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OS WESTERNS DE BUDD BOETTICHER – RANDOLPH SCOTT

Entre 1956 e 1960, Budd Boetticher dirigiu um maravilhoso ciclo de sete westerns, todos interpretados por Randolph Scott, dos quais cinco (O Resgate do Bandoleiro / The Tall T / 1957, Entardecer Sangrento / Decision at Sundown / 1957, Fibra de Herói / Buchanan Rides Alone / 1958, O Homem Que Luta Só / Ride Lonesome / 1959 e Cavalgada Trágica / Comanche Station / 1960) foram produzidos por Scott e Harry Joe Brown e distribuídos pela Columbia. O primeiro filme da série, Sete Homens sem Destino / Seven Men from Now / 1956, foi produzido pela companhia Batjac de John Wayne e Um Homem de Coragem / Westbound / 1959 por Henry Blanke para a Warner que, tal como havia feito com Sete Homens sem Destino, se encarregou da distribuição. Entretanto, costuma-se denominar o ciclo pelo nome da companhia de Scott e Brown, a Ranown, alusão ao nome do ator (Ran) e ao de Harry Joe Brown (Own), porque existem múltiplos elementos repetitivos ou semelhantes nos sete filmes, mais constantemente o tema da vingança.

Oscar “Budd” Boetticher Jr. (1916-2001) nasceu em Chicago, Illinois. Sua mãe morreu de parto, o pai momentos depois, atropelado por um bonde, e ele foi adotado por Oscar e Georgia Boetticher de Evansville, Indiana.

Atleta na Ohio State University, Boetticher viajou para o México nos meados dos anos 30, decidido a aprender a arte de tourear. Ele estudou principalmente com Fermin Espinoza, apelidado “Armillita” e seu jovem novillero Carlos Arruza e, graças à sua experiência na arena, ingressou na indústria cinematográfica. Boetticher foi contratado como consultor técnico de Rouben Mamoulian em Sangue e Areia / Blood and Sand / 1941. Ele trouxe Armillita para dublar Tyrone Power nas cenas de tourada e concebeu a coreografia do torero’s paso doble, dançado por Rita Hayworth e Anthony Quinn.

Porém o mais importante para a sua futura carreira de diretor, foram as duas semanas que passou com a montadora Barbara McLean, que o chamara para ajudá-la. Na sua autobiografia (When in Disgrace, Fallbrook, 1996), Boetticher disse que Barbara lhe ensinou a narrar uma história pela maneira mais prática. Ele nunca pensou em cinema, mas subitamente lhe deu vontade de fazer filmes. No ano seguinte, Boetticher trabalhou em tempo integral na Columbia, ascendendo de mensageiro a assistente de George Stevens e Charles Vidor.

Seu nome apareceu nos créditos como diretor pela primeira vez em O Caso do Diamante Azul / One Mysterious Night / 1944, filme da série Boston Blackie, produzida pela Columbia e protagonizada por Chester Morris, assinando como Oscar Boetticher Jr. Depois de uma breve interrupção para o serviço militar no Photographic Science Laboratory da Marinha, Boetticher continuou na área das produções classe “B” por toda a década de 40 (Eagle Lion, Monogram, etc.) até que, em 1951, nasceu o Boetticher que nós conhecemos como Budd em Paixão de Toureiro / The Bullfighter and the Lady, o primeiro espetáculo que ele reconheceu como “um de seus filmes”, produzido pela companhia Batjac de John Wayne e distribuído pela Republic.

Boetticher foi indicado para o Oscar de Melhor História Original, a Universal imediatamente lhe ofereceu um contrato e ele aceitou entusiasmado, pensando que, com orçamentos mais folgados e melhores atores, teria mais oportunidade criativa. Ele de fato passou a ter à sua disposição no novo estúdio melhores recursos de produção, mas não podia escolher o que ia filmar. Mesmo assim, conseguiu fazer cinco westerns interessantes (O Último Duelo / The Cimarron Kid / 1951, O Império do Pavor / Horizons West / 1952, Seminole / Seminole / 1953, Sangue por Sangue / The Man from de Alamo / 1953 e Revolta do Desespero / Wings of the Hawk / 1954, nos quais parece que estava se preparando para a fase seguinte de seu itinerário artístico.

Farto da Universal, Boetticher deixou o estúdio para filmar uma produção independente, The Americano, no Brasil, com Glenn Ford no papel principal; porém surgiram problemas financeiros e ele se desligou do projeto. William Castle (que fora aprendiz de Boetticher na Columbia) assumiu a direção, convocando outros atores secundários e rodando o filme inteiramente nos Estados Unidos, embora incorporando algumas das tomadas feitas por seu antecessor em nosso país.

Em seguida, Boetticher preparou sua nova produção, O Magnífico Matador / The Magnificent Matador / 1955, a história de um toureiro renomado que foge da arena e perde a sua reputação, até que um admirador o ajuda a recuperar sua coragem e ele retorna ao estádio em triunfo. Foi a primeira colaboração de Boetticher com o fotógrafo Lucien Ballard, que se tornaria um de seus melhores amigos.

O Assassino Anda Solto / The Killer is Loose / 1956, a trama do criminoso cuja mulher foi morta por um detetive da polícia durante a sua prisão e que pretende vingar-se matando a esposa do policial, reuniu novamente Boetticher com Ballard, desta vez num thriller criminal de baixo orçamento.

A carreira de Boetticher não estava melhorando como independente. Ele teve um projeto abortado, um filme de orçamento médio filmado apressadamente (como Boetticher admitiu numa entrevista) e um thriller barato. Então John Wayne chamou-o para lhe mostrar um argumento original elaborado por um jovem escritor, que ele contratara para a Batjac. O autor era Burt Kennedy e o argumento, “Seven Men From Now”.

Como vimos, Boetticher já havia feito westerns interessantes, mas foi com o ciclo Ranown que se projetou diante do público e da crítica. O mérito de ter descoberto Sete Homens sem Destino foi de André Bazin (“Un western exemplaire: Sept Hommes à Abattre” – Cahiers du Cinéma, 1957), que via no filme “o melhor western do pós-guerra juntamente com O Preço de um Homem / The Naked Spur / 1953 de Anthony Mann e Rastros de Ódio / The Searchers / 1956 de John Ford. Segundo Bazin, “O primitivo encantamento que nos oferece Sete Homens e um Destino tem a ver com a perfeição de um argumento que consegue a proeza de nos surpreender sem parar, a partir de uma trama rigorosamente clássica”.

Ben Stride (Randolph Scott), ex-xerife de Silver Springs, persegue os sete homens que mataram sua mulher durante um assalto. No percurso, Stride ajuda um casal, Annie (Gail Russell) e Jack Greer (Walter Reed), a tirar sua carroça do atoleiro. Preocupado com eles, resolve acompanhá-los, a fim de protegê-los dos índios Chiricahuas esfomeados, que vagueam pela região. Ao mesmo tempo, Masters (Lee Marvin), um fora-da-lei e seu cúmplice Clete (Donald Barry), unem-se a eles e, com a intenção de se apropriar dos vinte mil dólares que os assaltantes procurados por Stride levaram, oferece auxílio ao xerife. A certa altura, Stride e Masters descobrem que Jack fora inocentemente encarregado de transportar o dinheiro roubado. Em vários incidentes, os bandidos vão sendo eliminados e só resta o duelo final entre Stride e Masters, no deserto, diante do cofre com o tesouro.

Trata-se de um enredo convencional na sua ação e nos seus personagens, porém é a maneira pela qual a história foi tratada, que torna o filme interessante. A primeira seqüência basta para nos revelar o estilo sêco, conciso e eficaz do cineasta. Chove e os relâmpagos iluminam um canto do deserto, vendo-se ao fundo o fraco clarão de uma fogueira crepitando sob uma gruta. Stride aparece no quadro de costas e caminha em direção ao fogo. No interior da gruta dois homens que tomam café, ficam espantados de ver chegar um estranho. Plano próximo do rosto duro e fechado de Stride. Uma discussão começa em simples e belos campos / contracampos. Apesar da aparente ausência de encenação, tudo isto é de uma grande força, pois muitas coisas se passam no cinema de Boetticher mais por intermédio dos olhares e dos gestos do que pela expressão oral. A tensão aumenta. Vemos os dois homens se levantarem para puxar seus revólveres. Depois de um corte, a câmera mostra dois cavalos sob a chuva no mesmo instante quando estalam dois tiros violentos. Escurecimento. Na tomada seguinte, é dia e Stride se apropriou dos cavalos cujos donos ele matou. No duelo do final do filme, Boetticher utiliza de novo a elipse de maneira audaciosa: em nenhum momento vemos o xerife sacar sua arma e atirar – a câmera permanece apontada para Masters desabando no solo e, quando se volta para Stark, ele já está colocando sua arma na cartucheira.

Boetticher renova constantemente a narrativa com um acontecimento inesperado (vg. a aparição dos índios e o susto de Annie; o homem que Stride acabara de salvar, volta-se bruscamente contra ele; Masters, depois de eliminar todo o resto do bando rival, no mesmo impulso atira contra seu próprio auxiliar), realizando um filme surpreendente do começo ao fim.

Tal como John Ford, Boetticher tinha o seu John Wayne na pessoa de Randolph Scott, seu Monument Valley em Lone Pine (área perto de Los Angeles), e um método e estilo inimitáveis. Boetticher gostava muito de Scott, “um verdadeiro gentleman” e seu modo de filmar minimalista ajustava-se perfeitamente ao personagem que o ator costumava interpretar.

O diálogo foi escrito como se toda palavra fôsse importante: a tagarelice de John Greer,  as interrupções de Annie para acalmar os ânimos dos homens, os comentários insolentes de Masters, as observações e respostas monossilábicas de Stride, que na maioria das vezes responde uma pergunta com outra, como um desafio.

O tema da vingança, exposto sem psicologismos, sem pitorescos inúteis, e com poucas digressões é enriquecido por um percuciente estudo de comportamentos e também não há floreios no que se refere à encenação.

O estilo austero e sucinto de Boetticher atingiu a perfeição em O Resgate do Bandoleiro, O Homem que luta Só e Cavalgada Trágica, que se distinguem pelos seus finais imprevisíveis.

O Resgate do Bandoleiro é um filme quinta-essencial de Boetticher com alguns dos temas principais do diretor: orgulho e honra e como as pessoas escolhem seus caminhos na vida em um oeste que está se tornando cada vez mais civilizado, porém, paradoxalmente, mais violento e amoral.

Depois de ter perdido seu cavalo em uma aposta com o antigo patrão, Pat Brennan (Randolph Scott) é recolhido por uma diligência que, conduzida por seu velho amigo Rintoon (Arthur Hunnicut), transporta os recém-casados Willard (John Hubbarb) e Doretta Mims (Maureen O’ Sullivan). Frank Usher (Richard Boone) e seus jovens companheiros Billy Jack (Skip Homeier) e Chink (Henry Silva) capturam a diligência. Após matarem Rintoon, os bandidos ficam sabendo (por intermédio do medroso Willard) que o pai de Doretta possui uma grande fortuna e decidem pedir resgate pela filha. Enquanto Frank vai buscar o dinheiro, Pat consegue eliminar Billy Jack e Chink. Depois será a vez de Frank.

A narrativa é desenvolvida com brevidade, suspense e uma abordagem psicológica interessante. Dos quatro personagens principais do filme, três apresentam uma persona pública diferente de seus pensamentos e desejos secretos. Willard Mims parece ser um homem gentil, apaixonado por sua esposa, mas na realidade ele se casara com Doretta por dinheiro e a trai para salvar sua própria vida. Doretta se comporta como uma boa filha e esposa submissa, porém, após a morte de Willard, admite que se casou com ele para fugir à solidão e escapar de um pai que a odiava. Frank Usher também está se enganando a si mesmo, imaginando que algum dia terá o seu rancho e deixará de ser um fora-da-lei; ele se considera um homem melhor do que os seus companheiros, que descreve como “animais”. Somente Pat Brennan não nos dá a impressão de ser alguém diferente do que realmente é.

Pat e Frank são inversões um do outro, como imagens na frente de um espelho. Sua discordância resulta do fato de que “Pat é um homem moral com tendências violentas e Frank, um homem violento com tendências morais”. O conflito entre os dois é descrito como um equilíbrio delicado de poder, no qual Pat, a força do Bem, não é necessariamente mais forte ou mesmo melhor do que Frank – mas apenas mais esperto no final.

Neste momento derradeiro, Pat e Frank são os únicos sobreviventes do Velho Oeste e  estão intrigados com a possibilidade de começar uma nova vida. Ambos têm condições de obter sucesso no mundo civilizado, só que Frank não quer tentar pacificamente, por esforço próprio. “Gosto de você”, Frank diz a Pat, mas acrescenta que, se tivesse que escolher entre Pat, Chink e Billy Jack, “Eu cavalgaria com eles”. Uma das ironias do filme é que, em circunstâncias diferentes, Pat e Frank poderiam ter sido amigos.

Em O Homem que luta Só, o xerife Ben Brigade (Randolph Scott) e dois jovens malfeitores, Sam (Pernell Roberts) e Wild (James Coburn), disputam a posse do assassino Billy John (James Best), que deverá ser conduzido para Santa Cruz. Ben atrasa propositadamente a viagem, na esperança de ser alcançado por Frank (Lee Van Cleef), o irmão de Billy que, em passado distante, matara sua mulher. Sam e Wild sonhando com um pequeno rancho, desejam obter o perdão prometido pela captura de Billy. No final, Ben mata Frank, põe fogo simbolicamente na árvore onde sua esposa fora enforcada e permite que os dois rapazes partam com Billy e Carrie (Karen Steele), uma viúva que eles encontraram no caminho.

O filme se organiza em seqüências bem delimitadas no espaço e no tempo, que fazem progredir a ação com uma lentidão bem planejada. Boetticher desenvolve a história com um rigor quase matemático. Ao redor de Ben, os comparsas – um bandido que serve de isca, dois jovens desencaminhados que querem se tornar cidadãos honrados, uma mulher cujo marido foi morto pelos índios – são apenas peças de um jogo de xadrez: cada gesto, cada palavra sendo calculados para produzir o máximo de efeito. Assim, no final do filme, Ben sacia o seu desejo de vingança e, ao mesmo tempo, torna claras todas as combinações do jogo; os dois rapazes podem apoderar-se do bandido e ganhar sua anistia; a mulher, cuja presença sugeria um idílio possível com o herói, pode partir com eles, porque para Ben só importa a lembrança da esposa. A fogueira que consome a árvore da vingança não põe fim aos sofrimentos de um homem, cuja solidão é reavivada sem cessar pela imagem do ente desaparecido.

A maneira com que Boetticher opõe seus personagens uns aos outros, o cuidado com que escolheu as paisagens – a assombrosa clareira tendo no meio a “árvore dos enforcados” – e o rigor da realização dão ao filme uma beleza geométrica.

No início de Cavalgada Trágica, Jefferson Cody (Randolph Scott) liberta a mulher de um fazendeiro, Mrs. Lowe (Nancy Gates), dos comanches e a conduz para junto do marido, sem saber que este oferecera um prêmio para sua entrega. No percurso encontra-se com três bandoleiros que fogem dos índios: Ben (Claude Akins) e seus dois jovens companheiros Frank (Skip Homeier) e Dobie (Richard Rust). Os três pretendem ficar com a mulher para cobrar a recompensa. Ben freqüentemente comenta sobre a covardia do marido, por ter mandado outro homem fazer o que ele deveria ter feito. Frank é morto pelos índios, Dobie morre pelas mãos de Ben. Cody oferece a Ben, a quem sempre respeitara, uma chance para escapar; mas Ben puxa sua arma e é morto por Cody. Este leva a mulher até seu marido, que vem a ser um cego.

Cavalgada Trágica não trata de vingança, mas sim de esperança. Cody sabe que sua esposa foi raptada pelos Apaches há dez anos, porém ignora se ela ainda está viva. Ele tenta arrancar dos acampamentos indígenas, uma por uma, todas as mulheres retidas como prisioneiras, esperando encontrar um dia a sua. É uma busca permanente, insensata, movida por um amor infinito.

Entre Cody e Ben as relações são instáveis, meio desconfiadas, meio familiares, quase cúmplices, mas os dois mantêm um respeito mútuo. A diferença entre ambos é que, aderindo à estrutura mítica do herói do western, Cody permanece fiel aos ideais de honestidade, coragem e necessidade de socorrer os que precisam de ajuda enquanto seu antagonista, um sujeito cínico, mas amável, acha tudo isso inútil, preferindo a excitação e a compensação financeira que a vida de fora-da-lei lhe oferece. No final, Ben cai sob as balas de Cody e perde a oportunidade de ganhar os cinco mil dólares do prêmio, dizendo simplesmente: “É vergonhoso o que o dinheiro pode fazer com os homens”.

A direção de Boetticher, bastante despojada, dá uma densidade particular aos personagens e não esquece os vastos espaços que fazem a grandeza dos westerns, forjando alguns enquadramentos inspirados em uma sábia utilização do CinemaScope.

Os três westerns restantes do ciclo Ranown não possuem o mesmo nível artístico dos filmes já mencionados – provavelmente pela intromissão de outros roteiristas (Charles Lang Jr. em Entardecer Sangrento e Fibra de Herói; Berne Giles em Um Homem de Coragem), porém têm muitas qualidades.

Em Entardecer Sangrento, um estranho, Bart Allison (Randolph Scott), chega a Sundown com seu amigo Sam (Noah Beery Jr.), interrompe as núpcias de Tate Kimbrough (John Carroll) e o desafia para um duelo de morte. Outrora, Tate teria seduzido a mulher de Bart e esta, em seguida, se suicidara. Porém, Bart descobre que Tate fora apenas mais um na vida de sua esposa. Quando vai se dar o confronto entre Bart e Tate, a amante deste (Valerie French) lhe dá um tiro no ombro, para impedi-lo de enfrentar Bart. O vingador então abandona a cidade embriagado e deprimido.

Neste western psicológico, no qual um homem procura encontrar no extermínio do outro a solução para os problemas advindos da traição da esposa, Boetticher acompanha o desespero em que se debate o herói e mostra também a tomada de consciência coletiva da população, o itinerário moral de uma comunidade que, diante da aventura individual dos dois homens, envergonha-se de sua sujeição ao corrupto manda-chuva da cidade. A presença de Bart em Sundown estimulou o rompimento da ordem social estabelecida.

Tal como Anthony Mann, Boetticher usa a geografia do western como paralelo do estado psicológico do herói. Porém, em contradição com Mann, Boetticher não emprega panoramas recortados para simbolizar distúrbios íntimos. Ele prefere usar ambientes pequenos, claustrofóbicos, para colocar seus personagens angustiados: o saloon, a igreja e interiores domésticos.

À medida em que a história de desenrola, percebemos que o desejo de vingança de Bart não tem nada de heróico. Sam revela que a mulher de Bart mantinha não só um romance com Kimbrough, mas também com outros homens. Ficamos sabendo também que Bart estava ciente destes fatos, mas preferiu desconsiderar a infidelidade da esposa. Bart não parece mais ter sido motivado por uma questão de honra. Agora ele é visto como um homem atormentado por seu orgulho ferido e obcecado por uma vingança sem sentido, ou melhor, por uma obsessão psicótica.

O protagonista de Fibra de Herói, Buchanan (Randolph Scott), chega ao povoado de Agry Town, dominado pelos irmãos Agry: Lew (Barry Kelley), o xerife; Simon (Tol Avery), o juiz; e Amos (Peter Whitney), o dono do hotel. Quando defende Juan (Manuel Rojas), um jovem mexicano rico que matou o filho do juiz, para vingar a honra de sua irmã, ambos são presos. Buchanan é obrigado a sair da cidade, mas ele consegue reverter a situação e derrotar a família corrupta, que já estava dividida por causa do dinheiro do resgate pedido ao pai de Juan. Carbo (Craig Stevens), guarda-costas dos Agry, um sujeito basicamente decente, assume o controle da cidade.

Passado inteiramente no ambiente urbano, o filme contém boas cenas de violência e lances imprevistos. Certa dose de originalidade é dada pela presença de uma família que detém todos os postos importantes e cujos membros se matam uns aos outros por causa da ambição. Curiosamente, o herói escapa várias vezes da morte, não por ser mais forte, rápido no gatilho ou esperto do que seus oponentes, mas simplesmente porque tem sorte.

Um Homem de Coragem foi o filme que mais sofreu, na comparação com as quatro obras-primas do ciclo, mas tem alguns méritos. Nele, John Hayes (Randolph Scott), capitão nortista, recebe o encargo de transportar ouro para abastecer o Exército da União. Ele usa a linha de diligências, que possuía antes da guerra, contratando os serviços de um soldado de seu regimento, Rod Miller (Michael Dante), que se reformara por ter perdido um braço. O povoado no qual Hayes monta as suas operações secretas, está dominado por seu antigo amigo Putnam (Andrew Duggan), casado com a ex-noiva de Hayes, Norma (Virginia Mayo), e simpatizante do Sul. Os capangas de Putnam destroem sistematicamente as diligências e matam Rod. Putnam lamenta este assassinato e, na batalha final, faz-se matar, tentando impedir uma carnificina.

O diretor cria uma atmosfera de tensão sufocante desde o momento em que Hayes chega à cidade e é publicamente humilhado pelo capanga de Mace (Michael Pate). Nem Rod, o mutilado de guerra condenado ao ostracismo e insultado pelos bandidos, merece compaixão: o dono de um restaurante local oferece-lhe comida estragada.   O filme contém pelo menos um lance admirável: a da morte de Rod num tiroteio inesperado, justamente quando ele havia aprendido a manejar o rifle, apesar da sua deficiência física.

Uma singularidade do espetáculo é o fato de que os “maus” não se contentam em destruir e matar. Eles pensam; e seu chefe até sucumbe a louváveis remorsos. Nota-se também uma tentativa sincera de dar um peso e um valor aos personagens: é muito comovente a cena em que a jovem mulher descobre, abraçando Rod, que ele não tem mais o braço.

Quando sua arte estava começando a ser reconhecida – inclusive pela realização de um filme de gangster bem recebido pela crítica, O Rei dos Facínoras / The Rise and Fall of Legs Diamond – e ele atingira uma segurança financeira, Boetticher foi para o México, para filmar um documentário sobre a carreira de seu amigo, o grande toureiro Carlos Arruza. Obstinado por este documentário, ele recusou propostas lucrativas de Hollywood e sofreu humilhação e desespero para concretizar seu projeto – ficou sem dinheiro, divorciou-se, passou sete dias na cadeia, uma semana num asilo de loucos e quase morreu, primeiramente de inanição e depois de uma grave doença no pulmão.

Neste ínterim, Arruza, o herói de seu filme, faleceu num desastre de automóvel assim como boa parte de sua equipe. Voltando para Hollywood em 1967, Boetticher iniciou uma associação com Audie Murphy. Murphy produziu e Boetticher dirigiu na Espanha A Time for Dying, um filme que poderia rejuvenescer suas carreiras. Eles tinham outros projetos no estágio de planejamento, quando Murphy foi morto num desastre de avião em 1971.

Depois do ciclo Ranown, Randolph Scott, com uma fortuna de cerca de cem milhões de dólares, não precisava mais trabalhar e, com 60 westerns no seu currículo, não havia muita coisa mais que ele poderia fazer no gênero.  Mas ele deixou bem claro para Boetticher e Kennedy que, se por acaso surgisse um bom script, daria uma olhada nele. E então um grande script apareceu. Chamava-se Guns in the Afternoon, que gerou Pistoleiros do Entardecer / Ride the High Country / 1962, o filme com o qual Scott encerrou, de forma magnífica, a sua longa jornada cinematográfica.

OS HERÓIS FANTASIADOS

Os heróis fantasiados sempre desfrutaram de muito prestígio nas histórias em quadrinhos e nas telas. Talvez os mais populares, apesar (ou…por causa?) da maldade que  inventaram a respeito deles, tenham sido Batman e Robin.

Lançado em maio de 1939 na revista Detective Comics, Batman apareceu no Brasil em 1942 no Globo Juvenil com o nome de Morcego Negro e depois Homem Morcego. Com argumentos de Bill Finger e desenhos de Bob Kane, o personagem foi inspirado no seu antecessor, O Super Homem, mas não possuía superpoderes ou capacidades extraterrestres para ajudá-lo. Entre os requintados equipamentos para enfrentar os malfeitores ele tinha: a Bat-caverna, o Bat-plano, o Bat-móvel, o Bat-corda, etc.

Sua gênese pode ser sintetizada assim: para vingar a morte de seus pais, assassinados por um bandido, o milionário Bruce Wayne torna-se um combatente do crime, conhecido como Batman. Ao sofrer o ataque de um morcego, lhe vem a idéia de adotar uma personalidade secreta por trás de uma máscara inspirada naquele mamífero, para causar medo aos seus inimigos.

No início de suas aventuras nos comics, Batman era um solitário, que fazia justiça pelas próprias mãos. Posteriormente, os editores da história em quadrinhos acharam que o personagem devia ser trazido mais para o lado da lei. No número de abril de 1940 da Detective Comics a “humanização” de Batman foi completada com o acréscimo de seu jovem companheiro, Robin, chamado aquí no Brasil de Robin, o Menino Prodígio, na realidade Dick Grayson, um garoto órfão adotado por Wayne, que trabalhava num circo.

A introdução de Robin serviu para dar aos jovens leitores alguém com o qual eles podiam se identificar. Os outros coadjuvantes nos quadrinhos incluíam o Comissário Gordon, que controlava o Bat-sinal e Alfred, o mordomo fiel da mansão de Bruce Wayne. Porém os mais memoráveis foram os vilões, distinguindo-se entre eles, o Pingüim, a Mulher Gato e o Coringa. Kane declarou numa entrevista que o Coringa foi produto da imaginação de Bill Finger, baseando-se numa fotografia de Conrad Veidt em um filme de 1928, O Homem que Ri / The Man Who Laughs. Finger, na verdade, participou da criação de quase todos os vilões de Batman assim como da maioria de seus equipamentos, do Bat-plano à Bat-caverna. Depois de certo tempo, o assistente de Bob Kane, Jerry Robinson começou a susbtituí-lo e a sua versão logo se tornou a definitiva.

Em 1943, Batman e Robin chegaram ao cinema através de um seriado da Columbia, O Morcego / Batman, dirigido por Lambert Hillyer com Lewis Wilson e Douglas Croft nos papéis centrais; mas quem “roubava” as cenas era J. Carrol Naish como o Dr. Daka, sinistro espião japonês, que se deliciava em alimentar seus crocodilos com carne humana. Infelizmente, no seu conjunto, o espetáculo foi mal concebido e realizado além das dificuldades causadas pelos baixos valores de produção, falta de tempo para corrigir as falhas e  inexpressividade de Wilson e Croft.

Em 1949, a mesma companhia realizou uma continuação, A Volta do Homem- Morcego / Batman and Robin, dirigida por Spencer Bennet com Robert Lowery e John Duncan. Este novo seriado era um pouco melhor do que o anterior, mas feito ainda com falta de imaginação, poucos recursos e impossibilidade de retakes. Foi somente nele que apareceu o personagem do Comissário Gordon (Lyle Talbot), ficando de fora desta vez o fiel mordomo Alfred que, no primeiro seriado era interpretado por William Austin. Eles seriam representados pelos veteranos Neil Hamilton e Alan Napier na série de televisão de 1966, com Adam West e Burt Ward – a melhor versão das aventuras de Batman e Robin por seu espírito de brincadeira, estilização, técnica moderna e o charme dos vilões excêntricos.

Entretanto, além dos seriados citados, existiram vários outros, com heróis que eram apenas homens comuns, vestindo uma fantasia, para lutarem contra as forças do mal. O Fantasma Voador / The Phantom / 1943, por exemplo, produzido também pela Columbia, tinha um bom diretor, B. Reeves Eason e Tom Tyler no papel do misterioso vingador das selvas africanas.

Como conseqüência do sucesso de Mandrake, Lee Falk trouxe outro personagem para as histórias em quadrinhos: O Fantasma / The Phantom. Em fevereiro de 1936, ele apareceu em tiras diárias no Journal American, desenhado por Ray Moore. Entretanto, Moore sofreu um acidente grave em 1942 e foi sendo gradualmente substituído por seu assistente Wilson McCoy. De 1947 a 1961 McCoy assumiu sozinho a responsabilidade pelos desenhos e, após sua morte, Sy Barry ocupou seu lugar.

O Fantasma nasceu assim: há quatrocentos anos, um lorde inglês em viagem de navio para a Índia, é vítima de um ataque pirata nas costas de Bengala. Mais tarde, seu filho, que conseguira escapar, jura dedicar sua vida contra a pirataria ou qualquer forma de crime. Não só ele, como também todas as gerações que o sucederam, cumprem a mesma promessa. O Fantasma torna-se o protetor de uma tribu de pigmeus Bandar e impõe a crença de que é invencível e imortal. O líder Guran é o único que sabe a verdade sobre “o fantasma que anda”. Tal como todas as figuras legendárias, ele tem o seu símbolo – “a marca da caveira” – e conta com a ajuda do seu cão (ou seria um lobo?) Devil, que na versão brasileira dos quadrinhos atendia pelo nome de Capeto.

Vestido com uma malha colante escura, meia máscara, calção com listras em diagonal e um par de pistolas no coldre, o Fantasma vive numa caverna, cuja entrada em forma de caveira abriga uma grande fortuna, que através do tempo seus antecessores acumularam,  ficando com o produto dos roubos dos criminosos. Ele possui também um anel com uma caveira em relevo, que deixa uma marca, quando ele esmurra os bandidos. Uma outra característica desse herói é a sua identidade civil: com um pesado capote, chapéu e óculos escuros, ele é tratado como Mr. Kit Walker e conhecido pelas autoridades como um defensor da floresta. Walker / Fantasma é o eterno noivo de Diana Palmer.

No enredo do seriado, o professor Davidson (Frank Shannon, o Dr. Zarkof de Flash Gordon) e sua filha Diana (Jeanne Bates) procuravam a cidade perdida de Zoloz, onde deveria estar escondido um fabuloso tesouro. Para localizá-la, é preciso manipular sete peças de marfim. Davidson possui três peças, um escroque chamado Singapore Smith (Joe Devlin) tem mais três: mas falta a mais importante. Ao mesmo tempo, o Dr. Bremmer (Kenneth MacDonald) pretende transformar Zoloz em uma base secreta para nações inimigas (presumivelmente os nazistas). O Fantasma entra em cena para ajudar Davidson e Diana a reprimir a ação de Bremmer.

O Fantasma Voador é, a meu ver, o melhor seriado da Columbia, embora o Fantasma da tela não seja exatamente igual ao das histórias em quadrinhos (vg. Guran aquí se chama Moku, o Fantasma não anda a cavalo pelas selvas como fazia nos quadrinhos e Kit Walker recebeu o nome de Godfrey Prescott). Entre os momentos de vibração destacam-se o desafio que a Princesa do Fogo faz ao Fantasma, incitando-o a caminhar no meio das chamas e a luta com o gorila, chamado Brutus, que traz a última peça de marfim pendurada no pescoço.

Anos mais tarde, aproveitando as tomadas de arquivo desse seriado, o estúdio realizaria uma continuação disfarçada, Capitão África, o Aventureiro / The Adventures of Captain África / 1955, dirigida por Spencer Bennet com John Hart que, no futuro, seria o Lone Ranger na televisão durante certo tempo enquanto Clayton Moore estava de greve.

A Columbia fez outro seriado, com Bennet atrás das câmeras, desta vez com um herói fantasiado que não tinha sido oriundo das histórias em quadrinhos: O Código Secreto / The Secret Code / 1942, cujo personagem principal interpretado por Paul Kelly, ficou conhecido como Comando Negro.

Designado para prender uma quadrilha de sabotadores, o tenente Dan Barton (Paul Kelly) forja uma demissão da força policial e se infiltra entre os espiões. Concomitantemente, disfarçado com a indumentária do Comando Negro e com a ajuda da repórter Jean Ashley (Anne Nagel) e de seu colega Pat Flanagan (Clancy Cooper), ele consegue localizar o código secreto dos inimigos e desmascarar o chefe da quadrilha.     Valorizado pela boa história e a simpatia e irreverência de Paul Kelly, o seriado pode ser incluído entre os melhores da Columbia. Uma das cenas mais excitantes é aquela em que o Comando Negro luta com o piloto do avião. A aeronave é alvejada pela artilharia antiaérea e explode. No episódio seguinte, vemos o piloto caindo de pára-quedas, o Comando Negro agarrando-se a ele, os dois se atracando em pleno ar e, finalmente terminando a briga em terra firme.

Todavia, nenhum dos seriados da Columbia conseguiu sobrepujar os da Republic no mesmo gênero. Nesta outra companhia foram feitos O Terror dos Espiões / The Spy Smasher / 1942 e Capitão América / Captain America / 1944, que muitos apontam como os dois melhores seriados de todos os tempos.

No primeiro, com a ajuda de seu irmão gêmeo Jack, o Spy Smasher, na realidade Allan Armstrong (Kane Richmond em papel duplo) combate o Máscara, líder de uma rede de espionagem alemã na América. Eles protegem o almirante Corby (Sam Flint) pai da noiva de Jack, Eve (Marguerite Chapman) e contam com a colaboração de Pierre Durand (Frank Corsaro), combatente da França Livre.

O personagem foi criado em 1940 por Bill Parker com desenhos de C.C. Beck e Pete Costanza e apareceu pela primeira vez na revista Whiz Comics. No Brasil, foi publicado a partir de 1943 no Globo Juvenil Mensal sob o nome de Hércules. Na medida em que a  Segunda Guerra Mundial se aproximava, o Spy Smasher tornou-se um símbolo visível do patriotismo americano. Charles Sultan assumiu a execução dos desenhos durante os anos de 1941 e 1942 e renovou a roupa do herói aviador: ele trocou a vestimenta cáqui por um uniforme verde brilhante com um emblema vermelho em forma de diamante no peito.

O seriado, na minha opinião, é excelente, não só pelos efeitos especiais (Howard Lydecker) e pela ação dos dublês (tendo à frente David Sharpe), mas também porque tem uma trama bem construída, boas caracterizações e uma fotografia até, em certos momentos, artística. A sequência mais espetacular é aquela em que o Spy Smasher e Jack perseguem o carro dos bandidos em uma motocicleta. Eles cortam caminho subindo uma colina, mas a motocicleta derrapa. O Spy Smasher então corre para o alto da colina e salta sobre o carro dos bandidos, que passa lá embaixo em alta velocidade.

Captain América foi outro seriado patriótico, surgido pouco antes dos Estados Unidos entrarem na guerra. A capa do primeiro número da história em quadrinhos publicada pela Marvel Comics, que mostrava o herói irrompendo através de um bando de nazistas para esmurrar Hitler, realizou o sonho de milhões de americanos.

Criado por Joe Simon e desenhado por Jack Kirby, o Capitão América era na realidade Steve Rogers, um jovem franzino que fora considerado incapaz para o serviço militar. Rogers se apresenta como voluntário para testar os efeitos de um super-soro, que pode multiplicar as fôrças do corpo e do cérebro. O soro transforma o rapaz rejeitado para o exército num soldado superior – um “super-agente: o Capitão América.

Usando um meio capuz sobre o rosto, asinhas nas têmporas e um “A” na testa, o personagem traz ainda no peito e no escudo redondo, uma estrela e as listas com as cores da bandeira americana. Uma noite, quando Steve está se vestindo como Capitão América na sua barraca, ele é surprendido por um jovem, Bucky Barnes, o “garoto mascote” do regimento (“De agora em diante nós temos que compartilhar este segredo…quer dizer que você agora é meu companheiro Bucky!”). Segundo o roteirista Simon, Bucky foi acrescentado à história em quadrinhos, para que o Capitão América tivesse alguém com quem falar.

O Capitão América era símbolo perfeito para uma nação ameaçada pela guerra. Steve Rogers, representava os soldados que estavam sendo convocados para se tornar heróis de seu país. A revista em quadrinhos logo estava vendendo milhões de cópias por mês e rivalizou com Batman e Superman em popularidade. Além do apelo patriótico, as ilustrações dinâmicas de Jack Kirby ajudaram a assegurar o êxito da publicação.

No seriado da Republic, o Dr. Maldor, curador do Museu Drummond, chamando-se a si próprio de O Escaravelho (Lionel Atwill), de posse de uma arma de grande poder destrutivo, o Vibrador Dinâmico, procura a outra parte de um mapa, que conduziria ao tesouro dos maias. O Capitão América, que é na realidade o promotor público Grant Gardner (Dick Purcell), intervém e, com o auxílio de sua assistente Gail Richard (Lorna Gray), impede que os objetivos de Maldor se concretizem.

O Capitão América perdeu o escudo, as asinhas na máscara, o parceiro Bucky e até seu nome verdadeiro, Steve Rogers; mas o uniforme continuou vistoso e nacionalista. Particularmente emocionante é aquele lance quando, após uma boa luta contra dois asseclas do Escaravelho e antes que o edifício atingido pelo Vibrador Dinâmico se despedace, o herói salta pela janela para o terraço de um prédio contíguo. O seriado fez muito sucesso graças à direção precisa de John English e Elmer Clifton e sobretudo pela habilidade de uma equipe de dublês de primeira ordem, entre os quais, Dale Vam Sickel (que substituiu Dick Purcell nas cenas arriscadas), Joe Yrigoyen, Fred Graham, Ken Terrell, Duke Green e Tom Steele, cujos golpes e sopapos não tinham nada a ver com violência e realismo, mas com excitação e fantasia.