OS MELHORES WESTERNS DE JOHN STURGES
julho 18, 2014
Realizador de filmes “B” e/ou “Co-features” interessantes no início de sua carreira (O Signo de Aries / The Sign of the Ram / 1948, Sete Homens Maus / The Walking Hills / 1949, A Noite de 23 de Maio / Mystery Street / 1950, Nobre Rebelde / The Magnificent Yankee / 1950, Bondade Fatal / Kind Lady / 1951, A Um Passo do Fim / The People Against O’Hara / 1951, Vida contra Vida / Jeopardy / 1953), dois filmes de guerra excelentes (Fugindo do Inferno / The Great Escape / 1963, A Águia Pousou / The Eagle has Landed / 1976) e a obra-prima (Conspiração do Silêncio / Bad Day at Black Rock / 1954), entre alguns trabalhos frustrados (vg. O Velho e o Mar / The Old Man and the Sea / 1958, Quando Explodem as Paixões / Never So Few / 1960), John Sturges fez pelo menos sete westerns importantes, confeccionados com boa técnica (aprendida desde a sala de corte), embora inferiores aos de Anthony Mann, Budd Boetticher e Delmer Daves: A Fera de Forte Bravo / Escape from Fort Bravo / 1953, Punido pelo Próprio Sangue / Backlash / 1956, Sem Lei e Sem Alma / Gunfight at O.K. Corral / 1957, Duelo na Cidade Fantasma / The Law and Jack Wade / 1958, Duelo de Titãs / Last Train from Gun Hill / 1959, Sete Homens e um Destino / The Magnificent Seven / 1960 e A Hora da Pistola / Hour of the Gun / 1967). Era o seu gênero preferido, conforme ele próprio declarou aos jornalistas.
A FERA DE FORTE BRAVO / ESCAPE FROM FORT BRAVO / 1953. MGM.
Durante a Guerra Civil, Forte Bravo, situado no Arizona, serve de campo de prisioneiros sulistas, que são vigiados pelo duro e implacável Capitão Roper (William Holden), segundo oficial no comando. O terceiro oficial no comando, Tenente Beecher (Richard Anderson), diplomado por West Point, está noivo de Alice Owens (Polly Bergen), filha do comandante do forte (Carl Benton Reid). Entre os Confederados estão um soldado veterano, Campbell (William Demarest), um soldado temperamental, Cabot Young (William Campbell) e um soldado mais jovem e sensível, Bailey (John Lupton), que receia ser um covarde. Uma manhã, juntamente com o Capitão John Marsh (John Forsythe), eles não respondem à chamada. Os quatro conseguiram fugir graças a Carla Forester (Eleanor Parker), que chegara ao forte para libertar seu noivo (Marsh) e flertara com Roper, a fim de desviar sua atenção. Ressentido, Roper se lança à perseguição dos fugitivos e, quando os recaptura, surgem os Mescaleros.
Fotografado por Robert Surtees no Desert Valley e New Mexico no formato pre-CinemaScope da MGM (1.66:1), o filme se tornaria o mais lucrativo de Sturges. A história original de Michael Pate – Philllip Rock, intitulada “Rope’s End”, foi roteirizada por Frank Fenton e Robert Surtees designado como fotógrafo: ele filmou em Ansco Color, marcando a despedida do diretor dos programmers em preto e branco. A partitura de Jeff Alexander, misturando composição original ( balada cantada por Stan Jones que serviu também de tema de amor durante todo o filme) e árias folclóricas e militares, soube manter-se discreta e mesmo ausente, notadamente na meia-hora final. O filme enfatiza a cooperação mútua entre ianques e rebeldes, para enfrentar um inimigo comum. Sturges utiliza todos os elementos da paisagem do Vale da Morte (rochas, nuvens pesadas de tempestade, desfiladeiros, planaltos descobertos etc.) como peças de uma estratégia idealizada pelos índios. A sequência em que estes cercam o pequeno grupo de brancos e lançam do alto da colina uma chuva de flechas sibilantes sobre eles é realmente notável.
PUNIDO PELO PRÓPRIO SANGUE / BACKLASH / 1956. Universal-International.
Em Gila Valley no Arizona, logo após a Guerra Civil, Jim Slater (Richard Widmark) e Karyl Orton (Donna Reed) envolvem-se na identificação de cinco homens brancos massacrados pelos Apaches e do único sobrevivente, que traíra seus companheiros e ficara com os sessenta mil dólares em ouro, que eles possuíam. Karyl quer recuperar a parte que cabia a seu marido, um dos que pereceram na matança, e Jim quer vingar seu pai, que abandonara a família anos antes, e teria sido também uma das cinco vítimas da chacina. Na sua investigação, Jim é obrigado a matar um ajudante do xerife, Tommy Welker (Regis Parton), que o atacara, sendo perseguido pelos irmãos do falecido, Tony e Jeff (Harry Morgan, Robert J. Wilke) e se encontra com: um sargento da cavalaria, George Lake (Barton MacLane), que enterrara os corpos dos falecidos; apaches em pé-de-guerra; um pistoleiro, Johnny Cool (William Campbell); um fazendeiro, ex-major da Guerra Civil, Major Carson (Roy Roberts) em disputa com um vizinho ladrão de cavalos chamado Jim Bonniwell (John McIntire). Jim descobre que Bonniwell é seu pai e o “sexto homem”, resultando um confronto final Edipiano.
Originalmente intitulado “Fort Starvation” e com roteiro de Borden Chase baseado no romance de Frank Gruber, o filme foi rodado em Nogales, Arizona e na cidade de fachada erguida no Old Tucson Studios (a mesma usada em Winchester 73) sob um calor intenso e alguns percalços: uma carruagem tombou durante uma manobra arriscada resultando ossos quebrados e contusões nos seus condutores e um refletor caiu de um telhado, mandando o fotógrafo Irving Glassner para o hospital. O elemento de mistério dá originalidade ao espetáculo. Por sua trama tortuosa e tema freudiano, o filme lembra o filme de Anthony Mann citado, também roteirizado por Borden Chase (e outro parceiro); porém Sturges não teve a mesma criatividade que Anthony Mann, limitando-se a manter a narrativa sob controle. O duelo derradeiro entre pai e filho é um exemplo da perfeição técnica na maneira de se apresentar uma cena de violência.
SEM LEI E SEM ALMA / GUNFIGHT AT O.K. CORRAL / 1957. Paramount.
O enredo episódico cobre o período do primeiro encontro entre Wyatt Earp (Burt Lancaster) e Doc Holiday (Kirk Douglas) em Fort Griffin, no Texas, até o tiroteio no O.K. Corral, em Tombstone, contra Ike Clanton (Lyle Bettger) e seu grupo, depois de uma passagem por Dodge City. É dado também relevo às relações tempestuosas entre Holiday e sua amante Kate Fisher (Jo Van Fleet) e ao namoro de Wyatt com uma jogadora, Laura Denbow (Rhonda Fleming).
Stuart N. Lake, biógrafo de Wyatt Earp, submeteu um script ao produtor Hal Wallis, mas este o rejeitou, e entregou a tarefa a Leon Uris, que providenciou um tratamento desvirtuando o fato histórico, (tal como fêz John Ford em Paixão dos Fortes / My Darling Clementine / 1946), e focalizando principalmente a relação de amor e ódio entre Earp e Holliday. A fotografia em Technicolor e Vista Vision foi entregue a Charles Lang Jr. e Dimitri Tiomkin compôs uma trilha musical parecida com a de Matar ou Morrer / High Noon / 1952, colaborando novamente com Ned Washington em uma balada título, desta vez cantada por Frankie Laine. Filmado na área adjacente do Paramount Ranch (Long Branch Saloon, cenas de rua) e no Old Tucson Studios e outras locações no Arizona (salão de barbeiro, interiores do Hotel Cosmopolitan, Fort Griffin e exteriores de Dodge City; rancho dos Clanton; duelo final, “coreografado como um balé”, como explicou Hal Wallis), o espetáculo foi um sucesso de bilheteria e recebeu indicações para o Oscar nas categorias de Melhor Som e Melhor Montagem. O excesso de situações e personagens quase chegou a desequilibrar o ritmo da narrativa, porém Sturges, com sua experiência no gênero, conseguiu manter o espectador atento até o ajuste de contas final (que dura seis minutos na tela, mas levou 44 horas para ser filmado), admiravelmente encenado.
DUELO NA CIDADE FANTASMA / THE LAW AND JAKE WADE / 1958. MGM.
O bandido Clint Hollister (Richard Widmark) vai ser enforcado. Seu ex-cúmplice, Jake Wade (Robert Taylor), consegue libertá-lo. Clint insiste para que Jake lhe diga onde escondeu os vinte mil dólares que roubaram de um banco, mas ele, agora xerife e noivo de Peggy (Patricia Owens), se recusa a fazer tal revelação (Jake pensa que matou uma criança durante o último assalto, daí a sua conversão para o lado da lei). Mais tarde, Clint e seus outros antigos companheiros, Rennie (Henry Silva), Ortero (Robert Middleton), Wexler (DeForest Kelley) e Burke (Eddie Firestone) encontram Jake e o aprisionam, juntamente com sua noiva, obrigando-o a conduzí-los até à cidade fantasma, onde escondera o produto do roubo.
Rodado em CinemaScope principalmente nas Montanhas Rochosas cobertas de neve, onde a temperatura chega perto de zero, o filme tem aspectos psicológicos (a relação de amizade ambígua entre Jake e Clint; o ódio que Wexler tem de Jake; o degenerado Rennie, que confessa ter matado o próprio pai) e sociais (Clint: “Durante a guerra eles me nomearam oficial para fazer as mesmas coisas pelas quais me enforcariam uma semana antes”). Os cenários naturais das Montanhas Rochosas e a cidade fantasma recriada em estúdio são perfeitamente integrados à história. No ataque noturno dos comanches, suas flechas e vultos provocam uma angústia de grande poder dramático, sequência de ação que rivaliza, em termos de excitação, com as de A Fera de Forte Bravo.
DUELO DE TITÃS / LAST TRAIN FROM GUN HILL / 1959. Paramount.
O xerife Matt Morgan (Kirk Douglas), de uma cidade vizinha, desembarca em Gun Hill à procura dos estupradores e assassinos de uma jovem índia (Ziva Rodann), que era sua esposa. Ele descobre que um dos culpados é Rick (Earl Holliman), filho de um antigo parceiro, Craig Belden (Anthony Quinn), que se tronou um rico pecuarista e “controla” toda a comunidade. Embora perturbado por esta revelação, Belden recusa-se a lhe entregar o filho. Morgan espera por Rick na cidade e o captura, mantendo-o preso em um quarto de hotel até que chegue o último trem que sairá de Gun Hill enquanto Belden e seus homens, cercam o local e planejam o resgate do rapaz. Apesar de conquistar a simpatia da amante de Belden, Linda (Carolyn Jones), uma “madame” empresária como Katy Jurado em Matar ou Morrer, o representante da lei, tal como o xerife deste filme de Fred Zinnemann, fica sozinho contra todos: porém a despeito de tudo, deve prender o criminoso.
Baseada em uma história de Les Crutchfield, roteirizada por James Poe (com cenas adicionais e/ou reescritas por Dalton Trumbo) e música de Dimitri Tiomkin, a produção foi filmada por Charles Lang Jr. em Technicolor e Vista Vision no Old Tucson Studios (o rancho de Belden, saloon, interiores do hotel, tiroteio na estação ferroviária) e no histórico Empire Ranch, situado no sudeste de Tucson. Para começar, o diretor mostra belas imagens em um cenário natural de cores maravilhosas, e logo surge o drama e o começo de um suspense, sempre renovado (e com uma situação reminiscente da trama de Galante e Sanguinário / 3:10 to Yuma / 1957 de Delmer Daves), que permanecerá até o final. O conflito psicológico opõe dois velhos amigos em um ajuste de contas estritamente familiar, alterando situações teatrais de tragédia com cenas de ação e movimento. A tensão aumenta na sequência em que Matt com o rifle no queixo de Rick, atravessa lentamente a rua principal de Gun Hill de pé na carreta de enterro; após atingir seu ponto culminante com a morte de Rick e de Belden, o nervosismo é seguido por um incêndio em um ambiente perturbador.
SETE HOMENS E UM DESTINO / THE MAGNIFICENT SEVEN / 1960. Mirisch.
Atormentados por Calvera (Eli Wallach) e seu bando, que saqueiam regularmente suas colheitas, os camponeses pedem auxílio a um grupo de mercenários, Vin (Steve McQueen), Chico (Horst Büchholz), O’Reilly (Charles Bronson), Lee (Robert Vaughn), Britt (James Cobunr) e Harry Luck (Brad Dexter), que são recrutados com muito discernimento por Chris (Yul Brynner), seu futuro líder. Depois de muitos combates sangrentos, no decorrer dos quais quatro mercenários perdem a vida, a aldeia é libertada
Trata-se, nada mais nada menos, que uma “refilmagem” de Os Sete Samurais / Sichinin no Samurai / 1954 de Akira Kurosawa, com a transposição do ambiente para uma aldeia mexicana. Houve discussão quanto aos créditos de roteirista. Walter Newman, cuja versão “está na sua maior parte na tela”, não pôde retornar ao México para fazer algumas modificações no script exigidas pelos censores mexicanos e William Roberts foi contratado para fazer este serviço. Quando Roberts pediu ao Writers Guild of America para ser reconhecido como co-roteirista, Newman pediu que seu nome fosse retirado dos créditos. Filmado por Charles Lang Jr. em Panavison e Color De Luxe em Cuernavaca, Durango, Morales, Tepotzlan e Estúdios Churubusco no México e musicado por Elmer Bernstein, cujo tema de abertura onipresente se tornou famoso, este western aborda o tema inesgotável da defesa dos oprimidos, mas com um toque contemporâneo. No enredo, um grupo de profissionais executa uma missão perigosa visando somente ao lucro, diferentemente da trama clássica do pistoleiro solitário que enfrenta os bandidos pelo que ele acredita que é correto. É verdade que os mercenários acabam descobrindo um sentido moral para a defesa daquela população intimidada; porém, mesmo assim, nunca serão vencedores. Chris sabe disso: “Os fazendeiros ganharam. Nós perdemos. Nós sempre perdemos”.
A HORA DA PISTOLA / HOUR OF THE GUN / 1967. Mirisch.
Ike Clanton (Robert Ryan) sobreviveu ao confronto com os Earp e Doc Holiday no O. K. Corral. Ele se vinga de Wyatt (James Garner), mandando matar seus irmãos Morgan (Frank Converse) e Virgil (Sam Melville). Virgil fica aleijado e Morgan morre. Movido por um ódio implacável, Wyatt persegue Clanton. A princípio age por meios legais, mas depois se descontrola. Wyatt vai eliminando um por um os pistoleiros e finalmente mata o próprio Clanton em um duelo.
Para realizar essa sequência de Sem Lei e Sem Alma, trabalhando sobre um roteiro original de Edward Anhalt e contando com a colaboração do fotógrafo Lucien Ballard e do compositor Jerry Goldsmith, Sturges voltou aos estúdios Churubusco na cidade do México. Porém, os exteriores de Tombstone foram filmados em Torréon (onde, perto de uma estrada de ferro, uma equipe ergueu uma cidade de fachada) e o acerto de contas climático com Ike Clanton no pátio de uma fazenda perto de Sam Miguel de Allende. Quando John Ford filmou a rivalidade entre os Earp e os Clanton em Paixão dos Fortes, todos os personagens possuíam uma grandeza indiscutível. Dez anos depois, a visão do oeste se modificou e, nesse western cruel e melancólico, Sturges apresentou Earp não como um herói, mas como um assassino. A certa altura da narrativa um personagem diz: “Não são mandados de prisão que você tem, são permissões para matar”. O filme mostra o declínio moral de Wyat Earp, que passa de homem da lei a vingador impiedoso. O cineasta usa a serenidade de Doc Holiday (Jason Robards Jr.) como um contraponto aos excessos de Wyatt e, nesta tentativa de desmitificar um herói lendário, o espetáculo assume um tom quase elegíaco.
Saudações Mestre A.C
Todos os westerns de John Sturges são sensacionais, um dos grandes cineastas que soube também impor em suas obras uma psicologia marcante em todos os personagens. Talvez seguindo a mesma fórmula de Anthony Mann, onde as partes fogem ao máximo da legenda romântica muito de praxe nos faroestes de John Ford. Mas nas obras de Sturges, o que diferencia de Ford é a falta de “poesia”, o lirismo é inexistente, e o foco é apenas apresentar ao espectador a característica e o perfil dos personagens.
Um dos personagens que acho mais impactante no meu ponto de vista foi o Capitão Roper, interpretado pelo notável William Holden, em A FERA DO FORTE BRAVO. Notemos que ele era um homem duro, implacável, e podemos também dizer, amargo, mas tinha um robe que é paradoxal para pessoas que tem este índole de personalidade: ele gostava de cultivar flores, e fez questão de mostrar isso à mulher que ele amava Eleanor Parker, que depois descobriu ser uma espiã dos confederados. Algo curioso em mostrar os dois lados do protagonista, e fazer crer que pode ser tão humano como qualquer pessoa.
DUELO DE TITÃS é outro marco de Sturges, onde além de unir dois grandes astros das telas, Kirk Douglas & Anthony Quinn, nos brinda com uma trama realmente fantástica, com proporções de tragédia grega. Não tem como não nos pormos, por alguns momentos no decorrer da fita, no lugar de Kirk ou de Quinn, e analisarmos o que cada um faria se tivesse que estar no lugar de um dos dois. Tudo é muito psicológico, cujo desfecho sem dúvida já era previsível.
DUELO NA CIDADE FANTASMA considero o menos impactante, muito embora a sequência do ataque dos índios contra o grupo de bandidos dentro de um saloon é fantástica. Temos é verdade Robert Taylor como o xerife manipulado pelo ex parceiro Richard Widmark, outro bom ator muito associado aos westerns, que interpretou ao longo da carreira heróis e vilões. Widmark já havia sido o “mocinho” de Sturges em outro faroeste Classe A do cineasta, PUNIDO PELO PRÓPRIO SANGUE, onde tínhamos a bela Donna Reed. É imaginável o impacto que este western deveria ter tido perante o público, visto que há um duelo final entre pai e filho (algo repetido um pouco depois em SANGUE DE PISTOLEIRO, de Phil Karlson, em 1958, com Van Heflin & Tab Hunter).
Vou continuar meu comentário, segue a parte II
Paulo Telles
SETE HOMENS E UM DESTINO – MARCO DO WESTERN E DE STURGES.
Mas sem dúvida, SETE HOMENS E UM DESTINO foi o ápice não somente na filmografia de Sturges, mas se tornou um dos verdadeiros clássicos do gênero western, que revelou ao mundo muitos atores de TV que participaram de uma ou de outra série, como Steve McQuenn, Charles Bronson, James Coburn, e Robert Vaughn.
Existe uma história curiosa acerca da produção de SETE HOMENS E UM DESTINO: diz-se que a ideia de produzir uma versão de OS SETE SAMURAIS passado para o Velho Oeste foi de Anthony Quinn, que durante as filmagens de LAFITE, O CORSÁRIO, apresentou e comentou a ideia a Yul Brynner. Ocorre que Brynner teria roubado o projeto e Quinn moveu um processo contra o ator, mas acabou perdendo, e os direitos acabaram nas mãos de Yul, que convidou Sturges para dirigir a película.
De todo elenco, sabe-se que Yul era o mais “prima dona” de todos, e teve um conflito de egos com quase todo elenco, principalmente com Steve McQuen. Sequer admitia que ele fosse mais alto, muito embora ambos os atores não chegar nem a 1m75 de altura.
Vale lembrar do já saudoso Eli Wallach, falecido recentemente, que fez um magnífico papel (literalmente, magnífico mesmo, em alusão ao título original, em brilhante atuação) como o vilão Calvera e em realidade foi a partir deste grande western que o cinema estava num processo de releitura do gênero.
A Trilha do Mestre Elmer Bernstein ficou tão indelével que chegou a ser usada num comercial de cigarros, e posteriormente, tão associada ao estilo que não tem como falar ou pensar num bom “bang bang” sem ter em mente o tema de Bernstein.
Continua
Paulo Telles
Olá, Paulo. É sempre bom receber seus comentários,sempre tão pertinentes, que enriquecem o meu blog.Sua análise dos filmes de Sturges é primorosa. Por isso seu blog é tão bom.Um forte abraço.
Que bom que você escreveu bastante. Meus leitores vão sair ganhando. Abs.
Você bem que poderia escrever um livro sobre Cinema.É difícil encontrar alguém tão preparado nesse assunto. Parabéns
Professor A.C
Agradeço, embora meio que acanhado, seus comentários. Digo o que vai do meu coração de acordo com minhas lembranças, e claro, muita leitura, e entre os quais, alguns livros de sua autoria.
Tenho 44 anos e desde a década de 1980 venho acompanhando CINEMIM, bem como duas obras de sua autoria – TUDO SOBRE O OSCAR e HUSTON, LUBISTCH E ZINNEMANN, editados pela saudosa EBAL.
Não me considero uma autoridade a ponto de escrever algo sobre cinema, pois isto requer muita responsabilidade e didática para expressar para o leitor toda a magia e fascinação que existe por traz dela, principalmente a era dourada, que na minha visão, foram as mais ricas e produtivas que a Sétima Arte pôde conceber. Oh e se pôde!!!!
Meu blog é praticamente um hobby que procura ser cultural, mas sou um eterno aprendiz, que aprende cada vez mais quando encontra no caminho valorosos mestres como comentaristas em cada uma das matérias apresentadas por lá, ou quando estou a fuçar em pesquisas, e com certeza. A. C Gomes de Mattos é um dos meus grandes referenciais de estudo e conhecimento no âmbito de cinematográfico.
Agradeço de imenso este cumprimento vindo sim de um dos maiores escritores e conhecedores de cinema deste país, e concordo quando diz que é difícil encontrar alguém tão preparado para este assunto, tão preparado como A C GOMES DE MATTOS, SAULO ADAMI, e outros mais, com autoridade e competência necessária para pautar com primor e maestria nossas eternas reminiscências, com amor e muita nostalgia pelo cinema clássico.
Um grande abraço e uma ótima semana, esperando novos posts deste magnífico espaço que se chama HISTÓRIAS DE CINEMA.
Paulo Telles
Blog Filmes Antigos Club
http://www.articlesfilmesantigosclub.blogspot.com.br/
Prezado Paulo. O Cinema para mim também começou como um hobby mas depois tive oportunidade de escrever em jornais, revistas, a lecionar História do Cinema na PUC e publicar vários livros. Com você poderá acontecer o mesmo. Abs.
Um esclarecimento: o autor de Tudo Sobre o Oscar foi o Fernando Albagli, eu apenas colaborei, fornecendo-lhe alguns títulos em português.O Fernando era diretor da EBAL e foi graças a ele que a Cinemin nasceu.
Obrigado por ter lido meu artigo. Esclareço que só abordei desenhos feitos até sua morte em 1966 ou ainda com a participação dele, com os respectivos títulos em português, somente até essas datas. De qualquer modo, agradeço sua informação.