carmine Gallone e ela voltou a fazer um papel de vampe como a rainha do deserto Antinea de Die Herrin von Atlantis / 1932 de G.W. Pabst, filmado em versões alemã, francêsa e inglêsa (No Brasil, passou somente a versão francêsa, L’Atlantide, com o titulo em português de Atlântide). Outros filmes importantes de sua carreira foram: Manolesco / Manolescu, Der König der Hochstapler / 1930, A Condessa de Monte Cristo / Die Gräfin von Monte Christo, Conquista a tua Mulher / Gloria  / 1931, Cuidado! Espiões! / Spione am Werk / 1932-33, A Princesa dos Milhões / Die schönen Tage von Aranjuez / 1933, Ouro / Gold / 1933-34, Na Voragem da Vida / Die Insel / 1933-34, De Jogador a Príncipe / Fürst Woronzeff / 1934. A última aparição de Brigitte Helm na tela foi em Ein idealer Gatte / 1935 de Herbert Selpin, após o que, seu contrato com a Ufa expirou, e ela se retirou do cinema.

Marianne Hoppe

MARIANNE HOPPE (1909-2002). Nome verdadeiro: Marianne Stefanie Paula Henni Gertrud Hoppe. Local de nascimento: Rostock, Alemanha. Estudou arte dramática no Deutsches Theater em Berlim, interpretando uma variedade de papéis clássicos e contemporâneos sob orientação de Max Reinhardt e outros encenadores teatrais de renome. Estreou na tela em 1933 no drama de época Der Judas von Tirol. Subsequentemente, Marianne fez algumas comédias rurais dirigidas por Carl Froelich (Krach um Jolanthe / 1934, Wenn der Hahn kräth / 1935-36) e também filmes de propaganda hitlerista tal como Crepúsculo / Derr Herscher / 1936-37 de Veit Harlan. Casada com o ator Gustaf Gründgens desde 1936, tornou-se a atriz principal do Berlin’s Staatliches Schauspielhaus (Teatro Estatal), que estava sob a direção artística do marido. Marianne estrelou dois filmes dirigidos por Gründgens,  Kapriolen / 1937 e Der Schritt vom Wege / 1938-39, e se destacou como a noiva paciente de um cinegrafista de cine-jornais que vive viajando pelo mundo em Auf Wiersehen, Franziska / 1940-41 e como a heroína trágica em Romanze in Moll / 1942-43, produções dirigidas por Helmut Kautner durante a guerra. O tema da esposa infiel de Romanze in Moll enfureceu Goebbels que, em nome da moralidade, quís destruir todas as cópias do filme. Porém Wolfgang Liebeneiner, então chefe da UFA, implorou-lhe para deixar o espetáculo intacto, porque se tratava de uma obra de arte soberba. Após uma discussão acalorada, Goebbels concordou, mas se referiu ao filme como “derrotista”.

Brigitte Horney

BRIGITTE HORNEY (1911-1988). Nome verdadeiro: Brigitte Horney. Local de nascimento: Berlim, Alemanha. Filha da célebre psicanalista, Karen Horney, ela frequentou aulas de interpretação e de dança, antes de ganhar o papel principal no filme Abschied / 1930 de Robert Siodmak. Brigitte se impôs finalmente no mundo cinematográfico como uma cantora de fossa interpretando a música de sucesso de Theo Mackeben, “So der so ist das Lebenno filme Amor, Morte e Diabo / Liebe Tod und Teufel / 1934, baseado em um romance de Robert Louis Stevenson. Em 1936-37, fez dois filmes na Inglaterra, The  House of the Spaniard e Secret Lives (conhecido nos EUA como I Married a Spy). De volta à Alemanha, nazista, algumas das personagens fortes e independentes de Brigitte não estavam de acordo com as expectativas do Estado quanto à feminilidade apropriada para uma mulher alemã; porém algumas outras se encaixavam na ideologia Nacional Socialista, tais como a companheira-de-armas leal de um engenheiro que executa tarefas militares na Primeira Guerra Mundial em Regresso à Pátria / Ein Mann will nach Deustschland /1934 (Dir: Paul Wegener) e a “alemã étnica” patriótica de Feinde / 1940 (Dir: Viktor Tourjansky). Ela estrelou, como uma jovem, simples e modesta, o filme Das Mädchen von Fanö / 1940 (Dir: Hans Schweikart), mas obteve papéis mais glamourosos em O Dominó Verde / Der grüne Domino / 1935, Aconteceu em Moscou / Savoy Hotel, 217 / 1936, Terra em Chamas / Stadt Anatol / 1936 e como Catarina, a Grande em Barão Münchhausen / Münchhausen / 1942-43 de Josef von Báky. Um dos melhores desempenhos da carreira da atriz foi interpretando uma escultora em Befreite Hände / 1939, melodrama dirigido por Hans Schweitkart, que obteve grande êxito. Pouco antes do fim da guerra, Brigitte foi para a Suiça, onde trabalhou no teatro local de 1946 a 1948. Em 1950, foi para os Estados Unidos, tornando-se cidadã americana três anos depois.

Zarah Leander

ZARAH LEANDER (1907-1981). Nome verdadeiro: Sara Stina Hedberg. Local de nascimento: Karlstad, Suécia. Estudou piano desde criança e cantou pela primeira vez em público em 1913. Mais tarde, entre 1929 e 1935, trabalhou em revistas, operetas e comédias teatrais através da Suécia, gravou discos e começou a aparecer em filmes suecos. Em 1936, fez seu primeiro filme falado em alemão na Áustria, interpretando uma estrela do teatro revista no thriller criminal de Géza von Bolvary, Première / Première. Zarah estabeleceu a sua persona típica de mulher sofredora, cuja vida amorosa resulta em um melodrama trágico em dois filmes de Detlef Sierk (Douglas Sirk)  como Recomeça a Vida / Zu Neuen Ufern / 1937 e La Habanera / La Habanera / 1937, nos quais teve também ampla oportunidade de cantar suas baladas sentimentais características. Após a partida de Sierk para o exílio, outros diretores deram prosseguimento à fórmula, especialmente Carl Froelich que dirigiu Zarah em Minha Terra ou Pecado de Mulher / Heimat / 1938, Noite de Baile / Es war eine rauschende Ballnacht / 1939 e Das Herz der Konigin / 1939-40, no qual ela fazia o papel de Maria Stuart. Ainda em 1938, Zarah aderiu à comédia em A Raposa Azul / Der Blaufuchs, sob o comando de Victor Tourjanski. Após a erupção da Segunda Guerra Mundial, as personagens abnegadas de Zarah serviram como exemplo propagandístico para mulheres deixadas sozinhas na “frente doméstica” particularmente em Der Weg ins Freie / 1940-41 e Die grosse Liebe / 1941-42, um dos filmes mais populares do período nazista. Em 1943, depois de ter sido intimada a adotar a nacionalidade germânica e deixar de receber seus salários em moeda estrangeira, Zarah rompeu seu contrato com a UFA e retornou ao seu país natal.

Renate Müller

RENATE MÜLLER (1906-1937). Nome verdadeiro: Renate Müller. Local de nascimento: Munich, Alemanha. Criada na Bavaria, Renate mudou-se para Berlim com sua família em 1924. Após algumas lições de canto, frequentou aulas de arte  dramática na Escola de Max Reinhardt, onde o diretor G. W. Pabst era seu professor. No final dos anos vinte, encorajada pelo diretor Reinhold Schünzel, iniciou uma carreira no cinema. Entre seus primeiros papéis estava o de noiva do pugilista Max Schmeling em Amor e Boxe / Liebe im Ring / 1929-30. Como as primeiras realizações sonoras usavam muitos interlúdios musicais, a experiência de Renate como cantora foi muito produtiva. A canção “Ich bin ja heut’ so glücklich”, que ela interpretou em Die Privatsekretärin / 1930 obteve muito sucesso Ela repetiu o mesmo papel nas versões francêsa e inglêsa: Dactylo / 1930 e Sunshine Susie / 1931. Nos próximos anos, Renate associou-se a Schünzel, atuando em oito filmes sob sua direção. Os resultados mais notáveis dessa associação foram o delicioso Viktor und Viktoria / 1933 (Para o Brasil, veio a versão francêsa, George e Georgette / Georges et Georgette com Meg Lemonnier) e Um Casamento Inglês / Die englische Heirat / 1934, sátira à aristocracia britânica. No drama de época de Gustav Ucicky, Sans-Souci / Das Flötenkonzert von Sanssouci / 1930, Renate introduziu um toque de frivolidade no tom geral reverente do filme, flertando sedutoramente com Theo Lingen. Uma de suas últimas aparições na tela foi na comédia sofisticada de Willi Forst, Allotria / Allotria / 1936, formando um quarteto com Adolf Wohlbrück, Heinz Rühman e Jenny Jugo. Outros filmes importantes foram: O Favorito dos Deuses / Liebling der Götter / 1930, Como Direi a Meu Marido ? / Wie sag’ ich’s meinem Mann? / 1932, Quando o Amor faz a Moda / Wenn die Liebe Mode macht / 1932, Saison in Kairo / 1933 (No Brasil passou a versão francêsa, À Sombra da Esfinge / Ydille au Cairo / 1933). A partir de 1934, Renate reduziu seu trabalho no cinema devido a problemas de saúde. Tal fato suscitou rumores de que a atriz teria caído em desgraça perante o regime nazista devido ao seu relacionamento com um judeu. Quando ela faleceu, com 31 anos de idade, em um sanatório de Berlim, foram levantadas suspeitas de um possível suicídio ou assassinato.

Kathe Von Nagy

KÄTHE VON NAGY (1904-1973). Nome verdadeiro: Ekaterina Nagy von Cziser. Local de nascimento: Szatmar, Hungria. Filha de um diretor de banco em Szabadtka, Käthe frequentou aulas de interpretação na escola de cinema de Béla Gaál em Budapest. A família era contra sua carreira de atriz, mas eventualmente permitiu que ela viajasse a Berlim, onde fez testes para o cinema ao mesmo tempo em que trabalhava para um jornal húngaro. Em 1927, Käthe obteve um papel secundário em Männer vor der Ehe, comédia dirigida por Constantin J. David, com quem se casaria. Ela então se especializou em tipos de “adolescente graciosa” em uma série de filmes tais como Die Republik der Backfische / 1928, e Mascottchen / 1928-29, que consolidaram sua reputação como a estrela de comédias leves do cinema alemão, conquistando reconhecimento internacional em Die Durchgängerin / 1927-28. No final dos anos vinte, Käthe expandiu seu repertório e assumiu papéis mais sérios como o de uma operária de fábrica que faz um pacto de suicídio com seu marido na produção italiana Rotaie / 1929, dirigida por Mario Camerini. Ela trabalhou com alguns dos diretores mais significativos do período Weimar como Joe May (Sua Majestade, o Amor / Ihre Majestät die Liebe / 1930), Hanns Schwarz (Ihre Hoheit Befiehlt / 1931), Reinhold Schünzel (Ronny / Ronny / 1931) e Gerhard Lamprecht (Turandot / Prinzessin Turandot / 1934). Outros filmes importantes de Käthe foram: Hotel Atlantic (No Brasil foi exibida a versão francêsa, Le Vainqueur) / Der Sieger / 1932, Eu de Dia, Tu de Noite / Ich bei Tag und du bei Nacht / 1932, Noite de Núpcias (No Brasil passou a versão francêsa, La Belle Aventure), Das schöne Abenteuer / 1932, Heróis sem Pátria (No Brasil  foi apresentada a versão francêsa Au Bout du Monde) / Flüchtlinge / 1933, Quero Casar Contigo / Die Freudin eines grossen Mannes / 1934, Quero Ser Grande (No Brasil o público só viu a versão francêsa,  Un Jour Viendra) / Einmal eine grosse Dame sein / 1933-34, Rosas Vienenses / Der junge Baron Neuhaus / 1934, Um Sonho que Passou / Die Pompadour / 1935, Ave Maria / Ave Maria / 1936. Devido à sua capacidade linguística, Käthe atuou nas versões francêsas de vários de seus filmes e, como Kate de Nagy, apareceu, por exemplo, nos filmes francêses Glória de um Império / La Route Impériale / 1935, de Marcel L’Herbier, Cargaison Blanche / 1936 de Robert Siodmak,  A Batalha em Segredo / La Bataille Silencieuse / 1937 de Pierre Billon. No início da Segunda Guerra Mundial, ela fez Mahlia la Métisse / 1939-42, e depois praticamente se retirou do cinema.

Pola Negri

POLA NEGRI (1894-1987). Nome verdadeiro: Barbara Apolonia Chalupiec. Local de nascimento: Janowo, Polonia. Estudou arte dramática em Varsóvia entre 1909 e 1911. Em 1912, estreou no palco do Leines Theater e, um ano depois, atuou como dançarina no Teatr Wielki, em um espetáculo de mimica arabesca intitulado Sumurun. Em 1914, fez sua primeira aparição na tela no filme de Jan Pawlowski, Niewolnica Zmyslów. Durante a Primeira Guerra Mundial, foi para Berlim, onde ingressou no Deutsches Theater. Pola iniciou sua carreira no cinema alemão em Nich lange täusche das Glück / 1917 e ascendeu ao estrelato sob a direção de Ernst Lubitsch, interpretando papéis principais em A Múmia / Die Augen der Mumie Ma / 1918, Carmen / Carmen / 1918, Madame Dubarry / Madame Dubarry / 1919, Sumurun / Sumurun / 1920, Gatinha Amorosa / Die Bergkatze / 1921, A Modista de Montmartre / Die Flamme / 1921. Em 1922, contratada pela Paramount, Pola foi para os Estados Unidos, triunfando em mais um filme de Lubitsch, Paraiso Perdido / Forbidden Paradise / 1924. Outros trabalhos importantes em Hollywood foram: A Bela Diana / Bella Donna / 1923, A Dançarina Espanhola / The Spanish Dancer / 1923, A Condessa Democrata / A Woman of the World / 1927. O estilo de vida extravagante de Pola, sua falsa rivalidade com Gloria Swanson e seu romance tempestuoso com Rudolph Valentino, fizeram as delícias dos colunistas de mexericos. Por causa do sotaque acentuado, ela teve dificuldade em prosseguir sua trajetória artística no cinema falado americano e resolveu voltar para Berlim, onde teve um retorno cinematográfico sensacional em Mazurka / Mazurka / 1935, grande drama dirigido por Willi Forst. Goebbels escreveu no seu Diário: “Mazurka por Forst com Pola Negri realizado virtuosamente. E Negri tem um desempenho empolgante”. Três anos mais tarde, Pola deixou a Alemanha, quando as autoridades nazistas classificaram-na como parcialmente judia. Antes de partir, participou ainda de: Moscou- Shanghai / Moskaw-Shanghai / 1937, A Mulher que amou Demais / Madame Bovary / 1937, Tango Noturno / Tango Noturno / 1938,  A Falsária / Die fromme Lüge / 1938. Em 1941, voltou para a América, e lá fez um pastiche de sua persona vampe em Casados sem Casa / Hi Diddle Diddle / 1943.

Marika Rökk

MARIKA RÖKK (1913-2004). Nome verdadeiro: Marie Karoline Rökk. Local de nascimento: Cairo, Egito. Passou a infância em Budapest, onde frequentou aulas de dança. Em 1924, a família mudou-se para Paris, onde ela, aos onze anos de idade, integrou o conjunto de dança The Hoffman Girls, aparecendo pela primeira vez em público no Moulin Rouge. Marika passou os anos vinte excursionando por Nova York, Berlim, Monte Carlo, Cannes, Londres e Paris. Em Budapeste e Viena, encabeçou o elenco de várias operetas e comédias musicais. Sua primeira experiência no cinema foi como dançarina em duas comédias britânicas sob a direção de Monty Banks: Kiss Me Sergeant e Why Sailors Leave Home, ambas de 1930. Pouco depois, estrelou  dois filmes húngaros em 1931 e 1933, antes de ser contratada pela UFA em 1935. Seu primeiro filme alemão foi Cavalaria Ligeira / Leichte Kavalliere / 1935, seguindo-se sua primeira colaboração com o diretor Georg Jacoby em Rapsódia Húngara / Heisses Blut / 1936. Os filmes usavam a mesma fórmula dos musicais de bastidores de Hollywood e, nos números musicais, Marika demonstrava dotes excepcionais de cantora e dançarina-acrobata. Seus melhores filmes foram: O Estudante Mendigo / Der Bettelstudent  / 1936, Gasparone / Gasparone / 1937, Ritmo Ardente / Und du men Schat fürst mit / 1937, Eine Nach in Mai / 1938, Kora Terry / 1940, Frauen sind doch bessere Diplomaten / 1939-41 (Primeiro longa-metragem alemão em cores), todos sob direção de Jacoby, e Alô, Janine / Halo Janine, dirigido por Carl Boese. Ocasionalmente, Marika era vista em outros gêneros e papéis mais sérios como, por exemplo, ao lado de Zarah Leander em Noite de Baile / Es war einer rauschende Ballnacht.

Sybille Schmitz

SYBILLE SCHMITZ (1909-1955). Nome verdadeiro: Sybille Schmitz. Local de nascimento: Düren, Alemanha. Depois de ter cursado uma escola de arte dramática em Köln (Colônia), Sybille sobe ao palco pela primeira vez no Deutsche Theater em Berlim. Sua estréia no cinema deu-se em um curta-metragem, Freie Fahrt / 1928 (também conhecido como Polizeibericht Überfall). Em seguida, ela ganhou um papel secundário ao lado de Louise Brooks no filme de G. W. Pabst, Diário de uma Pecadora / Tagebuch einer Verlorene /1929. Seu desempenho como a anêmica Léone em O Vampiro / Vampyr / 1931-32, de Carl Theodor Dreyer, foi muito bem acolhido pelos críticos e também no filme sonoro. Em F. P. 1 antwortet nicht / 1932, ela era cortejada por Paul Hartmann e Hans Albers. Sybille veio a encarnar a mulher fatal elegante e enigmática: George Sand em Abschiedswalzer / 1934 de Geza von Bovary; Gloria Chevely (personagem da peça An Ideal Husband de Oscar Wilde) em Ein idealer Gatte / 1935 de Herbert Selpin; e a espiã russa Anna Demidow em A Espiã do Tzar /Die Leuchter des Kaisers de Karl Hartl. Ela ofereceu para o público interpretações convincentes em filmes como Episódio Musical / Musik im Blut / 1934, Devastador do Mundo / Der Herr der Welt / 1934, Stradivarius / Stradivari / 1934-35, Fährmann Maria / 1935, Die Unbekannte / 1936, Tanz auf dem Vulcan / 1938-39. No anos quarenta, Sybille apareceu menos na tela e foi requisitada para filmes de propaganda como Trenck, der Pandur / 1940, Wetterleuchten um Barbara / 1942-43 e a superprodução Titanic / 1942-43, conturbada pelo “suícidio” do diretor Herbert Selpin na prisão, por ordem de Goebbels.

Kristina Soderbaum

KRISTINA SÖDERBAUM (1912-2001). Nome verdadeiro: Beata Margareta Kristina Söderbaum. Local de nascimento: Vetenskapsstaden, perto de Estocolmo, Suécia. Filha de um professor de química (e presidente do comitê do Prêmio Nobel), Kristina foi educada em colégio interno na Suécia e Paris. Em 1934, após a morte de seus progenitores, mudou-se para Berlim, onde estudou História e Arte germânicas. Estreou no cinema no filme de Erich Wasneck, Onkel Bräsig / 1936. No ano seguinte, conheceu o diretor Veit Harlan, que lhe deu o papel principal em Juventude Ardente / Jugend / 1937-38. O filme marcou o início de uma longa colaboração que tornou Kristina uma grande estrela na Alemanha e, em 1939, também esposa de Harlan.  Entre os filmes que fez sob comando do marido, destacam-se Verwehte Spuren / 1938; Die Reise nach Tilsit / 1939 (baseado na mesma fonte literária de Aurora / Sunrise de F. W. Murnau);  o anti-semita Jud Süss / 1940; três melodramas românticos admiráveis, Cidade da Ilusão / Die Goldene Stadt / 1941-42, Immensee / 1942-43 e Opfergang / 1942-44, e dois filmes de propaganda com ambiente histórico e grande movimentação de massa, O Grande Rei / Der grosse König / 1940-42 e Kolberg / 1945. Depois da guerra, Kristina atuou no teatro em Hamburgo, recusando projetos de cinema em solidariedade a Harlan, que havia sido banido da realização de filmes pelos Aliados.

Paula Wasswly

PAULA WESSELY (1908-2000). Nome verdadeiro: Paula Anna Maria Wessely. Local de nascimento: Viena, Austria. Sobrinha de Josefine Wessely, conhecida atriz do Burgtheater de Viena, foi treinada para a profissão desde menina. Estudou arte dramática, inclusive com Max Reinhardt, e trabalhou no Volkstheater e outros teatros. Em Berlim, causou boa impressão na peça Rose Bernd de Gerald Hauptmann em 1930 e continuou aparecendo regularmente no Deutsches Theater até 1945. Sua estréia no cinema deu-se na comédia elegante e sofisticada de Willi Forst, Mascarada / Maskerade / 1934, sucesso retumbante em todo o mundo. No mesmo ano, alcançou outro triunfo, desta vez tendo Willi Forst como seu parceiro em frente das câmeras, em Assim Acaba um Grande Amor / So endete eine Liebe. Em 1935, ela interpretou o papel principal de Romance em Viena / Episode, e encantou os críticos domésticos e internacionais  pela sua naturalidade e seu charme vienense. Durante o Terceiro Reich, Paula desfrutou uma carreira exitosa no cinema nazista, frequentemente sob às ordens de Geza von Bovary (Julika / Ernte / 1936, Spiegel des Lebens / 1938, Maria Ilona / 1939). A maioria de seus filmes – alguns com seu marido, o ator Attila Hörbiger – tinham propósitos ideológicos implícitos, apresentando protagonistas femininas que reprimiam seus desejos em nome do dever conjugal e patriótico. Em termos de propaganda explícita, o exemplo mais contundente foi Heimkehr / 1941, de Gustav Ucicky, que pretendia justificar a invasão da Polonia pela necessidade de defesa da minoria étnica germânica ali existente. Os poloneses são apresentados como carrascos brutais, que queimam livros e móveis das escolas da comunidade alemã, amontoam mulheres, velhos e jovens em jaulas como se fossem feras, e depois matam impiedosamente os prisioneiros; enfim,  praticam as mesmas atrocidades, que foram imputadas ao nazistas no pós-guerra. No final, Paula Wessely, em um discurso dramático, diz: “Um dia chegará quando viveremos entre alemães e, ao entrarmos em uma loja, nenhuma palavra de yiddish ou polonês será falada, mas somente o idioma germânico”.

 

JAIME COSTA NO CINEMA

Juntamente com Procópio Ferreira, ele foi um grande astro do nosso velho teatro. Tal como Procópio, sofreu o desprezo das novas gerações que, julgavam seu repertório digestivo ou medíocre, e queriam impor um teatro mais exigente para as nossas companhias. Entretanto, nem ele nem Procópio nunca deixaram, em largos anos de permanência nos palcos, de nos dar, volta e meia, peças ditas do gênero mais elevado, nas quais tiveram oportunidade de demonstrar mais ainda suas possibilidades artísticas.

Jaime Costa

Jaime Costa

Bricio de Abreu em Esses Populares Tão Desconhecidos (Raposo Carneiro, 1963) retratou Jaime Costa nestes termos: “… com um temperamento explosivo, brigão, tendo os nervos ‘à flor da pele’, as suas cóleras ficaram famosas no nosso teatro e as suas polêmicas e campanhas, pela exaltação, chegaram a movimentar a classe inteira em protestos, passeatas etc. Ganhou o título de “irritado” para uns “bronquista” para outros. Mas, dentro desse tumulto todo, surge a figura do contraste: Jaime é essencialmente bom, com um coração maior do que a cabeça, sempre pronto a acolher um colega e por ele se bater denodadamente. Tem lançado inúmeros novos no teatro, seja como atores, seja como autores. E, a sua preferência tem sido, sempre, para o autor nacional em sua longa vida de empresário”. Decio de Almeida Prado (O Estado de São Paulo, 3/2/1967) completou-lhe o perfil, dizendo que, como artesão da arte de representar, ele nunca precisou se aperfeiçoar para conquistar o público. “Não só não sabia frequentemente as falas, como respirava mal, encavalava as sílabas, tumultuava o ritmo da frase, caía na declamação quando desejava ser eloquente. Mas estas imprecisões técnicas, imperdoáveis em qualquer outro, desapareciam diante da sua presença e da sua força de comunicação”.

Anúncio de O Fado (ainda com Vicente Celestino)

Jaime Rodrigues Costa nasceu no Meier, no dia 27 de dezembro de 1897, filho do comerciante de móveis Afonso Rodrigues Costa, português de Vila Nova de Famalião e da brasileira Julia Bentin Costa. Começou a trabalhar com 14 anos de idade no escritório da loja do pai porém, aos 18 anos, o destino resolveu colocá-lo frente a frente com sua verdadeira vocação, quando foi convidado pelo seu barbeiro, Amadeu, a integrar o Grupo de Teatro de Amadores de Salles Ribeiro. Sua estréia deu-se em 1920 na peça “Um Erro Judicial”, encenada no Clube Ginástico Português. Estimulado pelos louvores da crítica, Jaime Costa resolveu se profissionalizar. Como possuía uma linda voz de barítono, apresentou-se, por intermédio de Abadie Faria Rosa, a Eduardo Vieira, diretor da Companhia Nacional de Melodramas do Teatro S. Pedro (atual João Caetano), que estava à procura de um cantor para a opereta “O Fado”. Fez um teste e foi aprovado, mas Vieira desentendeu-se com a empresa, e os novos dirigentes não tomaram conhecimento das qualidades de cantor do jovem barítono. Colocaram-no como Dimas, o “Bom Ladrão” no mistério “O Mártir do Calvário”, de Eduardo Garrido, cartaz rotineiro no período da Semana Santa, e contrataram Vicente Celestino para o papel principal da opereta. Quando Vicente Celestino adoeceu, Eduardo Vieira, que voltara para a companhia, escolheu Jaime para substituí-lo.

Anúncio de O Modesto Filomeno

Em pouco tempo, o jovem ator começou a se impor nos seus primeiros papéis em “Longe dos Olhos”, “Brutalidade”, “Flor do Indostão”, “Aranha Azul”. Dando mais um passo na sua ascenção para o estrelato, Jaime Costa entrou para a companhia de operetas, que Leopoldo Fróes e o tenor português Almeida Cruz organizaram para o Teatro Recreio, onde atuou em “A Casa das Três Meninas”, “Última Valsa” e “Mazurka Azul”. Em virtude de um desentendimento entre Almeida e Fróes, este último fundou uma companhia de comédias e levou Jaime Costa que, com ele, só fez “O Modesto Filomeno”, de Gastão Tojeiro, retirando-se logo a seguir do elenco. Então, Oduvaldo Viana convidou-o para ingressar na companhia de comédias do Teatro Trianon, para substituir o ator Jorge Diniz na comédia “Última Ilusão”, do próprio Oduvaldo. Segundo Mario Nunes em “40 Anos de Teatro (SNT, 1956, 4 vols.), onde o nome e valor de Jaime Costa conseguiram relêvo foi no Trianon. “De promessa que era, tornou-se realidade brilhante. Estreou em “Amigo da Paz”. Seguiram-se os papéis destacados em “Mimoso Colibri”, tipo fortemente cômico, o mulato Clarimundo; ‘Travessuras de Berta”, fina figura de Eduardo; seu Pereira de “Eva no Ministério”; o Basilio da “Zuzú”, mostrando-se artista consciencioso, de um ecletismo raro”.

Anúncio de A Flôr dos Maridosàs 16.36.11

Durante algum tempo, Jaime Costa uniu-se a Belmira de Almeida e Átila de Morais (pai de Dulcina de Moraes) em uma sociedade artística, obtendo sucesso com A Flôr dos Maridos.. Quando esta sociedade se desfez, ele montou seu próprio negócio (Companhia Brasileira de Comédias Jaime Costa) e passou a viver de viagens pelas capitais e pelo interior, até se instalar, no final dos anos trinta, no Teatro Glória na Cinelândia. Em 1925, como ator-empresário, alcançou projeção ao encenar Pirandello ( “Cosi é, se vi pare”/ “Assim é se lhe Parece”), apresentado pela primeira vez em português, numa tradução de Abadie Faria Rosa, com o título curioso de “Pois é Isso“, fazendo o papel do Senhor Ponza. Ele reprisaria o espetáculo dois anos depois, em homenagem ao grande dramaturgo italiano, quando este se encontrava no Rio com uma companhia.

Anúncio de  Sorte Grande no Theatro casino

Em 1926 (18 de junho), a Companhia Jaime Costa inaugurou o Theatro Casino, apresentando a peça  “Sorte Grande”, comédia de Bastos Tigre, criada para a ocasião. Mario Nunes comentou: “Foi um verdadeiro acontecimento artístico e mundano. Apresentação e representação impecáveis. Assunto interessante, diálogos espirituosos, cenários artísticos originais, elegantes os vestuários das damas e dos cavalheiros. É “Sorte Grande” trabalho de crítica social, crítica risonha dos costumes, por vezes irreverente … Há ironia, deliciosos paradoxos, sentença atrevidas. Todos riem, cantam, dançam, sem que ninguém pense que fatos graves andam a decidir da sorte de cada um … Jaime Costa, no papel mais extenso, portou-se com despreocupada desenvoltura, mais vivia que reproduzia o personagem”. No Theatro Cassino ainda foram encenados “Um Homem Encantador”, “Nossas Mulheres”, “Feiosa”, “Foi Ela Quem Me Beijou”, “Dança o Pai … e as Filhas Dançam”, todos estrelados por Jaime Costa. As apresentações da Companhia Jaime Costa cessaram, quando o prédio entrou em obras, a fim de se adaptar para cinema. A Metro-Goldwyn-Mayer alugara o espaço para realizar suas pré-estréias.

Anúncio de Loucura Sentimental

Em 1933, no apogeu de sua carreira, Jaime Costa foi convidado para realizar a temporada oficial de comédia no Municipal. Para compor o elenco a seu lado, escolheu as atrizes Olga Navarro, Lígia Sarmento, Natália Aragão, Arlete e Lenita de Souza, Maria Helena e os atores Armando Rosas, Barbosa Junior, Ferreira Maia, Mário Salaberry, Aurélio Corrêa, Aristóteles Pena. Para a estréia foi selecionada a peça “Mona Lisa” de Renato Viana, sucedendo-se “Dindinha” de Mateus de Fontoura, “História de Carlitos” de Henrique Pongetti, “A Patroa” de Armando Gonzaga e “A Loucura Sentimental” de Benjamim Costallat.

Anúncio de Anna  Christie

Em 1937, o consagrado ator lançou, em rápida temporada no Teatro Rival, o dramaturgo Eugene O’Neill no Brasil, na montagem de “Anna Christie”, com tradução de Benjamin Lima e utilizando cenários de Santa Rosa e, em 1939, também no Teatro Rival, obteve um êxito retumbante com a encenação de “Carlota Joaquina” de Raimundo Magalhães Junior, destacando-se sua interpretação de D. João VI, descrita por Decio de Almeida Prado como “uma criação no estilo do nosso velho teatro, mas cheia de sabor e de pitoresco”.

Jaime como D.João VI

Jaime e seu retrato como D.João Vi

Nos anos quarenta, Jaime Costa brilhou como Domingos Soriano (ao lado de Heloisa Helena, a Filomena) em “Filomena, Qual é o Meu?”, adaptação de Filomena Marturano de Eduardo de Filippo; o Padre Ferreira em “Villa Rica” de Raymundo Magalhães Jr.; Simplício Costa em “O Costa do Castelo” (papel interpretado pelo grande comediante Antonio Silva no filme português do mesmo nome produzido em 1943), o José em “Zé do Pedal”, Seu Trancoso em “O ‘Tal’ Que as Mulheres Gostam”, o Nhonhô em “A Pensão de Dona Estela”, o Pimenta em “O Partido do Pimenta”, o Taveira em “A Família Lero-Lero” etc. e esteve inclusive no teatro de revista ao lado de Joana D’Arc e Dercy Gonçalves em “A Pomba da Paz”.

Captura de tela 2014-03-22 às 22.48.56

Cena de A Morte do Caixeiro Viajanteàs 11.24.00Outros grandes sucessos foram a sua atuação como Willy Loman em “A Morte do Caixeiro Viajante” de Arthur Miller (1951) e como o cardeal português em “A Ceia dos Cardeais” de Julio Dantas (1955), na qual contracenou, sob a direção de Bibi Ferreira, com dois atores admiráveis João Villaret (substituido em São Paulo por Manoel Durães) e Sergio Cardoso. A atuação em “A Morte do Caixeiro Viajante” proporcionou-lhe o prêmio de melhor ator, conferido pela Associação Brasileira de Críticos de Teatro (ABCT) e ele passou a ser reconhecido e respeitado pelas gerações modernas. Na sua crítica no Diário Carioca, de 3/8/1951, Sabato Magaldi escreveu: “Com o espetáculo, Jaime Costa conquistou uma posição privilegiada de intérprete em que os desempenhos contínuos de longa carreira já não faziam mais crer. Foi comovente, patético – um ator raro. A encenação no Glória marca um dos momentos decisivos e importantes da cena brasileira, que a história há de registrar com calor e entusiasmo”.

Cena de A Ceia dos Cardeais

Cena de A Ceia dos Cardeais

Em 1954, Jaime Costa surpreendeu a todos, anunciando “Os 5 Fugitivos do Juízo Final”, anunciado como “a mais audaciosa peça do teatro brasileiro” e “um original moderníssimo” que era, na verdade, uma sátira social de autoria de Dias Gomes. O espetáculo foi dirigido por Bibi Ferreira, incluindo no seu elenco, além de Jaime, Natalia Timberg e Magalhães Graça, e mereceu elogios da crítica e o apoio de um vasto público.

Captura de tela 2014-04-07 às 17.51.11

Em 1962, Jaime Costa encantou as platéias do Teatro Carlos Gomes como Alfred Doolittle, o pai de Eliza, em “Minha Querida Lady”, a versão brasileira de “My Fair Lady”, ao lado de Paulo Autran e Bibi Ferreira, uma composição notável, com a qual conquistou três medalhas de ouro (Associação Brasileira de Críticos Teatrais, Críticos Independentes e Associação Paulista dos Críticos Teatrais).

Jaime e Bibi em Minha Querida Lady

Jaime e Bibi em Minha Querida Lady

Em 1966, fez uma participação especial, sob direção de Gianni Ratto, na peça de Oduvaldo Vianna Filho e Ferreira Gullar, “Se Correr o Bicho Pega, Se Ficar o Bicho Come”, demonstrando seu enorme talento junto a um dos grupos mais representativos e mais radicais da nova safra de dramaturgia nacional. No dia 30 de janeiro de 1967, 2a feira, dia de folga da companhia, ele viria a falecer de um colapso cardíaco, no apartamento em que vivia, em cima do Cinema Império na Cinelândia.

                                                                                     FILMOGRAFIA

Jaime Costa em A Gigolete

1924. A GIGOLETE Cia. Prod: Benedetti Filme. Dir: Vittorio Verga. Durante o Carnaval, a filha de um pescador (Amélia de Oliveira) é seduzida por Alvaro (Jaime Costa), um janota mal intencionado. O médico da vila (Arthur de Oliveira), enamorado dela, pede-a em casamento, salvando a honra da família. Um dia, o outro aparece reivindicando o filho, mas é escorraçado.

Jaime Costa em Favela dos Meus Amores

Anúncio de Favela dos meus Amores1935. FAVELA DOS MEUS AMORES Cia. Prod: Brasil Vita Filmes. Dir: Humberto Mauro. Dois rapazes boêmios (Jaime Costa, Rodolfo Mayer) decidem instalar um cabaré no morro com o auxílio de um português milionário, louco por mulatas. Um deles se apaixona por uma professora (Carmen Santos), causando ciúmes em um compositor (Armando Louzada), que a ama sem ser correspondido.

Cena de Cidade Mulher

Anúncio de Cidade-Mulher1936. CIDADE MULHER Cia. Prod: Brasil Vita Filmes. Dir: Humberto Mauro. A filha (Carmen Santos) de um empresário teatral (Jaime Costa) mal sucedido nos seus negócios e seu namorado (Mario Salaberry) buscam o patrocínio de uma baronesa rica e excêntrica (Sarah Nobre) para uma nova revista e, com o sucesso do espetáculo, salva o pai da falência.

Pôster de Alô, Alô Carnaval

      ALÔ, ALÔ CARNAVAL Cia Prod: Cinédia e Waldow. Dir: Adhemar Gonzaga. Dois autores principiantes (Barbosa Jr., Pinto Filho) empenham-se em montar, para um empresário (Jaime Costa), adepto do canto lírico, uma revista escrita por eles, intitulada “Banana-da-Terra”. Por fim, o empresário cede e a revista alcança êxito, para alegria de um espectador embriagado e inquieto (Oscarito).

       O GRITO DA MOCIDADE Prod: Vivaldi L. Ribeiro, Raul Roulien. Dir: Raul Roulien. A vida dos estudantes de medicina, entre eles Gaiola (Raul Roulien) e Marca-Passo (Jaime Costa), trabalham como plantonistas em um hospital no Rio de Janeiro, seu relacionamento com as alunas de enfermagem, o socorro a um acidentado, o baile, a operação arriscada, a festa de formatura.

Anúncio de O Grito da Mocidade

         SAMBA DA VIDA Cia. Prod: Cinédia. Prod: Adhemar Gonzaga. Dir: Luiz de Barros. Ao penetrarem em um apartamento, Pedro Paulo, um ladrão apelidado de “filósofo” (Jaime Costa), e dois cúmplices têm a surpresa de encontrar a rica residência desabitada; eles levam suas famílias para o local; até que chega o dono do palacete, complicando a situação.

1938. FUTEBOL EM FAMÍLIA Cia. Prod: Sonofilmes. Dir: Ruy Costa. O professor Leônidas Jaú (Jaime Costa) odeia o futebol, mas seu filho (Arnaldo Amaral), que é um grande artilheiro, aceita um contrato com o Fluminense F.C. na condição de profissional para prosseguir nos estudos de Medicina; ele acaba convertendo o pai em um torcedor do seu clube e casando com a sua namorada (Dircinha Batista).

1940. CÉU AZUL Cia. Prod: Sonofilmes. Dir: Ruy Costa. Proprietário de uma companhia de esquetes musicados Artur Fernandes (Jaime Costa) quer trazer de volta ao trabalho um autor (Oscarito), cujo defeito é beber demais. Porém a sua “protegida”(Heloisa Helena) é contra, porque os espetáculos do teatrólogo não oferecem oportunidade para o estrelismo. Ela então faz tudo para impedí-lo de escrever o show encomendado, mas o amigo dele, cantor e também autor, (Arnaldo Amaral), consegue terminar a revista.

Anúncio de Céu Azul

1944. TRISTEZAS NÃO PAGAM DÍVIDAS Cia. Prod: Atlântida Cinematográfica. Dir: José Carlos Burle, Ruy Costa. Um marido determina à esposa (Ítala Ferreira) em testamento, que ela deverá brincar intensamente o Carnaval, mesmo sendo avessa a isso. A mulher, sem experiência nessa área, aceita a ajuda de um malandro, Benevides (Jaime Costa), também viúvo, e os dois acabam se apaixonando.

1954. MALANDROS EM 4A DIMENSÃO Cia. Prod: Atlântida Cinematográfica. Dir: Luiz de Barros. A filmagem de “Doce Marmelada” é interrompida, porque o produtor Balbini (Jaime Costa) não paga o aluguel do estúdio. Daí ocorrem vários incidentes, até que um milionário, inventor do cinema em quarta dimensão, concorda em financiar o filme.

         TODA A VIDA EM QUINZE MINUTOS Cia. Prod: Sociebrás Filmes. Dir: Pereira Dias. Passageiros de um avião (entre eles Jaime Costa) prestes a cair, relembram passagens de suas vidas e descobrem, em meio ao pânico, a falsidade de seus papéis sociais. Já salvos no aeroporto Santos Dumont do Rio de Janeiro, retomam seu cinismo habitual.

1956. PENSÃO DE DONA ESTELA Cia. Prod: Cinematográfica Maristela / Cinebrás. Dir: Alfredo Palácios, Ferenc Fekete. Em uma pensão à beira da falência hospedam-se um conjunto musical, uma mulher solitária, um contador mulherengo, Nhonhô (Jaime Costa), um médico desempregado, a proprietária e seus dois filhos, um jogador de futebol e uma cantora de rádio, além de um monarquista. Graças ao concurso que elege a empregada da pensão como “rainha dos auditórios”, a hipoteca do local consegue ser saldada.

Cena de A Pensão da D. Stela

       QUEM MATOU ANABELA? Cia. Prod: Cinematográfica Maristela. Dir: Dezso Akos Hamsa. O Comissário Ramos (Prócopio Ferreira) interroga os suspeitos do assassinato (entre eles Jaime Costa) da bailarina Anabela (Ana Esmeralda), obtendo de cada qual uma confissão e uma descrição completamente diferente da personalidade da vítima. O mistério cresce até o final surpreendente.

Anúncio de Quem Matou Anabela?

Cena de Quem Matou Anabela?

1957. OSSO, AMOR E PAPAGAIOS Cia. Prod: Cinematográfica Brasil Filmes. Dir: Carlos Alberto de Souza Barros Cientista anuncia a descoberta de um processo químico que transforma ossos humanos em ouro e provoca, com a notícia, uma verdadeira corrida aos cemitérios, inclusive o Prefeito (Jaime Costa).

Captura de Tela 2015-08-12 às 19.39.26

Pôster de Osso, Amor e Papagaios

1958. O PÃO QUE O DIABO AMASSOU Cia. Prod: Paulistânia Filmes. Dir: Maria Basaglia. O avarento e ambicioso Alvaro (Jaime Costa), vive à custa do desespero das pessoas que necessitam de um empréstimo financeiro. Cobra juros dobrados para qualquer transação e transforma a vida dos pobres endividados em um verdadeiro inferno.

Captura de Tela 2015-08-14 às 14.15.52

         MACUMBA NA ALTA Cia. Prod: Paulistânia Filmes. Dir: Maria Basaglia “Doutor”(Jaime Costa), vendedor de bilhetes de loteria, é atropelado pelo carro de Sílvio (Fabio Cardoso), estudante boêmio, filho de um milionário. Como havia bebido, Silvio leva “Doutor” para sua casa, a fim de resolver o caso rapidamente, mas o “Doutor” se aproveita da situação juntamente com seu colega compositor Pinta (Armando Bogus) e sua filha Lena (Rita Cléo).

Cartaz de Macumba na Alta

1959.MATEMÁTICA ZERO, AMOR DEZ Cia. Prod: Emecê Filmes. Lima. Dir: Carlos Hugo Christensen. Julieta (Suzana Freire) casa-se com o médico Carlos Santos (Alberto Ruschel). Após a lua-de-mel, não sabendo o que fazer do seu tempo livre, ela decide voltar para a escola, a contragosto do marido. Diante dos problemas escolares, o professor de Física (Jaime Costa) recomenda um outro, particular, Jacinto (Agildo Ribeiro), que se apaixona pela aluna. Porém Julieta está apaixonada por Carlos e então Jacinto, com a ajuda do professor de Física, arma um estratagema, para que a jovem confesse o seu amor pelo marido, durante uma prova de Fisiologia.

Anúncio de Matemática Zero, Amor Dez

        GAROTA ENXUTA Cia. Prod: Produções Cinematográficas Herbert Richers. Dir: J. B. Tanko. A Fábrica de Automóveis Torpedo quer patrocinar um programa musical de TV mas seu presidente, Dr. Miranda Falcão (Jaime Costa), não deixa sua filha (Nelly Martins) cantar no programa. Ela conhece um servente do estúdio, Popô (Ankito), que também quer colocar no programa uma dupla sertaneja de anões, Cosme e Damião (Zequinha e Quinzinho), e ele e seu irmão Rafael (Agnaldo Rayol), com a ajuda de Otelo (Grande Otelo), o apresentador do espetáculo, vão ajudar Nelly a realizar seu sonho. AMOR PARA TRÊS Cia. Prod: Emecê Filmes e Carlos Hugo Christensen Produções Cinematográficas. Dir: Carlos Hugo Christensen. Mulher (Suzana Freire) de um médico conquistador (Fabio Cardoso) pega-o em flagrante com uma cliente e procura um advogado (Agildo Ribeiro) para cuidar da separação. Os três acabam formando um curioso triângulo em que o papel do marido e o de amante se invertem. O Delegado Almeida (Jaime Costa) a certa altura intervêm.

Pôster de A Viúva Valentina

Cena de A Viúva Valentina

1960. A VIÚVA VALENTINA Cia. Prod: Cinelândia Filmes. Dir: Eurides Ramos. Valentina (Dercy Gonçalves), costureira pobre e viúva, recebe de herança dez ações de um empresa considerada falida. Entretanto, a referida empresa está em recuperação, e dois de seus executivos, o Saraiva (Jaime Costa) e o Laurindo (Francisco Dantas), querendo cada um obter o contrôle da empresa, assediam a viúva, oferecendo-lhe muito dinheiro pela sua parte.

Jaime Costa em O Viúvo Alegre

1961. O VIÚVO ALEGRE Cia. Prod: Produções Cinematográficas Herbert Richers. Dir: Victor Lima. Danilo (Zé Trindade), um inveterado “boa vida” fica viúvo na noite de núpcias, e herda a maior fortuna do reino da Momóvia, criando um problema politico internacional. Jaime Costa é o Embaixador Nicolaiev.

       QUANTO MAIS SAMBA MELHOR Cia. Prod: Atlântida Cineatográfica. Dir: Carlos Manga. Pianista e chefe de orquestra (Cyll Farney) trabalha contrariamente à sua vontade em um clube de jazz e trabalha ativamente para realizar um espetáculo que traga de volta o rimo quente e gostoso da música brasileira; porém esbarra na intransigência de Ademar (Jaime Costa), dono de uma boate, que prefere as atrações americanas.

Anúncio de Quanto Mais Samba Melhor

      TUDO LEGAL Cia. Prod: Produções Cinematográficas Herbert Richers. Dir: Victor Lima Dois ingênuos biscateiros (Ronald Golias, Jô Soares) da zona portuária do Rio de Janeiro envolvem-se com uma perigosa quadrilha de contrabandistas, chefiada pelo Dr. Galileu (Jaime Costa).

          OS DOIS LADRÕES Cia. Prod: Atlântica Cinematográfica. Dir: Carlos Manga. Jonjoca (Oscarito) e Mão Leve / Carlos (Cyll Farney) são dois hábeis bandidos, sendo o primeiro, um mestre do disfarce e o segundo, um ladrão que ajuda instituições de caridade. Juntos, conseguem roubar as jóias de Madame Fortuna (Eva Todor) e, em seguida, as vendem para Gregório (Jaime Moreira Filho), um receptador. Roberto (Sergio Roberto), o irmão de Mão Leve, retorna subitamente da Universidade e anuncia seu casamento com a sobrinha Teresa (Lenita Clever) de Madame Fortuna. Para ajudar o irmão, Mão Leve decide devolver as joias roubadas e tenta desfazer o negócio com Gregório. Mas não vai ser fácil. Jaime Costa é Panaricio Fagundes, tio de Teresa.

Pôster de Os Dois Ladrões

       BOM MESMO É CARNAVAL Cia. Prod: Produções Cinematográficas Herbert Richers. Dir: J. B. Tanko. Durante o carnaval, o coronel Polidoro (Zé Trindade) põe a funcionar a sua máquina eleitoreira contra seu adversário político, o comerciante Ambrósio (Jaime Costa).

          MULHERES, CHEGUEI! Cia. Prod: Produções Cinematográficas Herbert Richers. Dir: Victor Lima Zeferino (Zé Trindade), gerente de banco, posa de marido exemplar para o sogro, Sr. Mercante (Jaime Costa), e a esposa Amélia (Laura Suarez), mas tem suas infidelidades a descoberto pela indiscrição de uma empregada e a inabilidade de um grupo de ladrões.

Cartaz de Mulheres Cheguei!

1964. VAGABUNDOS NO SOCIETY Cia. Prod: Produções Luiz de Barros e Satélite filmes. Dir: Luiz de Barros. Milionário (Delorges Caminha) retorna à sua mansão na companhia de três vagabundos (Jaime Costa, Ary Leite, Mario Tupinambá), para enfrentar a ganância de seu sobrinho (Odilon Azevedo) e esposa (Rosângela Maldonado).

1965 CRÔNICA DA CIDADE AMADA Cia. Prod: Serrano filmes. Dir: Carlos Hugo Christensen. Rot: Millor Fernandes, Carlos Hugo Christensen. Onze histórias de vários escritores brasileiros: Carlos Drummond de Andrade, Dinah Silveira de Queiroz, Fernando Sabino, Orígenes Lessa, Paulo Mendes Campos, Paulo Rodrigues. Jaime Costa aparece no episódio “Luiza”.